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Dos rios Lor e Lôuçara. E da louça.

Sobre a possível etimologia do nome do rio do Courel.
O rio Lor nasce na freguesia de Zanfoga, (Zebreiro) no lugar de Fonlor, vai em direção Sul, Sul-oeste, correndo por uma falha profunda,  até afluir ao Sil.
A etimologia do Lor, fai pensar no ouro, numa ideia à francesa ou à catalã de l'or, (o ouro), pois houvo em tempos muitas minas de ouro na sua contorna, como a de  Toca (2), a de Turíbio / Torúbio, Romeor, e bem muitas mais....
Igreja de São Martim de Zanfoga. ( http://www.panoramio.com/photo/13494783)
Nesse falar anterior ao latim, a ideia de que a sequencia "or" definia o ouro está...
Nos idiomas próximos, a aquele galaico falar pré-latino, temos a palavra ouro assim:
Basco: urre.
Berber: urɣ (urgh).
Bretão: aour.
Córnico: awr.
Catalão e francês: or.
Gaélico irlandês: ór.
Normando: or.

Sim, a minaria furou esta zona por onde o rio Lor decorre, pois a falha profunda deixou grandes afloramentos, vieiros, veias de minerais.
Na zona alta da sua bacia, em Rubiais, houvo até há pouco uma grande mina, que nos anos oitenta não foi famosa, ainda e todo, pola rotura da sua grande balsa de decantação que deixou ir polo rio abaixo resíduos tóxicos.
Na zona as gentes lembram como a balsa com paredes de terra pisada cedeu, e um vizinho de Zanfoga, que ia com o trator por um camim sob ela, conta que se salvou de milagre; pois todo escorreu e rebentou ao pouco de ele ter passado. Indo dar as augas enlamadas e os lodos ao calce do rio, e polo rio abaixo, poluindo sem repercussão informativa.

O acontecido no rio na atualidade próxima, levou-me a pensar que tanta minaria do tipo "ruina montium", na altura romana teria convertido ao Lor num rio de lama.

E, é na ideia de que o conceito lodo, e não o do ouro, está baixo o nome do rio Lor.

Há uma história oficialista, que com a louvança da grandeza da Roma, nos cega para outras enxergas.
Assim a relevância metalúrgica desta parte, chamada polos Romanos Gallaecia, agora chamada de Galiza, Minho, Trás os Montes, Astúrias e Lleón..., talvez tenha sido maior do que se pressupõe para um povo de campesinhos e gadeiros, ilhados em castros...
A feitura disto ...
Extremo de um torques, achado em Santa Tegra, (A Guarda).  (Diâmetro aproximado de 4 cm).
...tem de ser realizada por pessoas especializadas, quem por costume tenham o trabalho frequente de ourives.
Quer dizer: uma sociedade na que há trabalhadores especializados na ourivesaria, tem que estar estruturada para que isso ocorra.
Nesta sociedade, o operário ou operária do ouro, não era quem ia buscar o ouro à mina, ou batear as pevidas nas areias dos rios. O lavor é tão especializado que leva a pensar em algo mais complexo do que gentes vestidas com peles, e tecnologias simples.

Assim o rio Lor, já talvez se chamasse de Lor antes de latim nenhum.

Na ideia de estar o lodo debaixo do nome do rio temos esta sequência de palavras:
Latim: lutum, (com o descendente atual lodo), do verbo luo, (lavar, purgar), e já no grego o semelhante:  λούω (louō).
Irlandês: loth (lodo).
Bretão: lor (sujo).
Ocitano. lord (sujo).

Indo rápido às falas astures, da raiz lord-:
Enllordiar, enllordar, enllurdiar: sujar de lodo, manchar.
Da mesma raiz que o irlandês loth:
Lloza, llouza : lodo, barro. Barro fino do que se fazem vasilhas. Vasilhas vidradas. (1)
Lluoza, llueza: lodo, grande poça de lodo, lama dos caminhos, sujidade.

No galego atual, ainda há palavras desta raiz etimológica?, onde o lord- vai na ideia de sujidade?
Bem, talvez a etimologia ocitana olhe para Roma, na vez de saber-se continuadora em parte do gaulês, e lord, como sujo, seja derivado de lutum  ou de luridum...

Vejamos uma sequência de palavras galegas sobre a raiz lord- e a sujidade:
Lorda: lixo, mugre, sujidade.
Lorda, lordeira: mancha de barro na roupa.
Lordal, lordeira: terreo de lama, de lodo.
Lordeirar, enlordar: sujar-se de lorda, de lodo.
Lordo, lordeiro, lordenio, lordento, lordão: que anda sujado de lorda, porco.


