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Cila





A criada que cuida das nove filhas de Cália chama-se Cilia, Cília ou Sila.
Quem era?, quem é ainda Cilia?, e como será ela?
Primeiramente esse nome leva a um pensamento de pelúcia ou forte vilosidade, a umha mulher que tenha cílios.
Aprofundando algo mais, a fertilidade anda por perto. A sua ama deu a luz nove filhas, ela, Cília, criada fiel, é ordenada afogar as nove bebezinhas no Minho, mas ela cuida-as e leva-as a famílias adoptivas.
Temos Cilias noutras partes da Europa:
A Cila ou Escila greco-romana, a mulher com cauda de peixe e seis cadelas na sua cintura formando um monstro terrível de bocas pernas e rabo, umha quase medusa que me fai lembrar a chamada "cona de velha", a Actinia equina, que para além, na Galiza, tem est'outros nomes: apegó, bruxa, flor, chucho, pega-conas, perrecha, pixa, porca.
A Deusa Kali tamém veste umha saia de braços.
A Skylla mora no remoinho, nos vórtices marinhos do estreito de Messina entre a Calábria e a Sicília, e mesmo dá nome à localidade de Scilla.
As ilhas occidentais da Cornualha levam o nome de Scilly.

É entom este vórtice de entrada ou passo a outro lugar, a porta da Cila?

Cila, grafada como Sheela na Irlanda e na Grã-Bretanha, está nas famosas Sheela na gig ou Sila na Geige, tamém com forte força genital.
Tem o gaélico Kyla como nome próprio, com múltiplas variantes: Kelila, Kylie, Kyli, Kylah, Cala, Kala, Kaila, Kayla, Cayla, e co significado de beleza e coroada.
E há no corunho kilar como copular.
Talvez seja moito suponher, mas a palavra inglesa shell pode andar por perto, dizem ter raiz numha forma proto-germânica *skaljo, dividida, separada, (onde no galego temos escalhar, como escarvar, escaravelhar ou remexer).
No antigo inglês sciell, scill, concha marinha, casca de ovo. No frisom occidental skyl, como pela ou cortiça ...
Suil no irlandês antigo é olho ou porta, e som conhecidas as divindades Sulis, Suleviae, como Minervas dos banhos e augas santas.
Está por aqui a relaçom da concha catalá da vieira chamada pixina com todo isto?
Mesmo anda por aqui o nosso rio Sil, que cursa por reganhas fondas?

É pois pensada umha proximidade entre a Cila e a silha ou a selha, e com a cela?

É o nome galego de "cona de velha" para a Actinia apenas um repentismo?, ou pode ocultar o que aqui intuo? A cona da velha, será a conna da Vétula, a Cila mesma?

Cona relaciona-se com o latim cunnus do grego κύσθος e κύσος, kuszos e kuso é


No russo куница (kuníca) é nome da marta (0) mustélida, além de ser nome para o sexo feminino, para a filha nova e para a mulher casada nova. Na proximidade da china ou quina da grande madre Ceres porca.

No grego micênico falado no bronze, ku-na-ja, transliterado, significa mulher. Com o descendente no grego antigo γυνή (gine), aparentado com o sânscrito जनि (jani) (confronte-se com o corunho ja) e no antigo inglês cwen, de uma forma proto-germânica *kwēniz.
Já no céltico a raiz é ben- ou ban-.
Se consideramos o celta Q e o celta P, teriamos à par de *kona, *pona para nos referirmos ao essencial feminino. Entenda-se que algumas destas raízes deram nome à mulher, à mulher casada ou esposa, ao sua genitalidade e á raínha.
Epona é pois a manifestação desse celta P?, Epona com o seu par Econa, égua.
Poney?
No gaulês ebol, égua, seve para ver como o -p- de Epona mudou em b. Assim no protocéltico pudo ter havido uma forma tal que *pan- que geraria ban-/ben- o radical de mulher.
Assim no lezguiano, no cáucaso, паб (pab) é mulher
No cimbriano bàip.
Franco-provençal fena. (*pena?)
No islandês kona
No gaélico escocês: caineag
Assim na língua irmà, no espanhol, o coño e a puñeta venhem sendo quase o mesmo:




Mesmo a cona leva-nos à cuça, e som cuças, cadelas, que a Cila greco-latina tem nos seus quadris.
E é imaginário coletivo comum do masculino toda esta simbologia?

Tamém essa leve protuberância feminina está no irlandês conn, que vai dar em nádegas, na vez de na vulva, e que chega ou marcha na maré atlântica da ressaca a petar cos nossos cons.

Há entom umha Cila, Sila, concha dividida e genital, canina, com casca e cílios, com cons luídos, que é vórtice?, há si.

Há mesmo umha sila, que tem a ver com o silo, a cavidade, o zulo basco, o σιρός grego, o foxo.

Há Santa Sila e Santa Cila no santoral romano.


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(0) Mart, marta, mairt, é no gaélico irlandês a morte.
"Morra a marta, morra farta", não se está mai que a dizer que morra a morte, e que esta morte da morte seja farturenta.
Atenda-se à palavra martírio, e mártir, que são célticas na origem.

