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Avelã

A limitação entre propriedades é e foi feita com um valo ou valado, e por uma valeta, cova ou rego.
A origem de valado ou vala, tem-se associado a vale e valeta.
Ainda que um valo simples é uma paliçada.
Então valo e palum "pau" estariam saindo da mesma raiz etimológica? Palavras como balouco / baloco que dão nome a um pau grande poderiam estar alicerçando esta hipótese. Vallus no latim é uma estaca.
Se atendemos à mutação da consoante inicial, própria do céltico:
Palus, balus, malus, falus, valus estariam ligados na origem, dando o mesmo nome à mesma cousa, a uma estaca ou pau.

Quando se lhe afala ao gando, o que pensamos é que lhe falamos, que usamos o verbo, mas do que usamos é de uma vara, de onde afalar poderia estar indicando mais um uso de um pau, (palus, phalus) do que um mover com a palavra. Das melhores varas para afalar as da avelaira

Abaloira ou baloira é um pau para deitar a fruta. Com abaliçador ou baliça que inicialmente é uma estaca para marcar.
Abaloira, a mente domesticada no dependentismo, associa-a com abalar, agitar.
Mas que foi inicialmente abalar?
Agitar uma árvore?, para mim neno que se criou nos modos antigos da continuidade agrária, abalar é agitar uma árvore para que caia a froita.
Que foi primeiro a estaca *abal- ou a a agitação?
Se imos ao nascimento da língua primeiro é o substantivo concreto do que depois saem outras categorias gramaticais.

Abalaíça qualifica a uma árvore aneira, que dá um ano sim e outro não.

Baleio é uma vassoira simples de gesta ou de um ramo vegetal, com parentes no francês como balai ou no bretão balan.
Um balo /  balho é um pau com o que se bate no mar para mover o cardume para as redes.

Lexemas raízes com o significado de pau dão nome a árvores, por exemplo no galego oriental paleiro.


Paleiro (Salix caprea).


Bom, toda esta introdução para vir falar da avelaira e da sua origem. Desde a etimologia latinista assentam-na numa cidade de nome Avella da Campania (Itália) citada por São Isidoro de Sevilha, baseando-se nos textos de Virgílio.

Desde esta esquina atlântica:
Avelaria e tantas variantes que tem como: avelã, aveladoira, avelaira, avelairo, avelaneira, avelão, aveleda, aveleira, aveleiro, avelenda, avlaira, avraira...
E com as formas galegas das Astúrias: ablano, abrau, abeyau, abiyau (abelhau abilhau, para fazer diferença entre a pronúncia yeísta e lheista fôrom grafadas com y)
E as asturianas das Astúrias: ablanu, ablenu, oblanu.
Também aqui os nomes da avelã nas Astúrias: ablana, abrana, abalana; e a chamativa forma do galego do Eu-Návia avilhaa / aviyaa.
.....


Uma sebe três anos, um cão três sebes, um cavalo três cães, um home três cavalos, um corvo três homes.
Sebe de varas de avelaira.
http://www.hurdlemaker.co.uk/hazel-hurdle-fencing.html

Não apenas que as sebes fossem feitas de varas de avraira, de aveleira, é que as sebes vivas em muitos lugares eram de aveleiras até a chegada do capitalismo industrial à agricultura.

O asturiano dá uma dica neste sentido com a palavra parra, que entre outras cousas dá nome á aveleira.

https://www.pepinieres-naudet.com/boutique/arbres-truffiers/331-kit-haie-truffiere-3546868966630.html

Voltando ao começo:
Que foi primeiro em palavra: a aveleira, ou a estaca?
Quer dizer, o pau limitador (pal-, bal-, mal-, fal-, val-) nesta hipótese aberta, dá nome à aveleira.
A palavra asturiana abalana, em certo modo cacofónica explica a mudança da vogal pretónica "a" a "e" ou mesmo a sua desaparição: avelã, ablana, avraira.
Isto é: quando falamos aveleira estamos a dizer, descodificados desde a continuidade paleolítica, algo semelhante a "estaqueira".

Podemos perceber a origem unitária do valado, da maçaira latina malus, da avelaira e do pau?
Para compreender melhor: esta ótima dica da Dolores de Václav Blažek "Indo-european "apple(s)".

Então agora aqui, e desde aqui, podemos dar uma visão mais alargada à raiz céltica *abalom?


Ponto e à parte, e falando de maceiras:
Entre os nomes variados da macieira, na Galiza uns deles são: manceira e mançanceira, também a maçã é mançã, com o astriano manzanal e espanhol manzano.
Para a etimologia mais divulgada o nome de maçã derivaria do latim malum matianum, um tipo de maçã, literalmente maçãs de Matius. Matius, um amigo do Caesar, que foi um hortelão romano.

Aqui é lançada outra hipótese, que como a anterior sobre as avelairas, relaciona o nome da árvore com um nome geral para ponla ou ramo, ou estaca.

Assim a palavra banzo: dá nome ao pau transversal da escada de mão, com palavras como banze, banzeira, branceira ...
Outra palavras como banzado ou brançado: dão ideia de uma primeira utilização das varas para fazer uma sebe.
No asturiano banza / bancia "ramo" e banzu e bancia também transmitem a ideia de ponla.
Aqui aparece a palavra gaulesa *vranca, com o francês branche.
A gaulesa *vranca faz pensar em franza "ramgem".
Para a etimologia clássica, o francês branche "galho, ponla" derivaria do latim branca "pouta, pata, pé", num passo que semelha forçado.
Outras palavras -bnk- a ter a ver com ponla são as gaélicas beangán / meangán.
Meangán como palavra em mutação dá pé a pensar que a raiz banz- pudo ser manz-.
Estaria aqui a manceira, a maceira?
A palavra mangueira é entendida como manga e mesmo mão, mas o conjunto de significados também poderiam ser percebidos desde "ramo".

O ramo banz- dá fruto?
Por exemplo no asturiano banzón entre outros significados dá nome a uma avelã grande usada como berlinde, confronte-se com o galego banzão que dá nome também a um berlinde.
E no galego bânzara dá nome à casca verde da noz.

Ao ir lendo todas estas definições, e levá-las ao passado neolítico, podemos pensar no inicial uso de ramagens, e as estruturas de ponlas entretecidas, e as suas utilidades?

Para reparar que o banzo de escada, além das formas com bê incial que dão nome a travessas: banze, banzeira, branceira, branção..., tenhem por sinónimo as formas chanço, canço.

Estamos diante do celta-p e celta-q?
De um suposto inicial proto-céltico *ɸanka?

Por exemplo o canço tem ao lado o canco / cango, também com o significado de pau com uso semelhante ao visto, "um uso de travês".
Aqui está o canzil do jugo, a canga....
O quenço é um cainço, que também é dito banzado.
No gaulês esta linha q, tem a palavra cangen "ponla, ramo"; no gaélico antigo caince "ramo, ponla, galho".


















Confronte-se flaira com avlaira /avelaira / avraira.

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