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Perdão


Pode ser uma grande perda.
Ainda que também uma grande doação, pois dizem vir, não de perder, e sim de doar, polo latim "per donare", (ação completa de dar).
É pois, o perdão, visto de dous jeitos, algo que se perde ou algo que se dá?
Ambos os jeitos tem em comum uma energia que se trasvasa, que passa de um lugar para outro, este fluxo é visto como uma perda ou é visto como uma doação absoluta.

Nesta ideia de perdoar como algo que é dado, o inglês utiliza forgive, (do mesmo modo que o latim per donare), for give.
Aprofunda, o inglês mais no conceito de perdão, ao alargar forgive o seu significado a esquecer.
Com efeito, o perdão implica um esquecimento total do dano.

No irlandês dilgud, de dol-luigi, com variantes como dílgaigid, di-luig, do verbo logaid, conceder, onde o prefixo di, vai na mesma ideia que o for inglês ou o per latino
Maithmech, também foi ou é perdoar em gaélico, onde maith é bom, bondade, e mech poderia ser um derivado de meit/met que vem sendo muito, grandioso, que não pode ser maior.
Maithiunás, no irlandês atual, do irlandês antigo maithemnas, de maithem + -as, onde maithem é perdão, construído sobre maith que é ser bondadoso com o sufixo -em, que o faz do verbo nome.
Pois então temos que o perdão é a meirande bondade.

Tudo isto leva a pensar que o perdão é recente pois é uma palavra que é nova, feita, refeita sobre o dar, apenas no irlandês achamos essa relação antiga, direita com a bondade.

Por exemplo a dificuldade do perdão manifestou-se algo no holandês, onde da mesma raiz que o inglês forgive, temos vergeven, que é perdoar e antigamente: danar com veneno, envenenar.
.

No basco perdoar é barkatu, com a variante parkatu, que talvez venha a ser parente de parco ou do latim parcere (reservar, preservar), com o sânscrito कृश्यति, que vai na ideia de diminuir, adelgaçar, aforrar.
Outra cara do prisma do perdão, o dano que algumas vezes é devolvido em vingança, sobre o suposto causante, ou sobre outrem que apareça na vida, é preservado, diminuído. Recebemos algo que nos dói, e pode ser que o devolvamos, mas essa devolução é minorizada, ou preservada, parada, poupada, coutada de sair.

À par de perdoar temos excusar, que lhe dá mais concreção ao prisma conceitual do perdão, pois excusar, vem de ex-causar, (confronte-se com acusar, para ver melhor), aceitar que a causa é outra.
Na constelação causal, a responsabilidade última do dano perde-se.
No modelo paradigmático, até há pouco principal no mundo ocidental, a relação causa efeito é dual e lineal. Mas entra com vigor a ideia de que no acontecer atuam três forças, causa, efeito e terceira força, invisível no nosso plano, (Nam mioho rengue kyo), e que causa e efeito flutuam no mar do tempo-espaço até dar uma com a outra, ficando a responsabilidade partida em três, causa e efeito atraem-se como ímãs, na confluência com um terceiro fator invisível para os que habitamos neste lugar tetra-dimensional.
A concatenação causal que leva ao dano tem também o seu aquele na ideia de ex-causare.

A xota e o xote




Grande mestre Gonzaga!

O xote, essa dança, tem a ver com a xota?
O salto da xota, é o salto da cabrita, pois a xota é a chiva que nas Astúrias dizem chota, que chouta, ou brinca.
No catalão xoto é bode.
A xota galega é a indômita. Esse sonho de grande liberdade, de sermos ceives e poder arrolar polo prado abaixo nenos e nenas no riso e na lediça. O xoto ou joto está perto do xardesco ou do sardo e do xardom ou sardão, do bravo e rude, do em xebre/gebre

É a xota no começo, pois a xota é o renovo de força, o chupom, a vara nova que nasce na primavera, o redolhar da frouma, por isso com a xota se xostra, a jeito de tralha, e é coa xota que se enxota, se agita e se açouta. Movimentação!
Arxa!, bulício!
É primavera, tempo da xota e do xoto.
Tempo do nascer onde tudo ainda é possível, a pluri-potência.

A xota, o garfo do enxerto, com tanto vigor, que com um pouquinho prende.
É xota que sai em chute.
É xoto o jota, a letra menina, o ramo esgalhado.

E é a xata e o xato, que tantas voltas dei para saber de onde viriam, xotos ambos, xota e xoto, pois a vida, o beitza, abezerrado e calmo, vulcão emerge e salta ao ver a cancela aberta.
Ei!!!. que se bota fora!!!

.

É a xota e o xote música, que tamém é jota espanhola, e chotis madrilenho
E são os escotos, xotos gaiteiros e xotos também na raiz indômita.
Umha xota galega!

As Penas da Auga, com "buxeiros" e bruxas darredor



Pola Galiza adiante há Penas da Auga, outeiros, outeirinhos, montes montanhas, cascatas, mâmoas levam este nome ....
Algumas delas são pedras nas que há água, lavradas pola erosão com poças, outras nas que há fontes, ou cadoiros ....
Mas há outras nas que a água, H2O, não está por nenhures.
Este microtopônimo Pena da Auga coincide, mais que a simples aleatoriedade, com petróglifos, às vezes com gravuras de covinhas e regos.
A origem desta auga, poderia ter mais a ver com a raiz aug-, do que com a aqua, água?
Assim:
A etimologia de augusto leva à uma raiz comum com augur, pois ambas venhem derivando do radical aug-, (auge), com palavras antigas do grego como "auxo, augso", ensalço, elevo.
Seria pois Pedra da Auga, pedra da elevação, pedra-altar.
E ainda ao ladinho ἅγιος  

Isto polo lado Mediterrâneo, que polo Atlântico temos:
Aucca no velho irlandês, com as variantes, uccu, ucca, ouccu que significa: escolha, desejo.
Que aucca reúna desejo com escolha, pode indicar uma profundeza de pensamento da sociedade que assim se exprime, pois há possibilidade de escolha no seu desejo, entender que o desejo é uma escolha e não uma imposição, é possível ser percebido isto como uma avantagem, a pessoa cavalga o desejo, e não é atropelada dominada polo ansiado.
É para falar, também, que auga no norueguês e no islandês significa olho.
A sentença: "encher o olho" une isto, o desejo com o olhado. O desejo, uma visão necessária que está vácua e precisa ser colmada.
Aqui a diferença para mim e em mim, podem-me encher o olho, ou podo escolher com o que o encho.

