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A Velha do chocalho, a Vaca chocalheira, e a Gata borralheira

Lá em cima daquela serra
tem uma vaca chocalheira,
pondo ovos de manteiga
para quem falar primeiro.
Fora eu que sou o rei,
como carne de primeira.



O chocalho a campá, tem a qualidade de tirar-nos do tempo.
O som do sino nom é que pare o tempo, e que nos leva ao nom-tempo.
Desde o paleolítico até agora nas religions maioritárias, o uso de ajôujeres, guizos, chocalhos, ou outros artilúgios mais sofisticados, como o sistrum de Isis, ou mais simples como ramalhos de folhas secas agitadas, som usados para louvança, ornato, atençom, ajuda na comunicaçom coa divindade.
Na image vemos a Ísis co sistrum, numha escultura romana.
Maha Gauri, umha das nove formas de Ma Durga leva um guizo, chocalho, tamborilete numha das mãos.

Entom aqui temos a velha chocalheira da cantiga do maçarico ou serrabico?

Serrabico bico bico,
quem te deu tamanho bico?
Foi a Velha chocalheira
com ovos e manteiga
os cavalos a correr
as meninas a aprender
qual será o mais bonito
que se irá esconder?

A tal Velha chocalheira, a Vétula dos chocalhos existiu como deusa importante no passado e ficou oculta na cantiga infantil do maçarico, a responsável do seu fino e longo bico.
Já na Roma existia umha divindade Vétula, supostamente umha divindade feminina anterior aos cultos que os romanos iam trazendo segundo conquistavam novos territórios, Íssis, Cibele ...
Vétula foi nome dumhas figurinhas de deusa feitas de palha pola Europa adiante, a Vétula está entom próxima a Ceres, próxima a Ísis como deusas velhas ou primigênias associadas diretamente com a Terra e a cultura cereal.
A Vétula perdura no nome do arco-íris, como o "arco-da-Velha", a deusa mensageira, chamada Íris polos gregos; da qual o seu nome aqui pode ser tabuísmo, e apenas dela ficou o epíteto "a Velha".

Os atributos da Velha chocalheira que aparecem nas diferentes variedades da lengalenga som: ovos e manteiga, às vezes ovos de perdiz.

Foi a Velha chocalheira
Lá da banda da ribeira
Que andou pela algibeira
Procurando ovos de perdiz
Para a filha do Juiz ....

Ou:

Foi a Gata borralheira
que come ovos com manteiga ...

























Ou também:

Foi a Vaca chocalheira,
que põe ovos em manteiga
Para a filha do juiz,
Que está presa na cadeira
Pela ponta do nariz ...

Estoutra parecida:

Lá em cima daquela serra
tem uma vaca chocalheira,
pondo ovos de manteiga
para quem falar primeiro.
Fora eu que sou o rei,
como carne de primeira.


O ovo como atributo da Deusa primigênia é tal qual o beitza.
O ovo primigênio, o da pergunta: que foi primeiro, o ovo ou a galinha?
É por isso que a Velha anda com ovos?
E tem a ver com ovo da páscoa.
Pois semelha que a velha como final da força yin anual vai associada com o final do inverno, momento no que nasce a divindade donzela...

E a manteiga?
A manteiga foi principal na religiosidade mágica, como untura, como veículo de conhecimento, como transporte da substância, como facilitadora do saber, e entre os povos do canabo, a manteiga foi onde se guardou a essência.
O butiro é o concreto do leite, o calhado, do grego boutyrom, bou boi ou vaca, e tyrom queijo.
Entom nas cantigas fala-se-nos da Primeira Força Divina Feminina responsável do primeiro ovo e da concretizaçom da massa.
A apariçom do real, na mitologia hindu, é pola agitaçom do oceano primigênio do universo, esta agitaçom cria a मन्थज, manthaja, a nossa manteiga, ou o manto, a camada superficial onde se refletem as convuslsons e movimentos das outra dimensions, inferiores-superiores, diríamos que moramos no concretizado do movimento, na tona do real, no tonal definido assi polos toltecas, que se agita e flutua entre o inframundo e o supramundo.
A manteiga é batida com um pau aspado que pode girar para um lado e para ouro, este pau tem a forma de esvástica, símbolo da primeira transformadora ou separadora da tona do leite
Estamos falando da branca espuma, da manteiga alva produzida polo bater no mar do leite. (Aqui está Genebra como a escuma do mar e Maha Gauri). Aqui fai o seu lavor Lakshmi, aparecendo A Substância Observável, e a Amrita e ....

