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Nudra



Um nome raro para a lontra é o de nudra.
também ludra, alôndrega, lôndriga, lôndria, lontre, núria...
Do latim lutra dizem derivar lontra /londra...
Noutros idiomas europeus a Lutra lutra tem estes nomes a ressaltar:
Albanês: lundërz
Asturiano: llóndriga
Catalão: llúdriga
Italiano: lontra

Antigo irlandês: doburchú
Bretão: dourgi

Lituano: udra
Língua letã: ūdrs
Checo: vydra
Russo: вы́дра (výdra)

Sueco: utter
Inglês: otter

Ocitano: loira


Se atendemos à palavra ludra, pode dar uma ideia da origem da palavra que:
Ludra é nome da sujidade, da imundice, mesmo das defecações, do fango, lodo ou lama, com as variantes ludre e ludro.
No galês |llwtra "lodo" e no gaélico escocês ludair "enlamar-se, rolar ou revolcar-se no lodo"
Ludra também é um pegamasso, aqui há que considerar grude como parente.
E ludra é a churda, a gordura da lã, que do mesmo jeito que chouriço / lhouriço, leva a pensar num étimo comum que modificou a consoante inicial, seguindo as leis da mutação do céltico.
Na metátese de ludre temos lurde, e o lugar santuário de Lourdes.
É por isto que no occitano a lontra é dita de loira?, leia-se neste link; a gênese do nome do rio Loira.

Assim a podridão, a putrefação, o podre está ao lado da lódrega, da ludra, do lordo, lodo, lorda.

A nudra sob as mutações do gaélico atual poderia ser explicada a partir de uma forma tal como zudre, *dudre, *gudra (grude), *fudre (fodriqueiro, fudre, futrica, futrar, futres):

/d̪ˠ/ → /n̪ˠ/
/dʲ/ → /nʲ/
/ɡ/ → /ŋ/
/ɟ/ → /ɲ/

O que levaria a uma hipotética *dʒũtra em mutação de consoante inicial.
Estaríamos na chê vaqueira, que seria realizada nhũdra / lhũtra, como passo intermédio antes de cair em lontra, lutra, nudra, nutria.



Le moyen-breton connaissait les mutations nasalisantes comme le gallois. Cependant, elles sont devenues extrêmement rares en breton moderne, au point d'avoir quasiment disparu.

Il reste la notable et exceptionnelle mutation de dor (« porte ») en an nor (« la porte »), la seule à être écrite, selon les normes du moins. Mais localement, d'autres mots vont voir la consonne d se nasaliser après l'article : den (« personne ») dans an nen (« on »). Ceci est dû au fait que la nasalisation de d était l'une des plus fréquentes en moyen-breton.

Esta hipótese põe em relação o nome do rio Doiro com o nome do rio Loira.
Loira que é suposto derivar do nome latino Liger ou Ligeris e que contra diz esta hipótese, a não ser que Liger latino fosse uma transliteração da fala gala "loire", com pronuncia do erre à francesa atual (rheada).
A lembrar doiro que no galego dá nome a uma corrente de águas pluviais intensas.

No bretão a lontra tem de nome dourgi, (confronte-se com loira no occitano, na ideia de mutação d-l).
No gaélico irlandês doburchú, formado por dobur e , cão de água.
Esta raiz dobur, no gaélico irlandês não perdeu de todo a ideia de sujidade pois dobhar é também adjetivo com significação de escuro, sombrio, sujo.
Esta raiz céltica para a auga (suja?): *dʰubrós, está no nome do rio Dubra na Galiza.
À par deste "cão de água" *dʰubrós-*kū temos no galego o nome do lubricão que é nome do porco-teixo.
Onde *dʰubrós seria realizado *lubrós, *lubri em genitivo, e nomeia a porcaria, (atenda-se ao lúbrico, como porco) e *kū é o cão.
No asturiano de Somieu, ḷḷurbizu "desajeitado, desasseado, de mau aspeto", esḷḷurbizau "desgrenhado".
Aqui entrariam as palavras lúrpio e lúrpia?

Assim o porco-teixo é o "cão da sujidade", ou "cão-sujo" na "tradução céltica" de lubri-cão.
Confronte-se com lubre, o escuro(?) bosque sagrado.
Aqui estão as palavras dubieira e duba. Duvieira é a torrente, e duba o muro de terra (na frequente relação tipo vala / valo).

A outra palavra para auga nas falas célticas é uisce, (whisky) que provém de um protocéltico *udenskyos que por sua vez procede de uma forma intermédia udén- do proto-indo-europeu *wódr̥.
Aqui vêm-se duas camadas culturais.

Ludre é a porcaria, as augas sujas, com as formas, zudre, zoldra, sudre, xudre, podre, churda, gudre, ....dá para falar da forma udre:
Udre, porcaria, detrito.
A falar de sudre que é suor fétido. Sudre que dá a clave da origem etimológica de suor, nesta raiz de augas sujas.
Poderia ser construída a mutação da palavra com esta série, que remeteria à hipotética forma falada anteriormente de *dʒũtra.

Urina, como água suja, pode estar por aqui.
Nas falas gremiais da Galiza (baralhete, fala dos arginas) a auga é dita: aureta, oreta, oureta, ureta, ura.
De procedência basca é tida a origem, nas suas formas ur e ura.
Que poderia dizer isto?
O nome da auga sob esta raiz auret-, ficou relegado para a urina, ou para a água suja.
Mesmo para águas enlodadas, sujas e porcas, águas de onde era tirado o ouro.
O orvalho estaria por aqui?

