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Vênus múrcia
A Vênus pós-coito, relaxada e adormecida.
É a Vênus qualificada de múrcia, murta, ou múrtia.
A Vênus venerada, da vieira, da concha, e do vieiro, do caminho.
Este adjetivo de múrcia foi explicado noutras épocas para pejorar a divindade feminina, e algum padre da Igreja dixo que murtia tinha a ver com murco, estúpido.
O conto de sempre.
Murta é o mirto, arbusto de Vênus, verde que logo de cortados os seus ramalhinhos, as suas murchadas folhas tenhem esse aquele de moleza quente, e fermosura suave.
É murcela a Afrodite, africana, pois leva o negro da amora, murcelo é o que tem a cor escura da fruta da silva.
Múrcia é palavra galega que anda arredor do mole e da laxidão.
Múrcia e murcha perto da morte.
Múrcia é a húmida, a brandura da carne, a carne quase putrefata, a pálida, a indolente.
E neste estado de murciedade que aparece a fertilidade, pois é no murteiro, terra donda, lavrada, vessada, arxada, e redrada, até três vezes cavada ou arada, no que se faz a sementeira.
Temos essa brandura na morcela, no morcom, na murciela, morçoa ou moela, na pedra morcenha, a pedra que se desfai facilmente.
Morcar, abrandarem-se as castanhas armazenadas.
As terras múrcias, ou murças estám na toponímia.
A Múrcia das espanhas assenta num vale de aluviom ubérrimo, onde o rio Segura trabalhou, onde a mole terra pouco afirma, e as edificaçons devem ser bem alicerçadas.
Murça é um lugar que se abre entre terrenos montanhosos, onde a cultura é mais fácil, há a tautológica Branda de Murço, perto Arcos de Valdevez, Murçós na zona de Macedo de Cavaleiros, Múrcia na Terra-chá de Cospeito ....
Image de Morcelhe em Bezerreá:
Observo à Vênus múrcia, desprendendo toda a sua beleza que fertiliza o mundo, e um tafo bafo de amor respiro em recendo do seu essencial, que me leva a perceber a bonitura a través dumha mulher múrcia.
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