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O ouriolo fala ...

Este escrito analisa os diferentes nomes que a ave Oriolus oriolus tem na fala galega saídos do tempo passado, onde a caçaria ou captura de aves deveu constituir um ritual de muita significação, nomeado pela Europa adiante como a caçaria do rei (La cacería del reyezuelo: análisis de una cacería ancestral en los países célticos FERNANDO ALONSO ROMERO), que consistia em capturar uma avezinha com muita significação simbólica.



O ouriolo tem muitos nomes em galego, aqui vai uma listagem deles, mas apenas serão tratados uns poucos para alicerce do exposto:


    aireolo, aropendra, aureol, auriolo, avião, bagulho, baração, bicho-do-crego, bicho-ouriol, birlaboubou, cereijeiro, cireijeiro, corvo-cereijeiro, crego, crego-marelo, domingo-lirão, figo-maduro, figo-marelo, figo-rodrigo, gaimarelo, gaio, gaio-amarelo, gaio-bravo, gaio-cereijeiro, gaio-da-branha, gaiol, gaiolo, gaio-real, gandarelo, lapa-figos, manga-amarela, marelão, mareleiro, maria-rosa, maria-viou, maripéndola, maroleiro, mereleiro, merlo-amarelo, merlo-gaiolo, merlo-marelo, merlo-rei, merlo-riádego, milhão-garrido, milharou, milheiro, milpéndora, milpendra, milpréndega, milpréndiga, mingoleirão, mingolirão, nicolau, oriol, orior, oubião, oureal, oureol, oureolo, ouriol, ouriolo, ouripenlo, ouropéndola, papa-figo, papa-figos, papagaio, pedro-pequeno, pica-crega, pitiogó, reádego, reboleirão, refaixeiro, regoleirão, reissenhor, riádigo, ringaleirão, ringuileirão, rodrigo, rodrigo-liro, rodrigo-avião, rodrigovirão, rogavião, romirão, rudigovião, tiroliro, tiroliroliro, viádigo, viche-lo-crego, vilão-garrido.
A ideia é a enunciada no escrito o ruler que anda de rule, e talvez fique este escrito com alguma lacuna, que será coberta polo escrito antedito.
Isto é: o território estava marcado por regos, caminhos, lacos, ou laguas ou leguas.

Era sob um "reinado", diferente ao que hoje é isso, que era gerido um território, antes do que por sometimento, por serviço a ele, por cuidar dos caminhos, viajar e conhecer as necessidades, defender as lindas.

Os caminhos principais eram andados polas bordas da circa, cerca, crica ou rumbo.


Sobre o rego e o rei:
No galês rhi é rei, palavra que tem ao seu lado rhigol, que é o suco, o rego, a fenda, canal, estria, entalhe ...
Esta palavra rhigol tem um parente no inglês, de pouco uso que é rigol, diadema, círculo.

Se partimos a palavra galesa: rhigol, tem rhi- por um lado que é rei, e -gol por outro, que é uma mutação de ol: pegada, pisada, pista, rastro, carreiro, selo, traço. Sendo pois o rhigol, o rego, definido como o rasto, a pista, a marca do rei.

Rego em galês também recebe o nome de rhych, com os parentes de rec em bretão antigo.


As espécies das aves tinham uma força simbólica, talvez uma espécie de totem, cada pessoa na ordem hierárquica tinha signada uma função com uma ave?
Surpreende que o papa-figo leve o nome de rodrigo.
Rodrigo, segundo o escrito referenciado anteriormente, tem a ver com rei, rodo, e com rodro, roda, rodar, rollo (espanhol) ...
É pois o regente da rua.


Rodrigo-avião: No entendimento mais simples, dando-lhe ao povo uma psique inferior, rodrigo-avião não é mais que uma ave que leva por nome rodrigo, porque lhe quadrou. Mas tendo em conta a ideia de rodrigo como rei na função de coesão e viagem por um território como lagoeiro, arranjador de caminhos, abridor, relacionador que no escrito do que este é continuação defende...
Está falando avião de quatro conceitos que se ressumem numa só palavra:


-Avião como grande ave.
-Avião como grande via.

-Avião, como aquele que avia, que arranja que conserta.
-E avião como a ferramenta para cavar, no português padrão: alvião. Com a forma alvelo, forcada de três a cinco dentes.























Aqui à par de alvião e avião, compre falar das aveacas ou aivecas, que são as orelheiras do arado, laquiças ou laqueiras, as que abrem o suco, logo de que a relha o tenha furado...
O que pode levar a uma interpretação de topônimos de raiz alv- ou alb- como lugares onde havia um rego que atuou como limite.
(Alveiros, Alv
ão, Montalvo...).
Confronte-se isto com abirta, álveo.

Também poderia estar aqui a palavra albelga, embelga, belga?, a marca feita no terreno comunal para delimitar a faixa de semeadura, a faixa semeada, o pequeno suco que delimita as faixas semeadas no monte comunal...

Nessa ideia de que as confluências não são casualidade, pois além de berço populacional, também há a ideia de berço da fala: como se entende que sejam a mesma, ou semelhante palavra?

O mais controverso é a ideia de ave, pássaro, aqui, pois o conceito de via explica facilmente a ferramenta, o sacho de cavar de dous ou três dentes, o alvião, avião e alvelo no galego; explica também o arranjo, avio, e o rego cavado ou caminho da via.

Tendo em conta o processo de mutação das consoantes iniciais, nesta família de via, ou *avia, temos a cavea e a gávia / ghávia (gaiva), e a *havia, ávia.
É pois, aqui, o lugar de onde partem os topónimos dos rios Ávia e Ave, ou do rio Cave e mais..., todos eles em lenição ou fortição da mesma raiz, onde a mutação nasal dá o nome de Návia, e o de *lavia (com lavar).
Tenha-se em conta que rio, rei e rego estão relacionados na mesma forma que via e avia.

