Buscando o valor do três, dei com o touro Pecheche da lenda que Quintía descreve no seu blog, boi de três pichos, e de fecundo picho, grande emprenhador.
Talvez irmão dos bronzes tricornes da celticidade antiga, nas atuais França, Holanda, Grã Bretanha, como este de Avrigney (Haute-Saône).
Aqui está o que turra para fora e turra para dentro, o empuxe está nesse terceiro corno, e a força entrante, que atrai, na polipétala rodante do centro da testa.
Três chifres também que na iconografia viquingue se entrelaçam para dar a triqueta, o trisquel.
Bovídeos de três cornas, ou de duas cornas e um artefato no meio delas são também os egípcios Hator e Apis que no meio da testa manifestam um terceiro poder.
Esta ideia salta tempos e religiões e apresenta-se no Agnus Dei cristão, muito mais que anho, por vezes já carneiro adulto, nos cumes das igrejas românicas.
Este terceiro corno poderia ser o chamado lon laith ou lúan laith, no irlandês, traduzido como a luz do guerreiro, da guerreira; a lua que sai de Cuchulainn no estado alto de excitação guerreira.
Valor dos tricornes que está espalhado polo mundo adiante como o Kachina de três cornos, o guardião da Kachina, com os atributos de atuação e rapidez.
As Kachina são espíritos dos índios Pueblo ( Hopi, Zuni, Tewa Village) que teatralizam dançantes vestidos com os seus atributos, ou encarnam em bonecas amuletos.
Voltando aos bois, dizem serem símbolos duma das corretas qualidades da pessoa que batalha integramente.
Força e integridade na luita que os bois exemplificam, e que podemos observar nas chegas, onde o confronto é limpo. Olham-se de longe, medem-se, escalham, alardeiam, aproximam-se e turram, tratam de limitar, empurram ... E vai ganhar não só o que tenha mais força, ganha o que seja testám e forte, num combinado idôneo para esse sucesso concreto.
Este é o pilar dos navegantes, de Paris. Lê-se nele Tarvos Tregaranus, um touro trás duma arvorezinha com três garcetas ou garçotas-boieiras acima dele.
Nas lendas da fundação de Roma, contam da existência dum pastor chamado Recaranus, Garanus ou Trecaranus, assimilado a Hércules.
A similitude gráfica entre o pastor Trecaranus, Garanus ou Recaranus, e o Tarvus Tregaranus, está, é.
Trecaranus leva-me por um lado a "três caras"(0). O tre-carano da Roma seria semelhante a um pastor de três faces, um guardador do rebanho mui atento, como é o Pashupati hindu (1).
O pastor trecarano é pois, quem cuida com três caras de atenção.
E por outro lado, o Tarvos Tre-garano com três garcetas sobre si, para alguns etimologista, garano, na língua galo-céltica é a graça.
A verba garano pode dar moito de si (2), pois garano aproxima-se a: galano, e a galo. Tregarano poderia ser três vezes engalanado, ou com três galos, e mesmo três garanos significar triplamente garanhão, de onde voltamos ao boi do pecho.
Certamente a garça-vaqueira é uma ave que cuida e pastoreia o gado, o seu comportamento obedece metaforicamente a esta qualidade pecureira, ela limpa de insetos, carrachas, os animais que pascem, e o entorno, numa boa simbiose.
Então poderia ter o garanus /caranus uma tripla significação: a garça-pastora, a cara e o varudo viril?
Tem na celticidade três ruminantes com cornos em habitação próxima conosco, que dão três dos aspectos do caminhar das qualidades do cosmos.
Três ânimas, três animais que se entrelaçam: cabra, ovelha e vaca, a triade que atende o Trecarano.
Três jeitos de remoer, rumiar, ou ruminar: de voltar sobre o adquirido, de parar-se no instante, ou de elucubrar.
E estes três jeitos estivérom em desequilíbrio?, estão ...
O jeito da cabra foi fortemente reprimido. A cabra, o bode, o cabrão, símbolos do daimon, do demo, do mensageiro em movimento, foram enviados para o inferno. Assi o doído do sentimento, a cabra-louca é fortemente negada.
É a godelha cabuja ação.
A vaca, que na Índia é sagrada, na Galiza também pudo ter sido, mas é uma sacralidade punida desde o catolicismo, onde o conto do bezerro de ouro e Moisés é censurador do seu culto e cuidado. A vaca pasce no saber, na ruminação pura, e que, à vista do dualismo, submete-se deixando-se fazer. Mas ... enjuga-se ou enjugam-na?
É a vaca não-ação.
