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Francos

França: ramagem alta das árvores, ramagem miúda, lenha miúda, com as formas semelhantes de fronça, fronja e frouja.
Palavras que poderiam ter a ver com ramalhada, ramagem, ou lugar frondoso?
Ou serem derivações do protoindo-europeu que deu lugar ao galego frança como no inglês branch, ou no francês branche, de uma raiz hipotética galo-romana *vranca que poderia ter a ver com extremidade?
Desta família há o bretão brank em mutação vrank, e o galês braens com o significado de ramo.
Isto é: para a parte celto-atlântica o tal *vranca deu em polas, ramos, galhos..., pedaços de ramagem. Enquanto que para outros lares, latim branca foi dar a extremidades, marcas de pegada, gadoupas, garras, mãos...

Vamos ainda algo mais adiante....
Falando de francos e dos Francos como povo alguma etimologia dá a sua origem em:
Do francês antigo franc (“livre, genuíno, sincero”), do Latim tardio francus “uma pessoa da cultura frânquica”; do frâncico *Frank “Franco”, talvez do proto-germânico *frankô, *frakkōn (“lança”), do protoindo-europeu *prAng-, *prAgn- “ponla, galho”. Cognato do norueguês antigo frakka (“javalina"), inglês antigo franca “javalina, lança”.

Franqueira: lugar que é franqueado, que passado caminho de Ourense?
Franquia: espaço livre e aberto.
Franqueám / Franqueão

Nesta imagem Franqueám do Corgo, caminho da passo entre a zona do Corgo e Baralha. O antigo caminho passava por Franqueám para Santo Estevo de Folgosa, evitando o alto do Carvoeiro.


Frank- / brank- como os da franja:
O lugar originário do povo franco foi a chamada Belgium, a belga ou embelga céltica? A faixa céltica?




Franja dizem vir pelo francês frange, por sua vez do latim fimbria
Franja e frança tenhem a ver?
Se comparamos franjar, frangir e francear, frangolhar, franher, franchear....
Se falamos das pessoas francas, ou originalmente as francesas as que andavam polo francos, flancos, polos caminhos livres, ou estronçados da frança, fronda, da floresta, entre os aros de cultivo neolítico, as gentes livres, nômades, frente as gentes sediadas...
Se falamos dos franjinotes, e pensamos em como foi a Europa inicial neolítica, a Kaltia....
Pode-se ir percebendo o que a raiz frank- transmite?

Então a Rua do Franco, não é a rua do de nacionalidade frânquica, é a rua que permite "franquear, passar a través", a rua que tronça a célula territorial.
Rua do Franco em Compostela, como pode ser observado é das poucas ruas que permitem cruzar em linha reta Compostela sem se desviar em nenhum cruzamento.

Vicus Francorum na Compostela do passo do primeiro milénio ao segundo . Vicus Francorum está no bico do hipotético chousão neolítico sobre o que foi construída a vila e a cidade:
Sistema de chousas Toural a sul e Algária a norte; sobre a Compostela medieval e a Compostela do século passado.

Como outros tourais, Toural é o lugar da feira do gando.
No estudo dos curros neolíticos e a sua continuidade, os locais de feira costumam estar no bico do chousão.
A razão é que o bico do chousão seria como uma trapela onde era possível reunir o gando semi-domesticado, pola sua forma de funil, como as armadilhas para capturar animais corpulentos selvagens que há polo mundo.
Compostela medrou sobre duas grandes chousas, uma a norte: Algária, e outra a sul da que falta o seu bico mas que pode ser percebido que foi cortado pola dupla muralha que existiu na rua de nome Entre Muralhas. Como também a muralha do bispo Sisnando cortou o chousão norte. A chousa sul deixou toponimicamente o nome do Toural; esta chousa sul o seu pico bem poderia acabar na praça da Estrela e talvez numa funda corredoira na altura, a atual Carreira do Conde.
A ambos os lados na parte de união, base das chousas, estaria o castro (Rua do Castro) e está a Corticela.
Corticela que é uma igrejinha anterior à catedral.
Isto também explicaria o nome da Quintana com a sua função funerária já neolítica, pois os enterramentos crematórios em culturas do gando eram feitos dentro dos recintos pecuários, como também incineradas as vacas.


