Earth

Este escrito tem a ver entre outras cousas com a terra e o seu reparto, para compreendê-lo pode ajudar entender como era o reparto da terra no território que posteriormente foi dar na atual Galiza, em unidades de exploração agrária, e como a divindade era tida por território:
Lugares hedradas.

Estes lugares tem entre outros nomes, o de: eido.

Eido pode ser entendido graças ao galês:
Eiddew, eiddo, com o significado de hedra e com o significado de possessão, propriedade, e de pronome, adjetivo possessivo, partícula de reforço equivalente a sua e seu, ou de seu.
Este eiddo galês tem os cognatos: edenn, eidhean no gaélico, idhio no córnico, ilio no bretão. Com uma hipótese que provenham de um proto-céltico *edenno.

Ressaltar o éden que dizem hebraico .

O reparto da terra era em eidos e herdos, de feitura quase redonda, com perímetros de meia légua.

A etimologia descobre a cosmogonia que este jeito de vida tinha:

O radical erd-, e a metátese edr-
Por um lado temos herdo e herdar, e edrar.
Convém reparar que o herdo, a herança é um reparto, e edrar    
Igualar dos cosas en tamaño o grueso. Compensar en los repartos lo malo con lo bueno. Repartir con esa compensación. Hablando de las cancillas o sebes de la aldea, repartir la fabricación o conservación de ellas entre los vecinos. V. cast. adrar.

Outra palavra é édramo (que além do dicionariado que se pode ler indo à palavra enlaçada) é na comarca de Melide e Arçua uma sebe, edra-mo, -mo é um superlativo céltico ou protoindo-europeu: edríssima.

Se temos em conta a mutação da consoante inicial, edr- erd-, teria estas formas:
1. (h)edr- e (h)erð-, herð- 
Hedr-, vai dar na hedra e na divindade Era, que dizem tinha por totem a vaca. Era, Hedra que pode vir de um protoindo-europeu *gʰed na ideia de conter, ter em si, confronte-se com o verbo edere, que significa entre outras cousas descarregar, produzir, parir.
Do mesmo jeito que no inglês bear, é ursa ou urso, e to bear é transportas, levar, parir,

(h)arð-, é a ursa arcta.
Daí que a Hera grega na sua par romana Juno seja a divindade do parto, manifestada na "comadreja", a co-matrona , a (p)arteira.
Acostumou-se a ver a língua das Astúrias como marginal, e mesmo vulgar, com as suas múltiplas variantes como defeitos de dição, saindo desse preconceito, e na possibilidade de relicto berço, estas palavras dizem muito: artu, ertu e ortu, dão nome à silva ou silveira Rubus fructicosus, que também é dita no galego arto, nas astúrias esta palavra nomeia arbustos espinhosos, ao escalho, ao escambrão.
Na língua acádia, artu "ponla, rama".

Silva que foi tida por sagrada:
Arto bendito,
humeiro maldito
.

Plantas espinhosas que conformam as sebes e coroam e defendem os valados.
Ressaltar o horto como unidade agrária fechada, e de como a silveira cerca o horto, silveira que é ortu nas Astúrias.

Se o mato vegetal nomeia ao proto-céltico  *matu urso.
A urze está com a ursa.
O arto, artu, ertu, ortu está com a arcta, ou arctos.
Por isso na lenda de Macha, a que ganha na corrida às bestas, está prenhe, pois é a ursa-mãe, matha.
Macha como deidade não seria mais que outro epíteto da mesma manifestação, a feminidade no seu segundo passo, a mater.
Assim na língua antiga macha e macho são par, masculino e feminino.

Estamos indo para o núcleo acumulador, o centro da área de lavoura onde se guarda a colheita.
ἕδρᾱ no grego também transmite a ideia de assentamento.
Outras variações seriam o radical ert- / etr-, erz- / ezr-.
Com a possibilidade de que alguns étimos estejam aqui, arçua, está recolhido como tumulto, e algumas palavras arç-, como reunião, plantas que crescem em corro, arçaia.
Ercer: antigo erguer.
Eth no albanês, ainda que fica um pouco longe, significa propriedade.
E eth é o nome desta letra:
Ð
Que tem origem na escrita irlandesa, e que põe em relacionamento o signo do petróglifo, a marca da ferradura com a propriedade, aqui neste enlace esboçado o seu significado, e que semelha uma pouta de ursa com três unhas.

