Tem três ânimas vedelhas, a Galiza:
Vedelha é a guedelha de lã, a lanígera anha, o gado vidente, a ovelha.
Vedelha é a vitelinha, la vedella català, a vaca.
Vedelha é a godelha, a chiva cabuja, a cabra.
Um diminutivo carinhoso para a palavra *veda?, *vedícula?
Veda no sânscrito, vai mais alô do que é visto, veda é o percebido por todos os sentidos, o conhecimento, o saber sagrado.
Veda é, entre muitos significados, além dos famosos livros, o adquirido, o obtido, os bens, a propriedade.
Veda tamém é algo humilde, umha simples sandália ...
Confronto veda sânscrito com a plurivalente vida do falar rural, onde vida, além de ser este tempo existencial, é fazenda, assuntos domésticos, comida.
A trindade ruminante, espelha-se nas três gunas: Satva, Rajas e Tamas, as três qualidades fundamentais da massa, da matéria, do substancial.
E entendo como o controlo cultural de rígidos moldes que fum habitando nestes dous últimos milênios na Europa, conforma, deforma-me ...
Rumear, remoer, ruminar é voltar sobre o adquirido.
E estes três jeitos de voltar sobre o adquirido estivérom em desequilíbirio, estám ...
O modo da cabra de voltar sobre o saber foi fortemente reprimido. A cabra, o bode, o cabrom, símbolodo do daimon, do demo, do mensageiro em movimento, fôrom enviados para o inferno.
Assi a doída do sentimento, a cabra-louca é fortemente negada.
É a godelha: Rajas, açom.
Logo depois vem a vaca, que na Índia é sagrada, na Galiza tamém, mas é umha sacralidade punida desde o catolicismo, onde o conto do bezerro de ouro é censurador do seu culto e cuidado. A vaca volta sobre o saber, rumea, e deixa-se fazer, enjuga-se ou enjugam-na?, é a vaca: Sattva, a nom-açom.
E temos finalmente o Agnus, a ovelha, a inaçom: Tamas. O Cordeiro de Deus, o que se deixa guiar, característica da massa inativa que foi promovida, o rebanho de ovinos tem sido modelo.
"A natureza do guna tamo é verificar ou retardar, porém não se deve pensar que se o movimento é ascendente guna tamo está ausente".Desde o meu mestre cabra, turro, gurro, conta a inaçom.
Agora inclino-me, e sei da sua necessidade.
Sei tamém que o Catolicismo levou o Anho ao altar, Agnus Dei, deixando as outras vedelhas para papeis secundários na sua interpretaçom da Maya. O boi do presépio o do acalento e o do trabalho calado; e a cabra para ainda mais longe, tam longe que inclusive lhe foi proibido o Céu, ela a má do filme.
Sei, pola ovelha, que é necessário um equilíbrio, umha vezeira de vedelhas variadas em harmonia silvopastoral.
Sei que o que foi, foi, e o que é, é.
Ó Grande Boi, ó NANDI!!
Vāhana!
Ó poder da Sattva!
Prostro-me.
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