Lordelo em São Matéu de Toutão, Mondariz, vizinho da freguesia de São Cibrão de Paredes.
Aparece na época medieval um Laurdello na zona do Porto, talvez a atual freguesia de Lordelo (concelho de Paredes).
Lordelo do Ouro, freguesia que a cidade do Porto engoliu, pode dar uma ideia do que foi?, um lugar de mineração do ouro, no que houve muita lama?
O Lordelo de São Martinho de Ogrove?, havia, há muita lorda na enseada de Esteiro?
Lordelo em Desteriz de Padrenda?
Lordelo em Paredes (Porto)?
Lordelo em Guimarães?
Lordelo em Amares?
Lordelo em Arcos de Valdevez?
Lordelo de Cima em Valença?
Lordos em Viseu?
Llordal em Avilês?
Llordón em Margolles, Cangues d'Onís?
La Lurda em Garcilhernández (Salamanca)?, dita derivada do medieval Muedra (5).

Numa possível variação da raiz lord- a lurd-, temos:
Lúrdio:  grassumada, gordura da comida, das potas de cozinhar, comida pouco apetecível, pessoa malfalada.
Lurdo: trabalhoso, pesado, dificultoso, fatigoso.
Lurdada: moléstia, trabalho difícil, tarefa cansativa.
Lurde: sujidade da lã.
Enlurdiar: sujar de lodo.
Loura: toldada, turva, lodosa.
Nestes topónimos paira a palavra louro e loureiro. Louro está na ideia de antes de ser a árvore é nome da lama e da sua cor?, e daí passou a dar nome ao louro louro-eiro?

Com esta raiz lurd-, há no latim luridus e derivados, que dão a ideia de amarelo pálido, de macilento...
Mas, para que ir dar a Roma?
A rota etimológica de: sujidade (lord ocitano, loth irlandês) ; amarelo pálido do barro (latim lurid-); e novamente sujidade: lurde, lorda, é um pouco complexa.
Mais bem seria assim: sujidade e lama (loth irlandês, lord ocitano, lloza asturiana, lorda galega) ; amarelo pálido do barro; amarelo (luridus latino, loução galego)

Da raiz lorz-, (lembremos o irlandês loth):
Lorza: sujidade na roupa branca.
Enlorzar: encher de lodo.
Também no galês com o verbo llwydaf e llwydo com os significados de
Ficar cinza ou castanho
Tornar-se turva ou lamacenta (a água)
Pôr-se pálido, desvanecer-se
Envelhecer, deteriorar-se, deteriorar-se
Perder o brilho (dos olhos),
Tornar-se aborrecido

Vaiamos pois a Lourdes, na França, o lugar recebe o nome do que?
Pois em ocitano o seu nome é Lorda, e onde está o lodo em Lourdes?


Lorda / afrancesada em Lourdes, enlordada pola enchente, no passado Junho do 2013

Lourdes (Lorda em ocitano), acha-se na confluência de vales, que foram glaciais, na chaira aluvial do rio Gave, um rio de montanha, que no desgelo pode provocar isto, encher de lorda, o que é já Lorda, e que sempre desde que se lhe deu nome foi, um lugar onde a correnteza deixa o lodo, fertiliza.


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1) Note-se a força e implicações da palavra asturiana 
lloza, (com as variantes llouza e lluoza e llueza).
Ao meu pensar a sequencia etimológica e de significados poderia ser esta:
Raiz céltica *lord- / *loth (lodo) > lloza (lodo) > lloza (barro especialmente lodoso) > lloza (vasilha de barro fino, louça).
Outra vez: Sem ter que ir dar a Roma.
No galego, recolhida por Dom Eladio Rodríguez González,  (1958-1961, Diccionario enciclopédico gallego-castellano, Galaxia, Vigo) louza (louça): barro fino do que se fai a louça, a baixela.
Salientar que o nome de louça era dado para pratos, fontes e demais, inclusive sendo de madeira.

A etimologia latinista fai derivar a louça do latim lautia, (enxoval) ou de lutea (barro).
Lautia, tem raiz em lavar, e relacionam-na com dautius.
Lautia 
era o entretenimento que Roma oferecia a embaixadores.
Com lautitia como elegância, esplendor, magnificência.
Lautia é usada para referir-se ao hóspede, e a um presente oferecido ao hóspede.
Por outro lado: lutea, luteus, lutum, (na ideia de amarelo), e daí a barro amarelo, e de barro a vasilha.
Mas ... Já arriba desmontei essa sequencia.