Esta coincidência entre o dialectalismo galaico auga, (água) e auga, olho, dos viquingues, cria algumas perguntas, pois a etimologia da auga norse tem esta cadeia: velho norueguês auga, proto-germânico *augô,  proto-indo-europeau *h₃ek- (“olho; ver”), latim oculus (ocus), sânscrito अक्षि (ákṣi), gótico "áugō", inglês antigo ēaġe, inglês moderno eye, gaélico escocês ee, sueco öga, holandês oog, danês øje, alemão auge, que fecha a roda, ligando a visão com a elevação e com a escolha do desejo ou a desejada escolha.
A Pena da Auga tem covinhas que servem para ver, tem buracos como "guás" (0) ou güeyos asturianos.
A Pena da Auga é por isto a Pena do Olho ou dos Olhos (1). 


Premendo aqui, é interessante escutar como um islandês pronuncia auga, /aiga/, para dizer olho.
Então eu escuito aiga, o "dialectalismo" da águia, e todo isto já se me remexe de mais.


Fazendo derivar aiga do latim aquila; agui(l)a; águia; aiga (por metátese) ... chegamos a onde chegamos ...
Pois também há aigle no francês,  αϊτός / αετός (aïtós / aetós) no grego, aicil no irlandês. A etimologia francesa justifica-se por ter o i mudado de lugar ....


Mas a alta ave dos augures deste planeta aparenta com a "auga" e com o olho?
Alguém diria que sim. Muito mais alô das brincadeiras etimológicas: sim!
A aiga guicha pola fenda e guia, avesulha o mundo.



A aiga conhecida para mim é o buxato, que semellha ter a ver com a buxa, (2) a buxa que é bucha, olho, peça furada, onde entra o eixo e permite que gire, uma caixa de rolamento.


Caio no vórtice e ponho em dúvida a primacia do latim em gerar tanto léxico, e de não ser mais que um parente rico que tem emprestado e modelado os falares célticos e europeus irmãos, por vezes utilizada em excesso para argumentos subliminais submetedores.
E no caso da aiga, ser aiga parelha da aquila, estar à par, e não derivar de aquila. Pois antes de Roma já por aqui se sabia falar e já as aigas e outras aves (3) auguravam.



É assim a aiga um olho?




Chão da Auga da Lage, perto de Víncios, Gondomar.





Pedra da Auga em Gondosende, Teis (Vigo).
Tirado de Wikiloc: https://es.wikiloc.com/rutas-senderismo/teis-63532311






Olhos, petróglifos da Atalaia de São Cibrão na Marinha.





(0) Cúas, cús, cúais, significa cavidade, caverna, covil, no irlandês, próximo a guá e a cu.
No sânscrito e hindi गुहा
(guha) "caverna, buraco", aparenta com guá e com o "gujero" espanhol.


(1) A etimologia espanhola, fundamenta a sua palavra "hoyo", buraco, no latim fovea, talvez se mirar algo mais para o Atlântico veria que a palavra galega olho anda por perto?
Lembrar que oculum latino procede do diminutivo de ocum, onde o pequeno buraco gera o órgão da visão, pois olho e buraco são sinônimos.
Também a etimologia espanhola deriva agujero, buraco, de aguja, agulha, sem ter em conta bujero, apartado, doestado por vulgarismo, que dá a clave da origem, pois bujero tem a mesma raiz que buxa, buje?Nas Oumanhas ujera é a boquela, a porta de um prado murado, daí a palavra ujier espanhola, o porteiro.
Isto dá uma relação entre o olho e o buraco; *wḷḷa.
Agulheiro é o buraco numa parede onde vai sustentada a estada ou andaime.




(2)  Hipótese alicerçada pola etimologia é a que aparenta o inglês box (caixa e arbusto buxo), com o boj espanhol, com the bush, o mato e arbusto inglês, com o bosque, e muitas mais.
Daí o buxo como planta arbustiva, e de buxo a  buxa,  pois é usada a madeira do buxo, mui resistente, para fazer as peças de rolamento, as buxas. Então, para esta hipótese alicerçada, o primeiro é a planta arbustiva que gera todo este campo lexical que vem dar na buxa, como madeira de buxo com buraco, caixa de madeira de buxo, caixa, bussola ...

O nome inglês para a planta arbustiva bush ou shrub, está próximo a brush, vassoira de escovas original e primária, que aparenta com o francês brosse, com o espanhol broza e com o galego brocha, e que está na raiz de bruxa, por ser a bruxa utilizadora de escovas como brochas, como hissopes e como sistros.
Mas é possível uma volta a todo isto: pois poderia ser buxa a primeira e raiz. (Definirmo-nos desde nós). Palavra dicionariada no 1.858 por Luis Aguirre del Río como "buxa", parte genital da mulher; com buraca, bursa, bolsa, boca, bucca, bucho, bruços (lábios) ao seu lado. Esta buxa  poderia ser a geradora da palavragem de buracos e caixas e mesmo do buxo como mato púbico?...
Mais palavrinhas: como buxeiro, palavra certa e não espanholismo?, à par de buxete, orifício estreito para dar-lhe força a água que dá no rodício; bugio lugar onde se acovilhar, bujeu, recolhe Valladares no 1884 como enterrador, também carniceiro; buxão, desocupado, vazio, sem conteúdo; bujom, no Caraminhal, buraco para esvaziar a auga das embarcações pequenas, ou cunha que tapa o buraco; buxarda, bufarda, janela pequena; buxeta, vaso pequeno; buxana, senrada minhoca de mar furadora; buxar grassar um rolamento.



(3) Na etimologia do italiano, francês e catalão, ucello, ocel, oiseau, no polaco orzeł, (aiga)  nomes das aves, criam a deriva partindo de ave e as suas variações, mas nunca de olho, ocus, oculus, e mesmo em italiano existe a palavra augello para a ave.
Nas falas asturianas, que são uma fonte,  acelluchu, (acellu + uchu) é pássaro.



Aqui falo da possível origem da palavra debuxo como originada pela união de+buxo:
http://oqueseouveporai.blogspot.com/2008/10/dizemos-no-portugus-desenho.html


Outra pena da auga:
http://patrimoniogalego.net/index.php/2012/2011/06/a-pedra-da-auga-de-gondesende/


Vênus múrcia




A Vênus pós-coito, relaxada e adormecida.
É a Vênus qualificada de múrcia, murta, ou múrtia.
A Vênus venerada, da vieira, da concha, e do vieiro, do caminho.
Este adjetivo de múrcia foi explicado noutras épocas para pejorar a divindade feminina, e algum padre da Igreja dixo que murtia tinha a ver com murco, estúpido.
O conto de sempre.


