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Percebe?, pecebre

Entre os múltiplos nome do pecebre:

bota
mijote
pecebe
pecebre
perceba
percebe
percebre
pescebre
precebe

Dá para destacar pé-cebre:






Só lembrar o que é cebre:




Galego

Adjetivo


Singular Plural
Comum aos dois
géneros/gêneros
cebre cebres
ce.bre
  1. teimoso, duro
  2. difícil de domar




Sarmineto, inteligentemente apontou:
PESCEBRE: Es marisco como pie de cabra con su pesuña. Véase atrás. Acaso de pes caprae, que es en francés chevre: pes chevre, pescebre, etc. CatálogoVF 1745-1755


Então agora vou com cebre / zebre, do que já se escreveu noutro lugar deste blogue:

Casualidades que vão dar uma reste de palavras mui semelhantes, que miradas desde os parâmetros latinistas:
ECIFERA > zebra, zebro. (Em Valpaços, zebro: boi, novilho).
ACIFOLIUM > zebro, zibro, (zimbro), azibro, azivo, azevinho.

ACERVUS > zerbo (acre, sabor bravú) (a confrontar com o árabe صَبِر ou صَبْر  (ṣabir ou ṣabr) "aloé".
SINAPIS > xebra, xiebra, (mostarda, Sinapis arvensis, Brasica nigra, vegetais de sabor acre, ou sabor zerbo).
SILVA > xeva (aracaísmo galego que significou floresta, selva).
SEPARARE > xebrar, xebre, (separada ou separado do cônjuge), sebe (vedação vegetal), xeba, xebra, seba (argaço que deita o mar nas praias, "a xeba", (a separada?)).
Zebre:, arisco, rude.
Zarba, (Trás-os-Montes): mata de arbustos, sebe.
Xebro: linde, raia, limite entre duas terras.
Xebre: neto, puro, limpo. Enxebre (enzebro?).
Xebre: sem condimentos.

Mais casualidades:
Na Galiza oriental entre outros usos de xebrar: xebra-se o bezerro da vaca, quando o bezerro já tem mamado, e é levado para um cortelho à parte; e nalguns lugares da França "sevrer" significa deixar de dar leite a vaca e destetar...

Mais casualidades:
ZEBRO / CERVO?

Mais casualidades: o espanhol serbal (Sobus aucuparia) e o adjetivo cerval tenhem a ver com o cervo, ou com a brabura e o ser joto montano?

Mais casualidades: no russo север, significa separado, unindo ceive com xebre e sebe.

Tantas casualidades?

O caso é..., que se se deixa de lado a etimologia latina como raiz de tanta confluência, e se apanha o radical xebr- / zebr- /cerv- como proto-latino, proto-céltico com mutação da consoante inicial, ou pré-latino raiz, a árvore quadra melhor...


Isto é havia, ou houve uma plavra *xevre, com ideia de apartado ou bravo, que deu nome inicial: à zebra, ao cervo, e à chèvre... (ao cheval?).
E dela nasceram o resto de significados, alguns deles partilhados polo latim, mas na ideia de serem cognatos e não palavras raiz.
Evidentemente do latim capra sai o nome da cabra, mas chiva tem muito a ver com xebrar, com chèvre.
Pois chivar é separar do rebanho comum as reses, (chivas por vezes, ou ovelhas), que são de cada casa, xebrar.
O sibadoiro é o cômaro entre propriedades, o sibadeiro é o valado.
Confronte-se com o latino februum, que significa purificação. Xebre, enxebre também é puro...
Isto tudo leva a considerar que a raiz protoindoeuropeia está mais para o aqui que para o alô.
Confronte-se com a raiz eslava: żubr no polaco, zubr no checo e alto sorábio, zubor no eslovaco, зубр no russo que dão nome ao bisonte europeu, zebro em Valpaços dá nome ao boi.

O território onde nasceu o galego, e não só, tem topônimos como Zebreiro, que correspondem a montanhas que poderiam ser lugares onde o zebro, antigo equídeo da Ibéria, andava, ou mesmo onde havia ou há azevinho, zivro, ou zevro. Mas casualmente são montanhas que servem de marco, de limite, de separação, que xebram.

