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A raja, o raio e

Em Rajói de Valga, está a Casa do Rajo, (Paço de Neira) o que semelha dar neste caso a raiz do genitivo Rajoi.
Ora, esse "raxo" que é?
Um rádio, uma raia, uma racha ou fenda?
O rio Valga envolve Rajói formando um vale profundo com uma fervença, vale que é uma raja, racha.

Nesta imagem seguinte pode ser visto Rajói de Luneda (A Caniça) também ao pé de um grande desnível:



Rajói de São Pedro de Vila-Nova (Vedra) está num antigo caminho, limite, crica, rua, corredoira funda da briga de Sub-Castro que marca em rego perimetral a governa ou território íntimo do castro. Isto é: o seu rádio?


O Rajói de São Pedro da Vila-Nova guarda muita semelhança com Rajás de Cortinhão / Cortinhám (Bergondo):


Há uma briga próxima a Rajás (talvez padronizado seria Rajães ou Rajãs) e na periferia da sua governa, no caminho perimetral para o seu lado Oeste está o lugar de raiz raj-.
Também o topónimo de raiz franc-, num caso o Francês e noutro a Fonte-França e o monte França está presente em ambos os lugares.
Ambos os sítios Rajás e Rajói estão aproximadamente marcando o sol-pôr do solstício de verão visto desde a croa das brigas.

Esta imagem pertence a Rajacendes da Ponte Arcediago e pode ser observada a sua relação na linha do ocaso solsticial de verão com o castro de Galegos em Eidiám (A Golada).
Para dizer de Rajacendes está formado por dous lexemas raja e cendes, cende / sende faz referência ao caminho; mas o plural?
O caminho que é visto em Rajacendes em direção noroeste, fortemente grafado na terra, é recente.


O Castro de Preguecido em Aguions (A Estrada) com o lugar de Rajeira também marcando na crica o lugar da posta do Sol no solstício de verão.


Rajado, no sol-pôr do solstício de verão desde o Castro de Monte-zelo de Ínsua (Paderne).


Rajó de Cacheiras (Teu) referenciando o pôr-do-sol no solstício de inverno para o castro do Croto de Marroços (Compostela)?, a distância é muita e aparentemente sem relação territorial, mas Rajó é o lugar que fecha horizonte do outro lado do vale para o castro do Croto no sol-pôr.


Rajel, no antigo caminho real, corredoira que saia da zona do atual Betanços para o norte, aqui a passar pola freguesia de Souto (Paderne), com o topónimo de Rajel e de Francês.
O Raído de Vilarinho (Vilasantar) referenciado com o Castro. Talvez o verdadeiro Raído, ou o Raído inicial seria o outeiro a norte da aldeia com o nome de Raído, o Monte de Raído. A destacar que a boca do Castro está orientada ao ocaso do solstício de inverno.

Outros Raídos, que vão a continuação, semelham levar esse nome por duas razões: estarem na raia do castro e à vez no Caminho de Santiago; assentam no limite periférico marcado em rego das brigas, e por tal limite corre o caminho de Santiago. O Raído anterior de Vilarinho (Vilasantar) poderia ter também relação com o caminho de Compostela, o dito caminho antigo ou norte, pois está na faixa viária que vai de Sobrado dos Monges em direção Boimorto.

Raído de Burres (Arçua) semelha ter esse nome por estar na raia do castro de Pregontonho.


Raído do Barreiro (Melide) está no lugar que dá nome à freguesia, no Barreiro de abaixo, (no lugar da barra?) , caminho limitante do castro de nome Castro.