O Agnus, o cordeiro de Deus, o que se deixa guiar, caracteriza a massa inativa que foi valorizada desde a hierarquia, a qual tratou, trata, de promover um rebanho de ovinos na inação.
Religiões hierarquizadas e dominadoras levam o Anho ao altar, Agnus Dei, deixando as outras reses para papeis secundários na sua interpretação do teatro da vida. O boi no presépio para o acalento e o trabalho calado. E a cabra para ainda mais longe, tão longe que inclusive lhe foi proibido o Céu. (3)
Ainda assim sei, pola ovelha, que é necessário um equilíbrio, uma vezeira de vedelhas variadas em harmonia silvo-pastoral, gado vidente, xoto e pousão.
Este é o deus Tribans no museu de Langensoultzbach, na França. Três Bans?
Estamos diante da antiga forma que mais tarde pudo originar a coroa real?
Como veremos mais abaixo estes três cornos mudam em torres, por vezes três torres com ameias, nas representações gregas e romanas.
Bandua dos três cornos?
Pode ser que Bandua, seja o bandado, o que faz o bando, o manifesto, ou o manifestado, e mesmo dizem atar com corda e banda, assim entendido por alguma escola.
Bandua lusa-galaica poderia ser, na hierarquia divina, o da mais baixa, pois é a que por aqui anda, umha pequena gênia?
Uma divindade tida por menor, arrumada na esquina polos grandes Deuses e Deusas do panteão romano?
Ban no gaulês significa bico.
Bana no ocitano é corno.
Banya no catalão é corno também.
Pode-se observar que o Tribans galo é tricorne, e que com certa probabilidade a raiz ban- tem a ver com os chifres ou os bicos.
A representação numa pátera duma suposta Bandua / Bandia, (suposta ou evidente?), é esta:
e polo de agora não se conhece nenhuma outra gravura com o nome de Bandua acompanhando uma imagem.
A proximidade entre a thyche grega, a fortuna romana, com a Bandua do corno e o Tribans é muita.
Pois é a raiz ban- também de bandeira, e ..., mas como aqui vemos ban- é um chamado de corno, e esse chamado de corno pode dar a banda como agrupamento tanto como o trapo ao vento.
Há relação de Pan com Ban?, Pan o deus dos chifres grego....
Desde uma visão sincrética, as aras votivas estão em latim, Bandia / Bandua, poderia ser a Ban-Dia, a Deusa do corno. Talvez a deusa do corno que não querem que vejamos, extraída do nosso imaginário, extirpada da mesma evidência por ablação.
A haste da feminidade, da rica e negra terra censurada, e travestida em masculino?
O terceiro cornecho mesmo!
Desde uma visão sincrética, as aras votivas estão em latim, Bandia / Bandua, poderia ser a Ban-Dia, a Deusa do corno. Talvez a deusa do corno que não querem que vejamos, extraída do nosso imaginário, extirpada da mesma evidência por ablação.
A haste da feminidade, da rica e negra terra censurada, e travestida em masculino?
O terceiro cornecho mesmo!
Uma das formas mais simples da representação tricorne é a runa Algiz ou Yr (5).
A runa do alce, a runa do teixo.
Vejo, nos galhos, três rotas que se apresentam diante dum feito na vida. Não se trata dum cruzamento de caminhos, de um encontro, mas sim dum lugar de decisão.
Qualquer das vias é válida, mas o caminho a escolher é qual?
A dificuldade da mente treinada no dualismo confunde-me.
Eis a raiz da falta de entendimento do que é uma guerreira, uma guerreiro?....
Soldado versus guerrilheiro?
Há um terceiro jeito, e a ele vamos.
Ao terceiro corno!
Os restos do último reino céltico falam. No livro da Demanda do Santo Graal, mostram-se ideais de integridade no agir.
Três guerreiros apresentam-se, Percival, Borz e Galaaz.
Eles vão sem medo, sem ira, sem orgulho, sem desejo de glória, de vitória, de saber ou de bens materiais, sem inveja, sem luxúria, sem vaidade. Atentos e relaxados polo mundo adiante.
Só um fim guia: atuar diante do que se apresente do jeito mais limpo.
Diante do Santo Grial outros três caminhos: Galaaz transcende, Perceval conserva o mistério para iniciar aos iniciados, e Boorz anuncia o acontecimento.
A entidade primária cornuda deste universo é obrigado que o seu progenitor esteja ausente, ou ambos progenitores estejam longe, e como consequência disto, anda neste esquema simplificado de três extremos, os quais são:
1. Começa sendo selvagem, com bondade e inteligência, um primeiro ser, a semelhança de Enkidu, dum fauno, do deus Pan, um ser que vive muito a sua animalidade, um ser das florestas.