A lontra nas falas eslavas tem a raiz vydr-, do proto-báltico-eslavo *udros, que significa auga.
No galego esta raiz aparece na palavra: údremo (inchado, loução, viçoso, a falar de plantas e frutos) com a variante ídremo.
O intercâmbio de údremo a ídremo que ocorre no galego, é fóssil do passo do proto-indo-europeu udr- a hidr-.
Údremo, descompõe-se em udre e -mo, udre é auga e -mo é o superlativo céltico, assim údremo é o umidíssimo.
Údremo que também é nome do odre, utre, e que tem fudre ao lado.
Com o verbo latino udare que é molhar, humidecer.

Aqui a relação com os nomes germânicos da lontra, otter em inglês, aparece, na raíz proto-germânica *utraz, que vai outra vez na ideia de auga.
A auga em inglês water, provém da raiz germânica *watōr, por sua vez do proto-indo-europeu *wódr̥.
Tanto a raiz *utraz como a raiz *wódr̥, confluem em udre e gudre.
Quer dizer que seguindo as mutações da consoante inicial: gudre é realizado como ghudre (gheada) para finalmente ser hudre ou udre.
Este gudre como gordura suja untuosa da lã, tem a ver com gorda, apenas por metátese do erre. Quer dizer que o gordo inicial não foi a obesidade, foi a graxa.

Para ressaltar um dos nomes em gaélico escocês da lontra: cu-odhar, literalmente cão-pardo, cão-amarelado.
Odhar
tem esta pronúncia: /o.ər/ . Ideia desenvolta no escrito deste link onde a minaria e as augas toldadas deram tantas palavras.
Qual é a ideia que todo este barulho me transmite:
Houve uma primeira palavra para auga, que sob uma segunda camada cultural, ficou relegada a auga suja, como pexego é o melocotón de inferior qualidade no conflito de língua A e língua B.
*dʒũtra com o significado de água teria que levar ao lado um outro nome, na probabilidade que fosse algo semelhante às formas célticas estudadas anteriormente *dʒũtra-*kum.
Lôndriga explica-se desde o latim como um diminutivo de *lutra, *lutrica, mas bem poderia ser lutra-*ca, sendo *ca cadela?

Atenda-se à proximidade de *dʒũtra com truita.

Sobre zoldra, é para ter em conta a forma goldra, e mesmo toldo, (turvo, toldado), e partindo daqui: toleiro, como lugar de lama, mesmo o topônimo Toledo.
Choldra que é nome do caldo mal temperado, mal feito para a parte de Trás-os-Montes, também está nesta raiz.
Chafuldra? Atenda-se a -fuldra. chafurda?
Que significa o cha- inicial?, ou derivaria de chaf-, (chafar) e urda?

Outra porta é aberta com a palavra llwtra do galês que dá nome á lorda, ludro ou lodo, e que relaciona o lúteo com a lama e com a lutra. Llwtra tem ao seu lado rhutra (1) com o mesmo significado.

O topônimo Dodro? Poderia estar na mesma raiz, referindo-se à grande zona branhenta beira do rio Ulha, já ria, que em tempos talvez não muito recuados, foi um grande lodaçal.

Sobre a linha do celta-p: putre, há butre, voitre, aboitre..., no latim vultur, murtus, múrcia e múrcio.
Então é aqui que celta-p e celta-q ainda não se diferenciaram o suficiente?
putre / cutre?
Atenda-se a cotra como porcaria sujidade aderida na pele ou roupa.

As formas da lontra com ene inicial: nudra, núria, nutra, no espanhol nutria:
Dão a ideia de que o étimo suposto *hut(e)ra, era realizado com forma nasal ou lateral, assim dele saiu nutra e lutra.
Que tem a ver a lontra com a nutrição?
Se recuamos nas camadas anteriores culturais, estávamos com que a raiz de todo este embelenhamento da água, (as águas sujas, águas correntes, e lodos e lamas), chegamos a údremo, aqui está o útero, e o latim nutro, a nutrição inicial que antes do que um conceito abstrato adotado pela ciência moderna, tem a ver com amamentar, mas também com cultivar, (com regar?).
A auga como o nada?, ou nata e a natação, sairiam deste *hutre, nutre.
Leia-se que nado em galego é inundado, o que diz que ainda que não se conserva dicionariada: nadar é inundar. Nata pudo ser na camada cultural anterior o nome mesmo do leite, para depois ficar apenas para a tona.
Confronte-se com nut em inglês.
Sendo pois a nada ou o nado o que sai coa auga do parto do útero.
Nessa cousa da hipotética realização do u de *uter de forma nasal ou lateral, comparem-se útero com ulterior e com o inglês under, e unto, como banha de porco.
Tem a ver a nora com esta ideia de água nutrícia que sai do radical nutr-?

Confronte-se a lontra com o seu nome germânico otter, de etimologia em *utraz, do protoindo-europeu *udrós, no sânscrito उद्र (udrá).
Aqui caberia pôr o gaélico odhrán "animal pardo", na linha dos epítetos genéricos de cor a dar nome a um animal tabuado, odur + -án literalmente "pardinho". Onde a adjetivação de pardo pode vir da auga terrosa neste escrito tratada.

