Dálua vaga doida polas branhas ermas e solitárias da Eirim, entre as altas urzes, reflete sobre o seu ser e sobre o divino. Nada entende, mas não pode parar esse fluxo contínuo de ideias e pensamentos encadeados. A dor punça baixo o arco das costelas, no cárcavo esquerdo, do estômago ao coração, britonicamente enferma de existencialismo, partida. No alto o Curli anuncia ...
É para os irlandeses, o corcach, um nome do maçarico.
O cor-cach, o outro coração, o outro giro, o outro turbilhão, o outro contato, o outro casamento.
Nomeiam o maçarico também como "o gemido da tristeza", ou "o pranto musical", guilbhron e guilbinn, conhecido como "o duende do longo bico", the bogle withe lang neb.
Símbolo da fada louca Dálua, a que desconhece o mistério divino.
A fada louca Dálua da mitologia céltica, tem ambivalência, pois dálua é "a relativa à lua". E lua nos gaélicos falares tem o significado de ponta-pé e baço.
Por isso, na cantiga galega, o maçarico dá um ponta-pé na cabra morta, a cabra é louca por natureza, louca reflexiva e louca irreflexiva, a cabra é morta, e com a patada volta à vida.
É o gemido do maçarico maçante?, pois é maçante a dor do ponta-pé no baço, e é maçante a excessiva atividade mental reflexiva em giro e volta sem saída.
A cantiga tradicional galega está cheia então de significado, o maçarico maça no baço da louca cabra, que crendo-se morta, revive dizendo: Me!!
ME!!, é autoafirmação, me som EU.
Alegrar a paxarela, facer bulir a paxarela, som ditos populares para dizer que se está contente e que a ledice se manifesta.
Voltamos ao númen, onde nume é o aceno da cabeça, a afirmaçom, o afirmativo.
Por isso o escriba é o que tem a cabeça de ibis, o maçarico do Nilo, por isso o nosso maçarico pica no carvalho, no Deus, até dar com um grãozinho, um conhecimento, que leva ao moinho, o moinho do inteleto, onde mói e remói, e os ratinhos roem, todo um maquinário, que maquina e esmiúça até farinhá-lo alvo.
A escriba e o escriba com os seus ponteiros, peteiro, assentam o livro do saber sobre a matéria, madeira, o deus Thot e a deusa Seshat, (o mandril, o maçarico, a madeira e o papiro). Os das mentes matemáticas e os que grafam o conhecimento reflexivo, os atlantes construtores e sábios.
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