Voltando ao Franco e o lexema franc-:
Assim Françomil é o *mil que permite o passo ao seu travês?






Françomil de Santa Maria de Sendelhe (Boimorto), um mil, um cousso que tem um caminho que o corta e faz perder a sua função. Pode ser observada a sua evolução em cousso de captura, como num dos seus becos, no do leste tem um curro circular, no seu sul o Castro que é cronologicamente muitíssimo posterior.



Francome na Porfia de Padornelo (O Zebreiro) Tem dous caminhos principais de saída para o caminho cimeiro de Santiago. A saída oeste atalha por uns campos atravessando, esses terreos são chamados Francome.
Franc-onmi, (tronça-tudo).
Imagem de Rodeiro (Oça dos Rios); entre Rodeiro e a Barra há um caminho que dá muita volta, e há uma senda de atalho que tronça atravessando leiras, terras tronçadas polo carreiro que levam o nome dos Francos.
As Francas em Lousame, caminho que atravessa as leiras para atalhar, tronçar, na entrada ou saída da aldeia do Castro.
El Franco nas Astúrias e Vila-franca no Berço, estão dizendo isso que por esses lugares é permitida a passagem a través.
Para chegar a Chanteiro (Ares), França de Mugardos é um lugar de passo como Seselhe?


Estamos então com frank- como faixa, flanco, franja exterior, como vegetais tronçados, tronçar, partir, como gente vadia, nômade e estrangeira, gente livre de servidume ....
Atenda-se ao galês ffranc:
- Inimigo, estrangeiro, mercenário
- Livre, franco, cândido, generoso
- Aido dos porcos ou galinhas, cortelho, gaiola
- francês, normando, franco de nação.

Esta quebradura está no frangere latino, no freixo, na frecha, na freixa, frincha...
No asturiano francer partir nozes e avelãs


Franjo, Gypaetus barbatus.



Tronça e fronça a mesma origem?

Análise de França, em Mugardos:

Neste retângulo irão foram analisadas as vias de entrada ou saída a Ares e Mugardos.
A análise é doada pois as vias novas abertas deixam as leiras partidas e são facilmente evidenciáveis. Os velhos caminhos vão polos lindes e não partem terreos. Em exemplo pode ser vista a imagem que segue:
Exemplo de análise para detetar os possíveis antigos caminhos.
Neste plano são consideradas as vias, aparecem de norte a sul três passagens:
- A que passaria por França.
- Uma que uniria o Vilar co Lodairo, mas à saída do Vilar cara a ponta de Beçoucos existe o topónimo Regueiro-Cego que talvez venha a dizer que o caminho era pechado.
- A de Seselhe, que com maiores pormenores está debulhada neste outro escrito.

Polo visto nesta análise, a hipótese de ser França o lugar franqueável nasce, por ser um lugar de passagem, e da raiz franc- ser originado o seu nome.

Outra França toponímica está na freguesia de Veiga (Chantada) e coincide com a antigamente única passagem em um bom treito do regueiro de Burbade, também chamado rio da Lama.

França de Juvencos (Boborás) está no antigo caminho de Boborás para o Carvalhinho, depois de ter passado o regato de Vila-Verde. Previamente a cruzar o regato o topónimo do Porto do Carro pode dar uma ideia da via.
Fráncia, nome de uns terreos perto da aldeia do Burgo em Vedra. Aqui a raiz franc- antes do que franqueada semelha quebrada.



Pena de Frância entre Santiago de Arnego (Rodeiro) e Santa Maria de Doção.




