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Marim

No galego marão, marom é o carneiro, e marão em Trás-os-Montes é uma casa forte, uma casa grande, uma casa com propriedades, com terras.

Na língua avéstica, desta família do mas maris latino, do masculino, macho, está mairiia que é o proprietário de um lugar, de um terreno agrícola suficiente para uma família, Já no sânscrito मर्य (marya) é um homem novo, um amante, um pretendente, um semental.

Para ampliar o assunto mar no gaélico é grande.
De uma raiz suposta: *māros.
Assim descodificado desde o céltico mar-om é o muito grande e mar-im é "grandinho" ou "do grande".

Vê-se logo, que marão (mar-om) trasmontano transcende o significado restrito do latim como masculino e enraíza no proto-indo-europeu com a ideia de território agrícola ou no céltico como grande?

E Marim?
Marim no latim medieval Marini não é obrigado que forem derivados do nome de pessoa Marinus?
Sobre a hipótese do *maro foi falado no escrito: "Trás os Montes?."

Sobre o sufixo -im:

O sufixo -im, galego, desde a escola tradicional toponímica, referencia-se no latim -inus, com passo prévio ou não polo seu genitivo -ini, sobretudo em topónimos.
Com a caída do ene intervocálico, nasalização do i, ou desaparecimento do fonema terminal -o ou -i, ou de -inho; pola fonação divergente de -inho como atualmente ocorre em lugares de fala portuguesa ....
Isto serve para explicar desde Roma o sufixo -im no galego.
Mas no asturiano?, onde cai esse ene?, poderíamos pensar que é um galeguismo das falas ástures?
Ou mesmo um galicismo no asturiano?
Como o mundo está estruturado hierarquicamente, esta atual hierarquia passa para a etimologia.
E assim no gaélico -ín é diminutivo e no galês -in é uma partícula que indica "uma relação de posição, possessão ou origem".
Bom, é onde está a origem dessa divergência?, ou acostumados ao paradigma dependentista: Onde convergem essas duas formas de perceção do subfixo -im?
No asturiano biscainho é vizcaín, e não é vizcaín por ser biscainho.
Quer dizer que no asturiano, além de indicar o diminutivo, também ainda indica a "relação de posição, possessão ou origem".
A não ser que estejamos no paradigma dependentista, onde vizcaín seria uma ultra-correção de vizcaíno, ou uma influência francesa, explicações que ajudam a salvar a situação de refém na que mora a língua asturiana, e assim não quebrar o lugar inferior no que está, submetida desde o nacionalismo espanhol.

Uma análise de um topónimo em -im:
Por exemplo o lugar de Sendim, na raia, no passo que liga as terras transmontanas com as limiãs:
Desde o latim imos buscar um Sendini, e abofé que daremos com ele. E de Sendini: Sendim.

Se quero olhar o lugar desde Berlim, desde uma raiz germânica, Sendim poderia ter sido Sendeins.
Ou de um nome germánico Sandinus e do seu genitivo Sandini, por uma forma anterior *Sandinaz ou *Sanþinaz, da raiz gótica 𐍃𐌰𐌽𐌳𐌾𐌰𐌽 (sandjan) “enviar”, ou do protogermánico *sanþaz “verdadeiro”.

Desde um suposto lugar "céltico ou proto-céltico, ou proto-indo-europeu", (ou desde o asturiano) Sendim é apenas "pertencente ou relativo à senda", ou um "sendinho".

Então o Sendini?
Derivado de Sendinus.
Pode ser ou é, genitivo de Sendinus: sendini.
E também Sendini pode ser derivado de Sendim?
Pode ser? Genitivo de Sendim: sendini?
Sendinus poderia ser nome pessoal que dá nome à terra que possui: Sendini.
Assim de Sendinus nasce Sendim.
Ou: também Sendinus poder ser o habitante do Sendim ou da Senda.
De Sendim nasce Sendin-us; ou da Senda o Send-inus.

Tudo isto ocorre se nos mergulhamos só nas palavras, se não pisamos o lugar, divagamos, porque finalmente Sendim da raia é que está na senda. Por casualidades? ou por força.

Atenda-se como no fundo de toda esta etimologia de Sendim, da senda, conflui, tanto o to send inglês "o enviar" que é meter na via, como as raízes anteriormente dadas germânicas, que tem a ver com o caminho verdadeiro.

