O baço maçado

... Fum por umha corredoira torta
atopei umha cabra morta
dim-lhe um ponta-pé
e a cabra dixo: Me!!


Na medicina da alma, a dor do baço, chamado também paxarela ou passarinha, é a dor da loucura reflexiva.
Uma das sete emoções principais definidas na medicina chinesa, assenta no baço. "A reflexão excessiva prejudica o baço, mas, porém as afecções do baço tornam o enfermo pensativo".
A relação causa efeito não é lineal nem temporal:
O baço doído e a excessiva reflexão, entidades separadas, flutuam no espaço-tempo e dam umha coa outra.
É o baço simbolizado pola cor amarela, arquata.
É o baço o que evita que as vísceras prolapsem, pois é o que mantem unido o corpo, é o afirmante.
O baço é escravo do passado, é sobre esse passado que ele trabalha, e equilibra e utiliza para a sabedoria.
O baço desequilibrado provoca o ilhamento, mas no seu equilíbrio permite assentar os pés no chão com firmeza.
No seu desajuste, o pensamento obsessivo está, o passado pesa e marca o rodopio, a fixação e a falta de criatividade fazem suco fundo, volta-se a atuar uma e outra vez do mesmo jeito, a experiência não é assimilada e repete-se um modelo comportamental herdado do passado.
É o baço a casa onde reside o pensamento lógico, a razão e a crítica construtiva, é o local da memória, da análise e síntese, onde a experiência é ressumida para superar novas situações, é o lugar da reflexão e da autoconfiança, local da união das partes de um mesmo.
O baço é encarregado de regular a humidade interior do corpo.
Nas pessoas melancólicas e morrinhentas há um excesso de humidade. Um baço são, ajuda a eliminar isto, abrindo canles, quelhas de saída, se o baço está maçado enchoupa-se e acumula líquido.
Já no saber do povo isto é conhecido pois no gado há a chamada baceira que é umha doença do baço, este tem grande tamanho, e é devida a um consumo excessivo de água.
Uma planta que ajuda ao baço, dá-se-lhe por aqui o nome de "erva do baço", Verbena officinalis.
Então temos que a auga e a memória do passado andam juntas, a humidade leva a memória, um excesso do poder da memória, umha falta de eliminaçom da auga miúda e das lembranças, um excesso de atenção do passado causa a morrinha, morrinha que também é a chuva miúda penetrante ...

Dizem provir baço da sua cor, do latim budius, avermelhado.
Também no grego o esplen σπλήν significa malva.
Este budius dá tamém baio, aparentado com o irlandês buide, amarelado.
E no asturiano bayu, e o baço, com estas outras significaçons: calma, paciência, indiferência
Poderia haver umha relaçom entre o baço esplénico e o baço, bafo, tafo?, depois de ter falado da sua funçom e da auga... aqui entraria relacinar o baço com o vaso.

Outro nome do baço é paolo, que já no latim paulus é pequeno, pois fígado e baço som comparados.

Maço, maçante, pensamentos repetitivos originados pola disfunçom do órgão esplênico.

O maçarico é essa ave que anda na massa ou que é massa (dough bird no falar inglês da costa leste de EEUU), coa maça, bico, e que pode chegar a macerar-se ao andar sempre coas patas molhadas no limo e na lama.

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