Então para mim, sim, teríamos que vasilhas de barro fino, vidradas ou esmaltadas, iriam no enxoval dos tempos, (talvez um barro amarelo?), seria frequente presente, vasilhas de um barro especialmente lodoso, mais trabalhoso de faturar, cozido a altas temperaturas, que lhe dão uma durabilidade maior que a olaria de barro mais comum.
E onde é que isso achamos?

http://bloguedominho.blogs.sapo.pt/1173550.html
Que implica a existência duma palavra pré-romana para nomear um tipo de cerâmica de maior qualidade?
Na interação de idiomas, o frequente é que quando existem duas palavras para um mesmo conceito, a língua A, dominadora, passa a dar nome ao conceito na totalidade. Se o conceito pode ser dissociado em parte positiva e negativa, ou em parte sentimental e não-sentimental,  a língua A denomina o conceito positivo, ou o conceito na forma não-sentimental, e a língua B, a antiga, a dominada, o conceito na parte negativa ou na parte sentimental.
E só ver o que acontece com o português da Galiza, com o galego, na sua situação de língua B, afrente o espanhol, língua A.
Há uma palavra pré-romana para dar-lhe nome a uma olaria, feita a partir de um "lodo", diferente ao tradicional barro.
Talvez, com muita provabilidade, esta cerâmica especializada, louça, lloza, existiu antes da colonização Romana, e chegou a Roma como bem material primoroso, com o seu nome vernáculo, que foi latinizado?.

É significativo que no galego exita a palavra lonça, para a louça, loiça....
E mesmo em topônimo Lonças, na parróquia de Marmancom (Ferrol), ou na cidade da Crunha.
Como já noutros escritos saiu, a nasalação do ditongo, ou ditongação da vogal nasal?
Louça » lonça?
Ou lõça » lonça / louça?
Como falante de vogais nasais, aprendim que entre boubo, bombo, e bõbo, (a zona do ilhar das vacas) existe uma forma que é algo assim como bõwbo, com um u/w breve que sai polo nariz, ao nasalar o.
Daí que a proposta da raiz etimológica para toda esta série de palavras vaia em *lõð-.

A vogal nasal pode ser então geradora de todas as variantes que aqui se escreveram:
- lodo < *lõðo.
- lorda < lõða;  num passo prévio que seria a velarização, glotalização, uvulização da vogal nasal:
 *lõd > *lohd, *loxd-, *loχd- (loghd-).
- Lor < *lohd, *loxd-, *loχd-  < *lõð
- louça < *louða < *lõða.
- loução, como brilhante pode derivar-se diretamente de louça.
- louça como mato que se corta de loução fresco brilhante, com louçania, daí aos fieitos, fetos, para cama, estro do gado.
- luteus < *luðe <* lõðe.
- ludre (sujidade, lidro, enxurro) *luðe < *lõðe.
- lardo ?
- Esta nasalação explicaria a palavra londra ou lontra, a mustelídea nadadora que no latim é lutra.
Pois *lõðera > londra / lontra. Como animal do lodo, lodeira. (albanês: lundërz).

Lúdrio, Castro de Rei?
Ludro, Rairiz de Veiga?


A antiguidade desta raiz *lõð, está no albanês, onde o lodo é llom; e no basco onde lohi, é barro. Nas línguas germânicas temos o inglês loam, e outros, para definir o terreno com estrutura de barro mui fértil.
Loam, leva-nos a lama. No inglês antigo, lam, dizem de raiz germânica.
Com cognatos germânicos, que tiram mais para o limo do que para a lama, mas que indicam uma fonte comum:  saxão antigo lemo, neerlandês leem, alemão Lehm.
Galês: lôm

Bem, uma vez, mais ou menos alicerçado, que a origem da louça está em "todos nós", e não na Roma....

Vale do Lôuçara, nas proximidades de Louçarela, http://www.panoramio.com/photo/16669202
O rio Lôuçara, nasce baixo o alto do Poio e corre por um vale paralelo ao do Rio Lor, também em direção Sul, Sul-Oeste, até bater coa serra da Trapa, que o desvia em  direção Sul-leste, confluindo com o Lor por baixo de Folgoso do Courel.