Lorbé:


Neste mapa sombreado, topográfico podemos ver três regos excessivamente fundos para os regatinhos que por eles correm, na suposição de terem sido regos de mineração de um cone que acabaria no porto de Lorbé, um dos regos de mineração difuminado pola agricultura posterior sobre ele.
Lorbé poderia ter uma origem em sujidade das augas, pola tal minaria.
De um *dʰubrós, "escuro" e "auga"; com as formas que explicam e ajudam a perceber a génese como: dubeiria "torrenteira", e na variação d/l adluvio latim "enxurrada", lóvio "cova, sepultura", como o asturiano  ḷḷurbizu "desajeitado, dessasseado, de mau aspeto", esḷḷurbizau "desgrenhado", lôbrego "escuro", lubrinhar "choviscar" confrontado com barrufar, barruçar com o mesmo significado.
Que vão dar a augas escuras ou augas porcas.
Que tem em comum Lorbé de Dorneda (Oleiros) com Lorbés de Salvatierra de Esca (Aragão)?




Na Aquitânia:
Lurbe e Sent Cristau






PIE *dhub-ro- ‘deep’ (what is deep when viewed from above may be taken as high when viewed from below, cf. Latin mare altum or English high seas) a derivative of PIE *dheub- ‘deep’ [: Gothic diups and English deep, Illyrian dúbris ‘thálassa,’ Lithuanian dubùs ‘id.,’ daubà ‘ravine,’ duobė ‘pit, hole, cavity,’ dùbti ‘be hollow,’ Welsh dufn (< *dhubni-) ‘deep,’’ OCS dъbrь ‘abyss,’ dъno (< *dъbno-) ‘ground,’ Alb dēt ‘sea’ (< *dheuboto-)







Este é um mapa do rio Zobra, também grafado como Zovra, na freguesia de Zobra, correndo ao pé da aldeia de Zobra.
in villa que vocatur Zovra sub parrochia sante Marine de Zovra in terra de Decia
(Romaní,Oseira/3 (u) 1272-3-29).

https://es.wikiloc.com/rutas-senderismo/zobra-minas-e-carballeiras-lalin-6783971/photo-3794765

Zovra, hidrónimo, e zoura, substantivo comum, poderiam ter a ver com a raiz aqui estudada ou desenvolta: *dʰubrós.
Pode ser confrontado com zoura / zoira "diarreia" (e as suas variações foira, foura, esfoira...) com referência a esse primário *dhubros "águas sujas".
O rio Zovra poderia ter levado o nome por ser um rio toldado da minaria anterga. Minaria anterga que seria aprofundar o leito dos regatos que baixam dos altos.

Nascimento do rio de Sobra, que forma o Urdón na bacia do rio Deva.

A confrontar Zobra / Zovra  / Sobra com o rio Dobra nas Astúrias, já transparente como hidrónimo nascido de *dhubrós.

Zoura como evolução de *dʰubrós, ajudaria a perceber a relação de doiro ou douro como hidrónimos antes de relacionados com o ouro (d'ouro) relacionados com águas toldadas ou simplesmente "rio".
Assim o grupo de correntes pluviais ou toldadas e nomes de rios: doiro, idoiro e odoiro, doira, duira, duiro, seriam realizações de *dhubros / *dhuvros, como também seria zoura e zovra.
Seria possível aventurar que a palavra zurro / surro teria esta mesma raiz como origem

Grego τῠ́ρβη turba e a sua suposta evolução no conceito de turbidez terá a ver com *dʰubrós?












































Sobre a Santa Núria, recebe o nome do vall de Núria na Catalunha.
O nóme de Núria é visto relacionado com o basco norra, com o topônimo de Andorra. No vale de Núria houve um lago, por derretimento do antigo glaciar e a sua morena cegar o curso, o rio tinha aberto parcialmente o passo, mas seguia havendo lago. Nos anos do franquismo foi construído um encoro.



(1) No galês a pronúncia llwtra e a pronúncia rhutra, ambas palavras para falar da lama e lodo, pode ser de interesse:
/ / afrente / ɬ /
É aqui a cotra?, ou a cotra deriva de costra/crosta?


Chouriço

Por mais vezes já, remexendo nas palavras, acho um lugar de gênese, berço, ou arcaísmo vivo que explica.
Ocorre nas montanhas, em diversos lugares, acontece nas serras das Astúrias com Galiza, na zona da cultura galega em transição, vaqueira e tsacianiega, e é por essas terras em Sisterna, (concelho das Íbias), que o chouriço tem o nome de lhourizu, onde o som do ele-agá /ʎ/ é feito doutro jeito /ɖ/.
Estas pessoas falan-nos do /ɖow.'ɾi.θo/.