Murta é o mirto, arbusto de Vênus, verde que logo de cortados os seus ramalhinhos, as suas murchadas folhas tenhem esse aquele de moleza quente, e fermosura suave.

É murcela a Afrodite, africana, pois leva o negro da amora, murcelo é o que tem a cor escura da fruta da silva.

Múrcia é palavra galega que anda arredor do mole e da laxidão.
Múrcia e murcha perto da morte.
Múrcia é a húmida, a brandura da carne, a carne quase putrefata, a pálida, a indolente.
E neste estado de murciedade que aparece a fertilidade, pois é no murteiro, terra donda, lavrada, vessada, arxada, e redrada, até três vezes cavada ou arada, no que se faz a sementeira.
Temos essa brandura na morcela, no morcom, na murciela, morçoa ou moela, na pedra morcenha, a pedra que se desfai facilmente.
Morcar, abrandarem-se as castanhas armazenadas.
As terras múrcias, ou murças estám na toponímia.
A Múrcia das espanhas assenta num vale de aluviom ubérrimo, onde o rio Segura trabalhou, onde a mole terra pouco afirma, e as edificaçons devem ser bem alicerçadas.
Murça é um lugar que se abre entre terrenos montanhosos, onde a cultura é mais fácil, há a tautológica Branda de Murço, perto Arcos de Valdevez, Murçós na zona de Macedo de Cavaleiros, Múrcia na Terra-chá de Cospeito ....

Image de Morcelhe em Bezerreá:


















Observo à Vênus múrcia, desprendendo toda a sua beleza que fertiliza o mundo, e um tafo bafo de amor respiro em recendo do seu essencial, que me leva a perceber a bonitura a través dumha mulher múrcia.

Massa de maçaricos

Ergue o bico, Mazarico,
Quen che dou tan grande pico?
-Doumo Dios e San Francisco
pra picar no teu muíño.
Eu piquei e repiquei,
grans de millo encontrei,
e boteinos a moer
e os ratos a comer.
Agarrei un polo rabo
e leveino ao mercado
“Canto me dan por este corpo cebado?”
Douche unha burra rabela
pra andar dacabalo dela!
http://picolog.blogaliza.org/as-nosas-historias-patrimonio-inmaterial-de-mazaricos/


Pico, pico, mazarico,
¿Quén che deu tan largo bico?
Doum'o Dios e San Francisco
Para picar n-os carballos
Entre polas e ramallos.
E piquei e repiquei,
tres milliños atopei,
E levei-n-os ó muino;
Y-o muino a moer
Y-os ratinos a comer.
Agarrei un po-lo rabo,
E levei-n-o ó mercado.
--¿ Cánto me dades, señores,
Por iste porco cebado?
--Cen reás com un cabalo
E un can desorellado.
Fun a cas d'a mina tia,
Doume unha cunca de leite
Co'a culleriña partida.
Chameille torta e retorta,
Deume co'a tranca n-a porta,
E fun por un caminiño,
Y-encontrei unha cabra morta,
E dinlle un puntapé,
E díxome bee.


Ergue o bico, maçarico;
quem che deu tam grande bico.
Deu-mo Dios e Sam Francisco,
p'ra picar no teu muinho.
E piquei e repiquei,
graos de milho encontrei;
e botei-nos a moer
e os ratos a comer;
agarrei um polo rabo,
e levei-no ao mercado.
Quanto me dam por
este porco cevado?
Umha mula corredora
e um galo galinheiro
p'ra que che galee as tuas galinhas...

Pico, pico, mazarico
¿quen che deu
tan longo pico?
Deumo “Dios” “pra” picar
nos carballos.
E piquei e piquei
e repiquei.
Tres “grauciños” atopei.
Leveinos ó muíño a moer.
Os ratiños a roer.
Pillei un polo rabo.
Leveino ó mercado.
¿Canto me dades
por este porquiño cebado?
Marga, da Estrada

Pico, pico, mazarico,
¿quen che deu tan longo “pico”?
Deumo Deus e San Santiago
para picar o pan no agro
e piquei e repiquei,
cen milliños encontrei
e boteinos a moer
e os ratiños a comer
e agarrei un polo rabo
e boteino naquel cabo
e tamén agarrei outro
e boteino naquel souto
e vin de moita “prisa”
tocando a miña gaitiña
pero víronme os ladróns
e roubáronme os calzóns
M. Barrio – N. Rielo: “Escolma

Pico, pico,
mazarico,
¿quen che deu
tan ben no pico?
Foi a filla de Don Luís,
que está presa
pola punta do nariz.
Os cabalos a correr,
as meniñas a estudar.
¿Quen será
a máis bonita
que lle toca escapar?
Rosa de Vilanova de Arousa

Pico, pico, mazarico,
¿quen che deu tan longo pico?
Deumo Deus e os meus pecados
“pra” comer o pan dos saos
e comín e recomín
e un gran de millo atopei.
Leveino ó muíño
o muíño a moer
e os ratiños a roer.
Lola de Paradela – Lugo

Pico, pico, mazarico,
¿quen che deu tan longo pico?
Deumo Deus “pra” repicar;
repiquei e repiquei;
tres granciños encontrei
e leveinos ó muíño;
o muíño a moer
e os ratos a roer
e collín un polo rabo
e tireino ó outro lado.


—Pico*, pico, Mazarico,
quen che deu tamaño pico?
—Deume Deus este traballo
pra picar neste carballo.
Piquei e repiquei,
sete graus de millo encontrei.
E leveinos ó mercado
pra comprar un cocho cebado;
e leveinos ó muín,
i o muín a moer
e os ratiños a comer;
i agarreirnos polas orellas
e tireinos entre as ovellas;
i agarreirnos polo rabo
e tireinos contra aquel cabo.
Caba, cabo cabanón,
mamache nun cagallón.