Umas quantas palavras:
O grego δελφίν (delfín), a etimologia faz ser uma evolução de δελφίς (delfís), e δελφίς de uma raiz proto-indo-europeia *gʷelbʰ- que significa barriga, ventre, útero.
Ora bem: desde um aqui: δελφίν (delfín) descodifica-se como δελφύς + ίν (delfys+ín), sendo δελφύς (delfýs) "ventre, útero, barriga", então δελφίν seria o "barriguim".
Ou talvez mais atianado: de δέλφος + ίν (delfos+ín), sendo δέλφος (delfos) "porco", então δελφίν seria o porquim / porquinho. Confronte-se com o nome galego "porco do mar" e também, do mesmo jeito no mundo anglo-saxão "sea pig" que dão nome a cetáceos.

Outra: latim.
Latim em latim é dito latinus.
Para a etimologia francesa latin vem de latinus, pois para a etimologia do francês o sufixo latino -inus gera o francês -in (marinus(la): marin(fr), peregrinus(la): pèlerin(fr)....).
Para a etimologia espanhola e portuguesa latín / latim vem de latine palavra que significa "em latim".
Desde uma outra visão: latim descodifica-se como Latio + im, "do Latio, originário, relacionado como o Lácio (Latio/Lazio)".

Outra: Berlim.
Berlim relaciona-se com um urso, mas é sabido que o seu nome deriva das línguas eslavas ocidentais pois era povo eslavo quem habitou e deu nome à cidade. Daí que Berlim seja: berl + -in, sendo berl- / birl- "pântano, branha, lameiral, breja" com o sufixo tido por locativo -in.

Voltamos ao galês -ín que indica uma relação de posição, possessão ou origem. Sendo Berlim: "que está posicionado no pântano, que possui uma branha, que se originou num lamaçal".
Berlim: "do lameiro".

Outra: camim / caminho é palavra tratada noutro escrito:
Admitida está esta rota: que o camminus latino, foi uma palavra que Roma apanhou do gaulês; no latim, as formas mais frequentes eram via e callis.
Assim o camim do galego oriental, el camín ástur, el camí catalão, el camino espanhol, le chemin francês, camin ocitano, tchimin valão....., teorizam vir do latim.
E por que não do gaulês?, ou do falar pré-latino que fosse?
Ou polo quê, não era já quase assim que nesta parte os caminhos se chamavam?
Já é que temos no galego cambeiro como senda tortuosa....

Nos célticos falares:
Córnico: cam, (passo)
             camem(caminho)
Bretão: kamm, (passo)
Gaélico escocês: cam, (passo); ceun (carreiro).
Irlandês: ceim, (passo).

Esta rama céltica do passo do caminhar, está aparentada com o proto-germânico *kwemaną (inglês to come, vir, regressar).
Recorrendo pois ao latim: camminus, tem duas partes camma / cammus inus.
Com -inus em função adjectival e não diminutiva, (como em: peregrinusmarinus).
Estariam os celto-latinos a falar do "perninho", do "pernado", do pateado? Ou "da perna, do passo"?

Se a palavra caminho existe e perdurara nesta alargada zona, foi por difusão latina, ou por que já existia nos falares dos povos que Roma conquistou?

Se o nome de algo sobrevive logo de um processo de imperialismo linguístico, por que é?

Ora no francês é tido por verdade que o sufixo -in, tão frequente nesse idioma, procede sem dúvida do latim -inus e não de um substrato pré-latino. Confronte-se com os sufixos -ín gaélico e -in galês, diminutivo o primeiro e adjetival, quase genitivo o segundo, que são coerentes com o significado dado polo sufixo -in no occitano ou francês.
Este sufixo -in no occitano e francês que é marca de diminutivo, e que também indica relação, relação de pertença, e mesmo forma gentilícios, é do mesmo grupo que o catalão .
A confrontar que similar som no árabe também tem função adjetival ـِيّ (-iyy).

A preposição proto-indo-europeia in "em" tivo uma função sufixal?
Pode ser entendido no exemplo de Berlim como in berl-, "no pântano". Latim como "no Lácio", camim "da cama / camba / gamba".

Como no caso estudado da sufixação com -bo / -bor, no escrito "Lugo do aroujo", é observada a partícula prepositiva em sufixação.

E o -im no seu significado diminutivo?
No gaélico antigo o diminutivo foi marcado com -én -án, para derivar posteriormente em -an, no gaélico escocês e -án e -ín no gaélico irlandês.
Este sufixo -ín no irlandês, além de marcar como diminutivo, marca como feminino: Pól (Paulo): Póilín (Paula).