Observe-se que lábio está na gênese da palavra labrego, onde o labrego inicial foi o arado, que lavra, como ainda é nome em galego, onde labrego = arado de duas juntas, e ressalto duas juntas, (tema que será falado mais adiante), labega é outro nome do arado próprio das Marinhas; lhabancos são os grandes terrões , torrões, compactos que o arado levanta.

Avião, de onde é que lhe vem o nome?, do rio Ávia?, ou do rego profundo do Vale das Cerdeiras, ao seu norte?

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Para que fique mais claro em série(1):
Cavea, gávia, gávea, gaiva ghávia, *havia, ávia, návia, lábia.

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É neste vídeo que se vê claramente o sulco que faz uns lábios.


Era pois função de quem regia manter o limite limpo e marcado por uma cova. E nesta função nasceram enguedelhadas muitas palavras. Fica por resolver como a ave de voo saiu deste nó.
Na etimologia dizem avis latina estar relacionada com o sânscrito वि (vi), palavra que tem o significado de ave, cavalo, frecha, e das divindades das trovoadas, chamadas Maruts.
Mas esta palavra sânscrita, वि (vi), além de substantivo, é advérbio e preposição, com todos estes significados: à parte, separadamente, em sentidos diferentes, para lá e para cá, cerca de, em distância, longe, fora, sem.

Quer dizer que no sânscrito também há uma relação não ressolta(?) entre a ave e o limite?

Entendo que nas línguas indo-europeias a conceição profunda da ave é aquilo que se pode separar, enquanto o resto de animais temos que estar ligados à terra.
Daí que o limite a separação, a gávia  esteja na mesma raiz etimológica que a ave?Todas estas palavras tratadas no tema procedem de um indo-europeu: *h₂éwis.
Então quando o ouriolo, o papa-figo, recebe o nome de rodrigo-avião, estamos ouvindo desde o neolítico que é chamado de rei do rego, rei do suco, mantedor do território, da circunscrição, do circus, da circa, da crica, rei da via, do caminho, rei do sacho, alvião, avião, rei do rodo, que depois foi dar em cetro, rei da separação.

Da mesma gênese que rodrigo-avião, estão os nomes de avião, rogavião, rudigovião.


Rogavião: tem uma raiz rog-, que vem sendo rei, ou roi, ou rui ou rollo, ou roxo, (assunto que foi tratado no post anterior, e do que este é continuação complementar, onde se fala da comum origem de rodriga, rodrigo, rodiga, e o nome dos reinantes roi, rui, rex e mesmo right).

Uma roga no galego antigo é um conjunto de pessoas trabalhando em comum:
Cuadrilla que voluntariamente ayuda en alguna faena de la labranza, especialmente la siega, al que ha quedado retrasado en ella. Suele estar formada por vecinos que han terminado la labor.

Entenda-se que inicialmente rogar, assim é no latim, é inquirir, perguntar, não pedir. É pois labor do rei, o inquérito, o conhecimento, a esculca do que o povo tem, para assim servir.
Rudigovião, vem confirmar a relação entre rodrigo e o ruderal e a roda, também tratado no post anterior.
Aqui dizendo o mesmo desde outro ângulo, pois fala do pau que determina o sulco, com o que se traça a linha...
Outros nomes são reádego e riádigo, que também dão nome à urze grande de flores brancas à Erica arborea.
Reádiga, reádigo no galego da raia seca significa rebelde, oposto. Voltamos aqui à raiz comum com o sânscrito e a sua palavra वि (vi) (à parte, separadamente, em sentidos diferentes, para lá e para cá, cerca de, em distância, longe, fora, sem). Aqui está a palavra riadela?
Atenda-se que to read em inglês parte de uma raiz germânica que significa aconselhar.

Reia a divindade rainha está aqui? Pois é Reia a nai, mãe das avezinhas todas, da separação?
Então vemos como o rio, e o rego, a rua, o roi, estão na separação, na individualização e na soberania. Entendo pois que reádiga significa no profundo, antes da mudança cultural imperial da Roma: real, próprio da rainha ou do rei. Na ideia do reinado ser um serviço de caminhos, aconselhamento, conhecimento, antes de que o império chegasse, império que gira na esfera da imposição.

Outros nomes: regoleirão, e ringaleirão e ringueleirão.

Régola é a regra a norma, é também outra vez o rego como marca do rei.
Ringaleirão e ringueleirão, tenhem como radical ring-, que vem sendo anelo, círculo, e também renque.
A etimologia dá ideia de que a origem é germânica derivada de hring. Seja como for, não se vai deitar abaixo o paradigma eurocentrista germano, mas....
O ringue hoje em dia ainda é o espaço da luta. Isso é apenas uma visão, pois noutra o ring é o enlaço.
A palavra mais próxima é ringuileira, que tem todas estas variantes para significar o mesmo: rengleira, renguleira, renguileira, renque, rileira, ringla, ringle, ringleira, ringra, ringre, ringreira, ringuleira, rinleira, renque ...
Talvez sim de origem germânica, mas tanta variabilidade indica uma suspeita.

O nome de reissenhor, está explicado no post do que este é complemento, e vai na mesma onda.


Romirão:
Quando Rómulo e Remo fundam Roma, um arado fai um ringue que determina os limites.

