Ruler é palavra inglesa que dá nome a quem governa.
Rule é palavra do cheli corunho para o passeio, para dar uma volta...
Carta do tarô Camoin https://es.camoin.com/tarot/Tarot-Marsella-Camoin-Jodorowsky.html |
Rodrigo dizem ser de Rudericus latino, por sua vez derivado de um "suposto" proto-germânico *Hroderich.
*Hroderich que é suposto vir de hrod, com o significado de fama. Por outra parte rich, crê-se derivado de rik, que significa lei.
Fama-lei.
Esta saliência ou fama hrod, tem o seu paralelo no latim rudus que significa vulto, protuberância. Com o seu par rudis que é um pequeno pau, além de um terreo ermo ou não cultivado.
Observe-se a proximidade entre rodericus e roda.
Até aqui Rodrigo?
Mas rodriga no galego agrário é uma estaca para segurar as vides; com rodrigar, (empar), e rodrigo também é uma estaca.
Esta rodriga tem toda a ideia de ser parente do rodro / rodo, com o latim, dizem, que por trás, como raiz, em palavras como rudica, rutrum.
Saindo do paradigma romano como berço e pai, entende-se que rodro ferramenta é primário, e os feitos, lugares nos que essa ferramenta atua derom nome a palavras latinas, que antes do que nais, poderiam ser cognatas, ou mesmo derivadas.
Mas como é que o "suposto" *hrodrick germano acaba convergindo com o rodrigo das vinhas?
Não será que é a mesma palavra, e que os tais pré-conceitos não deixam ver a sua raiz comum?
Saindo pois da supremacia ariana e romana, e atendendo a como era o mundo quando estas palavras se formaram, um continuum:
O germânico hipotético pode interpretar-se como tautológico:
Hrod- é o rodo, o pau de mando, a estaca de marca, a ferramenta que serve para roturar, fazer a marca na terra "rudis", não cultivada e que é limite entre territórios regidos por diferente poder. (Confronte-se com ruderal e rural).
Hrod- que tem a mesma raiz que roda, e rua e que são cognatos nascidos da mesma função de quem regia ruando e rodando.
Lembremos que os reis teatralizavam o seu domínio arando, fazendo um rego, daí que o rex, regis latino esteja ao lado de regus, do rego, e do regulamento.
Seguindo no debulhe do Rodrigo como nome de origem germânica, que não é negada, mas que é referenciada a outros fios:
Rich / rik, entendido como lei, é também rei, right, direito.
Confronte-se com arreitar que no galego significa endireitar, envergalhar, que tem a ver com rectum.
*Hrod-rick, é assim, olhado desde a esquina atlântica: o pau direito, o vulto reto, a eminência da lei...
Estou falando de um tempo onde os caminhos rodados iam polos limites territoriais de pelourinho de marcação, a pelourinho de marcação, de *hrodio a *hrodio, de rotulus a rotulus, de rollo castelhano, a rollo, de menhir a menhir.
Assim redolada é a comarca próxima, os arredores. Redolada que no asturiano, além de esta forma redolada, é dita: rodolada e redulada.
Redolo, palavra eu-navega dá nome às cousas dispostas em círculo, a uma ringleira circular, a uma riola.
Arriádega e reaz / riaz são nomes para a pedra rolada de quartzo dos rios...
Quando o Cid Campeador é chamado de Ruy, ou de Rodrigo, mais que nome próprio, estão-nos a dizer que era o seu alcume, função, o "rei do marco", o rei da treva.
(Do mesmo jeito que orraca, rainha, ficou como Orraca nome, e mesmo pega).
Não por casualidade roi em francês é rei, ainda que o fazem derivar do rex, regis latino, que paralelamente era na sua função anterga roi ao céltico jeito, quem marcava o regho.
Apontar também o mito fundacional de Roma. Roma que foi feita por Rômulo, arando um rego arredor do que logo seria a grande metrópole, umbigo que até agora segue sugando e guiando as energias do pensamento.
A palavra galega arroio conserva a ideia de rego, rego feito pola enxurrada, dioivo; e o menos conhecido significado de cômaro, talude, valo de terra ou sebe que circunda uma propriedade.
