O Pai ou a Nai da Botelha

De algo do alargado e profundo significado que se guarda detrás da botelha, tenho falado nesta postagem e nest'outra.
E vou falar um chisco mais, desde a lengalenga infantil:
Sarapico, pico, pico
Quem te deu tamanho bico?
Foi o padre da Botelha
A jogar a sobrancelha.
Sobrancelha miudinha
Como a pulga da balança
Dá um pulo e põe-te em França.
Quem é este Pai da Botelha que lhe dá ao sarapico, ou maçarico, o seu longo bico?
E mais que é a Botelha?
Penso num primeiro lugar do trapazeiro conto infantil, onde a palavra botelha está aí por cumprir com a rima e o ritmo da cantinela, penso desde a soberba adulta, mas equivoco-me.
O traseiro disto está na etimologia de botelha, como diminutivo dumha hipotética *boticula.
Nesta *boticula enraíza muito do bodo, do pagamento em fruto, da oferenda, que foi feita em budim, em bolo de massa. Onde o voto é a promessa em vontade, que aparenta com a voda.
O buda é o cheio, a bunda é a abundância, nascida do pote/bote, onde se acumula e calha o butiro, o butiro que também se acumula em vitelo / bezerro.
Onde mesmo as aves acumulam no bucho, o butre e abutre, o buteo.
O maçarico, Numenius arquata, também é massa, massarico talvez for a sua verdadeira grafia, pois noutros falares o Nume é assi nomado: dough bird, ave-massa, nos falares ingleses da Norte-América atlântica.
Numenius é o neo-men, neo-menen, grego, o novo mês, a lua nova, a lua que enche e medra acumulando para logo parir. Nume é o afirmado, o seguro, o materializado. Pois é o massarico uma ave que para a sua migraçom embute-se de alimento, é tudo grassa, quem tenha caçado sabe.
A botelha, é um diminutivo da bota.
O botelho é o estômago, umha chouriça grossa de cabaça, perto do o botelo ou butelo, a cabaça mesma é um botelho, a cabaça guardada no cabaço ou cabaceiro ....
Leva a pensar que a voz *bot, origina-se no acúmulo, um acúmulo que se guarda que se oferece que serve para a partir dele gerar, continuar a geraçom.
O Pai da Botelha, talvez fosse a Nai, mas nesse plano para mim tudo é confusso é a nai do contentor e do conteúdo, a que contém sem ser recipiente, ou o recipiente do vácuo. É o Pai da promessa, do futuro, o guiador nom guiado. O Pai da abundância, que paradoxalmente é a insignificância, pois sendo Pai da Vedelha, é Pai do Nada. O Pai da geraçom que nom foi gerado. O pai da massa, do material.

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