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Pastoreio antergo

Os Vidueiros é um lugar na freguessia de Codessoso (Sobrado dos Monges). Poderia ser pensado que formou uma unidade celular neolítica, com continuidade posterior.
(Mais explicado neste outro escrito).
A unidade territorial suposta de Vidueiros assenta na aba norte dos montes do Bozelo,
Limitaria polo oeste com a célula de Busto Maior. Polo sul co cordal do Bozelo por onde discorre o antigo caminho real. Polo leste com Castro do Seixo e uma unidade sem nome (X na foto) com curros e chousas. E Polo norte com Lamas e Torante:



Inteligentemente no blogue Arqueotoponimia a sua autora tem descifrado topónimos chamados de Vidueiros, Vidueira e similares, antes de como fitotopónimos, como lugares pecuários referenciados nos vitulus: vitularius vitularium, lugares dos vitelos.

Vidueiros tem no seu oeste o lugar de Busto Maior que é entendido como uma unidade territorial pastoral, já pré-romana, pois aparece no bronze de Botorrita, (mais alargadamente desenvolto neste outro escrito).

Então dá para percebermos que na aba norte do Cordal do Bozelo poderia ter havido unidades pecuárias, que aproveitariam as pastagens do pé da montanha em épocas de inverno ou nas secas, e nas primaveras de verão e de outono andariam polos altos.

A parte mais elevada desta unidade de Vidueiros ultrapassa a linha de vertente chegando ao caminho real.

Noutros casos os limites entre territórios não aparecem como raias e sim como bandas, bandas por onde normalmente corre um caminho real.
Talvez mais tardiamente esta faixa foi adicionada polas células territoriais lindandes (comendo-a) como acontece e aconteceu com as Cañadas Reales da Espanha, onde os lindantes movem os marcos ocupando esta "terra de ninguém". Cañadas reales que foi lexislado o seu largo de 72m

Bom, toda esta introdução para pôr em destaque o topónimo de Coto dos Tarvos que dá nome à parte alta da unidade de Vidueiros.

Tarvos é nome céltico para o touro.
Estamos num entorno pecuário e aparece este nome, o que aparentemente obriga a pensar que Coto dos Tarvos é coto dos touros.

Pilier des Nautes com a inscripção gaulesa Tarvos tricaranus.

A raiz indo-europeia *táwros, nas falas célticas é *tarwos, com o gaulês tarvos, gaélico tarb, antigo galês tarw.
Palavras deste grupo tarwo: poderiam ser as do lexema taro-; com ideia de vulto grossor, taro "monte".
Tarou; impetuso que obra a impulsos irreflexivos.
Toronda: em cio, também touronda.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Boi na Igreja de Porçomilhos (Oça dos Rios).
Já nos dicionários galegos aparece a palavra tarvela com o significados de corte grande e tarvea como corte grande e sala grande e escura.

Uma explicação a esta união entre corte e sala habitacional pode ser dada polo feito de as cortes onde eram guardados os animais, terem funções administrativas e religiosas:
O chefe viquingue, dispunha de uma grande sala na sua quinta, decorada com imagens de pau das divindades nórdicas, nas que semanalmente celebrava um banquete ao que eram convidados outros chefes e a gente sob o seu governo.
Granja na que ele não vivia.
Talvez este acordo social previveu até mais tarde nas gentes escandinavas do que no resto da Europa, onde a missa talvez foi continuidade desse uso. Rito ou celebração que pudo ser comum a toda Europa pecuária.
Por exemplo na Irlanda a figura do briugu semelha ter a ver com este costume.
Briugu que possuía ou geria um rebanho que era da sua propriedade mas que pascia nas terras do seu amo, a quem estava obrigado a servir de comer.
Aparentemente o briugu tinha funções pastorais, administrativas, religiosas, e estavam estruturados hierarquicamente, tendo funções específicas e diversificadas.
É por isto que o São Patrício da Irlanda age como briugu assentando a sua primeira igreja católica numa granja.

Não deixa de parecer próxima a tarvea como "sala grande e escura" com a taverna.
Taverna está ligada ao latim taberna, que é pensado ser variação de traberna, por sua vez derivado de trab+rnus.
Onde trab- é pensado ser viga.
Assim o touro é associado com o suporte.
Mas o trab-, trav- de taverna poderia ter a ver com travel ou tafego?
https://www.travoisbeer.com/the-story.html
Primária angarilha (angaría em asturiano), que arrastavam os cães na cultura das nações americanas antes da chegada do cavalo. Em francês recebe o nome de travois.
Travois
é uma palavra internacionalizada para dar nome a este sistema de transporte simples, que permite levar mais peso que se for carregado sobre o lombo do animal, ou uma pessoa às costas, também é um sistema mais eficiente que a roda para transitar lugares sem caminhos chãos. Este nome foi dado pola gente da cultura francesa quando chegou ao continente Norte-americano. Já utilizavam essa palavra na França para dar nome a carros simples sem rodas de arrastre tipo zorras sem rodas, ou era usado nas montanhas francesas? Para a etimologia travois é uma palavra obscura do francês canadiano, também dita travoise e travoy, derivada do latim tripalium.
Desde a cultura galega, travois poderiamo-la interpretar mais claramente?


Palavras como trava, travanco , asturiano trabancu, poderiam ajudar diretamente a perceber de onde sai a palavra travois francesa.