Do que se fala?
Há algo mais.
Há um jeito de forças polares atuantes, que no tonal da realidade, nos campos mais exteriores manifesta-se na separação, no enfrontamento, por exemplo dentro da própria individualidade, ou na briga de uns povos com outros, ou o confronto de uns estados mentais comuns, por vezes injetados, manipulados, contra outros estados mentais do mesmo jeito absorvidos, focados num centro emissor ao qual entregam as suas energias, estados mentais focados, agrupados em diferentes centros, limitados.
Nestes choques de estados (mentais) há um fluxo de forças, na que um núcleo cultural, econômico, religioso..., um centro de poder X chega até a raia, onde bate com as ondas de outro núcleo de poder Y.
Em esquema:



Polo que for...
Assim estamos construindo o mundo.
Mas esses muros devem cair.
A realidade são camadas, estratos sobre estratos.
Uma grande cebola é o real, de matos e bosques superpostos, enguedelhados.
Na ideia da radicalidade, do Eburos que fura o mato, do Varaha que fuça buscando o que se conserva, o que deve ser conservado, a raiz nutrícia que sustenta e sustém:
São arrincadas chotas de esterco, que irão fertilizar, e no profundo, a alfaia simples que foi no seu tempo, vira talismã.
E os pontos, linhas, raias de choque entre os núcleos X e Y deitam o seu fruto antigo, como vasilhas com sementes velhas que podem voltar a germolar.
Pois na camada velha e profunda, nos primórdios dos núcleos x e y, minúsculos na altura, quando o acúmulo de poder não era obrigado quando outros polos não eram subditados, quando Mercúrio era um deusezinho amigo dos lares,  antes de que começasse a abrir e guardar para si as mensagens, quando era Lugh quem abria os caminhos, para que a energia não se estancasse, quando o fluir reinava....

A tal chamada chê vaquera, esse fonema velho, está em relação com os étimos latinos, ou célticos que levam estas consoantes:
l, ll, cl, pl, fl.
O lhouriço, seria pois o que os latinos chamaram de *lauritio, algo que tem a ver com a cor loura do chouriço, com o loureiro, o louro, e que é de cor loura?
E tal seria?
Não existindo a pimenta, a carne era adubada com loureiro fundamentalmente?
A lembrar que lhouriço antes da hegemonização do foco de poder espanhol, (falo do espanhol pois é na zona de influência deste estado (mental) que isto ocorre), poderia ter todas estas realizações fonéticas:
/ɖow.'ɾi.θo/
/ɖʐow.'ɾi.θo/
/ʈʂow.'ɾi.θo/
/t'sow.'ɾi.θo/

Então como se explica que chouriço exista no galego-português, e não seja chamado *louriço ou *loiriço?
E no espanhol onde está o *lauricio?
Poderíamos buscar outros étimos, do tipo llaur-, claur-, plaur-, flour- no céltico ou no latino.
Poderia ser a flamma latina que estiver por cá?

Outra palavra que pode ajudar a buscar a etimologia é choura, enchido de bofes, com a variante choula, e chourela: chouriço de cabaça.
Chouriço é remetido a um étimo sorex, soricem do latim.
Também choulã, / t͡ʃou.'laŋ / e / t͡ʃou.'la / que é um enchido de bofes.

Outra palavra é chourelo, de Trás-os-Montes, uma morcela de sangue e mel.
A destacar o choilão, outro nome para o enchido de bofes,  /t͡ʃoi.'laŋ/, onde aparece o par -oi-, no canto de -ou-, como noutras palavras galego-portuguesas,  (loiro / louro), e onde o intercâmbio -r- / -l-, o rotacismo está.

Palavras estas: choura, choulã, chourelo e choilão, junto com chouriço, que levam a pensar numa raiz  chour- / choul-.
Por exemplo:  o choilão e a choulã, levam a *choulana / *choilano, algo que provém duma raiz que estaria entre estas: *choula, *choulo, *choilo, *choila, *choura, *chouro, *choira, ou *choiro.
*Chouro que é de um hipotético *llouro, (lloru
/λo’ru/, em Los Carriles, Concelho de Llanes, é o louro ou loureiro), confronte-se com o lloureru, asturiano padrão, o nome do Laurus nobilis, e com um dialetalismo dele no concelho de Valdés: chourieiro.





L.lourizu, remeteria a um derivado de l.louro é nome do loro, do tamoeiro feito de carvalho novo envolto e anoado sobre si.
Na preparação do loro, é "cozido", enqueirado no forno para poder dar-lhe firmeza e podê-lo retorcer bem.


https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals/1d/4a/a6/1d4aa6fbde06eeea7ffa2e94a021bf9b.jpg


Para falar disto há que misturar os conhecimentos em palavras tirados da cultura galega e da asturiana. Esta cozedura que fai do carvalho um loro /lôro/ nas Astúrias fai um llouriu. No latim a palavra de origem é loreus "correia".
No galego há os verbos lourar, lourear, alourear, alourar, delourar e delourear que tem à ver com "chamuscar", madurar ou secar ao sol, pôr louro, orear (que na Galiza é ourear).
Então a etimologia para o loro do jugo é que está "lourado"? ou deriva de loreus?, foi antes loreus ou loro?, o loro não é de loureiro, ou talvez tenha sido. Mas o nome de loureiro como planta semelha não ser primário, o loureiro é assim chamado pola cor loura, cor loura que é primária e que nasce da mesma raiz que o ouro, e tem a ver com a diversidade de "cores novas" que no lume aparecem diferentes da natureza geral, é por isso que o adjetivo loura, ao igual que roxa, tem tantas gamas de cor que podem ser assim chamadas, ambas as cores relacionadas com o lume, com o forno.
Loura: entre dourada e castanha
Loura: entre castanha escura e vermelha
Loura: entre castanha escura e negra

A língua latina deriva laurus de δάφνη (daphne). A cadeia etimológica pouco clara.
No francês antigo o loureiro foi lor.
Atenda-se que outro dos significados de loura: "água loura" , é a água toldada, turva, lodosa. Aqui tem a ver com o rio Lor, que neste enlaço é escrito.