2. fer
ð- freð-, feðr-, há no protogermánico *friþuz que significa refúgio, santuário, paz.
Ferd, no inglês é uma hoste.
Frez no galego dá nome ao morango, com a forma freze, cognato do espanhol fresa, que é o mesmo morango, e freza, que é o acúmulo de ovos de peixe ou anfíbio nas águas doces.
No galês ffras dá nome a qualquer baga, no francês fraise.
No ramo germánico desta raiz *fraetaną é devorar, ainda que o remetem à combinação de duas raízes que no atual inglês seriam: for eat, confronte-se com o alemão fressen, devorar, gótico 𐍆𐍂𐌰𐌹𐍄𐌰𐌽, devorar ... que mesmo chegam a dar nome ao lobo ou ao furão.
Talvez aqui esteja Freia, a divindade nórdica, com tomtem na porca-brava.

3. verð-, vreð-, veðr- / berð-, breð-, beðr-
Bredar é mandar de jeito pouco amável, autoritariamente.
Seguindo polo alimento bread o pão.
Aqui está o verde.
Uma palavra deste grupo é vedro, que no galego dá nome ao valado, sebe dos campos de lavoura, além de ser adjetivo e significar velho.
Védramo, o aumentativo ou superlativo de vedro ou o que dá ideia de conjunto: bosque espesso, com as formas vedrâmio e e vedrão. Ao lado de bidrão, o vidoeiro, do que a sua gênese está aqui esboçada.
Aqui volta a aparecer a ursa no inglês, em bear, (b)ear, e a barba, beard, (b)eard, ... a barda, como vedação, do mesmo jeito que o vedro.
Está a qui a vrea, a verea, a vereda?, o caminho rodeado de vedações?
Voltando à Vedra, à velha, à divindade, teria que ver com a Vesta, com a
verða?, à da lareira, a que cuida de que o lume não se apague.

Está um jogo feito com pedrinhas roladas do rio, que é semelhante à taba, chamado vedrelhos, a pedrinha rolada é vedrelho.
Vedrelho pode ser uma lenição de pedra, pedrelho.
Vedra, pedra em lenição?
Se a vedra é a vétula, a vedra é a pedra, a mater feminina, pedra, pedro, padro, padre?




4. merð-, mreð-, meðr-
A merda talvez nalgum tempo esteve libertada da pejoração?
O medrar?
O vermelho o rei? A rainha e Rheia? A do fluxo, a crescente prenhada?
E talvez por isso que aqui aparece também a marta, outra mustélida divina?
A madre, a matriz, a martha, a matha...

5.1 perð-, preð-, peðr-
A preze, e a Pedra, a perra.
5.2
parð-, prað-, paðr-
Pardo e Padre

6.1kerð-, kreð-, keðr-
Aqui está a cerda, a cerdeira e Ceres....
6.2.
karð-, krað-, kaðr-
cardo