Outros nomes para esta primigênia força feminina som a Vaca chocalheira e a Gata borralheira.
Muito da Vaca chocalheira pode ser entendido na anterior explicaçom, como nai do leite "energia", posteriormente concretizado em queijo, manteiga, ou beitza,
bezerro-vitelo.
Apenas pôr aqui a Vaca láctea egípcia Hator que entronca com toda esta cadeia simbólica, de como o lácteo magma in-concreto agitado, dá a forma calhada.
Dizer que chocalheira tem um abano amplo de significado, todo o que tem o chocar, pois além da referência musical do bater da sineta, é também o chocado, o confrontado, o removido, e o ovo incubado.

Estamos pois diante da força do movimento primário, o choque, o chocolear, que produze na vibraçom, o som, a matéria, e a geraçom.

A Gata borralheira está deitada na cinza, na borralha, da lareira ao quente.
A Gata borralheira apresenta talvez, para mim, um significado mais oculto.
Basset a deusa gata egípcia pode ser que explique algo disto. O nome da Grande mai gata, Basset além de fazer referência à base, dizem significar tarro de pomada, onde já o relacionamos com a manthaja, a manteiga.
A gata anda com a Lua e com a limpeza dos vórtices que levam a energia a planos inferiores
Shashthi é umha deusa gata hindu, que tem por poderes e atributos: a proteçom no nascimento e o cuidado das crianças. Forma, energia que aflora na cultura romana como Juno Lucina, ou na figura da ursa, ou da caçadora de ratos, a marta ou outra mustélida, como a deluzinha (de+Luz+inha) ou doninha,  A marta, (*barta, parta, farta, varta  arta /arctos, na lenição, fortição, mutação da consoante inicial), pois nom havia ga(r)tas na Europa, (mas sim gates, doors e portas), como a Arcto-mixa, a ardilosa, arteira parteira.
Umha deidade da fertilidade, pois essa sexualidade feminina liberada, liberadora e poderosa é atributo próprio da Gata, da Onça, da Leoa.
Das nove avatares da Durga, a forma felina é Kathyayini, vai sentada sobre um leom, ela é a filha da Kata, da Gata, da Catuja, da Lua ...
Pois é a gata do engate, a que chama polo macho, e a que tem por atributo a borralha, a borra a pelúcia donda, suave, macia, a que se mantém no quente da borralha a que tem esse quente da cinza, a da chuva fina nebulizada e fertilizadora.
Borra tem essa ambivalência entre a suavidade da lã e o amargo das fezes do vinho.
Borra do latim burra, que foi nome para as vitelas, de onde teríamos que a gata burralheira seria a gata-vitela, onde dous aspetos da feminidade se juntam e complementam, um lado materno lácteo e outro defensivo sagaz, ardileiro, de fera.
Burrānĭca pōtio tamém é umha beberage de leite e mosto fermentado, voltamos outra vez a uniom complementar. E burrus, é vermelho ao lado de purrus, perto da purrela e da borra do vinho.
É burro, no italiano, manteiga tamém.
Tão perto da amrita todo isto na sua ambivalência, suavidade-amargor.
A gata borralheira, a fêmea que atrai, micha que mianha e quer macho, representada pola energia de Hera, como a "casada" e nom a solteira.

Três: a gata, a velha da noite e a vaca.
Três: vermelha (brasas e borras quentes), negra (fezes, borras), e branca (manteiga e leite, borras requeimadas alvas).
Três : rajas, tamas, satva.
http://templomadreperola.wordpress.com/2011/04/02/orixasaxemanutencao/

Echium vulgare, Borralheira, borraxa, borrasca, borraxom, erva-viboreira, croua, sualha, soage, suages, xuá.

Bem, entom temos que esta Geradora força, a Velha a Vaca e a Gata, dá o poder, o bico, ao maçarico, à massa, da-lhe diversos atributos, a vibraçom musical, a concretizaçom da energia em forma, a sexualidade geradora ...

A limícola maçarica é lacada, ou lascada, pois laksmi significa no sânscrito a marcada, a assinalada.

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