Assim a clara relação entre o rex e o rego, rei que cava uma vala e com a terra que levanta constrói um valado, também está presente entre o roi e o arroio, como valeta e valado.
(Confronte-se arroio com froia).
Então, como é?
Sim, há a possibilidade da existência de um germânico Rodericus, como latinização de um *Hroderik mas também há a possibilidade de *Hroderik ser cognato de um Rodricus/Rodricum, que é o "com-rodro" ou "o do rodro".
Rodro que acabaria em cetro, em marco grande pela Espanha como rollo, e em estaca de empar.
Confronte-se com road no inglês, e os topónimos Roade na Galiza.
Confronte-se com o galês rhewl, rheol, que significa rua, estrada e a zona em derredor de uma exploração agrícola excluindo os campos de lavoura. Isto pode ajudar a entender a toponímia galega dos locais chamados Rua. No galês sim rhewl, rheol "rua" e mas tamném rhiol rheol "regulação, lei, veredito".
E assim também temos a palavra rua e rue francesa.
No bretão ru "rua".
Aqui está o verbo latino ruo, "eu cavo".
A salientar o grupo de palavras como reganha, reigada, reiganho, raiganho, ou o trasmontanismo reixada, que falam de sulcos, raias, raízes; falam da terra. E conformam a ideia da rainha e rei cavadores e mesmo raízes.
Os reis das cavadas e o estudo da etimologia de cachar.
A apropriação de um território para a agricultura deveu ser um fito que modificou a cultura. Sendo no paleolítico uma cultura caçadora recolectora sem "relativa" pressão demográfica, ainda que sim com ideias territoriais; a agricultura obrigou a que esta territorialidade fosse acrescentada, com interdições de passo.
Estas interdições eram marcadas com cavadas, cachadas, ou terras captadas.
Nas palavras:
O verbo captare latino "capturar, cachar", é remetido a uma forma capio que já transmite a ideia de "tomar, pegar, colher para si" além do capisco "perceber, captar ideias", este verbo capio dizem ser cognado do bretão kavout "estar em um lugar / encontrar / estar com, encontrar-se com / encontrar-se um mesmo."
Estamos vendo como as raízes captar e cavar semelham vir do mesmo?
O bretão kavout tem as mutações gavout e c'havout, esta última c'h é pronunciada como a jeito de gheada e faz elo com o verbo haver como a continuação é explicado:
Nas línguas célticas, cognados do kavout, há o córnico: kavos "encontrar / ter", o galês: cael "receber, ter, haver, conseguir."
Uma cachada é uma roça, o ato de cachar e o ato de queimar os terrões amoreados da roça, a queima mesma é uma cachada, daí a palavra cacharela.
Uma cachada é o ato de cavar /cachar, de usar o sacho ou cachadeira.
Uma cachada é o ato de cachar, de caçar, de pegar, agarrar, prender, colher, de encontrar a alguém, de dar com alguém que estava a fazer algo que não queria ser visto, ou encontrar.
Uma cachada é uma bengala, um bastão, um pau de apoio e mando, a cacha é o pau do jogo da porca ou jogo da choca.
As várias linhas etimológicas para o cachar:
- Há um cachar "cavar, sachar" do hipotético cappulare que significava cortar, (bom é aceite o passo de cortar a cavar).
- Há um cachar "ocultar", que é buscado no provençal e francês cacher.
- E há outro cachar "pegar, agarrar, surpreender, caçar" que é buscado num traslado do cacher francês "ocultar" ao galego pegar, ou também como fruto de um étimo oculto em distintas línguas: to catch, captare, cacciare, caçar.... Com aquilo de jogar às cachadas, "cachei-te, pandas ti", noutros lugares: o jogo da pilha, ou jogar a colher das crianças, uma criança panda e corre atrás das outras até que cacha a alguém....
No asturiano, e abre-se uma porta, se é ou não por casualidade que cavar e ocultar (a semente) sejam dito igual.
Pode ser, se se tem um pensamento obrigado "dependentista" que isto seja por convergência numa mesma forma fonética de duas palavras vindas de fora. Ou, permita-se a hipótese, que a etimologia pode estar errada, e sob a premissa de que a cultura nasce da agricultura, o cachar "cavar" e o cachar "ocultar" saíram do mesmo conceito-palavra que o asturiano, como língua relicta, conservou.