A etimologia do Lôuçara, fai pensar na louçania, no verdor do lugar...
Lugar cheio de minas também,  afluentes com o nome de rego Augas-Rúvias, rego da Roxa, Carroço da Forga, rego da Toca(2), rego do Retorno, com ferrarias, forjas e moinhos de maço...
Isto todo faria deste rio algo bem pouco loução, e mais bem lodoso?

Numa hipótese que a sufixação -ara, que nalgumas palavras galegas(3) ocorre, seja um fóssil do passado, uma espécie de genitivo, ou preposição sufixada:
O rio Lôuçara, seria o rio da louça ou do louço.



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2) A mina da Toca está na bacia do rio Lor, ao norte de Sevane do Courel, Seoane, (Sẽwane / Sẽãne), perto de Meirãos, é uma tautologia pois mina é escavação, e toca é o que é: um buraco, um tobo.
O Rego da Toca está na bacia do Lôuçara, em Santalha de Casares.






3) Sufixação em -ara -aro átonos, algo bem estranho em comparança com outros sufixos (-éiro, -ão, -ínho, -aría...):
Na ideia de serem derivados do genitivo latino plural:
Gândara, de *ganda, ganen, (areia em irlandês), das areias, areosos. Ou de gando, dos gandos
Jógara, (pedrinha rolada para jogar),  dos jogos.
Câmara, das camas., (da camma ?).
Cômaro, cômbaro, dos combos, das combas.
Cúpara, (apôutiga) das copas.
Mílhara, dos miles, do milho-miúdo.
Ajôujara, dos ajôujos.
Abázcaro, dos abazcos, das bascas (?)
Abábaro, dos ababos, das ababas (?)
Chícharo, dos chichos, das chichas.
Níchara (carpaça), dos nichos.
Adágara (escudo pequeno), das adagas (punhal).
Áscaro: dos ascos.
Bárbaro, das barbas, dos barbados
Lâmpara, dos lampos, das luzes.
Lâmparo (cuco, lapa) dos lampos, dos lugares lisos das rochas, do lampo: da fouce.
Bânçara (casca da noz), dos banções, (berlinde, bola de cristal, no Bierzo).
Tâmara e tâmaro, dos tamos, das tamas, (dos ribaços do rio).
Níxaro, dos *nixos ou nichas (vulva), no asturiano nisa, nisu é a ameixa.
Máscara, das mascas, (masca em ocitano ainda é a pessoa que usa da magia).
Jílgaro, dos sirgos, do jilgo, do silvo, do assobio.
Bácaro, bácoro, dos Bacos, ou dos bacões, dos touzinhos.
Túçaro, dos tussos / tusos, das tussas,  dos cães.
Prêsaras (?) Das presas, das barragens, das prisões.
Anácara, das anacas
Mácara, topónimo, das macas
Mácero: das massas
Bracara, das *bracas, das bragas, das calças?
Búlzara e búzara, das bulzas, das buzas, dos buzos.
Câncaro, dos cancos, das cancas?, das cangas dos cangos?
Bígaro: dos bigos?
Éçaro
Gájaro, pucheiro, (das gajas, das favas, das gachas).
Gájara; parte do pagamento da ceifa em Trás-os-Montes. dos gages (gorjeta, obséquio
Cáparo, (dos capos?) cria de corço
cócara: das cocas, dos cocos (bugalhas)
Púcara, púcaro, poculum
Vélaro, velo, verlo, velro, conjunto dos villi, dos pelos
Esguíçaro: que é como um guiço, dos guiços
Camorinho (vitelo), de cámora?, o das camas.
Gánçaro, dos ganços, ramo seco de castinhero
Úrzara: das urzas, das urzes, das ursas
Liscânçaro, dos liscanços, (?)
Píncaro: dos pincos.
Gárgara: das gargas, (das gorjas).
Tátaro: dos tatos
Tártaro
Brácara
Sársaro: ardor nos beiços
Gânçaro: ramo seco de castanheiro
Víncora: Do vinco, aro desenhado na louça de Nodaiga.
Mântaras e Pântaras: explicado neste outro escrito.
Lâncara: explicado assim:
Tem um par que estivo no vale de Luna, norte da província de Leão: Tsáncara de Tsuna / Ḷḷáncara de Ḷḷuna, dependendo da ortografia com a que seja transcrito o alófono do fonema /ʎ/, (a mal chamada chê vaqueria). Láncara de Luna em espanhol.
Estivo, porque desapareceu ao ficar debaixo das águas de uma barragem.
Uma llanca em asturiano é um pontão, um tronco simples, para cruzar um rio, também é uma represa de troncos; também umas chancas ou andas, pernas de pau, que servem para andar elevados sobre o chão, llanca é também a zona anatômica da perna com a nádega, zanca ou coxa.
Ḷḷáncara / Tsáncara estaria a dizer, (sob a consideração do sufixo átono -ara como genitivo plural), das tsancas / ḷḷancas, dos pontões, dos passos sobre o rio, o mais galeguizado aos ouvidos seria "das chancas"....
E voltaríamos a ter que considerar ou repensar se as tais mutações da consoante inicial do céltico, neste caso, as formas zanca, chanca, xanca, llanca *lanca,  anca, semelham formar uma cadeia de mutação, ou diferentes evoluções da mesma palavra antiga?



