O ouriolo tem muitos nomes em galego, aqui vai uma listagem deles, mas apenas serão tratados uns poucos para alicerce do exposto:
- aireolo, aropendra, aureol, auriolo, avião, bagulho, baração, bicho-do-crego, bicho-ouriol, birlaboubou, cereijeiro, cireijeiro, corvo-cereijeiro, crego, crego-marelo, domingo-lirão, figo-maduro, figo-marelo, figo-rodrigo, gaimarelo, gaio, gaio-amarelo, gaio-bravo, gaio-cereijeiro, gaio-da-branha, gaiol, gaiolo, gaio-real, gandarelo, lapa-figos, manga-amarela, marelão, mareleiro, maria-rosa, maria-viou, maripéndola, maroleiro, mereleiro, merlo-amarelo, merlo-gaiolo, merlo-marelo, merlo-rei, merlo-riádego, milhão-garrido, milharou, milheiro, milpéndora, milpendra, milpréndega, milpréndiga, mingoleirão, mingolirão, nicolau, oriol, orior, oubião, oureal, oureol, oureolo, ouriol, ouriolo, ouripenlo, ouropéndola, papa-figo, papa-figos, papagaio, pedro-pequeno, pica-crega, pitiogó, reádego, reboleirão, refaixeiro, regoleirão, reissenhor, riádigo, ringaleirão, ringuileirão, rodrigo, rodrigo-liro, rodrigo-avião, rodrigovirão, rogavião, romirão, rudigovião, tiroliro, tiroliroliro, viádigo, viche-lo-crego, vilão-garrido.
Isto é: o território estava marcado por regos, caminhos, lacos, ou laguas ou leguas.
Era sob um "reinado", diferente ao que hoje é isso, que era gerido um território, antes do que por sometimento, por serviço a ele, por cuidar dos caminhos, viajar e conhecer as necessidades, defender as lindas.
Os caminhos principais eram andados polas bordas da circa, cerca, crica ou rumbo.
Sobre o rego e o rei:
No galês rhi é rei, palavra que tem ao seu lado rhigol, que é o suco, o rego, a fenda, canal, estria, entalhe ...
Esta palavra rhigol tem um parente no inglês, de pouco uso que é rigol, diadema, círculo.
Se partimos a palavra galesa: rhigol, tem rhi- por um lado que é rei, e -gol por outro, que é uma mutação de ol: pegada, pisada, pista, rastro, carreiro, selo, traço. Sendo pois o rhigol, o rego, definido como o rasto, a pista, a marca do rei.
Rego em galês também recebe o nome de rhych, com os parentes de rec em bretão antigo.
As espécies das aves tinham uma força simbólica, talvez uma espécie de totem, cada pessoa na ordem hierárquica tinha signada uma função com uma ave?
Surpreende que o papa-figo leve o nome de rodrigo.
Rodrigo, segundo o escrito referenciado anteriormente, tem a ver com rei, rodo, e com rodro, roda, rodar, rollo (espanhol) ...
É pois o regente da rua.
Rodrigo-avião: No entendimento mais simples, dando-lhe ao povo uma psique inferior, rodrigo-avião não é mais que uma ave que leva por nome rodrigo, porque lhe quadrou. Mas tendo em conta a ideia de rodrigo como rei na função de coesão e viagem por um território como lagoeiro, arranjador de caminhos, abridor, relacionador que no escrito do que este é continuação defende...
Está falando avião de quatro conceitos que se ressumem numa só palavra:
-Avião como grande ave.
-Avião como grande via.
-Avião, como aquele que avia, que arranja que conserta.
-E avião como a ferramenta para cavar, no português padrão: alvião. Com a forma alvelo, forcada de três a cinco dentes.
Aqui à par de alvião e avião, compre falar das aveacas ou aivecas, que são as orelheiras do arado, laquiças ou laqueiras, as que abrem o suco, logo de que a relha o tenha furado...