Mas a "estória" do cachar "caçar" tem também uma linha céltica:
Córnico. caf(f)os, cafes
Bretão. C. caf(f)out.
De uma raiz caff-, cah- que significa "agarrar, pegar".
No galês com este verbo: caf, †cahaf, caffaf: cael, †cahel, caffaael, caffael, caffu
Que tem alargado significado: ter, obter,, receber; vencer, aproveitar, recuperar; encontrar, descobrir, vir; chegar.
Procriar, gerar produzir, (o que abre também uma porta ao nome do porco de cobrição, cachão e palavras como cachiço (castiço), ou o trasmontanismo cachear "copular").
Seja como for, com isto trato de levar o pensamento a essas primeiras palavras de propriedade ou de apropriação da terra para o cultivo.
O garanhão faz biquinho, o garanhão recacha / requicha os beiços.
Então quando chamamos ao verrasco, ao porco macho inteiro, de cachão ou cacheiro?
E o cachirulo?
Do mesmo jeito que à vaca se lhe fala com o go / gho / ghuo: ao porco com cache / cachi / cax / casque / gache / gaxe.
Palavras todas que dão ideia das mutações da língua antiga.
E a cachena?, é cachena por ser pequena, ou por ser do monte, ou da cacha / caça, como o recacheiro?
cacho=cocho?
Capsa/ casa / caixa... A criançada traça um círculo na terra e nos diversos jogos, isto é uma casa.
A ideia força que subjaze a todo este fio etimológico (que é mais longo e aqui está esboçado), é que quem reinava no alargado período do calcolítico até o começo da história recolhida em escritos, finalizada com a centralização romana, e da que ficaram e ficam retalhos, essa pessoas rainhas eram quem andavam os caminhos, quem mantinham os caminhos.
Lembrar a lenda de Sétanta, também chamado Cú Chulainn, o que percorre caminhos. Caminhos que teciam um território, vertebravam dize-se agora.
Quando a Galiza ficou sem reis e rainhas, tal vertebração esmoreceu. Mas em tempos nos que a Galiza, na altura Galiciense Regnum, tinha vida, as pessoas nessa função regedora mantinham uma corte itinerante, moviam-se polo território, seguindo o mandado do costume, e em certa forma entendendo qual é a função de quem governa, antes do que sediar num lugar e ter informantes, informar-se em por si do que ocorre no território. Daí a relação entre o real e a realidade.
Quanto aos célticos falares, as palavras deste campo são especializadas em dar nome à cor vermelha:
Britónico: *rüð
Bretão: ruz
Cornico:rudh
Galês: rhudd
Goidelico:
Antigo gaélico irlandês: rúad
Gaélico irlandês: ruadh, rua
Manês: ruy
Gaélico escocês: ruadh
Gaulês: roudos
Derivadas de um hipotético proto-céltico *rowdo.
Aventura-se a que a cor ruana tem a ver com esta raiz e a cor ruça, cores associadas ao sistema de roça, onde roça e roçar dão a sua origem como associadas ao lume e ao ato de roçar para engendrá-lo.
Que tem a ver o vermelho com a realeza?, talvez era uma cor só permitida em quem reinava, como historicamente foi o púrpura, e correu o seu significado de rei a red?
E a joaninha é o rei-rei. Mas quem vestiu antes de rei?, de vermelho apincharado?, que foi primeiro o manto vermelho real ou o inseto rei -rei?
Não sem razão, o milho rei é quem é, e tem esse nome:
in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016. [consult. 2016-04-17 23:32:51]. Disponível na Internet: |
Rooi, em holandês, vermelho, tido por dialetal do padronizado rood
Roig, em catalão, vermelho
Roib, em romeno, vermelho
Rouge, em francês, vermelho
Royo, em aragonês, vermelho
Roj em curdo, Sol, dia
Aqui entra o reitán papo-roivo em asturiano, (pisco-de-perito-ruivo) e toda a tradição da caça do rei.