Arado que seria um labrego, tirado por várias juntas de vacas ou bois. Aratum é o que ara a área, e quem governa o arado é um ário2
, ou senhor de uma área, de um aro de terreno, de uma aira, sânscito अज्र (ájra) /ɐ́d͡ʑ.ɽɐ/ "campo de cultura, planície", que liga a aira com a aghra, e explica o nome de aireolo. Confronte-se com bo-aire ou आर्य (ā́rya).

Voltando ao espaço demarcado com o arado: É um rombo, não na ideia de forma de paralelepípedo de ângulos não retos, senão na ideia de rhombus grego ῥόμβος na ideia de giro, de volta, do verbo: ῥέμβω "vagar", "vagabundear".

É pois Roma definida desde a sua gênese neolítica de primeiro assentamento. Roma antes de ser chamada de Roma foi Romba. Roma que tem uma raiz germânica em *rūmą, com o significado de (além de room inglês como quarto), o de espaço livre. A palavra ruma germánica fazem-na derivar de um protoindo-europeu *rewh₁-. ou *rowə-, raízes que tem a ver com o reinado neolítico. É de interesse observar as terras de nome Roma na freguesia de Santa Eufêmia de Alcáçar de Milmanda (Cela-Nova).
Assim a ave rei de ouro, arrumba, compõe o espaço, arruma, acomoda o espaço.
Confronte-se com o jogo palão de roma, e com romar.
Roma no jogo do palão de roma, ou jogo do cravo ou ché, é o círculo de terreno onde é cravado o espeque. a voz roma também é usada noutro tipo de jogos infantis nos que há círculos.
Rhombus no latim é o círculo mágico
Romar é turrar, investir, e aqui entronca-se com a marcação de limites territoriais por lutas de bois ou carneiros.

E já reboleirão:
Até épocas medievais a determinação de um território podia ser feita polo lançamento de uma frecha, desde um ponto significativo. Em tempos mais recuados, arrebolava-se um tolete de rebolo?
Raiz rebo que é fragmento, como foi falado nestoutro escrito.


Seja como for, o nome da ave, dá muito conhecimento do jeito de viver dos tempos passados, e antes do que ver uma aleatoriedade produto da "incultura", estamos diante de palavras fósseis que merecem atenção e estudo.



O vídeo foi tirado deste endereço:
https://www.youtube.com/watch?v=_1f-psSO2fU

Nele podemos ver como na escala hierárquica o guerreiro último tem o totem do porco-bravo mas não tem nem escudo nem lança, apenas um pau com o que supostamente demostrou a sua afouteza matando um javali.
Os que vão a cavalo são guiados por uma serpe, mas o primeiro é alguém "tocado" por uma ave...




(1)
A anterior é a série do celta Q, na linha do celta P: *Pávia *Bávia *Fávia *Vavia *Havia Avia (A investigar).



Alv- / Alb- como rego limitador:
A Álvara em São João de Pinheira (Riba-d'Eu):











2.
आर्य
Ário semelha pois ser o amo de um aro, de uma célula agrária.
Para ressaltar o arado a ara .... ou por exemplo a palavra asturiana: arizal
- terreno agrícola sem cultivar, baldio
- sebe de espinhos
- sanja de alicerce
A palavra raiz de ário já aparece numa inscrição dita tartéssica (séculos
VII e V a.C) na de Tasionos, onde a palavra transcrita "araiui" é traduzida a nobre.
Isto é: o nobre era quem "possuía, governava" uma terra, que  neste neolítico inicial era um aro de terreno de culturas e de pastos envolta de um assentamento humano, umas casas.
Nesta ideia: a ária ou ário  inicial apenas seria "do aro ou da ara", ou "dos aros das aras" um genitivo plural ou singular: ara-iui.
Início da agricultura onde ara, pedra fita, e aro, zona arredor das moradias, que era cavada fazendo um rego, do pequeno regno/ reino, e onde a arada e o arado se confundem.
Confronte-se que heroína e herói e hera estão também muito perto, quer dizer que no início do neolítico a génese das palavras semelha doada, quando a hera hedra também limita e dá nome à herdade como neste enlaço é explicado.



http://www.wales.ac.uk/resources/documents/research/odonnell.pdf

Eligio Rivas Quintas (1988): Frampas, contribución al diccionario gallego, Alvarellos, Lugo
aro s. m. Campo, valle pequeño (ant.) en Marín. Aro "agra, polígono de cultivos" vive todavía en Negradas, Lu. (FrampasII)


अर ara significa rádio de uma roda, área espaço determinado
आरे are significa fora
अरि ari significa hostil, inimigo, arco
आरू aru nomeia o Sol, dá nome à cor laranja-marrão, um tipo de vermelho, algo assim como ateixado, moreno, trigueiro, Da nome a uma mimosa com flores dessa cor a Senegalia catechu, onde o vermelho volta a aparecer como próprio de quem reina.
आरस् aras é o cedro
Já a curvatura está em  अराल arála, que dá ideia de torto, curvado, ondulado.












Restos da caça do rei, neste caso do papogay,
Talvez esta prática fosse comum na Espanha onde o papa-figos leva o nome de oropéndola (ouro que pendula?).


























Falerpos



O relato paralelo do rei Herla. A caçaria selvagem, ou como a vida mesma...

(Grato a Pinkola que me ensinou a ver o que se lê).




A continuação vai um relato dum rei que traspassa as portas, e quando volta tem que continuar d'acavalo, ele e a sua hoste, pois se pousam o pé na terra, morrem desfazendo-se em poeira.
O Rei Herla capitaneia uma caçaria selvagem, um grupo de pessoas guiadas polos seus interiores animais, polos seus animais de poder, por animais psicopompos.
Caçaria selvagem que foi, é, rito de iniciação de conhecimento do si, de liberação.
Rito que foi, é, guiado por plantas de poder, algumas mestras ao seu jeito.