O que pode levar a uma interpretação de topônimos de raiz alv- ou alb- como lugares onde havia um rego que atuou como limite.
(Alveiros, Alvão, Montalvo...).
Confronte-se isto com abirta, álveo.
Também poderia estar aqui a palavra albelga, embelga, belga?, a marca feita no terreno comunal para delimitar a faixa de semeadura, a faixa semeada, o pequeno suco que delimita as faixas semeadas no monte comunal...
Nessa ideia de que as confluências não são casualidade, pois além de berço populacional, também há a ideia de berço da fala: como se entende que sejam a mesma, ou semelhante palavra?
O mais controverso é a ideia de ave, pássaro, aqui, pois o conceito de via explica facilmente a ferramenta, o sacho de cavar de dous ou três dentes, o alvião, avião e alvelo no galego; explica também o arranjo, avio, e o rego cavado ou caminho da via.
Tendo em conta o processo de mutação das consoantes iniciais, nesta família de via, ou *avia, temos a cavea e a gávia / ghávia (gaiva), e a *havia, ávia.
É pois, aqui, o lugar de onde partem os topónimos dos rios Ávia e Ave, ou do rio Cave e mais..., todos eles em lenição ou fortição da mesma raiz, onde a mutação nasal dá o nome de Návia, e o de *lavia (com lavar).
Tenha-se em conta que rio, rei e rego estão relacionados na mesma forma que via e avia.
Observe-se que lábio está na gênese da palavra labrego, onde o labrego inicial foi o arado, que lavra, como ainda é nome em galego, onde labrego = arado de duas juntas, e ressalto duas juntas, (tema que será falado mais adiante), labega é outro nome do arado próprio das Marinhas; lhabancos são os grandes terrões , torrões, compactos que o arado levanta.
Avião, de onde é que lhe vem o nome?, do rio Ávia?, ou do rego profundo do Vale das Cerdeiras, ao seu norte? |
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Para que fique mais claro em série(1): Cavea, gávia, gávea, gaiva ghávia, *havia, ávia, návia, lábia.
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É neste vídeo que se vê claramente o sulco que faz uns lábios.
Era pois função de quem regia manter o limite limpo e marcado por uma cova. E nesta função nasceram enguedelhadas muitas palavras. Fica por resolver como a ave de voo saiu deste nó.
Na etimologia dizem avis latina estar relacionada com o sânscrito वि (vi), palavra que tem o significado de ave, cavalo, frecha, e das divindades das trovoadas, chamadas Maruts.
Mas esta palavra sânscrita, वि (vi), além de substantivo, é advérbio e preposição, com todos estes significados: à parte, separadamente, em sentidos diferentes, para lá e para cá, cerca de, em distância, longe, fora, sem.
Quer dizer que no sânscrito também há uma relação não ressolta(?) entre a ave e o limite?
Entendo que nas línguas indo-europeias a conceição profunda da ave é aquilo que se pode separar, enquanto o resto de animais temos que estar ligados à terra.
Daí que o limite a separação, a gávia esteja na mesma raiz etimológica que a ave?Todas estas palavras tratadas no tema procedem de um indo-europeu: *h₂éwis.
Então quando o ouriolo, o papa-figo, recebe o nome de rodrigo-avião, estamos ouvindo desde o neolítico que é chamado de rei do rego, rei do suco, mantedor do território, da circunscrição, do circus, da circa, da crica, rei da via, do caminho, rei do sacho, alvião, avião, rei do rodo, que depois foi dar em cetro, rei da separação.
Da mesma gênese que rodrigo-avião, estão os nomes de avião, rogavião, rudigovião.
Rogavião: tem uma raiz rog-, que vem sendo rei, ou roi, ou rui ou rollo, ou roxo, (assunto que foi tratado no post anterior, e do que este é continuação complementar, onde se fala da comum origem de rodriga, rodrigo, rodiga, e o nome dos reinantes roi, rui, rex e mesmo right).