(2)
Também não por casualidade quem anda pela rua, é o ruão, o vermelho, protocéltico *roudos. Unindo esta palavra *roudos o ruderal, a rua, o rodo e a cor rúvia.
O que a continuação segue talvez fique algo resumido e falto de explicações, explicações que serão encontradas no link anterior, que é este:
"La cacería del reyezuelo: análisis de una cacería ancestral en los países célticos.Fernando Alonso Romero. Anuario Brigantino, 2001"
Onde é descrita muito polo miúde a caçaria de passarinhos por Europa como rito de solstício de Inverno.
Seguindo polas aves e o rei: a Luscinia megarhynchos é conhecida no padrão por rouxinol, mas também há a palavra de reissenhor para ele.
Sobre a origem de rouxinol, com os cognatos catalão rossinyol, francês antigo russignol, francês rossignol, occitano rossinhòl, napolitano russignuolo, valão råskignoû, é tida por derivar do latim luscinia, do diminutivo lusciniola, *ruscinol(a).
A etimologia da Real Academia Espanhola, também deriva o ruiseñor de lusciniola.
Esta forma latina luscinia tem a ver com o lusco, com o lusco-fusco, o crepúsculo, polo costume de cantar na noite, assim os nomes germânicos e doutras culturas fazem referência à noite, nightingale em inglês, näktergal em sueco, ... com noicatujeiro e noitubrul no galego.
Em aragonês é reisiñor.
Em espanhol ruiseñor.
As formas asturianas desta raiz: reiseñor, riseñor, ruinseñor, rosiñor, e roisiñor
Em galego com esta raiz: rouxinol, roussinol, rousinhol, reissenhor, reissinhol, reixinol, rossinhol, roixinol.
Não negando a etimologia latinista, e mesmo aceitando a dependência, marginalidade, popularidade ou vulgaridade, que levou o nome culto rouxinol, rosignol a ser interpretado como rei-senhor ou ruy-señor, polo povo chão...
(Desculpem a retranca).
Dá para pôr atenção como a tal partícula que acompanha ao senhor varia do mesmo modo que anteriormente foi escrito, rei, roi e rui (ruy).
E se temos conhecimento da tradição que foi a caça da ave rei, no dia de Santo Estevo, ou no dia de Reis, podemos entender que a lusciniola latina passasse de *russiniol(o) a rei-senhor, sob o paradigma dependentista e de língua vulgarizada.
Mas na ideia de berço cultural europeu o nome de rei-senhor, (reizinho confrontado com rei-patrão, rei-patrúcio, rei-ancião, rei-senhor?), com as variantes roixinol / roisiñor / ruiseñor tem toda a sua razão de ser apoiado na força da tradição da caça do rei, rei que é um dos muitos nomes do papo-roivo (1), palavra rei que também noma outras aves.
A caçaria do rei, também é a do reitán asturiano, do reyezuelo espanhol, do carriço ou da carriça, (quem vão no carro, no chariot, são carriços, ou que é carliço?, como mais abaixo será falado de carlo).
Sobre o carriço:
Zaunkönig é o nome em alemão, que significa rei do "valado", do pechado, da sebe.
Onde zaun tem a ver com o protocéltico dunun.
(leia-se http://remoido.blogspot.com.es/2016/06/lugares-herdadas-hedradas_29.html)
No holandês: winterkoninkje, reizinho do inverno.
Já nos lados célticos; no galês o carriço é dryw, druida, vidente.
De uma raiz que há no irlandês antigo que é drean, (confronte-se com o inglês wren, nome do carriço, e com dream, sonhar).
Drean que põe o druida em relação com o rei, drean / rean.
Esta variação de rei, roi, rui, rio pode ser vista na toponímia, do suposto genitivo "dos reis" tido por gemânicos ou germanizados: Rairiz, Reiriz, Roiriz, localidades que também foram chamadas Rodoriz, Roeriz, Rooriz, Roeriz, Reeriz, Reriz.
Quanto a rio: ser derivado de rego ou ter a ver antes do que com a água com a característica de ser uma valeta por onde a água escoa:
Essa ideia de valeta está na palavra gaélica irlandesa raon com o significado de caminho, trilho, ruta, pista, faixa. também como verbo: puxar, arrastar; lutar conjuntamente; lidar com doenças; desviar; dirigir; derrotar,ganhar vitória?