O que leva a pensar que a etimologia greco-latina para o loureiro é errada. O laudus é feito com o laurus, e também o lorus é feito com laurus?
Leva a penar no "ouro" ou no processo da minaria do ouro. Rio Louro?, Louro de Muros?

O loro do jugo, tem etimologia latina, ou cognato latino em lorus lorum, que para o latim é derivado de vlorum e vlārom.... nomes para correia.

No galego lorear é combar a madeira, empenar-se uma tábua pola calor ou ao se secar logo de ser feita por estar a madeira da que saiu ainda "verde".
Na coerência o loro, tamoeiro, lorea-se no forno, retorce-se no forno.
Quer dizer que o loro e lorear nascem juntos na ideia de torcer com calor, do mesmo jeito que lourear.

Outra possibilidade é que lhouriço seja douriço, dourado.
Do mesmo jeito que deixar e leixar pode ser que tenham nascido da mesma palavra. O que faria irmãos os rios Deça e Leça, o Louro e o Douro.
Na cousa da mutação da consoante inicial os rios seriam Deça, Leça
(assentamento these?)
Que implicaria?
Que o étimo para ouro tenha sido uma palavra sob as leis de mutação da consoante inicial:
De uma séria tal que: tauro, dauro, lhauro, lauro, zauro, jauro, rauro, hauro, auro.

Confronte-se cadrar, /quadrar e calhar cal.lar:
0001 A tía Capicheira (6:15). Basilisa González Menéndez, 90 años. Ibias-Astierna (1992):
http://redmeda.com/web/?page_id=4329



Na linha céltica: claeardeb no galês significa calor, tepidez, mesmo frescura
Claeardeb que é formado sobre a raíz claear.
No gaélico láth é a calor do cio.

Lugh, Lugo, Lughp, o luro louro?
loiro?

Couriço "de coiros": chouriço?

Dos rios Lor e Lôuçara. E da louça.

Sobre a possível etimologia do nome do rio do Courel.
O rio Lor nasce na freguesia de Zanfoga, (Zebreiro) no lugar de Fonlor, vai em direção Sul, Sul-oeste, correndo por uma falha profunda,  até afluir ao Sil.
A etimologia do Lor, fai pensar no ouro, numa ideia à francesa ou à catalã de l'or, (o ouro), pois houvo em tempos muitas minas de ouro na sua contorna, como a de  Toca (2), a de Turíbio / Torúbio, Romeor, e bem muitas mais....
Igreja de São Martim de Zanfoga. ( http://www.panoramio.com/photo/13494783)
Nesse falar anterior ao latim, a ideia de que a sequencia "or" definia o ouro está...
Nos idiomas próximos, a aquele galaico falar pré-latino, temos a palavra ouro assim:
Basco: urre.
Berber: urɣ (urgh).
Bretão: aour.
Córnico: awr.
Catalão e francês: or.
Gaélico irlandês: ór.
Normando: or.

Sim, a minaria furou esta zona por onde o rio Lor decorre, pois a falha profunda deixou grandes afloramentos, vieiros, veias de minerais.
Na zona alta da sua bacia, em Rubiais, houvo até há pouco uma grande mina, que nos anos oitenta não foi famosa, ainda e todo, pola rotura da sua grande balsa de decantação que deixou ir polo rio abaixo resíduos tóxicos.
Na zona as gentes lembram como a balsa com paredes de terra pisada cedeu, e um vizinho de Zanfoga, que ia com o trator por um camim sob ela, conta que se salvou de milagre; pois todo escorreu e rebentou ao pouco de ele ter passado. Indo dar as augas enlamadas e os lodos ao calce do rio, e polo rio abaixo, poluindo sem repercussão informativa.

O acontecido no rio na atualidade próxima, levou-me a pensar que tanta minaria do tipo "ruina montium", na altura romana teria convertido ao Lor num rio de lama.

E, é na ideia de que o conceito lodo, e não o do ouro, está baixo o nome do rio Lor.

Há uma história oficialista, que com a louvança da grandeza da Roma, nos cega para outras enxergas.
Assim a relevância metalúrgica desta parte, chamada polos Romanos Gallaecia, agora chamada de Galiza, Minho, Trás os Montes, Astúrias e Lleón..., talvez tenha sido maior do que se pressupõe para um povo de campesinhos e gadeiros, ilhados em castros...
A feitura disto ...
Extremo de um torques, achado em Santa Tegra, (A Guarda).  (Diâmetro aproximado de 4 cm).
...tem de ser realizada por pessoas especializadas, quem por costume tenham o trabalho frequente de ourives.
Quer dizer: uma sociedade na que há trabalhadores especializados na ourivesaria, tem que estar estruturada para que isso ocorra.
Nesta sociedade, o operário ou operária do ouro, não era quem ia buscar o ouro à mina, ou batear as pevidas nas areias dos rios. O lavor é tão especializado que leva a pensar em algo mais complexo do que gentes vestidas com peles, e tecnologias simples.

Assim o rio Lor, já talvez se chamasse de Lor antes de latim nenhum.

Na ideia de estar o lodo debaixo do nome do rio temos esta sequência de palavras:
Latim: lutum, (com o descendente atual lodo), do verbo luo, (lavar, purgar), e já no grego o semelhante:  λούω (louō).
Irlandês: loth (lodo).
Bretão: lor (sujo).
Ocitano. lord (sujo).

