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Durbed-




A extensão indo-europeia do durbed-  e druída poderia ser observada com o persa: درود  (dorud) "saúde, bençãos"?
Derivado do persa medieval drwd (drōd), “conforto, saúde,bem-estar”
Do persa antigo *druwatā-, de 𐎯𐎢𐎽𐎢𐎺 (duruva-), “seguro, saudável”
Do proto-iraniano *druwáh.
Compare-se com o avéstico 𐬛𐬭𐬎𐬎𐬀𐬙𐬁𐬝‎ (druuatāt̰), “saúde”,
Derivado de 𐬛𐬭𐬎𐬎𐬀‎ (druua-).
Aparentado com o antigo armênio դրուատ (druat) "eulógio, glorificação".
Relacionada esta raiz com proto-indo-ariano *dʰruwás,
Do proto-indo-iraniano *dʰruwás “afixado, firme, duro, robusto”
Do proto-indo-europeu *dʰru-wó-s, de *dʰer-us ~ *dʰr-éws + *-wós, de *dʰer- “suportar, suster” +‎ *-us. Com o sânscrito ध्रुव (dhruvá).
Cognado do avéstico 𐬛𐬭𐬎𐬎𐬀‎ (druua)
Antigo persa 𐎯𐎽𐎺 (duruva), “firme, certo”
Persa atual درست‎ (dorost) “saudável”.

O sânscrito ध्रुव (dhruvá) esclarece esta raiz:
Duradouro, constante, eterno, imutável; poste estaca; ponto fixo, estrela polar ....
Assim a divindade hindu ध्रुव, Durvá "constante, inamovível, fixado" é a divindade da estrela polar, do axis mundi.

O que leva a uma ideia de estar ligada a raíz do druida com a árvore-bosque do céltico e indo-europeu *derv-, *doru, com o Yggdrasil, também com a dureza como qualidade da sua madeira e a duração ou imutabilidade e daí com a sanidade.
Assim do proto-indo-europeu *dʰru-wó-s “suportar, suster”, seria também família o latim durus "duro" e a sua ideia temporal de perdurar, seria *dʰru-wó-s "suportar, suster" derivado da raiz de árvore  *daru e o céltico *derv, e também o lituano drū́tas “firme, forte”, ou o antigo inglês trum “fornido, forte, firme”.

No olho do furacão não há vento.

Acrescentando que:
Três antigas inscriçõns da Galiza e norte de Portugal, todas da Gallaecia Bracarense, amossam a evoluçom local do termo proto-Céltico:
*druwid- “sacerdote, druida” (cf. Matasovic) >
> *durwid- (metátese de /r/ em contacto com /u/ ou /w/, cf. Matasovic s. v. *tawr-) >
> *durbid- (cf. PIE *tawr- > PClt *tarw- > OIr. tarb “touro”; esta última evoluçom da-se tamém na inscriçom a MARTI TARBUCELI, de Braga, AE 1983, 562).

Estas inscriçons som:
D(IS) M(ANIBUS) S(ACRUM) / POS(UIT) IULI/A QUTI FI/LIO IULIO / FAUSTO {A} / AN(N)OR(UM) XXXIII / ET DURBE/DI(A)E NEP/TI SU(A)E CA/RISSIM{E}/IS MEIS (Vigo: HEp-15, 00307)

CELEA / CLOUTI / DEO D/URBED/ICO EX V/OTO A(NIMO) [L(IBENS?)] (Guimarães: AE 1984, 00458)

LADRONU[S] / DOVAI BRA[CA]/RUS CASTEL[LO] / DURBEDE(NSE) [H]IC / SITUS ES[T] / AN(N)O/RU[M] XXX(?) / [S(IT) T(IBI)] T(ERRA) L(EVIS) (AE 1984, 458)

Quem divulgou as inscrições anteditas, Cossue no seu blogue Fror na Area.
Explica magistralmente a evolução desde o étimo do "guru" da etimologia céltica Matasović.


Mas segundo a hipótese lançada aqui a forma galaica seria a mais antiga e plena durbed- está mais perto da raiz do que o étimo hipótético de Matasovic *durwid-.

O étimo proposto por Matasovic *druwid-, estaria formado polo lexema de carvalho nas línguas célticas mais o lexema de conhecimento, visão.

Assim carvalho tem esta linhagem nas línguas célticas:
Hipotético britônico: *dar / *derv-
Antigo bretão: dar, daeru
Bretão: moderno deru, antigo daeru.
Córnico: dar, derow
Galês: dâr, derw, (forma antiga deruos)

Gaélico antigo: dair, daur
Gaélico irlandês: dair
Manquês: darragh
Gaélico escocês: darach

O que leva a uma hipotética forma céltica original (segundo a escola do Geiriadur Prifysgol Cymru (Dicionário da Universidade do Gales) a um étimo do proto-céltico *derv- "carvalho", condicente com o proto-indo-europeu *dóru "árvore, madeira".

Quanto a sabedoria, conhecimento, o outro lexema da palavra druida/durbed-, no suposto étimo que considera Matasovic *druwid-, seria o elemento *wid-, teria a ver com as hipotéticas raízes proto-indo-europeias, no céltico *wid-, *windeti ou já proto-indo-europeu *weyd- "ver, conhecer", este segundo lexema raiz não cria dúvidas.

Assim, para a família dos druidas, é suposto ter havido uma forma plena: *derv- / *doare- do Geiriadur Prifysgol Cymru (Dicionário da Universidade do Gales ) mais *wid- / *windeti:

Pode ser percebido que a forma proposta por Matasovic *druwid-, não é condicente com o lexema carvalho nas línguas célticas; que é nos mais dos casos pleno *dara- ou dar- e nunca *dru-.
Os arriba referenciados: deru, daeru, derrow, derw ....com a linha do proto-indo-europeu também pleno *dóru "árvore" fazem não estáveis os alicerces do lexema do étimo primário que Matasovic propõe *dru- que não tem base mais que como variação por elipse d'ru- / daru- ou derv-.
O que faz evidente que atrás da síncope gramatical que o étimo de Matasovic apresenta *d'ruwid, teria havido uma forma plena *dOruwid ou *dEruwid, que aprece nos galhos britônicos (galês e bretão: derwydd e dorguid) praticamente transparentes na sua composição com os étimos propostos de grande consenso para carvalho e visão, conhecimento: *derv- e *wid.

Também Pokorny esclarece que o lexema de carvalho/árvore é variado e não apenas *druv-:
deru-, dō̆ru-, dr(e)u-, drou-; dreu̯ǝ-, drū-

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