Escute-se raon no gaélico e a sua proximidade a rio.
Este fio etimológico que é tratado de desenovelar, explica também que a caçaria da ave fosse chamada do charlo. Pois charlo é mome que recebe o Turdus viscivourus, tordo que polo seu tamanho maior, e as pintas no peito de tamanho também maior, que outras espécies de tordos, fazem-no reconhecível.
Confronte-se com carru e carrastán em asturiano, carrastán é nome do tordo.
Aqui abaixo um mapa da sua distribuição estacional:
(talvez evidencia este mapa que a espécie de tordo charlo, a tordoveia no padrão, usou as penínsulas europeias como refúgio durante as glaciações...)
Charlo que tem a ver com charlas, com falar por falar, ou com o seu canto continuado e variado, como o do reissenhor.
Outro nome da tordeia é calrochalro.
Calro-charlo
Carlo-charlo, é tautológico
Carlo e charlo remetem à mesma origem etimológica, pode ser uma mutação.
Carlo, calro dizem do étimo carolus.
De origem germânica com o significado de freeman of low degree.
A etimologia confirma que o "núcleo" neolítico foi comum no assunto da caçaria ancestral simbólica de pequenas aves, e na possibilidade de serem "totens" da escala social.
Carlear é cantar a galinha.
Carlou é o nome do grande búzio
Aqui, a ave mais pequena da geografia galiciana, a estrelinha, que no espanhol é chamada de reyezuelo.
Outra ave que tem a ver com estas é o Oriolus oriolus, papa-figos , que tem muitos nomes na Galiza (3), entre eles o de rodrigo, riádigo e rei-senhor, merlo-rei, merlo-riádego, pedro-pequeno, reboleirão, refaixeiro, regoleirão, ringaleirão, ringuileirão, rodrigo-liro, romirão,rudigovião
Voltando ao começo:
O ruler que anda de rule.
No galego para falar de um terreo de lavor estreito e comprido dá-se-lhe o nome de roleiro e roeiro.
Roleiro também é a faixa que o segador vai deixando trás de si na sega, e o maranho ou baranho de messe segada, que faz um rolo.
Roleiro é também a faixa de terreno entre propriedades que fica sem lavrar, dá nome ao noiro ou cômaro, ao valado de terra que separa "herdades". Roleiro é linde.
Ruleiro é o muro de pedras e terrões que fecha um terreno, também o cômaro, o talude que faz linde entre duas propriedades.
Roeiro: além da dita faixa estreira e longa de terreno, é também uma corredoira estreita por onde escorregam as águas.
Quer dizer, um roeiro é um rueiro, há ligação.
E da rua à raia há bem pouco.
Aqui está implícito o nome da rula como raia, rainha
Estamos outra volta no hipotético *rhodi inicial que gerou tanta palavra associada à ideia antiga do reinado, e à estruturação agrária, social, cultural no longo neolítico.
Rilheira, rilha é a rodada do carro, o sulco da roda.
A rilha-de-água é a estela ou ronsel
Relha é o dente do arado que faz o suco.
Pode ser observado toponimimicamente como muitos lugares de nome Charrua fazem referência a caminhos, caminhos perimetrais da célula agrária ou da governa de um castro, a ressaltar as Charruas no concelho de Ponte-cesso:
Charrua é nome também do arado, dizem de procedência francesa, mas estamos no de sempre, na ocultação da continuidade para criação de dependências.
Charruar é arar com duas ou três parelhas de bois.
Charrua é nome da pessoa disfarçada pola comarca de Alhariz:
(Para entender mais do que vem sendo o entrudo como continuidade de um jeito de vida antigo, pode-se ler aqui)
Charrasca: espada velha.
Charreteira: divisa militar posta no ombro.
É por isto que o charlo, charro e o carro estão tão próximos.
Charramandeiro: gaiteiro, e como adjetivo rechamante em cores.
Charra: a pega ou orraca, a gralha (a rainha).
Charrela: a perdiz, o verderolo.
Charrelos: as pessoas da raia seca.
