© Copyright. Direitos autoriais.

© Copyright. Direitos autoriais

Portugal

Há lugares na Galiza co nome de Portugal:
Portugal lugar de São Martinho de Oca no concelho de Coristanco.
Portugal uns terrenos à beira do rio Minho na freguesia do Salvador de Crecente no concelho da Pastoriça.
Portugal umas terras na freguesia de Brandeso (Arçua).

Estes lugares puderam ter sido Portu-cale?
Semelham estar em zona de limite territorial.
Portugal de Crecente (Pastoriça) está na beira do rio Minho, para o outro lado do rio ficam terreos de nome o Coutom rio que é cruzado polo Pontigo de Portugal :

Na ideia celto-galaica de porta ou porto, como passagem portagem entre territórios.

Portugal de Oca está entre as freguesias de Oca e Javinha que estão limitadas por um regueiro de nome Lamela e Mera.
Com o topónimo de Porto Casal, muito perto.
Nas fotos aéreas dos anos cinquenta é evidente o caminho que vai até o regueiro de Lamela / Mera ao pé de Portugal


Portugal de Brandeso (Arçua):


Pode ser observado o lugar limitante entre a freguesia de Brandeso e a de Pantinhobre?
Como o antigo caminho que uniria as unidades territoriais como lugar de porto, de passo. Porto-cal, sendo "cal" a antiga corredoira que ainda fica marcada no mapa topográfico, o passo do regueiro?



No mapa de relevo é mais evidente o antigo cal, que vai em aparente linha entre castro e o passo do rio eque no corresponde com o "novo" caminho da "concentração parcelária", paralelo a ele polo sul.

A salientar como a Devesa marca a divisão entre freguesias, na possibilidade de que tenha marcado a divisão entre brigas ou territórios da continuidade neolítico-ferro.

Um outro Portugal está na freguesia de Vila Boa (a Ponte Nova)

No sombreado pode ser visto o cal, do antigo caminho, hoje sem uso.
Percebido isto, os Portugais como possíveis portos de passagem por um caminho profundo ou que cruza um rio...

A interpretação de Portugalete entre São Pedro de Muros e São João de Serres, antes do que um porto de mar, semelharia um porto de passo.
Atenda-se ao topónimo da Virge do Caminho.


Outro Portugalete mais está nos Remédios (Mondonhedo):

Lugar de Portugalete, marcado com um ponto na imagem. Pode ser percebido que Portugalete poderia estar a dar nome à porta de um antigo curro afunilado da continuidade neolítico-ferro -mnd-. Curro afunilado com profundos caminhos marcados.



Estes topónimos são para confrontar com Porta Cal na freguesia de S¡ao Jião de Cumbrãos (Sobrado dos Monges), escrito à espanhola como Portacal:
O início de um caminho fondo que semelha cortar uma estrutura em cousso:




(Para melhor entendimento da estrutura de Porta Cal, vide Cumbãos no Cambre, Pambre, Tambre)


Portocanles em São Pedro de Dimo (Catoira):
Pota Canles de Dimo (Catoira). Associado com toponímia pecuária: o Busto, Menda.




O lexema port- é identificável como passagem, porta nos mais dos exemplos aqui dispostos.
Ora o lexema gal?
No caso de Porta-Cal, cal semelha fazer referência à cal, canal ou canle, também nome para caminhos fundos, assim como em Porta Canles.

Cal /cale é pensado derivar do latim canalis, por sua vez canalis associa-se a canna, a cana.
Na linha céltica canle, cal, cale, canal, tem a forma camlas no galês.


Le pas de Calais : entre Douvres et Calais et entre Manche et mer du Nord.
Passo entre o continente e a Ilha Britânica, no latim levou o nome de Caletum,



Acrescentar os significados do galês atual camlas:
-
rego de drenagem, valeta de estrada.
- canle de moinho
- corrente de auga
- canal
- entrada do mar, braço de mar
- angra, enseada.
A etimologia do galês camlas diz ser formada por cam+ glas.
Cam : poderia levar a ideia de caminho.
Glais / glas : rio, correnteza.

