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Hipótese das linhas básicas da génese da parróquia galega

Neste blogue fôrom apresentados os esquemas do curro para gando neolítico básico que é possível identificar na paisagem galega. Vai ser apresentada uma hipótese de como pudo ter sido o seu desenvolvimento até quase hoje:


Um espaço vedado de forma afunilada que permite o maneio de animais semisselvagens ou em domesticação.
Um espaço para as culturas imediato ao curro pastoral, "a cortinha".
Um espaço habitacional humano em um lugar elevado que permite um controlo do território vedado
Um espaço "religioso" onde costuma haver uma pedra significativa, entronizatória, sacrificial, também pode haver uma mámoa, o local do chefe pastoral.
Estes dous espaços determinam também duas castes de trabalhos ou de gentes:
O grupo pastoral propriamente dito, pessoas especializadas em cuidar o rebanho quando pasce fora do grande curro e que requere um trabalho muito ativo e atento pois são animais semi-domesticados e há predadores, grupo que ficou na cultura hindu com o arquétipo do Govinda.
O grupo dos acomodadores, quem cuidam do rebanho já dentro do curro, arquétipo das Gopis (mugidoras) e o Gopala, (confronte-se com a expressão "estar de pala", as vacas "estão de pala", isto é as vacas estão na corte guardadas com o fim de serem cuidadas e bem mantidas).




Aparece um terceiro lugar habitacional,com o passo do tempo, um local ocupado por umas pessoas que estão fora do setor primário agro-pastoral, um proto-castro, onde mora uma certa elite e gentes que vivem de insumos que não produzem diretamente.
Este terceiro lugar é significativo pois não todas as culturas derivadas do primeiro estádio pastoral indo-europeu desenvolvêrom, assim o povo germano, na altura de Roma, é ridicularizado por morarem as elites com as vacas, quer dizer a cultura germana não desenvolveu um terceiro espaço alheado da grande chousa, a elite e setores secundários e terciários moravam na volta do recinto.
Este terceiro espaço é descrito como foi desenhado em livros antigos da Roma, onde o primeiro espaço o da pedra fai de "auguráculo", como ponto referencial desde o que astrologicamente e por outras considerações, é determinado como e onde será construído o novo assentamento, as portas ou porta, quais os eixos, em geral a estrutura do lugar não aldeão, "urbano".
Terceiro espaço humano que está ligado umbilicalmente, por caminho com o lugar "fundacional", religioso, ou de poder da chefatura pastoral.




A grande chousa é partida:
A partição da chousa e o fim do pastoralismo "grupal" está relatado na lenda de Rómulo e Remo.
Rômulo parte a grande chousa com um arado de relha de Bronze, o que indica a "altura" tecnológica na que o pastoralismo de animais semisselvagens passou a ser o pastoralismo de animais domesticados mansos que precisava menos trabalho.
Aqui neste ponto a diversidade do jeito de ocupar o espaço é maior que nos estádios anteriores.
Mas vou indicar a que considero mais comum:
O espaço da ponta segue a ser eminentemente gandeiro, com nomes tipo palatio ou *pintia/quintia "ponta", os outros espaços podem ficar em prados ou terrenos de cultura, soutos.
Voltando a Rómulo e Remo, abre-se uma hipótese: na sua sociedade há dous clãs, os Fábios e os Quintílios, que poderíamos situar nesta estrutura, sendo os Quintílios os da quinta, os da ponta os continuadores do pastoralismo e os Fábios os agricultores que ocupam os terreos partidos da grande chousa já não pecuários. São duas castas que intervêm como "cerimoniais" no culto lupercal antergo, mas que continuam depois como castas religiosas.
Este espaço da ponta pode ficar em mãos do lugar onde estivo a vigilância, agora já casa grande, ou em mãos do poder religioso.



Desaparição do espaço "urbano" local para integra-se em espaços urbanos maiores, citânias, oppida, também "regresso" ao espaço da antiga "chousa" de setores secundários e terciários com a constituição, fundação ou refundação de vilas, novamente diretamente relacionadas com o primário espaço pecuário.
Desaparição do grande rebanho e da "utilidade" da chousa como vedação para guardá-lo. Reparto da terra e aumento do trabalho individual.
Evolução do local religioso agora com a igreja cristã que conserva propriedades do terreno.
O local da vigilância com torre, paço ou casa grande que é proprietário de grande parte do terreno, e onde pode residir um pequeno poder territorial local.

Aparece a parróquia em si, por criação eclesiástica, no século XIII.


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