Charro: fala no límite entre o galego e o astur-leonês, no vale de Forniella.
............
A raiz da palavra fala.
Arrieiro vai ficando por aqui...
1) Guia das aves de Galicia, Xosé M. Penas, Carlos Pedreira, Carlos Rodríguez. Editorial Galaxia.
2) Aqui falar da palavra esbirro, como ainda em galego tem o nome de estaca, pau para suster as tampas abertas de arcas e artesas, e como em italiano e daí a outras línguas passou de ser pau vermelho de vereador, ou de delegado do poder, a funcionário de justiça, alguazil, ou no caso do espanhol a servo infame ou irreflexivo do poder. Do latim birrum casaca vermelha.
3)
aireolo
aropendra
aureol
avião
baração
bicho-do-crego
birlaboubou
cereijeiro
cireijeiro
corvo-cereijeiro
crego-marelo
domingo-lirão
figo-maduro
figo-marelo
figo-rodrigo
gaimarelo
gaio
gaio-amarelo
gaiol
gaiolo
gandarelo
lapa-figos
manga-amarela
marelão
mareleiro
maria-rosa
maria-viou
maroleiro
mereleiro
merlo-marelo
merlo-rei
milhão-garrido
milharou
milheiro
milpéndora
milpréndiga
mingoleirão
mingolirão
nicolau
oriol
oriorSobre a origem de rouxinol, com os cognatos catalão rossinyol, francês antigo russignol, francês rossignol, occitano rossinhòl, napolitano russignuolo, valão råskignoû, é tida por derivar do latim luscinia, do diminutivo lusciniola, *ruscinol(a).
A etimologia da Real Academia Espanhola, também deriva o ruiseñor de lusciniola.
Esta forma latina luscinia tem a ver com o lusco, com o lusco-fusco, o crepúsculo, polo costume de cantar na noite, assim os nomes germânicos e doutras culturas fazem referência à noite, nightingale em inglês, näktergal em sueco, ... com noicatujeiro e noitubrul no galego.
Em aragonês é reisiñor.
Em espanhol ruiseñor.
As formas asturianas desta raiz: reiseñor, riseñor, ruinseñor, rosiñor, e roisiñor
Em galego com esta raiz: rouxinol, roussinol, rousinhol, reissenhor, reissinhol, reixinol, rossinhol, roixinol.
Não negando a etimologia latinista, e mesmo aceitando a dependência, marginalidade, popularidade ou vulgaridade, que levou o nome culto rouxinol, rosignol a ser interpretado como rei-senhor ou ruy-señor, polo povo chão...
(Desculpem a retranca).
Dá para pôr atenção como a tal partícula que acompanha ao senhor varia do mesmo modo que anteriormente foi escrito, rei, roi e rui (ruy).
E se temos conhecimento da tradição que foi a caça da ave rei, no dia de Santo Estevo, ou no dia de Reis, podemos entender que a lusciniola latina passasse de *russiniol(o) a rei-senhor, sob o paradigma dependentista e de língua vulgarizada.
Mas na ideia de berço cultural europeu o nome de rei-senhor, (reizinho confrontado com rei-patrão, rei-patrúcio, rei-ancião, rei-senhor?), com as variantes roixinol / roisiñor / ruiseñor tem toda a sua razão de ser apoiado na força da tradição da caça do rei, rei que é um dos muitos nomes do papo-roivo (1), palavra rei que também noma outras aves.
A caçaria do rei, também é a do reitán asturiano, do reyezuelo espanhol, do carriço ou da carriça, (quem vão no carro, no chariot, são carriços, ou que é carliço?, como mais abaixo será falado de carlo).
Sobre o carriço:
Zaunkönig é o nome em alemão, que significa rei do "valado", do pechado, da sebe.
Onde zaun tem a ver com o protocéltico dunun.
(leia-se http://remoido.blogspot.com.es/2016/06/lugares-herdadas-hedradas_29.html)
No holandês: winterkoninkje, reizinho do inverno.
Já nos lados célticos; no galês o carriço é dryw, druida, vidente.
De uma raiz que há no irlandês antigo que é drean, (confronte-se com o inglês wren, nome do carriço, e com dream, sonhar).