O sufixo derivativo instrumental acaba sendo diminutivo?
No caso do latim -inus indica relação de posição, posse, origem; e também acaba sendo usado como diminutivo?, ou o seu uso diminutivo é um resultado da hibridação com línguas de substrato céltico, onde a partícula -in: instrumental, locativa, relacional já funcionava como diminutiva?


Bugarim: da bugaria? (Bugarréns de Cores, em Ponte-cesso). A confrontar com Magarim, Magarinhos, Bugarinha de Castro (Cerdedo), Bugarinha de Godons (Covelo). Bagarelas de Vilela (Rodeiro) e Bagarelas de Lobás (o Carvalhinho).
Vácara, mácara, vacarim, macarim?, Vacariza.


Jardim:
No antigo francês gardin, descodificado como "no gard-".
Gard- entronca com guardar, no bretão garzh /ˈɡars/ é a sebe de vedação, com mutação c'harzd /ˈxars/. Confronte-se como gardin no francês antigo mudou no francês moderno a jardin /ʒaʁ.dɛ̃/.
Confrontem-se as formas no francês antigo: jart, gard, gart, wart que dão nome ao jardim.
Aqui entra a palavra galega xardão, nome do azevinho talvez no aspeto de arbusto de vedação.
Aqui entra a raiz da palavra guardar.

Trás-o-Jardim em Linhares (O Zevreiro), Jardim dá nome a uma terra com sebe?


O Jardim em Vilarinho do Hio (Cangas).


Jardim de Outeiro (Castro de Rei).

Jardim da freguesia de Silva (Pol).


Interpretação do lugar de Jardim em Abeancos (Melide):


O Castro de São Cosme em Abeancos (Melide), responde à célula territorial, com as suas aproximadas cinquenta hectares de território agrário. Território que aparece toponimicamente marcado nos seus limites por exemplo: o Real faz referência ao caminho real / rial, caminho "sempre" perimetral às governas; Fisteos / Fisteus faz referência ao limite como ficou esboçado no escrito "Filseira, os limites" , de um suposto étimo latino *filict(a)eus "os habitantes do *filectum", ou do proto-indo-europeu *filze-yós. A norte está o paço de Trás-Pedra, e ao seu lado o lugar de Jardim.


O lugar de Jardim está ao pé da propriedade do Paço de Trás-Pedra.
O Paço de Trás-Pedra situa-se a zona da crica ou rua da briga de São Cosme de Abeancos. O seu nome Trás-Pedra poderia indicar que está trás um marco, fito do território próprio da briga, ou que está baixo um pequeno outeiro que o limita polo lado norte.
Trás-Pedra como algum outro paço analisado situa-se ocupando um antigo curro ou -mnd- como o Paço de Mende de Barbeito (VilaSantar) ou o Paço de Vaamonde no lugar do Cucheiro de Sedes (Narão).
No couce do suposto curro está o Jardim, que bem podia ter sido um jardim na ideia atual de lugar destinado a plantas ornamentais, exóticas ou de diversa utilidade que costumavam ter os paços intra muros; ou que poderia ter sido de uma camada posterior ao inicial -mnd-, um acrescento ao primitivo -mnd-, na ideia de guard-im, "no guardado".



No vídeo podemos ver a hipótese da possível evolução do curro do gando -mnd- do período celto-galaico que acaba fazendo parte do paço.
Logo da romanização a população é expulsada da briga, também nas células ou núcleos agrários o assentamento central por vezes é observado o seu abandono, sediando a população na rua perimetral ou crica, e nos caminhos principais de brigas ou núcleos agrícolas.
Com o tempo os curros -mnd- modificam-se, a casa forte, talvez a casa dona do rebanho, passa de estar no espaço próximo ao curro -mnd- a ocupá-lo interiormente o que leva a alargar, agrandar o seu tamanho.
Mais tarde ao mudar o sistema de exploração, partir a terra, arrendá-la e viver dos pagos destes arrendamentos, o -mnd- perde a sua utilidade e passa de ser um "gardim" de guardar animais, a um jardim de plantas.
















































Do mesmo jeito que os muitos lugares chamados de Mundim dificilmente pertenceriam a possuidores de nome Mundinus, e sim ao revês os Mundinus iniciais seriam as pessoas do mnd-, "do rebanho"....


Atenda-se como o subfixo -im / -ing entendido como "em" dá uma ideia do gerundio inglês -ing, sendo x-ing, dentro da ação do x, no x.

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