 Depois de visto isto, os topónimos de nome o Francês, podem ter outra visão, antes do que obrigados lugares onde morou um franco ou uma pessoa francesa, poderiam estar dando nome a lugares de passagem, ou atalhos, ou lugares por onde se tronça para dar menos volta no caminho.
Aqui no exemplo, o Francês de São Fiz de Monfero:

O Francês está no entorno do Convento de Monfero, nos caminhos que a ele vão dar, está num cruzamento de vias: a que vem de Ponte-d'Eume polo Norte, duas vias polo Leste, que é uma soa que se bifurca em chegando, que vem de Viar-Maior, de Torres, polo caminho cimeiro das mámoas, a antiga via neolítica, a via do Sul que vem de Irijoa, e um caminho que tronça, atalha, desde esse ponto para o convento sem ter que passar por Rebordelo que é por onde vai o caminho principal.
Para reflexionar:
O caminho de peregrinação a Compostela que é chamado o Caminho Inglês, que vai de Ferrol a Santiago, passa por Betanços.
De Betanços começa a subir e passando pola freguesia de São Tiago de Requião (Requiám) na aldeia de Xanroço recebe o nome de Caminho Francês.
Bom evidentemente não vem da França. Nem era transitado por franceses?
Aqui o que semelha evidenciar-se é a ideia de caminho livre, caminho de passagem ou caminho de atalho?
Em direçao Compostela o mesmo caminho de peregrinos passa por outra aldeia chamada o Francês, em São Tiago de Meangos (Abegondo).
Outra vez a mesma pergunta, o caminho foi de gentes francesas?

Então, o caminho antigo que saia de Betanços cara Compostela, que hoje é caminho de peregrinos, tem relação com o radical franc- que é tratado de analisar aqui.
Sai a ideia de ser um caminho franco, um caminho livre, um caminho direito, sem andar em meandros rodeando cada célula territorial como noutras zonas os caminhos faziam.
E sai a ideia que o tal chamado caminho francês da Galiza, caminho de peregrinos foi o mesmo, um caminho franco na ideia de ser um caminho livre, um caminho direito.



O antigo caminho que unia Betanços e Melide, na zona de entrada no atual concelho melidão, não passava por onde vai a atual estrada. O caminho saia, do que é agora concelho de Boimorto, por Paredes e ia, e ainda vai, paralelo à atual estrada polo seu lado oeste.
Esse caminho antigo nas suas beiras tem terreos que levam o nome do Francês, coincidência?, ou são terras que apanhárom o nome do que foi no seu tempo um caminho francês, um caminho livre, direito, reto, que tronça territórios?
Atenda-se que este caminho é o que entra polo norte em Melide, corre pola freguesia de Ças de Rei, e nada tem a ver com caminho de peregrinos.

















A confrontar com Caminho do Francês em Santa Cristina da Ramalhosa (Baiona)

























שַׁבָּת

Foi apresentada a hipótese dos topónimos sabuz-, e o que é uma saba no sânscrito सभा (sabhā):
Assembleia, congregação, reunião, conselho, audiência pública.
Associação, sociedade.
Lugar para reuniões públicas, grande sala de reunião ou salão, palácio, corte de um rei ou de justiça, câmara do conselho, casa de jogo.
Casa para hospedagem, hospedagem de viajantes.

שַׁבָּת, Sabbath no hebreu fazem-no derivar do acádico 𒊭𒉺𒌅 (šapattu), “o dia do meio do mês”.
A língua acádica foi uma língua franca no Médio Oriente e no Egito durante a época final do bronze e começo do ferro.
O acádico 𒊭𒉺𒌅 (šapattu) relacionam-no com o dia da Lua cheia.
Por textos decifrados, sapattu aparece numa frase que o descreve como dia de descanso do coração.

Árabe: سَبْعَة‎ (sabʿa) sete

No lado basco:
A relação entre o sabugo vegetal e o curral é mais evidente?, semelha que sim.
Sabai / sapai / zapai: curro para o gando, celeiro, palhar, lugar para guardar o feno, sobrado; além doutros significados como tabuado que faz o teto.
Sabika, sabiko: sabugo.
No basco a sufixação -ko é locativa, bilboko "de Bilbau". Com as possibilidades de ser -ka, -(i)ka -(i)ka, Sabiko do sab-.
Zabai: tabuado.