A palavra tabernáculo, aclara algo ao dar nome a uma cabana temporária.
Então poderia haver uma ligação entre taverna e caverna, como nome de habitações primárias.

Castro de Pousada. No seu sul tinha duas chamativas chousas, separadas por uma especie de cortinha de 70mx16m.
A Chousa tinha por nome Chousa do Rio.
O lugar da Chousa do Rio tem de nome Santar. No lugar de Santar há duas casas, uma delas na pequena cortinha e outra marcada com o número 1 de nome a Casa do Taverneiro.
Casualidades?
Outro topónimo no mesmo lugar é a Algária (mais alargadamente explicado aqui) e que poderia ter a ver com movimento, trânsito.
Algária no seu aspeto pastoral poderia ter a ver com algariar "andar o gando de um lugar para outro sem pascer" o mesmo que alvelear, aujiar y oujiar, ou com outra ideia de acovilho.
Assim topónimos como Travancas antes do que pensar nuns paus que pechassem um caminho, poderia ser pensado nuns paus que armassem uns cabanos ou uns curros ou currais.
Trabanco é uma tenda de campanha.

Mas que tem a ver a trave o pau grosso com o comércio ou a viagem?

Comércio ou viagem primitiva seguindo os passos dos tarvos?

Então podemos ir ao paleolítico onde as gentes andavam atrás dos grandes rebanhos de uros, como até há pouco tempo faziam os habitantes da América do Norte atrás dos bisontes?

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fa/OldTraceSunken.jpg
Old Natchez Trace, Sunken Trace. Corredoira criada polo passo migrante dos bisontes perto de Port Gibson (Mississípi).
Esta imagem e esta explicação completam a palavra corredoira, órfã na ideia de que eram para correrem pessoas ou carros..., apenas sendo: as antigas vias pecuárias prévias á roda ou à zorra de arraste.
Agora depois de toda esta reste de palavras enguedelhadas que tratei de aclarar, e com perspectiva desde o paleolítico e neolítico, com o rego fundacional presente, poderíamos perceber o profundo e a continuidade desta lenga-lenga infantil do grupo do maçarico:

Tico tico maçarico
Quem te deu tamanho bico?
Foi o Padre da Abedelha
Pra cegar a sobrancelha;
Sobrancelha é miúda
Como a pulga na varanda.
Abre o rego, fecha o rego,
Vai-te esconder atrás do penedo.


Bom, temos que descodificar a palavra abedelha, que talvez o mais próximo seja vedelha.
Vedelha é a guedelha de lã.
La vedella català, é a vitela.

Por uma parte vedelha/guedelha são dadas como de origem latina derivadas de viticula, vide pequena, sarmento.
E por outra parte la vedella catalã, derivada de vitella.
No galego o gado vidente, é nome para o gado menor para ovelhas.
Vitella latina tem a forma vitulla. 
Desta família linguística é o albanês viç "bezerro", o romeno vită "vaca, boi, besta", ou os germânicos derivados de *weþruz que nomam anhos e carneiros.
No latim o veterinum dá nome a qualquer animal de carga.

Lido até aqui poderia ser percebido que viticula como vide pequena para dar nome à gadelha, ao vedelho/vedeyo eu-navego e à vedija espanhola, poderia soçobrar?
Semelha primária a ideia de vet-/vit- como animal lanudo, peludo e daí nascer a *wateḷḷa "gadelha".

Esta raiz de animal doméstico vit- (vaca, besta, ovelha), é pensada no proto-itálico *gʷītā.

Há um grupo de palavras aparentemente órfãs de étimo, a guida italiana, a guide francesa, a guia da península..., que são referidas ao gótico *widan, com o significado de "juntar-se", a través de um latim popular guidāre, "guiar".
Poderiamos pôr aqui o lituano vyti "perseguir".

Então esta arqueologia das palavras indica como os usos paleolíticos de caça ou vida atrás de um rebanho de modo itinerante, acabarom no pastoreio; e também falam da existência dum tempo onde a pastora e o pastor tinham poder.


0. Vestígios de domesticação no Neolítico précerámico de Göbekli Tepe 11.000 - 10.000 aC
1. Orquinha dos Juncais 8.750 aC
2. Elba e os uros do Courel: 7.300 aC
3. Vestígios de domesticação do uro em lugares da Grécia da Anatólia e do Irão: 6.500aC











































Diversas propostas tem-se dado para descodificar briugu.
Uma hipótese pequeninha poderia ter a ver com brio que dá nome à brida.
Não tendo a ver brio da brida com o brio a puxança o ardor diretamente, mas com bredar "mandar, ordenar".
gú: gos, boi, vaca; gʷṓws
Briugu poderia ser o brida-gʷṓws "brida das vacas".
Vereda por exemplo no asturiano pode dizer mais desta cultura do governo antigo do gando:
Paraxe a donde se lleva el ganáu pa enveredalo. Comarca.
Ligando vereda, verea, vrea com vereor ou vereador.
Meter en vereda é dito no castelhano para governar algém desordeiro ou desordeira.
Enveredar: Meter en vereda un rebañu de ganáu. Encaminar el ganáu, una persona. Encaminar, dirixir, orientar (encarreirar). Poner en camín.
Então pode ser percebido para que foi o pau do vereador atual?


















San-tar:  san=i+an "em +o"
Tar preposição "através"
San-tar: no-através














































































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