O rei Herla, é o rei cânabo, confrontado com o rei dos anãos, que é o rei da amanita (Amanita muscaria)?

Havemo-lo saber.

O relato a seguir, levemente modificado, está tirado daqui com leves modificações:
https://andrepenagranha.wordpress.com/2013/08/07/la-amoura-y-el-caballero-revisitado-por-andre-pena-granha/


Uma tarde, após duras jornadas de cavalgada na espessura do grande bosque milenário do seu reino, Herla, o sábio rei dos britões, deixou aos seus homens e retirou-se a descasar num claro entre as velhas árvores. Dormitava quando o crepitar de algo que passava entre as árvores acordou-o. Instintivamente levou a sua mão à espada, e foi surpreendido por um aparecimento certamente estranho. No claro, entrava um grande bode, sobre o que se sentava um hominho não maior que um menino, mas de grande corpulência; tinha os seus músculos exageradamente desenvolvidos e uns enormes pés. Seu tosco e velho rosto luzia uma espessa e hirta barba.
Deteve-se sorrindo ante o rei Herla e disse-lhe: “Tenho ouvido falar da vossa sabedoria e justiça como Rei, eu sou rei de meu próprio reino, e gostaria de pactuar um compromisso com vós: Se vós me dais o gosto de me convidar ao vosso casamento, eu pola minha parte vos convidarei ao meu”.
Oferecendo-lhe a seguir ao rei um corno de bronze de maravilhosa lavra e convidando-o a beber. O rei Herla duvidou por um momento considerando a conveniência de aceitar um pacto com O Além, mas aceitou o corno e bebendo apressou até o fundo seu conteúdo, depois do qual o anão se despediu e desapareceu rapidamente.

Ao ano seguinte o rei Herla tomou esposa, e no dia do seu casamento, quando todos os convidados estavam dispostos para o banquete no salão real, nas grandes portas de carvalho ressoou uma chamada de corno, depois da qual entrou uma hoste de anãos portando ricos presentes, copas de ouro, cornos de extraordinária lavra, cadeiras de madeira lavrada com intrincados desenhos, e muitos outros presentes de considerável valor. A festa foi esplendorosa, as viandas e o vinho que o hóspede anão tinha trazido nunca pareciam se esgotar, no ponto de que as reservas do castelo mal tinham sido tocadas. Ao final da noite os anões marcharam, e o rei dos anões lembrou-lhe a Herla o seu pacto e mútua promessa.
Ao ano da sua noite de casamento, o rei recebeu uns heraldos do seu amigo do Além, “Outro Mundo”. Reunindo aos seus melhores cavaleiros, e grande abundância de nupciais presentes, partiu para o perigoso país no que poucos homens se ousaram aventurar.
Depois de viajar durante muitos dias por serpenteantes caminhos do denso bosque na procura do longínquo reino, finalmente chegaram a uma sólida e impenetrável parede de pedra. Quando ao pé do grande tapume estavam pensando como resolver essa dificuldade, escutou-se um som como de um sino, e abriu-se um caminho no meio do pétreo muro, por cuja abertura passaram os cavaleiros, se achando numa grande gruta, alumiada por flameantes tochas dispostas
a intervalos nas paredes de arenisca. Um passadiço conduzia desde a caverna até o mais profundo da terra. Guiados pela luminosidade das tochas seguiram-no por algum tempo até que lhes pareceu perceber o ruído de risos e o regozijo de uma festa, encontrando ao final do túnel uma gigantesca caverna resplandecida por milhares de fachões que, sem necessidade de combustível algum, pareciam arder como com luz própria. No centro da caverna alçava-se uma formidável mesa de carvalho, ante a que estava sentada uma multidão de anãos. Quando o rei Herla brindou os presentes de casamento ao rei dos anões começou a festa.
Fazia já três dias que tinham partido, ainda que o tempo lhes parecia ter passado num instante. Ao final a companhia decidiu marchar, carregada de preciosos presentes que lhes deu o rei dos anãos, um deles era um pequeno cão vermelho como o sangue.
O rei dos anãos, chamando privadamente ao rei Herla, confiou-lhe que nunca mais poderia estar no seu mundo a salvo sobre o chão, e rogou-lhe que ficasse com ele, mas foi em vão, explicou-lhe que até que os cãozinhos presenteados não saltassem a terra desde a garupa dos seus cavalos em por eles mesmos, nem a sua pessoa nem os seus homens poderiam desmontar.
O rei Herla agradeceu-lhe o seu conselho e continuou o seu caminho.
Quando os ginetes saíram da gruta, ao pé da parede de pedra surpreenderam-se enormemente de uma visão pouco familiar. Os campos cultivados tinham substituído aos grandes bosques, e em vales onde antes só havia árvores, alçavam-se agora pequenas aldeias por todas as partes.
Ao ver a um idoso, que de pé cuidando o seu rebanho de ovelhas estava não longe de ali, o rei Herla dirigindo-se para ele, perguntou-lhe se sabia onde estava o reino do rei Herla.
Depois de um longo silêncio o idoso contestou-lhe falando de forma estranha:
"Meu senhor, dificilmente falo a sua língua, eu sou saxão e você bretão...", explicou que o reino do que falava conhecia-o pela lenda, ainda que tinha desaparecido havia 300 anos. Contou-lhe como as histórias do lugar narravam que um rei tinha desaparecido, e como a rainha tinha morto buscando o seu amor perdido.
Nessas, alguns cavaleiros do rei trataram de desmontar, mas ao tocar com o pé no chão converteram-se instantaneamente em pó. Então o rei Herla ordenou aos seus homens permanecerem mas suas selas até que os cãozinhos vermelhos como o sangue saltassem ao chão.
Conta-se que o rei e os seus homens ainda cavalgam pelo país até hoje esperando o momento no que os vermelhos cães saltem...