Voltando ao nome do marisco:
Dá a ideia de ser um pé rijo, duro, um pé de zebro, algo em si enxebre. É pois a palavra original pé-zebre, e daí o resto das variações, da que o padronizado percebe não deixa ver a sua origem.


Esta raiz talvez é mais funda. Atenda-se ao asturiano cherba, que dá nome a argaços e "musgo de mar".
Num processo de mutação, cherba está ao lado da erva.
Erva para a que dão uma origem num radical protoindo-europeu gʰreh₁.

Sobre o azevinho e mais:
Na fala da Galiza tem todos estes nomes:
anzevinho, axivo, azeveda, azevedo, azeveiro, azevicho, azevinho, azevo, azevosa, azevrão, azevreiro, azevro, aziveira, aziveiro, azivinho, azivo, azivra, azivreira, azivreiro, azivro, carrascos, carvalho-enzevinho, enzevinheira, enzevinho, escorna-cabras, rasca-cu, sardão, velhebrão, xando, xardão, xardeira, xardo, zevro, zivro.
A salientar o de carvalho-enzevinho.
Carvalho tem essa antiga equivalência a árvore, que no rural galego ainda acontece. Um carvalho pode dar pêssegos.
"Subim ao "carvalho" para colher os pessegos".
Quer dizer subim à "árvore" para apanhar os pêssegos.
Quando criança lembro que na fala não tinha a palavra "árvore" no meu vocabulário, qualquer árvore indefinida, ou genérica, era um carvalho, além de carvalho ser o Querqus robur.
Carvalho-enzevinho, vem dizer árvore-enzevinha, árvore-enzeva (-inha), árvore-enxebrinha, árvore separadora.
Parelhamente, paralelamente, no gaélico da escócia o azevinho tem de nome craobh-chuilinn.
Sobre craobh é falado aqui, do seu parentesco com carvalho.
A outra palavra chuilinn, é uma lenição da cuilinn.
Cuilinn a sós é o genitivo da palavra cuileann "azevinho", do azevinho.
Craobh-chuilinn, traduziria-se primariamente como a "árvore do azevinho".
Mas ainda é possível seguir um bocado mais:
Cuileann, que significa azevinho, tem estes parentes nas línguas célticas:
Cullyin na fala da Ilha de Man.
Celyn no galês.
Kelenn no bretão.

Córnico, kelyn.
Antigo gaélico: cuilenn.
A etimologia remete esta raiz a um proto-céltico *kolinnos que significaria planta espinhosa.
A ideia de planta espinhosa como significado provém de que
cuileann
dá nome ao cardo marítimo (
Eryngium maritimum) com todas estas formas:
cuileann-tràgha, (cuileann de dureza, de força)
gealbhonn-cuileann (cuileann da possessão, do herdo, do terreno herdado, (sendo gealbhonn pardal), derivado de sealbh)
cuilfhionn-tragha
cuilfhionn-mara
cuileann-mara. (cuileann do mar).

Mas é possível entender que cuileann nada tem a ver com espinha:
Cuileann também pode ser entendido como cuile-ann.
O subfixo -ann, é a terceira pessoa do presente de conjuntivo, por exemplo pógann, ela/ ele beije, que beija.
"Que beija" pois seria o beijão, beijám ou beijom.
Cuile significa:
cuile -an [†† -ich & -ichean,] sf The part of a cottage in which the stores are kept, cellar, see cuilidh. 2 Rocky corrie. 3 Meadow or morass with rocky boundaries. 4(WC) The “but” or the “ben” of a house. Doras na cuile, the door of the “ben.”
Está a falar cuile de interior ou celeiro, de guardar.
Cuilidh: Cellar. 2 Hollow. 3 Lockfast place, press. 4(AC) Retreat, sanctuary. 5 Treasury. 6 Treasure. Cha bhi e an àird no an ìosal nach faic sùil an Ìlich, cha bhi e an cùil no an cuilidh nach faic sùil a' Mhuilich, there is nought in height or hollow but the Islayman's eye will see, there is nought in nook or store but the Mull-man's eye will see. [Cùilidh, as given by McL & D., may be due to a supposed connection with cùil, whereas the connection in fact is with cuile].
Então:

Craobh-chuilinn, é carvalho-do-que-guarda, carvalho-guardião.



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