*Pico, Peto, paxaro carpinteiro.
Paíme, San Xurxo de Piquín, Ribeira de Piquín (Lugo)


Pico, pico, mazarico,
¿quen che deu tan longo pico?
Deumo Deus para picar,
e piquei e repiquei,
cen graíño encontrei,
e boteinos no muiño,
o muiño a moer,
e os ratiños a comer,
e agarrei un polo rabo,
e leveino ao mercado.
http://timesmo.blogspot.com/2011/01/pico-pico-mazarico.html

Pico pico, mazarico,
¿quén che deu tamaño pico?
Deume Dios este traballo
pra picar neste carballo.
Piquéi e repiquéi,
sete graus de millo encontréi.
E levéinos ó mercado
pra comprar un cocho cebado;
e levéinos ó muín,
i o muín a moer
e os ratiños a comer;
i agarréinos polas orellas
e tiréinos antre as ovellas;
i agarréinos polo rabo
e tiréinos contra aquel cabo.
Caba, cabo, cabanón,
mamache nun cagallón.

Aníbal Otero Álvarez (1977): Vocabulario de San Jorge de Piquín, Universidade de Santiago, 1977 (Verba anexo 7)


-pico, pico mazarico, ¿Quién te dieu ese purrico?
-diéumelu Dieus ya mieu trabayo pur picar neste Carballo,
ya desque piquéi ya piquei un grano de mié saquéi;
llevéilu al mulín a muler ya'l mieu ratín a cumer.
Sarréilu pula punta'l rabo ya tiréilu al outro lado.
Ganéi cien mulas corredoras ya un putricu tusquilado.
http://danzatradicional.com/v_portal/informacion/informacionver.asp?cod=879&te=16&idage=881&vap=0


Pico, pico, mazarico, ¿quén che deo tan grande pico?
Deumo Dios c`ol meu trabayo, para picar n`aquel carbayo.
Tanto piquéi y repiquei que nin ua foya deixei
http://www.google.com/url?sa=t&source=web&cd=13&ved=0CCUQFjACOAo&url=http%3A%2F%2Fwww.mavea.org%2Fweb%2Fdocumentos%2FCreencias_ornitologicas.pdf&ei=AHDFTbCcFYiXhQeqtKn4Aw&usg=AFQjCNE2MNa0wLPOh-NZQBLQyDy1_6EE7g&sig2=MeJBGAzkxwlLe47uKf9dhw


Pico Pico Mazarico
quen che deu tamaño pico?
Deumo Deus para o meu traballo
para picar naquel carballo
Xa piquei e repiquei
e un gran de millo atopei!
Leveino ao muíño
e o muíño a moer
e os ratiños a comer
Collín un polo rabo
e leveino ao mercado
déronme dez reás por el
e un carto furado.
http://www.goear.com/listen/c564c17/pico-pico-anton


- Pico, pico, mazarico,
¿Quen che dou tamaño pico?
- Doumo Dios e os meus pecados
para picar nos carballos.
Eu piquei e repiquei
e graiños encontrei.
Leveinos ao muiño,
o muiño a moer,
os ratiños a comer,
e collín un polo rabo
e leveino ao mercado
e vendín cen reás por bocado;
marchei por unha corredoira torta,
atopei unha craba morta,
saqueille unha corna
e púxenme a tocar nela,
toquei e toquei e volvín a tocar,
e decía así: Sebastianciño e vós, vide aquí,
que sete ladrós me teñen preso aquí,
a craba negra e mais a verdegada
están nunha caldeira
facendo unha guisada.



Pico, pico, mazarico
¿quen che dou tamaño bico?
Doumo Dios e San Francisco
para picar nos carballos,
antre ponlas e ramallos.
E piquei e repiquei,
tres granciños atopei
e leveinos ó moíño;
o moíño a moer,
os ratiños a comer
e collín ún polo rabo
e leveino ó mercado.
¿Canto me dades, señores,
por este porco cebado?
Cen reás e un ochavo.
Fun por cas de miña tía
cando o sol amañecía;
doume unha cunca de leite;
a cunca estaba fendida
i a culleriña partida.
Fun pola corredoiriña,
topei unha cornetiña,
que tocaba que rabiaba,
e salíronme os ladróns
e roubáronme os calzóns.
Acudide acá mulleres,
con gadañas e culleres.
http://www.consellodacultura.org/asg/instrumentos/os-aerofonos/corneta/


Pico pico mazarico quen che deu tamaño bico
Foi a pomba da balanza tira un pincho e salta a Francia.
http://www.blogoteca.com/pontedeva17demaio/index.php?cod=38766


Pico, pico, mazarico, ¿Quién te dio tan grande pico?
Diómelu Dios por mi trabayu pa picar en un carbayu,
Piqué y repiqué un granu maíz topé,
Llevelu al molín, el molín, moler, moler,
El ratón, comer, comer, llevé un al mercau:
-¿Cuánto me das por esti ratón? -Cien ducados y un doblón
y un rocín sendero vieyu, coxu y ...
http://danzatradicional.com/v_portal/informacion/informacionver.asp?cod=581&te=53&idage=583&vap=0


"Pico, pico, mazarico,
¿quén che deo tan grande pico?
Deumo Dios col meo trabayo,
pra picar n'aquel carbayo.
Tanto piquei y repuiquei
que nin ua foya deixei"
http://www.llamparego.net/2010/02/pito-real.html


PICO, PICO, MAZARICO.
Pico, pico, mazarico,
¿quen che deu tan grande bico?
deumo o trasno dos traballos
para picar nos carballos
e piquei e repiquei,
tres milliños atopei.
E leveinas a moer
e os ratiños a comer;
E pilleino polo rabo
e leveino ao mercado.
¿Canto me dades por él?
o cabalo de MAnuel
O cabalo estaba coxo
e deixeino xunto a un toxo.
Fun cear coa miña tía,
deume unha culler partida.
Chameille torta e reterota,
mandoume lava-la porca.
E fun por unha sendiña
e atopei unha ovelliña.
E leveille de beber
e bebeu e dixo bee
Pero víronme os ladróns
e sacáronme os calzóns.
http://cantigadas.blogspot.com/2008/02/charla-paulo-e-magoia.html



Pico, pico, mazarico,
quen che deu tan longo pico?
Repicar e repicar,
cun axóuxere a soar.
Repiquei e repiquei,
tres granciños atopei
e leveinos ao muíño;
o muíño a moer,
os ratiños a roer...
E collín un polo rabo
e guindeino para outro lado!
http://www.google.com/url?sa=t&source=web&cd=30&ved=0CF4QFjAJOBQ&url=http%3A%2F%2Fwww.xunta.es%2Flinguagalega%2Farquivos%2F03_libretas_dossier.pdf&ei=THLFTcKWFcSGhQeJjcGABA&usg=AFQjCNGUx4e0cY1bCwHVOTbkac59Zu0M3A&sig2=7AxeG7KTeWMECxt1FsNQ7w


Pico - mazarico
quen che deu - tamaño bico ?.
Doumo Dios - e San Francisco
para picar - nos carballos,
entre ponlas - e ramallos;
e piquei - e repiquei,
tres granciños - atopei
e leveinos - ó moíño;
o moíño - a moer,
os ratiños - a comer
e collín - un polo rabo
e leveino - ó mercado.
Canto me dades - señores
por este - porco cebado ?
Cen reás - e un ochavo.
Fun por cás - da miña tía
cando o sol - amañecía;
doume unha - cunca de leite;
a cunca - estaba fendida
i a culleriña - partida.
Fun pola - corredoiriña,
topei unha - cornetiña
que tocaba - que rabiaba,
e salíronme - os ladróns
e roubáronme - os calzóns.
Acudide acá - mulleres,
con gadañas - e culleres.