2. Separa-se, separam-no ou separam-na do mundo, vinga-se ou refugia-se em si nas cavernas, se foi sentida a sua expulsão como muita ofensa pode chegar a personificar o mal, chegar ao assassinato, facilmente caí em condutas repetitivas, viciadas ou evasivas. Aqui anda o Demo.
3. Integra as suas partes rotas ou inconclusas, aceita a força de autodestruição interna, a sua gênese, a sua sina, como filha ou filho do Céu e da Terra.
E é neste triângulo, onde a chifruda e o chifrudo nos movemos, entalamos, ou rodopiamos dum estado a outro, avançando ou retrocedendo na curação da chifradura.
Estes também são alguns dos períodos, grandes, médios, curtos no viver humano que não é obrigado caminhar nesta ordem.
Um tempo do renascer, tratando de sair ao mundo limpo das carregas da etapa anterior.
Um momento onde atua o diabo do meio dia que trata de elevar o ego e separar à pessoa do conjunto, movendo-a.
E um terceiro tempo de recolhimento e reflexão.
(1) Shiva na sua antiga forma como Pashupati, o protetor do gado, é hastado. No meio da testa aparece um artefato, um terceiro apêndice.
Nas posteriores representações iconográficas d'Ele, os cornos ficam simbolicamente numa Lua crescente que adorna o seu cabelo, e o terceiro chifre como uma fonte no coruto do seu encaracolado penteado, como a nascente do rio Ganges.
As similitudes com o Cernunno do caldeiro de Gundestrup são muitas.
É o Cerne falto deste terceiro raio?
Talvez no exercício, sentado, que está a fazer, tenha conseguido já alguns avanços no caminho, pois nas mãos amostra já alguns atributos alcançados.
Seguindo polo hinduísmo os três cornos estão no tridente chamado trishula das divindades, onde os garfos simbolizam as três gunas, tama, rajas e satwa, as três qualidades essenciais.
2. Separa-se, separam-no ou separam-na do mundo, vinga-se ou refugia-se em si nas cavernas, se foi sentida a sua expulsão como muita ofensa pode chegar a personificar o mal, chegar ao assassinato, facilmente caí em condutas repetitivas, viciadas ou evasivas. Aqui anda o Demo.
3. Integra as suas partes rotas ou inconclusas, aceita a força de autodestruição interna, a sua gênese, a sua sina, como filha ou filho do Céu e da Terra.
E é neste triângulo, onde a chifruda e o chifrudo nos movemos, entalamos, ou rodopiamos dum estado a outro, avançando ou retrocedendo na curação da chifradura.
Estes também são alguns dos períodos, grandes, médios, curtos no viver humano que não é obrigado caminhar nesta ordem.
Um tempo do renascer, tratando de sair ao mundo limpo das carregas da etapa anterior.
Um momento onde atua o diabo do meio dia que trata de elevar o ego e separar à pessoa do conjunto, movendo-a.
E um terceiro tempo de recolhimento e reflexão.
(0) O das três caras:
Confronto aqui a face, a faciana tripla céltica, que vem da Cornualha, com o Ianus romano.
Apenas dizer que, enquanto Janus ajuda a avaliar o passado e o futuro - deus da porta, do começo e fim - a tripla face afirma o presente, além de atuar sobre os outros locais do tempo.
Pode-se construir uma sociedade na qual o tao presente seja invisível?, de menor importância?, desatendido?
Pode sim.
Pode sim.
(1) Shiva na sua antiga forma como Pashupati, o protetor do gado, é hastado. No meio da testa aparece um artefato, um terceiro apêndice.
Nas posteriores representações iconográficas d'Ele, os cornos ficam simbolicamente numa Lua crescente que adorna o seu cabelo, e o terceiro chifre como uma fonte no coruto do seu encaracolado penteado, como a nascente do rio Ganges.
As similitudes com o Cernunno do caldeiro de Gundestrup são muitas.
É o Cerne falto deste terceiro raio?
Talvez no exercício, sentado, que está a fazer, tenha conseguido já alguns avanços no caminho, pois nas mãos amostra já alguns atributos alcançados.
Seguindo polo hinduísmo os três cornos estão no tridente chamado trishula das divindades, onde os garfos simbolizam as três gunas, tama, rajas e satwa, as três qualidades essenciais.
(2) No português e espanhol as garças, garçotas ou garcetas, levam a hipóteses etimológicas obscuras onde garcetas, além de serem garças menores, tamém são as pontas das hastes do veado e as tranças do penteado de mulher no qual os cabelos são rebatidos sobre a testa.
Aparece também o apelido Garcia perto, como proximidade a garção, criado, servo.