Drean que põe o druida em relação com o rei, drean / rean.
Esta variação de rei, roi, rui, rio pode ser vista na toponímia, do suposto genitivo "dos reis" tido por gemânicos ou germanizados: Rairiz, Reiriz, Roiriz, localidades que também foram chamadas Rodoriz, Roeriz, Rooriz, Roeriz, Reeriz, Reriz.
Quanto a rio: ser derivado de rego ou ter a ver antes do que com a água com a característica de ser uma valeta por onde a água escoa:
Essa ideia de valeta está na palavra gaélica irlandesa raon com o significado de caminho, trilho, ruta, pista, faixa. também como verbo: puxar, arrastar; lutar conjuntamente; lidar com doenças; desviar; dirigir; derrotar,ganhar vitória?
Escute-se raon no gaélico e a sua proximidade a rio.
Este fio etimológico que é tratado de desenovelar, explica também que a caçaria da ave fosse chamada do charlo. Pois charlo é mome que recebe o Turdus viscivourus, tordo que polo seu tamanho maior, e as pintas no peito de tamanho também maior, que outras espécies de tordos, fazem-no reconhecível.
Confronte-se com carru e carrastán em asturiano, carrastán é nome do tordo.
Aqui abaixo um mapa da sua distribuição estacional:
(talvez evidencia este mapa que a espécie de tordo charlo, a tordoveia no padrão, usou as penínsulas europeias como refúgio durante as glaciações...)
Visitante no verão durante a cria
Residente o ano inteiro Invernante |
Charlo que tem a ver com charlas, com falar por falar, ou com o seu canto continuado e variado, como o do reissenhor.
Outro nome da tordeia é calrochalro.
Calro-charlo
Carlo-charlo, é tautológico
Carlo e charlo remetem à mesma origem etimológica, pode ser uma mutação.
Carlo, calro dizem do étimo carolus.
De origem germânica com o significado de freeman of low degree.
A etimologia confirma que o "núcleo" neolítico foi comum no assunto da caçaria ancestral simbólica de pequenas aves, e na possibilidade de serem "totens" da escala social.
Carlear é cantar a galinha.
Carlou é o nome do grande búzio
Aqui, a ave mais pequena da geografia galiciana, a estrelinha, que no espanhol é chamada de reyezuelo.
Regulus regulus |
Outra ave que tem a ver com estas é o Oriolus oriolus, papa-figos , que tem muitos nomes na Galiza (3), entre eles o de rodrigo, riádigo e rei-senhor, merlo-rei, merlo-riádego, pedro-pequeno, reboleirão, refaixeiro, regoleirão, ringaleirão, ringuileirão, rodrigo-liro, romirão,rudigovião
Voltando ao começo:
O ruler que anda de rule.
No galego para falar de um terreo de lavor estreito e comprido dá-se-lhe o nome de roleiro e roeiro.
Roleiro também é a faixa que o segador vai deixando trás de si na sega, e o maranho ou baranho de messe segada, que faz um rolo.
Roleiro é também a faixa de terreno entre propriedades que fica sem lavrar, dá nome ao noiro ou cômaro, ao valado de terra que separa "herdades". Roleiro é linde.
Ruleiro é o muro de pedras e terrões que fecha um terreno, também o cômaro, o talude que faz linde entre duas propriedades.
Roeiro: além da dita faixa estreira e longa de terreno, é também uma corredoira estreita por onde escorregam as águas.
Quer dizer, um roeiro é um rueiro, há ligação.
E da rua à raia há bem pouco.
Aqui está implícito o nome da rula como raia, rainha
Estamos outra volta no hipotético *rhodi inicial que gerou tanta palavra associada à ideia antiga do reinado, e à estruturação agrária, social, cultural no longo neolítico.
Rilheira, rilha é a rodada do carro, o sulco da roda.
A rilha-de-água é a estela ou ronsel
Relha é o dente do arado que faz o suco.