(Grato também a Juan Matus, e ao seu compilador Castaneda).


As portas, podem ser muitas portas.
Uma das portas principais é a da morte, a do além. Quando uma santa ou um santo traspassa essa porta, nem sabe que a três-passa, pois apenas com olhar do outro lado: avonda.
Quando se retorna, o tempo tem corrido muito.
Que é esse retorno?
É a reencarnação?
Volta-se talvez fazer outro labor, no tempo espaço desta dimensão, lembra-se ou esquece-se o seu anterior passo por cá.
E aqui estamos uma e outra vez todos, no mesmo teatro ensarilhado a resolver?

Quando se entra no mundo cânabo, há umas energias que não sendo conscientes delas arrastam, isto é: a planta tem um programa auto-download de pensamento que entra na mente de quem a utiliza, e a mente do canabiçado é utilizada pola maconha.




O rei Herla, veste, como outras personagens, o seu casaco de estopa ou serrapilheira, isto é: um saco, veste primitiva de fibra de cânabo, rei Herla que volta a aparecer como buscador do santo Grial na personagem de Perceval, Perceval que veste a roupagem grosseira que a sua nai lhe tinha feito, um saco de serrapilheira de cânabo, mas por cima de tal saco leva outras roupas, que não são as dele próprias, consegue em luta as roupagens do Cavaleiro Vermelho.
As suas cores são a verde do cânabo, e da ligação à natura, e a vermelha, do intento de separação.
As vestes da nai, são as próprias vestes que não se abandonam, isto é a placenta.
Mas ..., o cordão umbilical que rompe, e mesmo a placenta, não são tecidos da mãe, são próprios de quem nasce, e deixa no caminho...
Placenta que metaforicamente e não por casualidade são as livras, a livração, o livramento, as quitas ou esquitas...
O cavaleiro cânabo, está ligado numa relação com a feminidade não ainda ressolta?
Esta é a energia da Maria, da maconha.
Por isso quem cavalga esse cavalo, e digo cavalo com toda a força da gíria que lhe deu nome a este elo dificultoso com uma substância poderosa, com a droga, quem cavalga o cavalo do rei Herla deve saber que tem algo a solucionar para descer dele.

Entre o verde e o vermelho:
Quem lhe dá a clave ao seu problema de atadura com o feminino materno é o rei da Amanita muscaria?

O cão vermelho, é o cão das paixões que pode evidenciar o cânabo, não que o cânabo cria, as que o cânabo saca ao quase consciente do nosso subconsciente, padrões de pensamento, rigidezes cognitivas, ideias generalistas que quem detenta o poder utiliza para escravizar, inconscientes erros em falsos silogismos que quem foge da própria soberania utiliza, armadilhas mentais...., tudo isto entra no quadro da lógica do pensar, inquestionado, como por exemplo: não sou suficientemente válida ou válido, ninguém me quer.... E produz resultados de falta de liberdade.
Este programa da maconha com auto-download, e em certa forma anti-viral, tem inconvenientes, entre eles que a sua atuação e remeximento de cadeias também pode ser inconsciente, havendo dificuldade de pará-lo, ou mesmo de entender o que está acontecendo.Esta planta de poder tem muita força de sedução e de manipulação, tem um lado obscuro, mas tem uma vantagem enorme para quem saiba cavalgar a besta, aplicação que é evidenciar esse lixo, programinhas virais de automatismos que entram inconscientemente em funcionamento e que nos fazem dano...

Mas, uma vez começado o caminho..., uma vez que se trespassa o vau ou o vão...

Estamos diante de uma planta heralda, penso que etimologicamente da mesma raiz que o rei Herla, à que é relativamente complexa entender-lhe a mensagem, planta que nos abre portas...











Herla cyning:
Cyning é o nome que nos relatos qualifica ao rei Herla.
Cyning tem o significado de rei.
Esta palavra cyning, na sua etimologia dá ideias duma estrutura de pensamento diversa à de hoje.
Cyn- tem a ver com o quino, o porco e o cão, o cyning é o "cãoçando"...
Herla cyning é Herla o rei, mas também é o Herla caçando, o Herla cão, o Herla porco-bravo?
Três elementos unidos num, o caçador (King), o caçado (porco-bravo), e a caça (ação do cão) entram dentro da palavra cyning, (rei).




https://damadenegro.wordpress.com/2011/12/17/la-iglesia-conventual-de-san-francisco-betanzos-el-sepulcro-de-fernan-perez-de-andrade/


Estamos diante do cânabo na caçaria?
Estamos diante do filho da Maria no seu atuar caçante?
Estamos diante do caçador que se caça a si mesmo?

É logo isto o ajejo de si?

.

A rainha espera a sua volta...

A mulher que espera?, espera que o neno se faça homem?
Que espera?
Penélope esfarrapa, Penélope esfarrapando a farrapeira, para tecer um novo farrapo.
Penélope a teia dos teus sonhos....
E o home de taças, ou de caça...
E o home?, no intento de se fazer home, por um mundo adiante que dizem mundo de home, mas mundo é de crianças, de órfãs crianças, de nenas e nenos do norte...
E como é que volta o já home?
Esfarrapado, entre falerpos de neve e frio, a uma nova porta, no limite da vitória e da derrota...


Bato, peto na porta?
Ou entro sem petar, pois é a minha morada, e digno sou de não pedir licença mais que a mim mesmo?


Pum, pum, pum!

(Os três passos, ou as três petadas)

Fora ou dentro: falerpa.