Relaciona-se a garça e o apelido Garcia com o basco koartza, (nome da garça), também como aquele que leva a archea, (nome basco do arpão), aparentado com archa (nome antigo galego-português duma arma, uma haste longa terminada em pique), um criado de armas. Um lanceiro poderia ser o garcia.
A garça é lançal, à vez que o seu jeito de pescar é como um arpão vivente.
Então o ruminante de três garcetas, o tre-garano, é: o veado de três caras, de três garças-pastoras, de três galhos, três lanças.
Esta runa foi, é utilizada com outros significados, e aqui falo disso.
A sua inversão é a folha do teixo, símbolo da morte.
Invertida e circunscrita é símbolo "hippie da paz".
As guerreiras sãs e os guerreiros sãos acometem o que se lhes apresenta sem pré-julgar, atuando com limpeza de consciência, sem outros fins mais que a integridade, no limite ténue entre paz e guerra.
E aqui teríamos para desenvolver a teoria da paz da humilhaçom, da paz da dominação, da paz da subjugação, versus a paz das guerreiras e guerreiros da integridade, livres, quem tem trespassado o seu Valhala interior e saído vitoriosa ou vitorioso.
Aqui entra a "morte", dos ocultistas, mas foi tomada dum jeito parcial, pois a morte interior é um passo para a paz, e a guerreira da paz, o guerreiro da paz tem que morrer interiormente aos seus conflitos, às suas dores, tem que vencer-se e morrer para ser, aceitar o seu corvo e deixar que o seu corvo re-encarnado se alimente do seu cadáver.
Esta proximidade de morte leva a uma compreensão parcial do seu profundo.
Pode-se sentir o seu simbolismo de jeito diferente, e só superficialmente, tratando a maia, o tonal, a formosa vida como um Inferno de morte, e fazendo guerra com ela só exteriormente, sem chegar a conclusão nenhuma mas que a impossível destruição do infinito externo.
Aparece também o apelido Garcia perto, como proximidade a garção, criado, servo.
Relaciona-se a garça e o apelido Garcia com o basco koartza, (nome da garça), também como aquele que leva a archea, (nome basco do arpão), aparentado com archa (nome antigo galego-português duma arma, uma haste longa terminada em pique), um criado de armas. Um lanceiro poderia ser o garcia.
A garça é lançal, à vez que o seu jeito de pescar é como um arpão vivente.
Esta proximidade entre o jeito de vida da ave e diversas palavras galegas, próximas a vara ou haste, vê-se aqui:
Engarçar é primeiramente trançar sebes com varas. Garcear é namorar. Engárcios ou gárcios são pugas de enxerto. Então o ruminante de três garcetas, o tre-garano, é: o veado de três caras, de três garças-pastoras, de três galhos, três lanças.
(3) As hesitações do cristianismo em trajar a divindade como anho ou bezerro observam-se na primeira bíblia traduzida ao gótico no século IV polo bispo Ulfilas, difusor do Arianismo, na qual o Senhor Jesus-Cristo é nomeado como "vithrus", vitelo. Ainda que também sendo uma tradução para o povo godo, esta poderia ser uma adaptação às suas crenças.
(5) Runa ALGIZ, da guerra, da paz?Esta runa foi, é utilizada com outros significados, e aqui falo disso.
A sua inversão é a folha do teixo, símbolo da morte.
Invertida e circunscrita é símbolo "hippie da paz".
As guerreiras sãs e os guerreiros sãos acometem o que se lhes apresenta sem pré-julgar, atuando com limpeza de consciência, sem outros fins mais que a integridade, no limite ténue entre paz e guerra.
E aqui teríamos para desenvolver a teoria da paz da humilhaçom, da paz da dominação, da paz da subjugação, versus a paz das guerreiras e guerreiros da integridade, livres, quem tem trespassado o seu Valhala interior e saído vitoriosa ou vitorioso.
Aqui entra a "morte", dos ocultistas, mas foi tomada dum jeito parcial, pois a morte interior é um passo para a paz, e a guerreira da paz, o guerreiro da paz tem que morrer interiormente aos seus conflitos, às suas dores, tem que vencer-se e morrer para ser, aceitar o seu corvo e deixar que o seu corvo re-encarnado se alimente do seu cadáver.
Esta proximidade de morte leva a uma compreensão parcial do seu profundo.
Pode-se sentir o seu simbolismo de jeito diferente, e só superficialmente, tratando a maia, o tonal, a formosa vida como um Inferno de morte, e fazendo guerra com ela só exteriormente, sem chegar a conclusão nenhuma mas que a impossível destruição do infinito externo.
Tarvea /tarvela : corte grande.
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