Indo rápido às falas astures, da raiz lord-:
Enllordiar, enllordar, enllurdiar: sujar de lodo, manchar.
Da mesma raiz que o irlandês loth:
Lloza, llouza : lodo, barro. Barro fino do que se fazem vasilhas. Vasilhas vidradas. (1)
Lluoza, llueza: lodo, grande poça de lodo, lama dos caminhos, sujidade.

No galego atual, ainda há palavras desta raiz etimológica?, onde o lord- vai na ideia de sujidade?
Bem, talvez a etimologia ocitana olhe para Roma, na vez de saber-se continuadora em parte do gaulês, e lord, como sujo, seja derivado de lutum  ou de luridum...

Vejamos uma sequência de palavras galegas sobre a raiz lord- e a sujidade:
Lorda: lixo, mugre, sujidade.
Lorda, lordeira: mancha de barro na roupa.
Lordal, lordeira: terreo de lama, de lodo.
Lordeirar, enlordar: sujar-se de lorda, de lodo.
Lordo, lordeiro, lordenio, lordento, lordão: que anda sujado de lorda, porco.


Lordelo em São Matéu de Toutão, Mondariz, vizinho da freguesia de São Cibrão de Paredes.
Aparece na época medieval um Laurdello na zona do Porto, talvez a atual freguesia de Lordelo (concelho de Paredes).
Lordelo do Ouro, freguesia que a cidade do Porto engoliu, pode dar uma ideia do que foi?, um lugar de mineração do ouro, no que houve muita lama?
O Lordelo de São Martinho de Ogrove?, havia, há muita lorda na enseada de Esteiro?
Lordelo em Desteriz de Padrenda?
Lordelo em Paredes (Porto)?
Lordelo em Guimarães?
Lordelo em Amares?
Lordelo em Arcos de Valdevez?
Lordelo de Cima em Valença?
Lordos em Viseu?
Llordal em Avilês?
Llordón em Margolles, Cangues d'Onís?
La Lurda em Garcilhernández (Salamanca)?, dita derivada do medieval Muedra (5).

Numa possível variação da raiz lord- a lurd-, temos:
Lúrdio:  grassumada, gordura da comida, das potas de cozinhar, comida pouco apetecível, pessoa malfalada.
Lurdo: trabalhoso, pesado, dificultoso, fatigoso.
Lurdada: moléstia, trabalho difícil, tarefa cansativa.
Lurde: sujidade da lã.
Enlurdiar: sujar de lodo.
Loura: toldada, turva, lodosa.
Nestes topónimos paira a palavra louro e loureiro. Louro está na ideia de antes de ser a árvore é nome da lama e da sua cor?, e daí passou a dar nome ao louro louro-eiro?

Com esta raiz lurd-, há no latim luridus e derivados, que dão a ideia de amarelo pálido, de macilento...
Mas, para que ir dar a Roma?
A rota etimológica de: sujidade (lord ocitano, loth irlandês) ; amarelo pálido do barro (latim lurid-); e novamente sujidade: lurde, lorda, é um pouco complexa.
Mais bem seria assim: sujidade e lama (loth irlandês, lord ocitano, lloza asturiana, lorda galega) ; amarelo pálido do barro; amarelo (luridus latino, loução galego)

Da raiz lorz-, (lembremos o irlandês loth):
Lorza: sujidade na roupa branca.
Enlorzar: encher de lodo.
Também no galês com o verbo llwydaf e llwydo com os significados de
Ficar cinza ou castanho
Tornar-se turva ou lamacenta (a água)
Pôr-se pálido, desvanecer-se
Envelhecer, deteriorar-se, deteriorar-se
Perder o brilho (dos olhos),
Tornar-se aborrecido

Vaiamos pois a Lourdes, na França, o lugar recebe o nome do que?
Pois em ocitano o seu nome é Lorda, e onde está o lodo em Lourdes?


Lorda / afrancesada em Lourdes, enlordada pola enchente, no passado Junho do 2013

Lourdes (Lorda em ocitano), acha-se na confluência de vales, que foram glaciais, na chaira aluvial do rio Gave, um rio de montanha, que no desgelo pode provocar isto, encher de lorda, o que é já Lorda, e que sempre desde que se lhe deu nome foi, um lugar onde a correnteza deixa o lodo, fertiliza.


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1) Note-se a força e implicações da palavra asturiana 
lloza, (com as variantes llouza e lluoza e llueza).
Ao meu pensar a sequencia etimológica e de significados poderia ser esta:
Raiz céltica *lord- / *loth (lodo) > lloza (lodo) > lloza (barro especialmente lodoso) > lloza (vasilha de barro fino, louça).
Outra vez: Sem ter que ir dar a Roma.
No galego, recolhida por Dom Eladio Rodríguez González,  (1958-1961, Diccionario enciclopédico gallego-castellano, Galaxia, Vigo) louza (louça): barro fino do que se fai a louça, a baixela.
Salientar que o nome de louça era dado para pratos, fontes e demais, inclusive sendo de madeira.