Uma roga no galego antigo é um conjunto de pessoas trabalhando em comum:
Cuadrilla que voluntariamente ayuda en alguna faena de la labranza, especialmente la siega, al que ha quedado retrasado en ella. Suele estar formada por vecinos que han terminado la labor.
Entenda-se que inicialmente rogar, assim é no latim, é inquirir, perguntar, não pedir. É pois labor do rei, o inquérito, o conhecimento, a esculca do que o povo tem, para assim servir. Rudigovião, vem confirmar a relação entre rodrigo e o ruderal e a roda, também tratado no post anterior.
Aqui dizendo o mesmo desde outro ângulo, pois fala do pau que determina o sulco, com o que se traça a linha... Outros nomes são reádego e riádigo, que também dão nome à urze grande de flores brancas à Erica arborea.
Reádiga, reádigo no galego da raia seca significa rebelde, oposto. Voltamos aqui à raiz comum com o sânscrito e a sua palavra वि (vi) (à parte, separadamente, em sentidos diferentes, para lá e para cá, cerca de, em distância, longe, fora, sem). Aqui está a palavra riadela?
Atenda-se que to read em inglês parte de uma raiz germânica que significa aconselhar.
Reia a divindade rainha está aqui? Pois é Reia a nai, mãe das avezinhas todas, da separação?
Então vemos como o rio, e o rego, a rua, o roi, estão na separação, na individualização e na soberania. Entendo pois que reádiga significa no profundo, antes da mudança cultural imperial da Roma: real, próprio da rainha ou do rei. Na ideia do reinado ser um serviço de caminhos, aconselhamento, conhecimento, antes de que o império chegasse, império que gira na esfera da imposição.
Outros nomes: regoleirão, e ringaleirão e ringueleirão.
Régola é a regra a norma, é também outra vez o rego como marca do rei.
Ringaleirão e ringueleirão, tenhem como radical ring-, que vem sendo anelo, círculo, e também renque.
A etimologia dá ideia de que a origem é germânica derivada de hring. Seja como for, não se vai deitar abaixo o paradigma eurocentrista germano, mas....O ringue hoje em dia ainda é o espaço da luta. Isso é apenas uma visão, pois noutra o ring é o enlaço.
A palavra mais próxima é ringuileira, que tem todas estas variantes para significar o mesmo: rengleira, renguleira, renguileira, renque, rileira, ringla, ringle, ringleira, ringra, ringre, ringreira, ringuleira, rinleira, renque ... Talvez sim de origem germânica, mas tanta variabilidade indica uma suspeita.
O nome de reissenhor, está explicado no post do que este é complemento, e vai na mesma onda.
Romirão: Quando Rómulo e Remo fundam Roma, um arado fai um ringue que determina os limites.
Arado que seria um labrego, tirado por várias juntas de vacas ou bois. Aratum é o que ara a área, e quem governa o arado é um ário2, ou senhor de uma área, de um aro de terreno, de uma aira, sânscito अज्र (ájra) /ɐ́d͡ʑ.ɽɐ/ "campo de cultura, planície", que liga a aira com a aghra, e explica o nome de aireolo. Confronte-se com bo-aire ou आर्य (ā́rya).
Voltando ao espaço demarcado com o arado: É um rombo, não na ideia de forma de paralelepípedo de ângulos não retos, senão na ideia de rhombus grego ῥόμβος na ideia de giro, de volta, do verbo: ῥέμβω "vagar", "vagabundear".
É pois Roma definida desde a sua gênese neolítica de primeiro assentamento. Roma antes de ser chamada de Roma foi Romba. Roma que tem uma raiz germânica em *rūmą, com o significado de (além de room inglês como quarto), o de espaço livre. A palavra ruma germánica fazem-na derivar de um protoindo-europeu *rewh₁-. ou *rowə-, raízes que tem a ver com o reinado neolítico. É de interesse observar as terras de nome Roma na freguesia de Santa Eufêmia de Alcáçar de Milmanda (Cela-Nova).