Pico, pico, mazarico,
¿quen che dou tan largo bico?
Doumo noso señoriño
pra picar nos carballiños,
eu piquei e repiquei
tres granciños atopei,
e leveinos ao muiño,
o muiño a moer
e os paxariños a comer."
http://spike-webpage.blogspot.com/2006/12/frmulas-para-botar-sortes-3.html

Pico, pico, mazarico,
¿quen che deu tamaño pico?
-Deumo Dios i o meu traballo
para picar naquel carvalho
e piquei e repiquei
i un grau de millo encontrei
e leveino ó molín,
i os moliños mole mole
i os ratiños come come,
e collín un polo rabo
e leveino pró mercado
"¡A ver canto dan señores
por este porco cebado...!”
(Recollido por Cándido Sanjurjo no folleto, sen data,
Apousos que deixa o tempo. Nas veigas do Eo en Abres,
do ano 1924 pr'acó, edición


- Pico, pico , Mazarico
quén che deu tan largo pico?
- Deumo Deus e San Santiago
para picar o pan no agro
e piquei e repiquei,
cen milliños alcontrei
e botéinos a moer
e os ratiños a comer
e agarrei un polo rabo
e boteino naquel cabo
e tamén agarrei outro
e boteino naquel souto
e viñen de moita prisa
tocando a miña gaitiña
pero víronme os ladróns
e sacaronme os calzóns. "Escolma de Carballedo (Lugo) "


Pico, pico, maçarico
Quem te deu tamanho bico?
Foi a vaca chocalheira,
que põe ovos em manteiga
Para a filha do juiz,
Que está presa na cadeira
Pela ponta do nariz
http://www.eb1-faralhao-2.rcts.pt/lengalengas.htm


Pico, pico, maçarico,
Quem te deu
Tamanho bico?
Salta a pulga da balança
Que vai ter até à França
Os cavalos a correr
As meninas a aprender
Qual será a mais bonita
Que se vai esconder?
Carolina F. e João Pedro


Pico, pico, saranico,
Quem te deu
Tamanho bico?
Foi a velha chungueleira
Come ovos e manteiga
Bota os burros a correr
As meninas a aprender.
Qual será a mais bonita
Que se vai recolher?
Sara


Pico, pico, saranico,
Quem te pôs
A mão no bico?
Foi a filha do juiz
Que está presa
Pela ponta do nariz.
Os cavalos a correr
As meninas a aprender.
Qual será a mais bonita
Que se vai esconder?
Rita


Pico, pico, saranico,
Quem te deu
Tamanho bico?
Foi a filha do juiz
Que está presa
Pelo nariz.
Salta a pulga
Da balança.
Dá um berro
E vai à França.
Os cavalos a correr
As meninas a aprender.
Qual será a mais bonita
Que se vai esconder?
Ana Maria


Pico, pico, maçarico,
Quem te deu
Tamanho bico?
Salta a pulga
Da balança
Que vai ter
Até à França.
As meninas a aprender
Os cavalos a correr.
Qual será a mais bonita
Que se vai esconder?
Constança


Sarabico bico bico,
Quem  te pôs tamanho bico,
foi a velha chocalheira que
come ovos e manteiga,
os cavalinhos a correr,
os meninos a aprender,
quem será o mais bonito que
se há-de esconder.


Pico, pico, maçarico
Ó menino, não se pique...
Pica a abelha
Pica o galo e a galinha
Pica a mosca e o mosquito
Pica o ouriço-cacheiro

Tico tico sarabico quem te deu tamanho nico?
Foi a velha chocalheira que andava na ribeira a apanhar cavaquinhos...


Pico, pico, saranico,
Quem te deu tamanho bico?
– Foi a filha da rainha
Que está presa na cozinha.
Salta a pulga na balança,
Dá um berro, vai a França;
Os cavalos a correr,
As meninas a aprender,
Qual será a mais bonita
Que se há-de esconder?
*
– Pico, pico, sar(r)abico,
Quem te deu tamanho bico?
– Foi a velha chocalheira,
Que come ovos com manteiga.
Os cavalos a correr,
As meninas a aprender,
Qual será a mais bonita,
Que se vai esconder,
Debaixo da cama da D. Inês,
Lá chegará a tua vez.

Pico, pico, sarabico,
Salta a pulga ao penico,
Do penico à balança,
Disse o rei pra ir à França,
Buscar o D. Luís,
Que está preso pelo nariz.
Os cavalos a correr,
As meninas a aprender,
Qual será a mais bonita
Que se há-de esconder?

Sola, sapato, rei, rainha,
Fui ao mar pescar sardinha,
Para a filha do juiz
Que está presa pelo nariz.
Salta a pulga na balança,
E vai ter até à França13.
Os cavalos a correr,
As meninas a aprender,
Qual será a mais bonita
Que se vai esconder?



Sarapico, pico, pico
Quem te deu tamanho bico?
Foi a velha Chocalheira
Come ovos e manteiga.
Os cavalos a correr,
As meninas a aprender.
Qual será a mais bonita
Que se irá esconder?

Chaves


Sarapico, pico, pico
Quem te deu tamanho bico?
Foi a velha Chocalheira
Come ovos e manteiga.
Cavalinhos a correr
E meninas a aprender.
Qual será a mais bonita
Que se vai recolher?

Lagares (Lapa), Penafiel


Sarapico, pico, pico
Quem te deu tamanho bico?
Foi o filho da rainha
Que está preso na cozinha
Salta a pulga na balança
Dá um pulo e vai à França

Chaves


Sarapico, pico, pico
Quem te deu tamanho bico?
Foi o padre da Botelha
A jogar a sobrancelha.
Sobrancelha miudinha
Como a pulga da balança
Dá um pulo e põe-te em França.