Castro de Prismos em Maninhos (Fene) com o rueiro de nome Raidoiros na zona do sol-pôr de verão.
Observe-se que a raiz de Raído: raid- está nas línguas germânicas: *raidō dando nome à incursão, à entrada no território alheio, e dando nome à viagem.
Já no gaélico irlandês sráid é estrada, rua, de um gaélico antigo sráit.
Cria algo de confusão pois sraid e estrada semelham da mesma origem, enquanto estrada aparentemente tem a ver com estro, cama pisada vegetal, mas segundo isto estrada seria uma evolução de uma raiz que também originou o gaélico antigo srait. Ouça-se a palavra gaélica sride "da rua".
Para ressaltar que talvez a raiz destas palavras está no nome inicial dos caminhos que desenhavam a célula de assentamento agro-pastoril neolítica inicial da Europa e que na atual Galiza perduraram na toponímia como fósseis em diferentes graus de evoluçao fonética, identificáveis graças a que e ainda a paisagem antrópica foi pouco modificada no decorrer da história desde os assentamentos neolíticos iniciais, pois houvo uma continuidade.

Raindo de Campo (Traço), nome que é possivelmente referenciado desde a Arnova por ser o lugar do sol-pôr do solstício de inverno.

Assim o radical raj- tem a ver, entre outras cousas, com o raio e com o rádio, nestes casos apresentados com a variação do pôr-do-sol durante o ano.
Na complexidade simplicidade é que neste grupo toponímico pode ser vista a raiz prévia do conceito rádio atual?
Rádio como marca periférica, ou aro terreno da primária propriedade delimitada por rego, daí a proximidade entre o reino e o rádio?
Rajo: faixa de terra de distinta cor.
Rajo: lombo; no sânscrito वर्धते (vardhate), “elevação, aumento”, daí a relação entre o rádio e o ráquis.
Rajeira: pequena colina.
Raja: racha
Rajar: cortar em dous.

A etimologia de rádio desde as falas célticas é remetida a um proto-céltico *kradi̯o.
Assim a palavra galesa rhaidd /hraiθ/ ajuda a perceber o antigo?, rhaidd com os significados de lança, corno de veado, ponta ou galha do corno de veado, raio, raiola, lapa de lume, chama.
Isto põe em relação o raio e o galho, não só conceptualmente mas também foneticamente, onde o fenómeno da palatalização poderia explicar a transformação de galho em ghaio / rhaio, assim os fonemas de galho; ga- o /g/ muda em /h/ e em -lho /ʎ/ muda em /ʝ/ ou /i/: ghaio = rhaio.
A palatalização de ghalho produz também rajo.
Este fenómeno poderia ter acontecido à inversa: a despalatização de rádio produz galho.


Esquema ideal do território de uma briga, com ela disposta no lugar central e o seu  caminho periférico, crica ou rua, com os lugares marcados onde estão os cruzamentos, coincidindo com os lugares por onde se deita ou sai o sol vistos desde a croa.
Nestes exemplos anteriores, lugares ao oeste com marca toponímica de lexema raj-.


Castro de Viladonga (Castro de Rei), pode ser vista a crica perimetral da governa, e como nos lugares solsticiais estão os caminhos que a ela chegam ou que dela saem, nos seus quatro rádios / raios / rajos.
A destacar aqui também os topónimos viários do rego limitante: Rua e Lagoelas / Laguelas que podem ser lidos no mapa.


Outra dos cognados do rádio é a palavra rairo que dá nome ao rádio de pau das rodas do carro de vacas, mas também a um regueiro de auga, também é usado como eufemismo da palavra raio, quando se amaldiçoa:
"Mal rairo!"
Esta palavra rairo abre a porta à análise geográfica com respeito ao pôr-do-sol ou a caminhos principais de topónimos como Rairás, Rairigo, Rairiz, Rairos...


























Linha do horizonte que une a Pedra Fita de Adai com a cidade de Lugo (a su parte mais elevada).
Sol-pôr: Os dias 2 e 3 de Novembro desde Lugo é visto que o Sol se deita alinhado coa Pedra Fita.
Abrente: Os dias 31 de Abril e primeiro de Maio desde a Pedra Fita é visto sair o Sol alinhado com Lugo.



https://www.esrl.noaa.gov/gmd/grad/solcalc/














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