Assim a ave rei de ouro, arrumba, compõe o espaço, arruma, acomoda o espaço.
Confronte-se com o jogo palão de roma, e com romar.
Roma no jogo do palão de roma, ou jogo do cravo ou ché, é o círculo de terreno onde é cravado o espeque. a voz roma também é usada noutro tipo de jogos infantis nos que há círculos.
Rhombus no latim é o círculo mágico
Romar é turrar, investir, e aqui entronca-se com a marcação de limites territoriais por lutas de bois ou carneiros.
E já reboleirão: Até épocas medievais a determinação de um território podia ser feita polo lançamento de uma frecha, desde um ponto significativo. Em tempos mais recuados, arrebolava-se um tolete de rebolo?
Raiz rebo que é fragmento, como foi falado nestoutro escrito.
Seja como for, o nome da ave, dá muito conhecimento do jeito de viver dos tempos passados, e antes do que ver uma aleatoriedade produto da "incultura", estamos diante de palavras fósseis que merecem atenção e estudo.
O vídeo foi tirado deste endereço:
https://www.youtube.com/watch?v=_1f-psSO2fU
Nele podemos ver como na escala hierárquica o guerreiro último tem o totem do porco-bravo mas não tem nem escudo nem lança, apenas um pau com o que supostamente demostrou a sua afouteza matando um javali.
Os que vão a cavalo são guiados por uma serpe, mas o primeiro é alguém "tocado" por uma ave...
(1) A anterior é a série do celta Q, na linha do celta P: *Pávia *Bávia *Fávia *Vavia *Havia Avia (A investigar).
Alv- / Alb- como rego limitador:
A Álvara em São João de Pinheira (Riba-d'Eu):
2. आर्य
Ário semelha pois ser o amo de um aro, de uma célula agrária.
Para ressaltar o arado a ara .... ou por exemplo a palavra asturiana: arizal
- terreno agrícola sem cultivar, baldio
- sebe de espinhos
- sanja de alicerce
A palavra raiz de ário já aparece numa inscrição dita tartéssica (séculos VII e V a.C) na de Tasionos, onde a palavra transcrita "araiui" é traduzida a nobre.
Isto é: o nobre era quem "possuía, governava" uma terra, que neste neolítico inicial era um aro de terreno de culturas e de pastos envolta de um assentamento humano, umas casas.
Nesta ideia: a ária ou ário inicial apenas seria "do aro ou da ara", ou "dos aros das aras" um genitivo plural ou singular: ara-iui.
Início da agricultura onde ara, pedra fita, e aro, zona arredor das moradias, que era cavada fazendo um rego, do pequeno regno/ reino, e onde a arada e o arado se confundem.
Confronte-se que heroína e herói e hera estão também muito perto, quer dizer que no início do neolítico a génese das palavras semelha doada, quando a hera hedra também limita e dá nome à herdade como neste enlaço é explicado.
http://www.wales.ac.uk/resources/documents/research/odonnell.pdf |
Eligio Rivas Quintas (1988): Frampas, contribución al diccionario gallego, Alvarellos, Lugo | ||
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aro | s. m. | Campo, valle pequeño (ant.) en Marín. Aro "agra, polígono de cultivos" vive todavía en Negradas, Lu. (FrampasII) |
अर ara significa rádio de uma roda, área espaço determinado
आरे are significa fora
अरि ari significa hostil, inimigo, arco
आरू aru nomeia o Sol, dá nome à cor laranja-marrão, um tipo de vermelho, algo assim como ateixado, moreno, trigueiro, Da nome a uma mimosa com flores dessa cor a Senegalia catechu, onde o vermelho volta a aparecer como próprio de quem reina.
आरस् aras é o cedro
Já a curvatura está em अराल arála, que dá ideia de torto, curvado, ondulado.
Restos da caça do rei, neste caso do papogay,
Talvez esta prática fosse comum na Espanha onde o papa-figos leva o nome de oropéndola (ouro que pendula?).
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