Lôngara / Longra: as da longa, sendo longa não a alongada e sim a da raiz céltica llong / llwng / llwnc no galês "garganta, esófago, gola, grolo, trago, tubo de saída de gás ou líquido, por exemplo da chaminé", e lo(u)nk no bretão "o feito de engolir, devorar e figuradamente abismo".














(5) Muedra, faz pensar em modra?
Como Muedra chegou a Lurda?
Muedra existe como topónimo em Sória, uma vila assolagada por uma represa, hoje sob governo de Vinuesa.
Muedra à beira do Pisuerga pertencente a Valoria la Buena:






a ressaltar neste mapa a seguinte imagem qe corresponde ao numero 1 no quadrante inferior direito:


https://valladolidenbici.wordpress.com/tag/muedra/


Muedra, faz pensar numa raiz modra, ou mudra, mesmo mudre.
Modreiro (Padornelo, O zebreiro) poderia ser da família?

Lurda

Sil

O Siluro vem das profundidades.
Da Sila mesmo, da escuridão.
Do Sil, da fenda.

Pois é a Sila a grande floresta profunda.
Pois é o Sil o rio dos caborcos.

Som o siluro e a Sheila algo choscos por virem da cova do abismal corgo, do lugar da górgona?




http://v3.cache7.c.bigcache.googleapis.com/static.panoramio.com/photos/original/362711.jpg?redirect_counter=2










sil 
[?cf. H. Wydd. síl ‘had; tras’ (gw. hil1)] 
eg.b. (bach. g. silyn, b. silen) ll. silod (un. g. silodyn), silion, sils (un. g. -yn) a hefyd fel e.ll.
a  Pysgod ieuainc, yn enw. eogiaid neu frithyllod newydd ddeor; pysgod bychain, yn enw. pilcod, Phoxinus phoxinus; grawn (pysgod, &c.), gronell, grifft, had, hefyd am epil arall a gynhyrchir yn lluosog iawn, e.e. gwenyn; had (madarch):
small fry, esp. newly hatched salmon or trout; small fish, esp. minnows; spawn (of fish, frogs, &c.), seed, spat, also of other young produced in great numbers, e.g. bees; (mushroom) spawn. 
b  Pobl gyffredin neu ddibwys; pethau anarferol o fach, mân bethau, pethau di-werth:
ordinary or common people, inconsequential people, ‘small fry’; (unusually) small things, worthless things.
c  Eisinyn, cibyn:
hull (of grain), husk.
d  Epil, hiliogaeth, disgynyddion:
offspring, progeny, descendants. 
e  (enghrau. ffig. mewn ystyr ddifr.:
fig. exx. in a derog. sense). 


Cila





A criada que cuida das nove filhas de Cália chama-se Cilia, Cília ou Sila.
Quem era?, quem é ainda Cilia?, e como será ela?
Primeiramente esse nome leva a um pensamento de pelúcia ou forte vilosidade, a umha mulher que tenha cílios.
Aprofundando algo mais, a fertilidade anda por perto. A sua ama deu a luz nove filhas, ela, Cília, criada fiel, é ordenada afogar as nove bebezinhas no Minho, mas ela cuida-as e leva-as a famílias adoptivas.
Temos Cilias noutras partes da Europa:
A Cila ou Escila greco-romana, a mulher com cauda de peixe e seis cadelas na sua cintura formando um monstro terrível de bocas pernas e rabo, umha quase medusa que me fai lembrar a chamada "cona de velha", a Actinia equina, que para além, na Galiza, tem est'outros nomes: apegó, bruxa, flor, chucho, pega-conas, perrecha, pixa, porca.
A Deusa Kali tamém veste umha saia de braços.
A Skylla mora no remoinho, nos vórtices marinhos do estreito de Messina entre a Calábria e a Sicília, e mesmo dá nome à localidade de Scilla.
As ilhas occidentais da Cornualha levam o nome de Scilly.