Sil no galês dá nome à desova, ao alevino de truita ou salmão, a qualquer peixe pequeno.....

Cuço, cuzo


Cu: palavra irlandesa para cam.
Ku: palavra no Sânscrito para expresar despreço, pequeno, mau, vil.

Cu Chulainn, herói mítico gaélico, o Cam Chulainn, significa o seu nome.

A common name for a wolf was cu-allaidh [coo-allee], i.e. 'wild-hound.' Another was mactire [macteera], which literally means 'son of the country.'
Allaid, Alius, em latim significa "outro".
No celta allo: dous, segundo, diferente, outro.
Cam do outro, do alheo.
Cam do alho, o alho, o estrangeiro.
Quero dizer com isto que o lobo é definido desde o cam, como cam alheio, ou cam estrangeiro, cam de fora.

Sospeito que Cu tanto era para o cam como para qualquer outro animal íntimo.
Cucha e Cuxa: bezerrinha.
Côcha: tenreira
Cócha: porca.
Cuça, para a carinhosamente chamada cadela, cuço: cam, canzinho, cadelo.

Cuche! Cuche! Interjeçom. Voz para chamar porcos, bezerros ou cans em Trás os Montes.
Cocho! Cocho!
Coch! Coch!
O cocho e o acocho som o abrigo, o agarimo, animais agarimados por dormirem connosco até há bem pouco, o cam, o porquinho, e o bezerro.
E os animais que nos agarimam no íntimísimo do nosso acubilho.
Cocho tamém é nome do úbere, do mole e quente seio da vaca.
O cochon francês: vemos como no 1268-71 é para o « jeune porc ».
Cuto no espanhol da Rioja para nomear o porco.

Saramago contava da vida dos seus avôs no discurso do Nóbel:
"No Inverno, quando o frio da noite apertava ao ponto de a água dos cântaros gelar dentro da casa, iam buscar às pocilgas os bácoros mais débeis e levavam-nos para a sua cama."
Sete ranchos entram tamém no conto de Lug, os sete porcos de Mananndn, que som matados e comidos cada noite, para logo polo dia aparecer vivos novamente.

Sobre a raiz Cu engadem-se subfixos pejorativos ou carinhosos, que fam sobreviver a palavra velha ante a chegada doutro idioma.
Isto estamo-lo vendo na nossa sociedade, onde o subfixo -inho, permite intercalar palavras galegas no discurso castelhano, a primeira a "morriña".

The Cu Sith, the traditional fairy dog of Scotland is dark green in colour, with a shaggy tail up its back.
Cu tamém poderia estar debaixo do nosso Urco?, o cam fantástico dos cantis, que deu nome à orca (com essa ideia de rotundidade e redondeça).
Já postos na celticidade de Eirim, e no irlandês antigo:
Ucht-cu: o cam do mar.
Ur-cu: o cam fraco, o cam mau (ur / fur: mau).

Orcus eram os infernos clássicos, onde um cam, o Cérbero cuidava.
Cam dum ferreiro, Hades, Plutom, ou o Chulainn céltico, ferreiro tamém.
Cérbero impede o trânsito entre os mundos, apenas uns poucos conseguem o passo:
Hércules, Orféu, Eneias e Psiquê ...

A Cuça de Lugo, Fáil Inis


O Herói fenian, Caoilte, que podia falar c'os animais, declama sobre a cadela ou a loba, a cuça de Lugo  Lugh, Fáil Inis:

That hound of mightiest deeds,
Which was irresistible in hardness of combat,
Was better than wealth ever known,
A ball of fire every night.

Other virtues had that beautiful hound
(Better this property than any other property),
Mead or wine would grow of it,
Should it bathe in spring water.





Essa Cadela dos mais poderosos feitos,
Que era irresistível na dureza do combate,
Foi da melhor que a riqueza nunca tivo,
Uma bola de lume a cada noite.

Outras virtudes tinha essa Cadela fermosa
(Da melhor esta propriedade do que qualquer outra propriedade),
Hidromel ou vinho chegava a manar dela,
Caso de se banhar numha nascente.


(Image tirada daqui: http://objetivoproducciones.com/catalogo/figuras.htm ).







Escreve Saramago no seu discurso de prêmio Nobel, como o avô, nas noites frias de geadas metia na sua cama a rolada de ranchinhos
Então cocho, acocho, acochar, cucho têm uma explicação etimológica.
Daí a confissão de palavras velhas para o cão "cu" e o plurissignificado de cucho.
(Trás-os-Montes e Galiza) cão
(Galiza) bezerro, pronunciado também cuxo
(Galiza) porco, pronunciado também cocho
(Galiza) lugar onde dorme o animal, cocho.

Estórias de porcos em casas terrenas criados ceivos a carão da lareira.

Então Novoneyra, conta num poema como o cão e o pastor estão ennovelados tornando do frio.

O nome do pai de Lugh, Cian, além de levar-me ao cão, κύων, (kyōn grego), e ao porco quino, e chino, animal no que é capaz de se transformar; leva-me a κύανος ao ultra-azul, ao ciano.
Espectro da luz que poucos humanos vem, mas que o porco e o cão sim.