Vila Pouca de Aguiar


Sarapico, pico, pico
Quem e deu tamanho bico.
Foi a velha chocalheira
Que andava pela ribeira
Aos ovinhos de perdiz
Prà menina do juiz.
Os cavalos a correr,
As meninas a aprender.
Qual será a mais bonita
Que se vai esconder?

Souto Maior, Vila Real


Sarapico, pico, pico
Quem e deu tamanho bico.
Foi a Gata Borralheira
Que come ovos com manteiga.
Salta a pulga na balança
Dá um pulo até à França.
Os cavalos a correr,
As meninas a aprender.
Qual será a mais bonita
Que se vaie sconder?

Travancas, Chaves


Tico Tico maçarico
Quem te deu tamanho bico?
Foi o Padre da Abedelha
Pra cegar a sobrancelha;
Sobrancelha é miúda
Como a pulga na varanda.
Abre o rego, fecha o rego,
Vai-te esconder atrás do penedo.

Barcelos



Sarrabico pico, pico quem te deu tamanho bico?
Foi a velha chocalheira que come ovos e manteiga,
Os burrinhos a correr,
As meninas a aprender
Qual será a mais bonita?
Que se vai recolher.


Pico, Pico Serenico
Pico, pico serenico
Quem te deu tamanho bico?
Ou de ouro ou de prata
Mete a mão neste buraco
Pico, pico serenico
Quem te deu tamanho bico?
Foi o filho do Luís
Que está preso pelo nariz
Pico, pico serenico
Quem te deu tamanho bico?
Foi a filha da rainha
Que está presa na cozinha
Salta pulga da balança
E vai ter até à França
Cavalinhos a correr
Meninas a aprender
Qual é a mais bonita
Que se irá esconder


Bico, bico, surubico,
Quem te deu tamanho bico?
Foi a velha açucareira
Lá da banda da ribeira
Que andou pela algibeira
Procurando ovos de perdiz
Para a filha do Juiz.


Bico, bico, saranico,
quem te deu tamanho bico?
Foi a velha chocadeira,
que anda lá pela ribeira
pondo ovos de pinico...


Serrubico mandanico
Quem te deu tamanho bico
Foi nosso senhor Jesus Cristo
E os de Ouro e os de prata
e os que lozem na buraca
Pica o ouriço-do-mar
Pica a espinha do peixe
(Pica mais o peixe-agulha)
Pica a pulga
Pica o azevinho
Pica o cardo
Pica a gilbardeira
Pica a laranjeira
Pica o ouriço da castanha
Pica a pita
Pica a rosa
Pica a silva das amoras...
Pico, pico, maçarico!
Ó menino, não se pique...

Pico-pico maçarico, quem te deu tamanho bico
Foi o padre da bote-lha para jogar à sobrancelha.
Sobrancelha e é redonda como a pulga na balança,
deu um pulo e pôs-se em França.
Arre vez, Arre vez , é agora a tua vez !
http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=2074053743400363560



Pico, pico,
mazarico,
quen che deu
pico tan largo.
Deumo Dios
e San Pablo
pa picar
o pan do agro.
Piquei e repiquei
e encontrei
un grao de millo
e leveino ao muíño.
O muíño a moer
e os ratiños a comer
e pillei un polo rabo
e leveino ao mercado.
Déronme cen reás por il
e comprei un cabaliño
e víñame enfermo
e morreume
e saqueille a pel
pa fevillas de botós.
E este cuento se acabó.

Fun ó muíño,
o muíño a moer,
os ratiños a roer,
pillei un polo rabo
e leveino ó mercado.
E díxome unha muller:
- ¿Canto quere por ese porquiño cebado?
- Sete “reás” e un chavo.
Con aqueles sete reás e un chavo
merquei unha besta rabela
e montei dacabalo dela.
Fun por unha carreleira torta e retorta
e atopei unha cabra morta.
Arreeille un puntapé
e aquela cabra morta dixo: ¡meee!

Arjuna!

Meu senhor Arjuna, vou dando contigo nas profundidades, na fala dos antergos desta esquina atlântica.
Fiel companheiro do Krishna, meu Senhor, do que pretendo ser servo, ajuda é que che peço, para servindo-me ti de exemplo, caminhar polo caminho certo.
Argenteiro, arente! Arqueiro, arteiro, meu grande artilheiro, de amplo arsenal.
Arsaz em arsília, sobradado em força.

Argil em pessoa, cheio de argela, ágil.
Artelhador da arte.
Artista artesão.
De artéria arteija, quente.
Arteirice!
Arsênico, ardente de arjofre alvo.
O do sonoro arjouje, que com a buguina arpeja a arja, o bulício, e de amplo arse. 
Arché mesmo, energia argêntea.
Argalheiro fantástico e enorme. Artunho macho.
Artur urso acordado do arsedo, do letargo.
Arche, ameno, amieiro amigo, o que abre a espulha e tira o arxe, a espinha, o pico.
Árbore arceira, ácer, pradairo pedraio.
Argé, ânimo mesmo.
Archeiro, de archa e archote argentino ardente em arso.
Argento da ardentia!
Arco!
Argos, veloz e brilhante.
Arjão, arpom.
O da argana, a frecha arguta, astuta.
Arjuto da argúcia!
Argina, construído de argila, artífice do artículo, do arto, do pão, da arca e da artesa.
Ártabro, urso, comedor arnaz de artos, amoras, e de artegos, chícharos, dono do artedo, da silveira, da espinha.
Arcto que arxeme, que arrinca, que arxa, que cava até três vezes, lavrador dos três sulcos: tamas, rajas e sattwa.
Ares!
Verrom da verra, de coiro arnal, da fraga de sardões xardados, da folha dura do acervo, acirvo.
Arume de arame arfado! Arnazudo, arnal, de potente arnache, coragem.
Artimanhoso, da arjunça, do visgo que artelha, articula e jonce sem roce.
Çervo da Ártemis, armado armor, par impossível da Lua, arcádico sarnoso, arnoso tojo silvestre.
Zarzo geo, caramelo alvo da Invernia.
Temor mesmo
Ó grande e vencido medo!
Corvo da carva, do carvom escarvado, escaravelho hercúleo, regressado.
Erc artúrico, armórico, aceitador da sina, ator da ata, cumpridor do Karma.
Ouriço eriçado arpado, conchado tartarugo.
Arma arpa harmonia.
Arrefucido de farposa farpa!
Armunho ardiloso arminho!
Pião elevado a arfil.
Arfante arcabuzeiro do carro de Krishna.
Garlador da gita garlopado da sabedoria do parladoiro de Krisna.
Cravo escravo vencedor da arlotia, arlijado e sandado.
Escrevado estrito do ioga.
Carlou da espira.
Garlicho! Barlom alumeante!
Carneiro de concha córnea.
Carne!
Carqueijo, queirugo, carpaço, carrasco, cardo da Carme, do jardim da espinha.
Ave arpelha da zarpa.
Vestido de arpilheira.
Respostado do carpido cos artícolos.
Carponte, grande trave de sustém.
Carapolado de sarna.
Marto, martes, mártir, renovado em peixe rei, martinho voador do sartego.
Artilheiro arteiro Farturento!