Camlas *Kam + *glastos: "caminho do verde, do azul / do rio"?

Nos célticos falares:
Córnico: cam, "passo"
camem, "caminho"
Bretão: kamm, "passo"
Gaélico escocês: cam, "passo"; ceun "carreiro".
Irlandês: ceim, "passo".

No galês esta ideia de canle também vai na palavra clais (com mutação glais), e significados de: ranhura, sulco, fissura; vala, trincheira, riacho; sotavento lado abrigado.
No gaélico atual: clais, no gaélico antigo clas, clais, claise, claisi, clasach, claschanna, chanamhuin, clasach, clasaigh.
De um proto-céltico *klad-ti̯- ou *klād-.

No gaélico escocês cala / caladh significa baia, porto natural, refúgio, varadoiro, costa, poeticamente: lugar de descanso ou repouso, deriva do gaélico antigo calad.
A etimologia dependentista faz derivar esta linha céltica do latim calatum, palavra do latim tardio com estes significados portuários, particípio de calo /chalo, que no latim clássico significa "descer, soltar, afrouxar", pelo francês cale "caladura, solago, imersão", e "rampa de embarcadoiro".

Havendo um celta-p e celta-q, à par de *kãla "buraco, abrigo" seria de esperar uma *pãla / pala?, seria e é. E mais ainda (p-b-v): vala.
Confronte-se com vaincela, com canlhada.
Assim palafurna tem por parentes californo, califórnia, califorjo..., e por sua vez o prefixo cal- equivale a can- em palavras do mesmo grupo: canfurna, canfúrnia, mesmo ca- cafurna, cafua.
Cala no asturiano ajuda a percebermos a relação pala / cala, "esconderijo da truta baixo uma pedra", que no galego tem o nome de pala ou paleira.

Então poderia ser entendido que o latim canalis fosse cognado da raiz céltica que assoma no galês camlas e no grupo de palavras galegas e asturinas de canal?
Cale, cala, calhe, calha, quelha, quelho, quelhe, quenlha, canlhe, calhe, calha, canle, cal, cando; e caleya, calecha, caleicha, caneya, calleya, cai, calle, cachi, caleyu, cuelle, cuenlle, cueña, cuaña, cueñe, cuendia, cuandia.Pokorni dá a raiz *kalni- para este grupo com o significado de passagem estreita.
Então o canalis latino nada teria a ver com canna?
Saindo da norma que obriga a referenciar-se no latim, as tantas variantes de formas galaicas num intento resumidas em: cuendia, quenlha, quelha, poderiam ser de uma única raiz?
*keⁿlia?
No sânscrito, talvez a palavra próxima deste grupo é खल्ल (khalla) “canal” mas também com os significados de:
trincheira
corte, cortadura
angra
moinho
pedra ou vaso para triturar medicinas
couro
roupas de couro
tipo de pano ou roupa
espécie de bota ou bolsa para água de couro
pequena caixa ou boné formado por enrolamento de papel.

Relacionado com o hindi खाड़ी (khāṛī) com os significados de lagoa, baia, golfo, braço de mar, corrente.

Isto poderia explicar a abundância de palavras no galego com ideia de canal?, cale, cala, calhe, calha, quelha, quelho, quelhe, quenlha, canlhe, calhe, calha, canle, cal, cando.
Já no asturiano: Caleya, calecha, caleicha, caneya, calleya, cai, calle, cachi, caleyu, cuelle, cuenlle, cueña, cuaña, cueñe, cuendia, cuandia.
A etimologia latina proposta para este grupo dá diversas raízes: callis, canalis e mesmo conchula.
A ressaltar a dificuldade de busca de uma raiz etimológica ao callis latino. que é feito derivar de callus, "calo", dureza; também derivado de celer "rápido" ....

Quando Roma chega ao Douro, o ene intervocálico de canalis teria caído?, seria nasalado?, ou a palavra raiz nunca o tivera?
*Portus cãlẽ, como portus (da) *cãla, sendo *cãlẽ o genitivo de *cãla?