Pola linha gaélica:
Saball: recinto agrícola, estábulo, edificação agrícola de diversos usos. A etimologia gaélica faz derivar esta palavra de zabulum no latim medieval da Irlanda, por sua vez derivada de stabulum, mas vistos os vistos antes do que derivada uma da outra poderiam ser cognatas
Saball, poderia ser percebido como sab- + -al, sebal?, da sebe?
Outras escritas antigas da palavra são sabull, tsabuill, t[sh]abaill...

Na língua galega:
Sabadal é um nome "raro" para referirmo-nos à semana. Semana referenciada no sábado, de sábado a sábado.
Sabadeira é outra palavra para parar nela, pois é o nome da fornada de pão feita para durar uma semana.
Estas palavras fazem pensar num cômputo de semana referenciado no sábado como dia principal.

Apanhando estes restos tratando de refazer o puzzle:
Na época bronze-ferro, poderia haver uma relativa continuidade, na que o dia sábado era o dia de descanso, de enfornar, do pão, e mesmo poderia ser dia de algum tipo de cerimónia religiosa.
A atender que no lugar da exploração pecuária, granja ou eido de Sabhal, São Patrício inicia o cristianismo na Irlanda.
Irlanda que "aparentemente" continuou com os usos culturais herdados da tradição bronze-ferro.

Assim a imagem que sai ao juntar todos os significados do radical sab- é:
A celebração semanal de um culto, jantar dirigido por uma pessoa sábia, cada sete dias, num lugar pecuário rodeado de sebe de sabugos, talvez um dia de descanso no cuidado do rebanho comum no calcolítico, jeito que deveu estar estendido do Atlântico até a Índia.

Assim desde o sumério *saba poderia estar formado polas palavras: sag/šag "fortuna, graça, favor"; "abater gado, matar"; "intestinos"
e ba (dialectal) significa "casa" (ğá). Seria a casa do sacrifício/graça.

Estas casas "sacrificiais" perduraram até o século XIII no mundo nórdico:
In the 13th century prose traditions, hof often designates a pre-Christian huge hall building. These buildings seem to have had a religious function.
Inside such buildings were kept ritual objects and images of the gods. Ceremonial banquets were also celebrated there, including drinking rituals. The chieftain, who also was the cult leader, was supposed to sit in his high seat during the ceremonies. This seat seems to have had religious connotations.
These large halls were often located on the farms of the chieftains...

No século treze, na literatura tradicional em prosa, a palavra hof costuma dar nome a um grande edifício espaçoso pré-cristão. Estas construções semelham ter tido uma função religiosa.
Dentro de cada edificação eram guardados objetos rituais e imagens das divindades. Eram também celebrados banquetes cerimoniais, inclusive rituais de bebida. O chefe, que era também quem dirigia o culto, sentava supostamente numa cadeira alta durante a cerimónia. Esta cadeira semelha ter tido conotações religiosas.
Estas amplas salas costumavam estar localizadas nas granjas dos chefes...
(The Question of Ancient Scandinavian Cultic Buildings: with Particular Reference to Old Norse hof)


Volta a aparecer este tipo de lugar cerimonial, como a casa do briugu, numa exploração agrícola.
É por isto que a corte do rei está numa corte de vacas?
Corte do rei que dizem provém do latim cōrtem por sua vez de cors e de co-hortus.
Mas se imos diretamente ao cognado grego de hortus χόρτος (khórtos) "local para alimentar animais, corte, curral, celeiro, pasto"; "feno"; "alimento em geral", cognado do proto-céltico *gortos, com o descendente gaélico irlandês gort que não por casualidade, além de dar nome ao campo de cultura, dá nome à hedra.

Isto é a corte das vacas é a corte do rei.







Caixão de xastre:

Sabazios

http://www.bibleorigins.net/sabbathorigins.html