A etimologia latinista fai derivar a louça do latim lautia, (enxoval) ou de lutea (barro).
Lautia, tem raiz em lavar, e relacionam-na com dautius.
Lautia 
era o entretenimento que Roma oferecia a embaixadores.
Com lautitia como elegância, esplendor, magnificência.
Lautia é usada para referir-se ao hóspede, e a um presente oferecido ao hóspede.
Por outro lado: lutea, luteus, lutum, (na ideia de amarelo), e daí a barro amarelo, e de barro a vasilha.
Mas ... Já arriba desmontei essa sequencia.

Então para mim, sim, teríamos que vasilhas de barro fino, vidradas ou esmaltadas, iriam no enxoval dos tempos, (talvez um barro amarelo?), seria frequente presente, vasilhas de um barro especialmente lodoso, mais trabalhoso de faturar, cozido a altas temperaturas, que lhe dão uma durabilidade maior que a olaria de barro mais comum.
E onde é que isso achamos?

http://bloguedominho.blogs.sapo.pt/1173550.html
Que implica a existência duma palavra pré-romana para nomear um tipo de cerâmica de maior qualidade?
Na interação de idiomas, o frequente é que quando existem duas palavras para um mesmo conceito, a língua A, dominadora, passa a dar nome ao conceito na totalidade. Se o conceito pode ser dissociado em parte positiva e negativa, ou em parte sentimental e não-sentimental,  a língua A denomina o conceito positivo, ou o conceito na forma não-sentimental, e a língua B, a antiga, a dominada, o conceito na parte negativa ou na parte sentimental.
E só ver o que acontece com o português da Galiza, com o galego, na sua situação de língua B, afrente o espanhol, língua A.
Há uma palavra pré-romana para dar-lhe nome a uma olaria, feita a partir de um "lodo", diferente ao tradicional barro.
Talvez, com muita provabilidade, esta cerâmica especializada, louça, lloza, existiu antes da colonização Romana, e chegou a Roma como bem material primoroso, com o seu nome vernáculo, que foi latinizado?.

É significativo que no galego exita a palavra lonça, para a louça, loiça....
E mesmo em topônimo Lonças, na parróquia de Marmancom (Ferrol), ou na cidade da Crunha.
Como já noutros escritos saiu, a nasalação do ditongo, ou ditongação da vogal nasal?
Louça » lonça?
Ou lõça » lonça / louça?
Como falante de vogais nasais, aprendim que entre boubo, bombo, e bõbo, (a zona do ilhar das vacas) existe uma forma que é algo assim como bõwbo, com um u/w breve que sai polo nariz, ao nasalar o.
Daí que a proposta da raiz etimológica para toda esta série de palavras vaia em *lõð-.

A vogal nasal pode ser então geradora de todas as variantes que aqui se escreveram:
- lodo < *lõðo.
- lorda < lõða;  num passo prévio que seria a velarização, glotalização, uvulização da vogal nasal:
 *lõd > *lohd, *loxd-, *loχd- (loghd-).
- Lor < *lohd, *loxd-, *loχd-  < *lõð
- louça < *louða < *lõða.
- loução, como brilhante pode derivar-se diretamente de louça.
- louça como mato que se corta de loução fresco brilhante, com louçania, daí aos fieitos, fetos, para cama, estro do gado.
- luteus < *luðe <* lõðe.
- ludre (sujidade, lidro, enxurro) *luðe < *lõðe.
- lardo ?
- Esta nasalação explicaria a palavra londra ou lontra, a mustelídea nadadora que no latim é lutra.
Pois *lõðera > londra / lontra. Como animal do lodo, lodeira. (albanês: lundërz).

Lúdrio, Castro de Rei?
Ludro, Rairiz de Veiga?


A antiguidade desta raiz *lõð, está no albanês, onde o lodo é llom; e no basco onde lohi, é barro. Nas línguas germânicas temos o inglês loam, e outros, para definir o terreno com estrutura de barro mui fértil.
Loam, leva-nos a lama. No inglês antigo, lam, dizem de raiz germânica.
Com cognatos germânicos, que tiram mais para o limo do que para a lama, mas que indicam uma fonte comum:  saxão antigo lemo, neerlandês leem, alemão Lehm.
Galês: lôm

Bem, uma vez, mais ou menos alicerçado, que a origem da louça está em "todos nós", e não na Roma....

Vale do Lôuçara, nas proximidades de Louçarela, http://www.panoramio.com/photo/16669202
O rio Lôuçara, nasce baixo o alto do Poio e corre por um vale paralelo ao do Rio Lor, também em direção Sul, Sul-Oeste, até bater coa serra da Trapa, que o desvia em  direção Sul-leste, confluindo com o Lor por baixo de Folgoso do Courel.

A etimologia do Lôuçara, fai pensar na louçania, no verdor do lugar...
Lugar cheio de minas também,  afluentes com o nome de rego Augas-Rúvias, rego da Roxa, Carroço da Forga, rego da Toca(2), rego do Retorno, com ferrarias, forjas e moinhos de maço...
Isto todo faria deste rio algo bem pouco loução, e mais bem lodoso?

Numa hipótese que a sufixação -ara, que nalgumas palavras galegas(3) ocorre, seja um fóssil do passado, uma espécie de genitivo, ou preposição sufixada:
O rio Lôuçara, seria o rio da louça ou do louço.



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2) A mina da Toca está na bacia do rio Lor, ao norte de Sevane do Courel, Seoane, (Sẽwane / Sẽãne), perto de Meirãos, é uma tautologia pois mina é escavação, e toca é o que é: um buraco, um tobo.
O Rego da Toca está na bacia do Lôuçara, em Santalha de Casares.






