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Futre

De futre a etimologia di vir de futuere, pelo francês foutre.
Mas o futre galego nada tem a ver com foder, ou com copular.
Futre é podre.
Podre tem raiz latina em puter.
Então, futre e puter são antes do que palavra filha e palavra nai, palavras irmãs, de um étimo anterior e comum a ambas as verbas.

Nessa ideia do celta p celta q. E nessa ideia de haver lenição fortição no antigo protoindo-europeu:
A hipótese seria que teriamos os cognatos putre-qutre-futre.
As três palavras presentes no galego-português, e as três palavras com significados muito próximos:
O cutre é o avaro, mas o futre também o é.
O cutre também tem a ver com a cotra, que é a merda velha sobre roupa ou pessoa, (aqui seria ideia diferençar cotra de côdea, cognatas?).
Buscando esta podrémia nas falas célticas acho grot no irlandês. Terá a mesma raiz?


Aqui estaria também o vutre, o abutre.
Está aqui a palavra embutir?
Odre é nome também para o abutre...
Estamos na série p-b-v-f-h, putre, butre, vutre, futre, hutre?

O asturiano reforça esta teoria:
La utre é o abutre.
Utre é um arcaísmo no galego para o odre.
E odre no galego também dá nome ao abutre, recolhido por D. Anibal Otero em Santa Eufémia.
No asturiano estão estas expressões: "Como um futre", inchado, embotado, atordoado. "Como um fute", enfadado. ¡Futro!, interjeição para mostrar enfado.
Seguindo polo asturiano fudre é um odre para maçar o leite, e também um bocoi, um tonel
Fudre no galego significa gordo e também tonel.
Quer dizer: duas etimologias latinistas para o utre, uma uterus e outra vultur.

Quando a relação é clara entre o odre cheio e o abrute.
Talvez o nome protoindo-europeu do abrute derivou em todo o campo semântico que vai desde o podre até o futre e o utre e o udre.

Para alargar isto, no galego, fodriqueiro é nome para o Sorbus aucuparia, para a tramazeira ou carnabúdio.

A etimologia de vultur em latim alicerça-se em que deriva do verbo vello, (quebrar, arrincar), onde o seu particípio futuro vulsūrus (os que vão quebrar, os que vão arrincar, os que vão depilar).
Se olhamos para o vultur, voltur, voltorius desde o galego, pode-se relacionar com volta, o que dá voltas seria *voltor. Voltor que é nome do abutre no catalão e no ocitano.
Vulturno é um vento do leste pelo geral quente que provoca a vultura do tempo, a voltura do tempo, que é a mudança de tempo climatológico, a revoltur.
No latim o nome de Vulturnus é vento do sudeste.
Mas este vento leste a quem pode trazer de volta?, ou simplesmente anuncia no verão uma voltura do tempo.
No porto de Fontão / Fontám, Sada, voltear é ter bom vento para a vela, e revoltear é ter mau vento...

Nas línguas germânicas e no polaco temos um elo interessante a todo isto:
Futro em polaco significa pelejo de animal, de animal esfolado, pele com que as pessoas se vestem.
Tem no inglês o cognato fur, com o mesmo significado, que tem toda esta parentela:
Inglês medieval furren, do anglo-normando furrer ‎(“forrar, encher, encrespar”), de fuerre ‎(“forro, bainha”).

Dá a raiz germânica-polaca futro o elo entre o odre, ou fudre, e o pelejo esfolado, ou forro, (talvez nome que tem a ver com zorro espanhol, raposo).
A relação entre a zorra, zorro e a pele aparece por exemplo:
Zorra: sapato velho inservível, e quase sem forma de tal.

É mais relevante a relação entre a zorra raposa e a zorra carro, aqui vai:
As zorras foram até há pouco, carros de bois ou vacas de dous eixos, com rodas e eixo baixos, mas antes do de que carros de rodas foram, são trenós.
Que tem a ver o trenó com a zorra?
Tendo por certa, ou quase certa, a relação etimológica entre zorra como nome da raposa e dos seus atributos e derivados entre eles o coiro, o seu pelejo, os foles...
Os esquis para o seu deslizamento inferiormente vão forrados de pele, a norte em pele de foca ou em pele de cabra, não totalmente, rapados do seu pelo. A fibra do pelo nos coiros destes animais nasce orientada "aerodinamicamente", no sentido da marcha, o que lhes permite passar por entre sebes espinhosas cara diante, sem que os seus pelos enredem na matogueira.
Esta orientação evita nos esquis, que deslizem em sentido contrário à marcha, o que ajuda a subir pendentes...
Seja como for, os esquis vão forrados de coiro, que de um jeito ou outro fazem menos roçamento na neve ou geo do que a madeira, que tem de ser bem polida.
A onde nos leva isto?
A que uma palavra velha, numa zona na que não há já invernos que precisem de trenós, nos fale dum tempo no que sim se necessitavam.
Quanto tempo é isso?
Vinte mil, quinze mil anos, naquele tempo no que o casquete polar, de inverno, quase chagava à Crunha.

http://ilustradosasociados.com/Prehistoria%20Html5/contenedor.html


Hipótese do Atlântico norte no tempo da última glaciação.
http://atlanteangardens.blogspot.com.es/2014/03/age-of-bearded-gods-and-giants.html




Distribuição do R1, atenda-se a América do Norte.


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