Também assim chega o Ulisses.








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Falerpo, folerpa e folerpo.

Com muitas variantes que chegam a gholerpa.
Onde há uma mutação da consoante que pode ser que indique a sua antiguidade, ou outras cousas...
No asturiano e galego também com a série falampo que chega a zalampo.

Nos nomes dos flocos de neve: temos uma série em fal-/ fol-, e outra série em farr-.
folepas, falerpas, felipos, faloupos...
farrapos...

Com a forma farlopa dá-se um caso a esculcar e debulhar: é derivada ou matriz de falopa?, (ambas as duas palavras galegas?), farlopa e falopa acabáram no lunfardo de daí se espalharam dentro do espanhol.
Mas de onde é que vem essa sequência farl- que supostamente derivou em fal- e far-?
No occitano farlengar e esfarlengar é: esfianhar um tecido, desfazer em farrapos algo. No galego uma palavra pouco usada é esfarlipada, que é como queda uma árvore com as ponlas rotas depois de ser vareado o seu fruto.

Então seria possível uma raiz comum a todas estas palavras: farl-, ou mesmo faldr-, (faldra), que derivaria nas formas galegas atuais: farr- e fal-/fol-. De onde o farro, farrapo, farraco e farinha, ..., viriam polo latim, ou cognatas dele seriam, outras de desenvolvimento endógeno como são as variantes, tantas, dos flocos de neve....

Esta raiz protoindo-europeia que dá nome a flocos, a fios, à penugem baixo as camas e esquinas dos quartos, também está no tronco germânico onde o inglês harl, dá nome aos fios e fibras de cânabo ou linho, com a forma alemã harle e o frísio harrel.
A ideia de estar o cânabo debaixo de toda esta reste de palavras vai dar no nome do rei Herla, entre outros contos: chefiador da caçaria selvagem...
O arlequim / harlequim seria um esfarrapado?

O catalão também dá a chave etimológica deste fio: ferla é nome para uma cana ou canabeira, também dá nome a uma quantidade mínima, um cisco, um chisco; a etimologia latinista faz derivar o catalão ferla do latim ferula, e não se nega, mas..., põe-se em dúvida ao ver que essa sequência farl- / ferl- pode estar como nome antigo do tecido do cânabo..., e mesmo ser esta raiz a que geraria no latim a palavra ferula. No espanhol cañaherla e cañaherja dão nome a uma planta umbelífera da que se usou o seu talo, ou cana.

Esta ideia de que no antigo o cultivo do cânabo foi mui estendido, e que tivo força lexical para chegar a dar nome ao mesmo floco de neve, (como noutros idiomas a palavra flor, "flor de neve" ou pena, "pena de neve"), pode ver-se apoiada nas palavras trasmontanas lerpa e lerpe?, (nuvens esfarrapadas que no verão anunciam chuva ou trovoada), lerpa e lerpeda da fala trasmontana, com uma hipotética deriva tal que de folerpa / falerpa: *holerpa / *halerpa: lerpa?
Um lerpe trasmontano é um pedacinho, do mesmo jeito que um farrapo é um anaco de tecido?
Confronte-se o espanhol alampo (floco de neve), que claramente deriva de falampo.
Seria o primeiro fole um saco feito de tecido de cânabo?

Esta raiz antiga falr- para tecidos tem no galego: faldra, ou no espanhol halda: tecido basto de (harpillera), serrapilheira.
Por exemplo a palavra faldrapo, que semelha uma má pronúncia de farrapo, está também dando indicações etimológicas da raiz protoindo-europeia do nome dos primitivos tecidos de cânabo. Faldrapo fai o elo entre o farrapo de neve ou teia e o falerpo de neve.
A faldriqueira ou faltriqueira também anda por aqui. Um feldrelho que é um farrapo colgante...
Talvez o tipo de tecido de felpa esteja por aqui também.
Se tiramos do fio do cânabo vemos como farl- poderia ter uma fortição como: parl-, palar, então entende-se que durante a colheita e transformação do cânavo a conversa e parranda seria muita...
E aqui inclino a minha cabeça em respeito a Terence McKenna, grande esculcador que deu lição de como o mundo vegetal se comunica com a humanidade, e de como influi no crescimento cognitivo dela.


Lembrar a força toponímica do cánavo pois há muito Canabal pola Galiza adiante e Esfarrapas também....

Escrevem-se também a série de nomes que indicam volume vazio, como faloca / falopa, baloca, seguramente com uma forma intermédia *valoca (baloca), de onde *valo seria o étimo que deu o adjetivo valeiro / baleiro, valdeiro / baldeiro, valdreiro, como aquilo que é vácuo, um baldralhas, ou baldréu...

A palavra trapo, dizem do céltico *drappus. Mas antes de *drappus foi faldrapo: haldrapo: (al)drapo: drapo : trapo?

Tem a ver com fardo, e com fardar?

O linho nas falas germânicas, tem as fomas flax no inglês, vlas no holandês, Flachs no alemão, de um proto-germânico: *flahsą, tam pertinho de filachão ou do espanhol hilacha.
Poderia ser que os nomes do cânabo e do linho nestas falas derivassem duma forma comum....

Das mutações consonânticas:
O cánavo, ou canavo e a a férula ou *verula ou beurla e bearla (que é a palavra gaélica para fala e que pelo processo de colonização deu nome ao inglês em exclusiva)....
Na remexida etimologia da planta que fala, vou achando que *berula é raiz protoindo-europeia do falar, da boca, da palavra...
No seu grau de lenição fortição:
*Perula: parola
*Pelura: palavra
*Berula: belurico, bilurico ...
*Belura: Belara, idioma, fala.
De onde no antigo gaélico bél é boca.
Bel-ara, seria algo assim como boqueira.
A Belém, o promontório, o morro.
Então a raiz antes do que *pelura, é *pel-/bel-/mel-.
Assim também a planta, o fungo converteu-nos aos monos em parlantes:



Lembras?
A maestria...
E um dos inícios...
A maçã da cidra...
Sagarroi, rei ouriço...