3) Sufixação em -ara -aro átonos, algo bem estranho em comparança com outros sufixos (-éiro, -ão, -ínho, -aría...):
Na ideia de serem derivados do genitivo latino plural:
Gândara, de *ganda, ganen, (areia em irlandês), das areias, areosos. Ou de gando, dos gandos
Jógara, (pedrinha rolada para jogar),  dos jogos.
Câmara, das camas., (da camma ?).
Cômaro, cômbaro, dos combos, das combas.
Cúpara, (apôutiga) das copas.
Mílhara, dos miles, do milho-miúdo.
Ajôujara, dos ajôujos.
Abázcaro, dos abazcos, das bascas (?)
Abábaro, dos ababos, das ababas (?)
Chícharo, dos chichos, das chichas.
Níchara (carpaça), dos nichos.
Adágara (escudo pequeno), das adagas (punhal).
Áscaro: dos ascos.
Bárbaro, das barbas, dos barbados
Lâmpara, dos lampos, das luzes.
Lâmparo (cuco, lapa) dos lampos, dos lugares lisos das rochas, do lampo: da fouce.
Bânçara (casca da noz), dos banções, (berlinde, bola de cristal, no Bierzo).
Tâmara e tâmaro, dos tamos, das tamas, (dos ribaços do rio).
Níxaro, dos *nixos ou nichas (vulva), no asturiano nisa, nisu é a ameixa.
Máscara, das mascas, (masca em ocitano ainda é a pessoa que usa da magia).
Jílgaro, dos sirgos, do jilgo, do silvo, do assobio.
Bácaro, bácoro, dos Bacos, ou dos bacões, dos touzinhos.
Túçaro, dos tussos / tusos, das tussas,  dos cães.
Prêsaras (?) Das presas, das barragens, das prisões.
Anácara, das anacas
Mácara, topónimo, das macas
Mácero: das massas
Bracara, das *bracas, das bragas, das calças?
Búlzara e búzara, das bulzas, das buzas, dos buzos.
Câncaro, dos cancos, das cancas?, das cangas dos cangos?
Bígaro: dos bigos?
Éçaro
Gájaro, pucheiro, (das gajas, das favas, das gachas).
Gájara; parte do pagamento da ceifa em Trás-os-Montes. dos gages (gorjeta, obséquio
Cáparo, (dos capos?) cria de corço
cócara: das cocas, dos cocos (bugalhas)
Púcara, púcaro, poculum
Vélaro, velo, verlo, velro, conjunto dos villi, dos pelos
Esguíçaro: que é como um guiço, dos guiços
Camorinho (vitelo), de cámora?, o das camas.
Gánçaro, dos ganços, ramo seco de castinhero
Úrzara: das urzas, das urzes, das ursas
Liscânçaro, dos liscanços, (?)
Píncaro: dos pincos.
Gárgara: das gargas, (das gorjas).
Tátaro: dos tatos
Tártaro
Brácara
Sársaro: ardor nos beiços
Gânçaro: ramo seco de castanheiro
Víncora: Do vinco, aro desenhado na louça de Nodaiga.
Mântaras e Pântaras: explicado neste outro escrito.
Lâncara: explicado assim:
Tem um par que estivo no vale de Luna, norte da província de Leão: Tsáncara de Tsuna / Ḷḷáncara de Ḷḷuna, dependendo da ortografia com a que seja transcrito o alófono do fonema /ʎ/, (a mal chamada chê vaqueria). Láncara de Luna em espanhol.
Estivo, porque desapareceu ao ficar debaixo das águas de uma barragem.
Uma llanca em asturiano é um pontão, um tronco simples, para cruzar um rio, também é uma represa de troncos; também umas chancas ou andas, pernas de pau, que servem para andar elevados sobre o chão, llanca é também a zona anatômica da perna com a nádega, zanca ou coxa.
Ḷḷáncara / Tsáncara estaria a dizer, (sob a consideração do sufixo átono -ara como genitivo plural), das tsancas / ḷḷancas, dos pontões, dos passos sobre o rio, o mais galeguizado aos ouvidos seria "das chancas"....
E voltaríamos a ter que considerar ou repensar se as tais mutações da consoante inicial do céltico, neste caso, as formas zanca, chanca, xanca, llanca *lanca,  anca, semelham formar uma cadeia de mutação, ou diferentes evoluções da mesma palavra antiga?



Lôngara / Longra: as da longa, sendo longa não a alongada e sim a da raiz céltica llong / llwng / llwnc no galês "garganta, esófago, gola, grolo, trago, tubo de saída de gás ou líquido, por exemplo da chaminé", e lo(u)nk no bretão "o feito de engolir, devorar e figuradamente abismo".














(5) Muedra, faz pensar em modra?
Como Muedra chegou a Lurda?
Muedra existe como topónimo em Sória, uma vila assolagada por uma represa, hoje sob governo de Vinuesa.
Muedra à beira do Pisuerga pertencente a Valoria la Buena:






a ressaltar neste mapa a seguinte imagem qe corresponde ao numero 1 no quadrante inferior direito:


https://valladolidenbici.wordpress.com/tag/muedra/


Muedra, faz pensar numa raiz modra, ou mudra, mesmo mudre.
Modreiro (Padornelo, O zebreiro) poderia ser da família?

Lurda