É entom este vórtice de entrada ou passo a outro lugar, a porta da Cila?

Cila, grafada como Sheela na Irlanda e na Grã-Bretanha, está nas famosas Sheela na gig ou Sila na Geige, tamém com forte força genital.
Tem o gaélico Kyla como nome próprio, com múltiplas variantes: Kelila, Kylie, Kyli, Kylah, Cala, Kala, Kaila, Kayla, Cayla, e co significado de beleza e coroada.
E há no corunho kilar como copular.
Talvez seja moito suponher, mas a palavra inglesa shell pode andar por perto, dizem ter raiz numha forma proto-germânica *skaljo, dividida, separada, (onde no galego temos escalhar, como escarvar, escaravelhar ou remexer).
No antigo inglês sciell, scill, concha marinha, casca de ovo. No frisom occidental skyl, como pela ou cortiça ...
Suil no irlandês antigo é olho ou porta, e som conhecidas as divindades Sulis, Suleviae, como Minervas dos banhos e augas santas.
Está por aqui a relaçom da concha catalá da vieira chamada pixina com todo isto?
Mesmo anda por aqui o nosso rio Sil, que cursa por reganhas fondas?

É pois pensada umha proximidade entre a Cila e a silha ou a selha, e com a cela?

É o nome galego de "cona de velha" para a Actinia apenas um repentismo?, ou pode ocultar o que aqui intuo? A cona da velha, será a conna da Vétula, a Cila mesma?

Cona relaciona-se com o latim cunnus do grego κύσθος e κύσος, kuszos e kuso é


No russo куница (kuníca) é nome da marta (0) mustélida, além de ser nome para o sexo feminino, para a filha nova e para a mulher casada nova. Na proximidade da china ou quina da grande madre Ceres porca.

No grego micênico falado no bronze, ku-na-ja, transliterado, significa mulher. Com o descendente no grego antigo γυνή (gine), aparentado com o sânscrito जनि (jani) (confronte-se com o corunho ja) e no antigo inglês cwen, de uma forma proto-germânica *kwēniz.
Já no céltico a raiz é ben- ou ban-.
Se consideramos o celta Q e o celta P, teriamos à par de *kona, *pona para nos referirmos ao essencial feminino. Entenda-se que algumas destas raízes deram nome à mulher, à mulher casada ou esposa, ao sua genitalidade e á raínha.
Epona é pois a manifestação desse celta P?, Epona com o seu par Econa, égua.
Poney?
No gaulês ebol, égua, seve para ver como o -p- de Epona mudou em b. Assim no protocéltico pudo ter havido uma forma tal que *pan- que geraria ban-/ben- o radical de mulher.
Assim no lezguiano, no cáucaso, паб (pab) é mulher
No cimbriano bàip.
Franco-provençal fena. (*pena?)
No islandês kona
No gaélico escocês: caineag
Assim na língua irmà, no espanhol, o coño e a puñeta venhem sendo quase o mesmo:




Mesmo a cona leva-nos à cuça, e som cuças, cadelas, que a Cila greco-latina tem nos seus quadris.
E é imaginário coletivo comum do masculino toda esta simbologia?

Tamém essa leve protuberância feminina está no irlandês conn, que vai dar em nádegas, na vez de na vulva, e que chega ou marcha na maré atlântica da ressaca a petar cos nossos cons.

Há entom umha Cila, Sila, concha dividida e genital, canina, com casca e cílios, com cons luídos, que é vórtice?, há si.

Há mesmo umha sila, que tem a ver com o silo, a cavidade, o zulo basco, o σιρός grego, o foxo.

Há Santa Sila e Santa Cila no santoral romano.


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(0) Mart, marta, mairt, é no gaélico irlandês a morte.
"Morra a marta, morra farta", não se está mai que a dizer que morra a morte, e que esta morte da morte seja farturenta.
Atenda-se à palavra martírio, e mártir, que são célticas na origem.

Sil no galês dá nome à desova, ao alevino de truita ou salmão, a qualquer peixe pequeno.....

Ribeira Sacra

A grande fenda, Natura da Terra.
Mulher, Fêmea Terra.