:
Que não haja ursos não obriga a que não haja a palavra para os ursos, pois também não há leões em muitos lugares mas é sabido da sua existência.
.
A ursa tem o seu nome verdadeiro como tabu em diferentes culturas,, assim é chamada de mixa polos eslavos, do mesmo jeito que aqui é assim chamado carinhosamente a gata; também "a comedora de mel", медведь, medved'....
Nas línguas célticas tem como raiz matu ou mata, recolhido no gaélico e gaulês. André tem um artigo sobre isto, com o "bicho do mato".
Chama a atenção o paralelismo entre a matha (plantígrada) e o mato (vegetal),
O mato vegetal por esse tabuísmo dá nome ao matu (urso)? Confronte-se:
mato- matu
urze- ursa
arctos-arto.
Arto no galego é silva, tem as formas artu, ertu e ortu no asturiano.
Arctus/artus no latim significa: estreito, coberto,confinado, denso
O protocéltico Artos, tem os descendentes:
arth, arzh, art nas falas celtas de hoje.
No mesmo paralelismo de vegetação que dá nome à ursa, no galego para este radical /arθ/ existe o arçal e a arçoa que soa nomes das carpaças e estevas, a arçaia que é o cantueso.
Interessante o nome de arçoleira ou ançoleira: mulher que anda de aqui para ali contando cousas.
Já a palavra arsedo, que dá nome ao letargo invernal do urso, dá a linha com artos, sendo algo assim somo "ursedo".
Por outra parte mata / matu, tem além do significado de ursa, no gaélico sob a forma matha o de porca parideira ou gironda, e mesmo mãe. Matha que pode ser lida Macha, com a lenda da mulher prenhe que ganha correndo aos cavalos.
Em certa forma a ursa representando a segunda idade da deusa, a deusa nai, enquanto a égua semelha mais ser a donzela.
Se os matos (ursos) despareceram na época glacial, nesse tempo a banquisa permitiria o passo desde estas costas a América?
Pois a palavra matu para o urso é dita nas falas sioux. Falas que segundo estudos origináram-se na costa leste e foram cara o oeste norte-americano. Povo siux que apresenta altas frequências do R1b.
Esbardalhe, loucura?

http://www.mcmahonsofmonaghan.org/the_name_mathghamhna.html
http://crlao.ehess.fr/docannexe/file/1757/matkwa_libre.pdf























Se mato, matogueira tem o matu matha urso e ursa
Se a urze tem a ursa
Se o arto tem o arctho
A barda tem o esbardo.
Barda que é também um volume de tojos e silvas, uma sebe temporal de cultivos, mesmo uma silveira fazendo de valado



bardiom também se relaciona com esbardo...

Esbardu além de ser a silveira no asturiano também dá nome à cria do urso e à cria do lobo. Com o adjetivo bardu, barda, bardo, que á nome à cor amarela clara das cabras, à cor que no galego é chamada de marela. Confronte-se a proximidade entre bardo e pardo.
Assim esbardalhar na ideia de destroçar, desfazer, usado sobretudo para espareger o esterco no terreo, tem o seu parente em espardalhar no Minho português, com o significado de espalhar à toa.

O protocéltico, ou o céltico mesmo, tem as mutações das consoantes iniciais, que seguem um sentido lógico:
de diante para trás e de trás para diante:
P B/M V/F GH/H.
Então de artha, temos ghartha/gartha/ga(r)ta, fartha?, bartha BARDA, marta/MA(r)TA, e partha PARDA.

Parda: urso-pardo.
Barda: cor amarela brilhante da pelagem das cabras; sebe, silveira. Esbarda, esbardo: urselo
Marta: mustélida. Matha: mai, ursa, macha.
Arta, Arcta: ursa: Arto: silveira, mato espesso
Garda: Guarda, gardunha. Topónimo: Gárdoma
Jardão: azevinho. Sardão
Chatum / xatum: cheiro bravio

No gaélico há duas palavras para dar nome à ursa, art e matha / math, de um proto-céltico *matu.
Matha além de dar nome á ursa, dá nome á nai(?) e à porca máta


Também na família das línguas siux existe a palavra mato para dar nome ao urso:



Neste mapa está recolhida a dispersão das línguas da família sioux, línguas que nomeiam ao urso como mato.
The relationship of Siouan to Catawba and Yuchi (Rankin 1998) suggests an eastern origin for this family, with subsequent spread to the west by Mississippi Valley Siouan,Mandanand Crow/Hidatsa.




https://csd.clld.org/parameters/1124#4/39.57/-91.32







Estas coincidências entre o nome do mato, (monte) e o *matu urso, (do mesmo jeito que seus paralelismos de arctos e arto, e urze e ursa) e ainda mais esta coincidência com as línguas siux...
Obriga a pensar numa origem na última glaciação, quando a banquisa  chegava ao Cantábrico e unia Europa com América.
Momento talvez no que houve o fluxo genético do R1b?






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