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Vijoi

 São Fiz de Vijoi (Bergondo). 

Em documentos do Mosteiro de Sobrado, ano 1020, como Boioi.
usque in ueredam Sancti Felicis et inde ad illum castrum de per uereda de Boioi et inde ad linares et inde ad illam lamellam de illa condominia de Ilioure

No 1094, como Sancto Felice d Boio.
de Sancto Felice d[e] Boio cum sua criatione et cunctis adiunctionibus suis ab integro

Os Boios foram um povo da Gália Cisalpina, grafados em letra grega como Βόιοι.

No "Dictionary of Continental Celtic Place-Names..." por Falileyev e outros, Βόιοι é pensado ter o significado do lugar das vacas, proto-céltico *bouio.
No seu Callaica Nomina, o professor Moralejo explica o lexema final -oi, entre outras hipóteses como dativo de singular da flexão temática, indoeuropeu *-ōi, céltico comum -ūi, mas lusitano -oi, -oe,
O que levaria a ser interpretado (boi-oi) como "para o boi, para a vaca, para o gado". A dizer que o caso dativo no proto-céltico tem funcionado como locativo (boi-oi) "a do gado, a da vaca, a do boi".

São Fiz de Vijoi, com a forma de cousso hipotético, transformado em tapada neolítica.
Relevante é que a igreja de São Fiz de Vijoi está no beco leste, mas o topónimo Igreja e o Cemitério estão no beco oeste.
Ora, o Boioi do 1020 fora um século antes: Sancto Felice de Boigoi no 922.


Vijoi em Santa Maria de Marroços (Santiago de Compostela). Com similar conformação a São Fiz de Vijoi, e com toponímia condizente.


Vijou de Arriba e Vijou de Abaixo em São Cristovo de Xavestre (Traço).


Sobre os Boios cisalpinos.
Há duas hipóteses sobre a etimologia do seu nome, como sediados na raiz de boi "os boieiros".
E a de Pokorny (212. bhei(ə)-, bhī-) que os relaciona com "bater, espancar, golpear".

Os Vijois / Vijou galegos, o Boioi galaico, mais semelham ter a ver com o gado. Coussos da mudança do paleolítico para o neolítico, utilizados como tapadas para o inicial pastoralismo, ou já como grandes vedações para manter captivos animais semidomesticados.

No atual País Basco, onde a camáda céltica ficou na toponímia, nas áreas que se "basconizaram" há os topónimos antigos documentados hoje desaparecidos Boiaran, Boiaieta, Boioaldea que são considerados híbridos latino-éuscaros, a olhos do aqui mostrado acho que celto-éuscaros:





Alda (Álava, País Basco), antigamente Boioaldea, ou Boyoaldea com a típica forma tantas vezes mostrada para caça passiva, cousso, transformada em grande tapada.
No híbrido Boio-aldea, aldea nada tem a ver com aldeia, em basco significa "ao lado", neste caso ao lado do boio, do local para o gado.
O estrato céltico teria assim permanecido sob a basconização.



Neste caso Gámiz (Álava) antigamente Boiaieta, onde Boia-ieta, um local em céltico sufixado por -eta / -ieta em eusquera, marcador de plural., marcador de plural em casos locativos.
Então se no céltico boioi era já locativo, *boioi-eta Boiaieta seria duplamente locativo.
Neste caso duas grandes tapadas que partilham beco, onde estava sediada Boiaieta "lugar dos boiois", mais tarde e hoje Gámiz.








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