É pois Portus Cale um nome totalmente transparente?, "o porto da cala"?
Carregando aqui palavra Cale toda a bagagem proto-indoeuropeia arriba escrita, neste caso proto-céltica.






A cal- aparentado com kar?
Tocariano
kār* (n.a.) ‘?’ [B kāre]
L P OU ‘?’, H ILM ‘pit, hole’.
F Loc.Sg. kāraṃ, Obl.Pl. kāräntu.
T Loc.Sg. 316 a8 ///[k]āraṃ lmo/// ‘sitting in a ?’; Obl.Pl. 14 b1 pñi
praskintu wikäṣṣäṃ āpāyṣinās kāräntu pñi ... ‘merit drives away his fears,
the ? of a bad incarnation, merit ...’.





Galocha por Trás-os-Montes é uma bota de goma, ou um chanco de goma que é usado como sobre-calçado, para meter dentro uma sapatilha, polo Zebreiro, Courel e Berço uma soca.
Um sobre-calçado, que também assim é chamado galoshe no inglês.
Dizer que galocha tem a forma parelha galorcha e que galorcha, com o seu apócope lorcha, dá nome a sapatos velhos, na hipótese frequente na que a palavra antiga fica para dar nome ao objeto antigo ou pejorado, enquanto a palavra nova entra para dar nome ao objeto novo ou de superior qualidade. Assim no Asturiano madreña é a soca nova enquanto que galocha é a soca velha.
Que o espanhol tem a forma galocha.
O catalão galotxa.
Que as hipóteses etimológicas fazem-nas vir de gallica, ou mesmo gallicula ou καλοπόδιον (kalopódion)
καλόπους "sapato" (de κᾶλον "madeira" + πούς "pé").

Que galocha também é um tipo de pucho, que no francês não é chamado galoche, mas petit calo, ou calotte.
Que em em Trás-os-Montes uma galocha também é o primeiro suco antes de abrir uma vala maior....
Talvez aparentada com "cala, caladura, calado".
Albanês kall ‘pôr dentro, insertar.
Com alargada família: siriaco clássico
clássico ܟܲܠܵܘܵܐ(kalāwā), ܟܲܠܘܵܐ(kalwā, tiara) do acádio 𒆪𒇻𒇻 (/kulūlu/, um tipo de turbante ou banda na cabeça) , no latim calautica; no copto ⲕⲗⲁϥⲧ (klaft). No árabe كَلَّوْتَة(kallawta), كَلَّفْتَة(kallafta), كَلَّفْتَاة(kallaftāh), um tipo de turbante, ou قَلَنْسُوَة(qalansuwa), que semelham derivar do latim.
Assim garrocha é nome da coroça na Galiza e Trás-os-Montes, com garruço e garruça com o significado de carapuça.

Segundo isto o lexema raiz é partilhado por línguas indo-europeias e semíticas. Isto leva a pensar numa origem paleolítica da palavra, talvez do hipotético período linguístico proto-nostrático, do 14.000-12.000 aC.

A antiguidade da palavra também pode ser alicerçada polo seu significado em asturiano, além de dar nome à soca, também dá nome, galocha, á bezerra. Do mesmo modo que bezerro dá nome a calçado de coiro forte.

A hipótese lançada é que galocha leva em si o lexema kal com a mesma ideia que que tem em "calar um sombreiro", em fazer uma cala ou caladura.
Estaríamos no buraco.
Toponimicamente galocha na zona Galega, e Espanhola dá nome a vales e córregos:

A Galocha de Espasande de Abaixo (Rio Torto)s

A Galocha de Sangunhedo (Verea)

Galocha de Villariezo (Burgos).

Assim galocha / galocho junto com chanca e chanco, zanca e zanco, dão nome a calçado, também dão nome a a regos, depressões fluviais...

Galorcha, na ideia de escavação, cavidade na madeira, poderia ter a ver com garla, guerla















Sem comentários:

Enviar um comentário