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Grato a todas e todos que tecemos este presente.
...













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Airla / erla, gaélico irlandês, cabelo, trança, madeixa de cabelos, cabelos longos, parte de uma corda.





As gueifas do arado



Nas Astúrias há uma raça de ovelhas de cor negra: la xalda.
Algumas ovelhas desta raça tenhem uma marca branca no focinho, e recebem o nome de gueifes.



Gueifes nas Astúrias, também são as gralhas-calvas (Corvus frugilegus), uns corvídeos.



Também: grefes, mefres, nefres "as ventas da vaca, o focinho e os lábios."
Outra palavra mais que acugula significado aqui, são as gueifas do arado, as abeacas, aivecas do arado, as orelheiras.

Orelheiras que abrem o rego, que dalgum jeito sobressaem.
Gueifas nas Marinhas dos Condes dão nome às treitoiras do carro, as peças que abraçam o eixo.
São orelhas, são bicos, ou são lábios?
Atenda-se que no asturiano, o arado recebe o nome de llabiegu, nome que na zona de Betanços tem o cognato de labega.


(Tirada de aqui, http://www1.museo.depo.es/popup/arado_e.html, ainda que semelha ser dum livro do Xaquín Lorenzo).
As gueifas do arado são as marcadas com o número 8, também chamadas abeacas ou aivecas.

Na suspeita de que a lenição/fortição ande por aqui: gueifa ....indica a possibilidade da existência duma forma hipotética *veifo.
Beifo que sim está dicionariada como variante de beiço, e que relaciona o beiço e o belfo.
Estamos pois na ideia de gueif-, veif-, como antiga raiz para o nome dos lábios?
Gueif-, veif-, neif-, (nefres), morros?
Outra das possíveis mutações é cheif-, com a palavra chefa e chefe.
Eládio Rodriguez recolhe gaife, ( /'gai.fe/ e /'hai.fe/) com o significado de aquele que galeia, que sobressai de entre o resto.
Atenda-se a que de /'haife/ ao jefe espanhol vai mui pouco.

Onde foi dar toda esta família?, de onde vem?
Olhando para o céltico, temos como nome do beiço no galês: gwefus, no córnico antigo: gueus.
E para o belfo?, no galês: gwelf, no bretão medieval guelf....
Palavras que aparentam com o protocéltico *wewlos, gaélico antigo bél.
Confronte-se com o asturiano: belfu, guelfu, güelfu, melfu.


Este morro, lábio ou boca *bel- poderia estar em topónimos como Belesar (labial, ou *morral *ladeiral, *encostal), Belesende (que vai dar à boca) Beleiriz (dos do lábio, dos da aba) Belelhe (do beicinho, do montinho, do morrinho), Beleicão / Beleicom; (morrãozinho), Belecom (grande aba, grande boca)....


Belesar, uma terra na freguesia de São Miguel de Pinheira (Sárria).


Belsar ao lado de Goiám de Torres (Vilar-maior), a salientar os outros topónimos que acompanham .

Beleiriz em São João de Moeche

Confronte-se com as Berlengas:

https://www.expedia.com/pictures/northern-lisbon-leiria/peniche/cabo-carvoeiro.d6116778/
De onde: bela é a proeminente, quem sobressai?
Berlai em São Mamede de Pinheiras (Guntim). Que nos diz Berlai?, berl- lábio, morro, bico, *berlani, plural do nominativo ou genitivo de berlanus/berlanum: os do berlano, ou os berlanos. Isto é: o castro, que é uma proeminência, foi abandonado na romanização, mas as gentes assentaram na contorna:



Outra: Belám / Belão, boca?

Belám / Belão sobre o rio Eu
Abelám de São Pedro de Crecente?





Creio que já está dito davondo....







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O nome de Gaiferos foi conhecido no século oitavo.
Dizem ter uma origem no franco waife, que dá nome aos pasteis gofres, etimologicamente também derivados da mesma raiz, com relação na marcação nas hóstias, e com relação com os favos de mel, waba, wabo, do antigo-alemão. Ou com ideia de ondulação e bandeiras, pendões nas falas nórdicas e germânicas.
Ou com ideia de waffle "palavreado excessivo mas que nõa diz nada".

E será da mesma família?
Outra ideia é que os favos de mel waba tenham a ver com a baba, ou a faba, lexemas raízes que dão ideia de comer, ou de boca.


Paradigmas de dependência fazem ver o Gaiferos longe do chefiador, do gaife.
Dom Gaiferos cantado por Santalices:



Um algo mais:
Há uma fonte do protoindo-europeu que deixou rastos na fala daqui.
Um desses rastos é a palavra gueifas, talvez mui velha dum substrato anterior ao germânico, e por suposto ao latim.
Esta palavra poderia ter um continuum pola Europa pré-romana.
Esse radical gueif- com o significado inicial de lábio, morro, prominência, saliência incrustou-se em diferentes idiomas.
Uma característica das falas céltica é a mutação da consoante inicial em função dos fonemas anteriores que acompanhem à palavra ou mesmo da função sintática que a palavra tenha no discurso, e também mudanças leves de significado acompanham-se de mutações da consoante inicial.
Este radical gueif- em gheada /heif-/, junto com veif- / beif- e neif-, conserva o campo lexical, e dá ideia da presença do céltico, pois no céltico esta mutação acontece.
Por isso não seria de estranhar que a palavra alemã Heguel (touro semental) e a inglesa heifer estivessem relacionadas com esta proeminência....

