Lugo do aroujo

Algumas inscrições antigas na pedra levam o escrito Lugobo, o que foi interpretado como a existência de um povo lugove, ou um outro deus ou deuses aparentados com Lugo como Lugoves, e derivados...

Diversas aras votivas contém esta forma:

Lugubus / Arovieis / Primus /- - - - - -, ara aparecida na rua Ribadéu de Lugo.

Lucobo / Arousa / v s l m / Rutil[ia] / Atiana, ara aparecida na rua Montevidéu de Lugo.

Luc(ovis) · Gud/arovis / Vale[r(ius)] / Cle[m(ens)] / v(otum) l(ibens) s(olvit), também na rua Montevidéu de Lugo.

Lugovibus / sacrum / L(ucius) L(icinius) Urci/co colle/gio sutoru/m d(onum) d(at), Burgo de Osma, (Sória).

Lugoobo[s], Peñalba de Villastar, (Teruel).

Lugubo / Arquienob(o) / C(aius) Iulius / Hispanus / v(otum) s(olvit) l(ibens) m(erito), Sober.

Lucubu[s] / Arquieni[s] / Silonius / Silo / ex voto, Sinagoga, Outeiro de Rei.

Lugovibus sacrum L. L(icinius) Urcico collegio sutorum d(onum), Anvenches, Suíça

Rufina Lucubus v(otum) s(olvit) l(ibens) m(erito), Nemausus, Nimes, França





Esta forma lug-obo ou lugo-bo confunde-se com o dativo e ablativo plural latino -ibus, que na inscrição de Burgo de Osma aparece, Lugovibus sacrum, o que levaria a uma tradução literal de: aos lugoves sacro, onde não concordam no número, Lugov-ibus é plural, e sacrum singular.
Este dativo entendido como plural, obrigou a dar por certa a existência de uns deuses chamados Lugoves.

O que levou também a pensar na possibilidade da trindade de Lugo, Lugoves.

Entende-se que aqui em Lugovibus, aparece a sufixação latina tautologicamente, duplamente em dativo, querendo corrigir ou latinzar a forma céltica declinada ou com preposição sufixada?, ou é um dativo plural construido sobre Lugov?

Os sufixos dativos que acompanha a Lug- / Luc- neste grupo de aras são: -obus / -obo / -ovis / -ubo / -ubus, pode ser flexão de caso do céltico como investigadores têm dito, com raiz direta no suposto dativo singular indo-europeu tido por certo na etimologia *-bhos. (1)

Então estaríamos diante de aras votivas ao Lugo singular, ou aos Lugoves?

A declinação do idioma gaulês, tem este sufixo -bo, como do dativo plural em todos os casos:

CasoSingularPlural
afixo-āafixo-oafixo-iafixo-uafixo-rafixo-āafixo-oafixo-iafixo-uafixo-r
Nominativotōtāmaposvātisdorusbrātīrtōtasmapoi mapīvātesdorouesbrāteres
Vocativotōtamapevātidoru

mapūs
Acusativotōtan, tōten
 tōtim
maponvātin*dorunbrāteremtōtāsmapūsvātīsdoruāsbrāteras
Genitivotōtasmapīvātesdorousbrāterostōtanommaponvātiondoruonbrāteron
Dativotōtai tōtīmapūi mapūvātedoroubrāteritōtabomapobo*vātibodoruebobrāterebo
Instrumentaltōtiamapu

mapobi

brāterebi
Locativo
mape


Uma outra volta: a sufixação indo-europeia -*bhos, dizem originar a preposição latina ob, com formas intermédias raízes comuns -avis -obo e derivados, poderia tratar-se de uma forma preposicional. Do mesmo jeito que no euskara "bilboko" significa "de Bilbau", Lugobo, poderia ser "para Lugo". Onde preposição e sufixação declinativa confluem?

Parente preposicional, desta suposta partícula -bo / -obo, seria o ob latino, preposição que indica direção, em direção a, para ...

No gaélico a forma preposicional de indicação tem esta mesma raiz, assim no gaélico escocês é o / bho e no gaélico da ilha de Man voish.

Então estas aras com as formas Luco-bo / Luc-obo e variantes seriam interpretadas desde o ponto 0,0 céltico como: para Lugo, sem rasto nenhum de pluralidade no deus, (e no epígrafe Lugovibus sacrum haveria concordância).

Esta partícula prepositiva -bo, ou de declinação, poderia ser parelha à partícula grega ἀπό (apó), ou à galesa -ma, que indica lugar, estado ou ação; ou à sufixação átona -mo, superlativa ou relacional, também considerada no indo-europeu como nominal de verbo, semelhante à grega -μᾰ, ou palavras de sufixação -me / -mem / -mio.
Por exemplo palavras que podem ser interpretadas sob estas ideias seriam:
Légamo, Guíssamo / Guíçamo, bálsamo, cálamo, cálsamo, último (ult / uls + -mo), cânhamo / cânabo, álamo, hédramo, câncamo, údremo, ídremo / ídribo, tégimo, dítaramo, páramo, máximo, bálamo, védramo.

Segundo o apontamento do estudo do indo-europeu(1), da existência de um  dativo singular cético e itálico -bho, poderiam ser esperáveis soluções -bo, -mo, e mesmo -uo, confronte-se no latim -uus
Lômbruo: lôbrego, brácuo: branco, íscuo: lêvedo do pão.

Acompanhando a Lugo, nestas aras, com a forma -bo, vai a série AROV, que semelham levar também sufixação de forma paralela mas com vê?