Pode ser observado toponimimicamente como muitos lugares de nome Charrua fazem referência a caminhos, caminhos perimetrais da célula agrária ou da governa de um castro, a ressaltar as Charruas no concelho de Ponte-cesso:
http://toponimia.xunta.es/gl/Buscador |
Charrua é nome também do arado, dizem de procedência francesa, mas estamos no de sempre, na ocultação da continuidade para criação de dependências.
Charruar é arar com duas ou três parelhas de bois.
Charrua é nome da pessoa disfarçada pola comarca de Alhariz:
(Para entender mais do que vem sendo o entrudo como continuidade de um jeito de vida antigo, pode-se ler aqui)
http://www.galeon.com/carnaval_ourense/pro2.htm |
Charrasca: espada velha.
Charreteira: divisa militar posta no ombro.
É por isto que o charlo, charro e o carro estão tão próximos.
Charramandeiro: gaiteiro, e como adjetivo rechamante em cores.
Charra: a pega ou orraca, a gralha (a rainha).
Charrela: a perdiz, o verderolo.
Charrelos: as pessoas da raia seca.
Charro: fala no límite entre o galego e o astur-leonês, no vale de Forniella.
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A raiz da palavra fala.
Arrieiro vai ficando por aqui...
Arricol, também arricolo, é nome pejorativo para o cavalo, arricol é um cavalejo reles, um cavalo pequeno fraco.... Aventurados a descodificar arricol, é o arri-col, é o que leva ou porta ao rei. Como foi explicado no escrito "O colo", col é uma palavra que indica o carregamento. Arre além de ser a voz para incitar, arrear, o cavalo, dá nome ao cavalo. |
1) Guia das aves de Galicia, Xosé M. Penas, Carlos Pedreira, Carlos Rodríguez. Editorial Galaxia.
2) Aqui falar da palavra esbirro, como ainda em galego tem o nome de estaca, pau para suster as tampas abertas de arcas e artesas, e como em italiano e daí a outras línguas passou de ser pau vermelho de vereador, ou de delegado do poder, a funcionário de justiça, alguazil, ou no caso do espanhol a servo infame ou irreflexivo do poder. Do latim birrum casaca vermelha.
3)
aireolo
aropendra
aureol
avião
baração
bicho-do-crego
birlaboubou
cereijeiro
cireijeiro
corvo-cereijeiro
crego-marelo
domingo-lirão
figo-maduro
figo-marelo
figo-rodrigo
gaimarelo
gaio
gaio-amarelo
gaiol
gaiolo
gandarelo
lapa-figos
manga-amarela
marelão
mareleiro
maria-rosa
maria-viou
maroleiro
mereleiro
merlo-marelo
merlo-rei
milhão-garrido
milharou
milheiro
milpéndora
milpréndiga
mingoleirão
mingolirão
nicolau
oriol
oureol
oureolo
ouriol
ouriolo
ouripenlo
ouropéndola
papa-figo
papa-figos
papagaio
pedro-pequeno
pitiojó
reboleirão
refaixeiro
regoleirão
reissenhor
riádigo
ringaleirão
ringuileirão
rodrigo
rodrigo-liro
romirão
rudigovião
tiroliro
tiroliroliro
viche-lo-crego
vilão-garrido
Tocariano A:
āre* (n.masc.) ‘plough’ (Pa. naṅgala-)
L P OU ‘aratrum’, TEB II ‘Pflug’.
F Nom.Pl. āreñ.
T Nom.Pl. 361.5 ///(knānmune)ṣi ñi muk-kälkāṃ āreñ |.
R The passage 361.5 corresponds to Pa. (SN I: 172, Sn 77) paññā me yuga-
naṅgalaṃ ‘wisdom is my yoke and plough’ (Norman 1992:9), lit. ‘plough
fitted with a yoke’. The Tocharian translation says lit. ‘ploughs fitting (lit.
following) the yoke’.
Hitita:
arha-, irha- ‘line, boundary; row, circuit’
mark- ‘divide, apportion, distribute; butcher’
ark- ‘mark off’
arhī (plural de arha) "território"
Roleiro, rodeiro, rodieiro
Linde, lindo, legítimo e todas as formas medievais:
leedimo
leidemo
lidemo
lídemo
lidimo
lídimo
liidemo
liidimo
liindo
lijdemo
lijdimo
lindo
lyndo
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