Sobre Xalda:

Xalda faz fererência à montanha?
Xaldeira em galego é aba do monte.
Xaldu é alcunha dada aos montanheses polos vaqueiros de alçada.
Xalda, xaldo, xaldu é adjetivo asturiano para aquilo que é pouco medrado.
Enxaldar-se recolhido por Elixio Rivas como embravecer-se, anda aí.
Poderia estar no mesmo conjunto que o latim saltus, que o galês gallt.
Confronte-se com Xalde / Xalda em São Martinho de Moanha, a aldeia mais alta da contorna.

Deste grupo seriam as Saldanhas,"montanhas"; Saldante de Soandres (A Laracha), "montante"; e a freguesia de São Miguel de Saldange (A Pastoriça) "montange".


Guelf- "boca" e as gueld-?
Guelra / guerla é uma palavra aparentemente orfã.
Mas no gaélico da irlanda a palavra grafada geolbhach e pronunciada como neste enlaço é possível ouvir, diz muito.
Também diz muito a palavra gueldra "boca" na fala dos cesteiros.
Todas estas palavras remetem à boca e estão na mesma linha que o acima escrito sobre gueif- guelf-.
Guerla, também tem o nome de gala ou garla.
Daí o falar, onde o celta p: parla / fala tem o seu par celta-q garla, gala.
Assim a gala que é o mesmo que a guerla também tem no gaélico o seu par nas palavras gáilleach e gáilligh.
Isto abre uma nova hipótese para o galo e a galinha como os garleadores, os que cantam.
Mesmo o povo galo poderia estar sendo definido por: o povo do verbo que fala / *gala / garla.

Então teriamos a Céltia, a Káltia o território denominado pola sua fala, parla ou garla, como na atualidade a Gaeltacht.
Assim Callaecia / Gallaecia seria calla-icus, os pertencentes à fala.
Sobre fala, pala, cala, parla, garla poderiaser mais alargado, vendo a origem na primeira palavra

Estamos primeiro nos primeiros refúgios covas logo cabanotes de paus amoreados, onde pala "cova" passaria a "palo" pau, como caseto de paus, melhorado como os casetos do monte dos pastores as cafuas ou cafugas feitas de terrons.
O buraco refúgio pala, cala pode evolucionar e diversificar-se, adquirindo um lexema derivativo pala-tio, a pala inicial cova pode ser já em conceito refúgio, palatio ou palantio ou pal-x ser um derivado tal que refugiador, perdendo palatio a ideia de "cova".
Porque no Palatino também estava a cova da Loba.
A diversificação fica em diferentes idiomas, que fala não exista aqui para refúgio, cova, ou curro, não quer dizer nada, pudo existir, pois a variação da consoante inicial cala-pala implicaria ao meu ver uma origem comum do que o fonema mais aproximado que temos é o do efe *ɸala.
Assim a cala inicial é o mesmo que a pala.


Hipótese:
Então a primária pala "cova", virou refúgio, e na diversificação aqui pala ficou para a cova e palatio, palo para o refúgio de paus.
Palo como pau, tem malus / malo / mala e vala e a história de avelã, como abalana, abaloira, baloira, Avalon.
o primário buraco: cala ou pala, também é uma vala?
seria a mutação esperável desde o céltico e não só, pala = *fala (faled saxão) = vala.
teriamos a nasalção: mala

É por isto que as vacas são afaladas, não coa fala palavra, mas cum pau.
Pero para o caso é o mesmo, a pala dá a palavra, pala em galego é conversa, e fala tem a ver com falo que é um palo, do mesmo jeito que laretar tem a ver com lareira, e dar gaiola "conversar" com caveola....
O paleolítico apresenta-se-me como um tempo de moito silêncio e de vida isolada que por momentos era que se juntavam nas covas ou casetos de paus a parolar, parlar, garlar, falar.

Onde é que o calar é dito: calar no âmbito galaico-português e occitano, callar no astur-leonês, castelhano e catalão.
Calar é ocultar, meter na cala, pala cova.
Mas o inglềs to call?
Poderia ser que o falar da Gália e da Hispânia *kall ficasse em silêncio?

No inglês medieval callen, do inglês antigo ceallian “chamar, berrar” e nórdico antigo kalla “chamar; berrar; referir-se a alguém; nomear”; de um protogermânico *kalzōną “chamar, berrar”, do protoindo-europeu *gal(o)s-, *glōs-, *golH-so- “voz, berro”. Cognado do Escocês call, caw, ca “chamar, chorar, berrar”, holandês kallen “conversar, falar”, alemão dialectal kallen “falar; falar em voz alta ou falar de mais”, sueco kalla “chamar, falar de, chamar com um gesto”, norueguês kalle “chamar, nomear”, islandês kalla “chamar, berrar, nomear”, latim glōria “fama, honor, glória”, galês galw “chamar, requerer”, polaco głos “voz”, lituano gal̃sas “eco”, russo голос (golos), “voz”.

Falar no sânscrito:
भासते verb 1 bhāsate { bhās}

गदति verb 1 gadati { gad}

वदति verb 1 vadati { vad}

Pala(gl):
  1. fala insubstancial, chalra






Lakota: walá "fazer uma petição, perguntar por cousas, suplicar".


Aqui estaria a palavra garlopa como "boca" comedora da madeira?
A sua etimologia derivativa  traze-a do provençal garlopa, atual occitano garlòpa, por sua vez do grancês valope que derivaria do holandês voorloper, que