Lugubus Arovieis

Lucobo Arousa

Luc(ovis) · Gud arovis

Se colocamos as velhas inscrições do Lugo ou Lugos, com a suposta sufixação céltica prepositiva ou dativa -bo, com o arov-, desconhecido, à par das outras supostamente velhas:

Lugubo Arquienob(o)

Lucoubu[s] Arquieni[s]

Podemos chegar a pensar numa relação entre o AROV e o ARQUIEN, entre o Lugo arqueiro e o Lugo ou Lugos do arrow.
Talvez um erro de leitura ,e todas as aras sejam com o mesmo radical ARQV-, ou AROU-.


Aroujo: pulaço, arume, argana de cereal, arge
Seja como for o arco latino e o arrow, a frecha germânica, procedem do mesmo radical indo-europeu, com o proto-germânico consensuado *arhwō como ponte.

Hipótese é que as tais inscrições nos estejam a louvar ao Lugo / Lugos da lança ou das lanças, da frecha, das frechas, do raio, dos raios, no velho céltico latinizado.

O arroutado.

Então a famosa lapide funerária do nobre nério morto no que é hoje Algarve, em Fonte Velha de Bensafrim, que foi interpretada pelo professor Unterman?
(http://www.wales.ac.uk/resources/documents/research/odonnell.pdf)


Na interpretação do estudioso:

"invoking the divine «Lugoues» of the Neri people, for a nobleman of the Kaltai/Galtai: he rests still within; invoking every hero, the grave of Taśiioonos has received him".

O interpretado como Lugoves está a falar do transcrito como  lokobo, de um plural ou de um singular?

Aqui é posto em dúvida que a tal interpretação de Lokobo como Lugoves na escrita do sudoeste, seja plural.


http://web.archive.org/web/20110514135252/http://www.webpersonal.net/jrr/ib13_sp.htm


Outro caso de dativo em -bo, neste caso em -bor, acontece numa ara votiva de Viseu, aparecida na rua da Misericórdia, (aqui um estudo sobre ela).

Nela pode ser lido o seguinte texto:


Deibabor

igo

Deibobor

Vissaieigo

bor

Albinus

Chaereae

f(ilius)

v(otum) s(oluit) l(ibens) m(erito)


Sob a ideia de ser -bo, neste caso -bor o dativo singular, ou também na ideia de ser um sufixo preposicional ou preposição "para", e desde a ideia de ser uma língua do tronco céltico, a ara poderia ser traduzida assim:

Deibabor: Para a Deiba, "Deusa"

igo: e, conjunção.

Confronte-se com o gaélico irlandês acus, antigo ocus,, pronunciado /ˈoɡus/, que vem do proto-céltico suposto *onkus, "próximo, perto, vizinho a".

No gaulês a conjunção é sufixada com a partícula -cue, que é derivada de um indo-europeu *kwe.

No inglês antigo a conjunção foi eac.

Deibobor: para o Deus

Vissaieigo: de Vissaia, de Vissaio, (Viseu).

Confronte-se com a inscrição da Fonte do Ídolo de Braga:

[CAEL] ICVS / FRONTO / ARCOBRIGENSIS / AMBIMOGIDUS / FECIT.

TONGOE / NABIAGO

CELICVS / FECIT / FRONT

É para ressaltar como a conjunção antiga igo está tão próxima ao sufixo -iego / -iago, confirmando a ideia transmitida acima, que no proto-céltico a conjunção copulativa *onkus "e", tem também a ideia de preposição, advérbio ou adjetivo, "próximo a, perto", ou mesmo genitivo, transmite uma ideia de união.

Confronte-se com o sufixo grego -ιακός (que pertence ao original ou vem dele, que tem algumas características do original ou se relaciona com ele).

bor: aqui voltamos a ter o sufixo dativo, mas neste caso livre, atuando como preposição, poderia ser traduzida como "por" ou "de".

Albinus
Chaereâe
f(ilius)
v(otum) s(oluit) l(ibens) m(erito)


É esta preposição sufixo bor é da família do for inglês do por- / pro latino, do bho gaélico escocês?


Vejamos mais inscrições pré-latinas:

1. Em Augas-Frias (Chaves):

Deibabo Nemucelaicabo.

Para a Deiba "deusa"

Nemucelaicabo poderia ser entendida como Nemu Celaica-bo.

Onde outra vez -bo seria para, por

celaica: da cela, onde outra vez temos o locativo e conjunção -ica / iga.

Nemu: teria a ver com nemeton. Onde neme-ton, -ton lugar.

-ton tem a ver com o proto-céltico dūnom, na sua mutação com t, confronte-se com o proto-germânico tuna.

Nemu está na mesma raiz que numen latino.

O que seria entendido finalmente: "Para a Deusa (para a) numina da cova."


2. Em Arroyomolinos de la Vera, Estremadura espanhola:

Arabo Corobelicobo Talusicobo


3. Cabeço das Fráguas???

OILAM. TREBOPALA.

INDI. PORCOM. LAE(uel B)BO.

OMAIAM. ICCONA. LOIM/INNA. OILAM. VSSEAM.

TREBARVNE. INDI. TAVROM./ IFADEM [...?]

REVE. TRE [...]








(1) Morphology
Unfortunately for the elegance of the preceding, other approaches give us other results.  If we look at certain grammatical constructions, for example, we find the following:
For the genitive singular of nouns, we have Greek, Armenian, and Indo-Iranian (Sanskrit) using -osyo, Slavic (OCS) and Baltic (Lithuanian) using -ó, Baltic and Germanic (Gothic) using -eso, and Celtic (OIR) and Italic (Latin) using -í.
For indirect and dative cases, we find a similar pattern:  Greek, Armenian and Indo-Iranian using -bhi, Slavic, Baltic, Germanic, and Tokharian use -m . Hittite uses -n. Celtic and Italic using -bhos (dative singular)
The Celtic-Italic link is fortified by such constructions as the comparison in -samo (vs -tero, -isto) and medium voice in -r (vs -oi, -moi).
The Greek-Armenian-Indo-Iranian link is fortified by the fact that all three have an athematic and a thematic aorist.
Hittite differs in many ways from the others, although showing more similarity to Celtic-Italic than to other groups.
(Following Cyril Babaev's "Indo-European Proto-Dialects." http://tied.narod.ru/)

http://webspace.ship.edu/cgboer/indoeuropean.html:














http://hesperia.ucm.es/presentacion_lusitano.php


Lluga (ast)