No condado de Ciarraí (anglizado como Kerry) en Corca Dhuibhne (na península anglizada como Dingle), nas proximidades de Baile an Fheirtéaraigh (
Ballyferriter) existem um par de pedras fitas chantadas a jeito de porta, com uma lenda associada que relata que a vaca mágica
Glas Gaibhnenn ao passar pelo meio delas bate com a pança contra ambas elas polo cheia de erva que vai, pedras separadas uuns quatro metros.
Estas pedras fitas recebem o nome de Geata an Ghlas
Ghaibhnigh numa tradução aproximada ao galego rural do mundo do gado seria "porta da (vaca) ratina/parda do Ferreiro (Goibniu)".
(
Glas em gaélico referido à cor das vacas, significa "gris, ratina, acinzada", frequentemente mal traduzida como "verde").
A presença das duas antas fixas, explicaria a toponímia que aparece nos hipotéticos becos dos coussos ou das grandes tapadas neolíticas galegas, baseada em anta, mesmo santas, ou santos.
Na página
Voices of the Down podem ser observadas fotos dos pilares da porta.
Aqui vão umas imagens do Google maps:
Vista do lugar no google maps street :
https://maps.app.goo.gl/5zTjQWR2aD2oDuFeAEssa porta, hoje murada, está neste entorno:
Que lembra os coussos e as tapadas neolíticas, analisadas neste blogue nestes últimos anos.
Os outeiros, mais ou menos isolados aproveitados para a pecuária costumam ser assim de este jeito vedados:
Grande tapada entre as freguesias de Santa Maria de Banhobre e São Salvador de Leiro (Minho).
Posição da vila, Baile an Fheirtéaraigh a respeito do outeiro, Cnoc Phréacháin.
Uma análise da toponímia que envolve o lugar:
Baile an Fheirtéaraigh / An BuailtínA etimologia mais divulgada e a escrita moderna de /əmɑl′ən′eˈrt′ɛːrig′/, sedia a razão do nome num possessor apelidado Feiritéar, nome gaélico-normando derivado do inglês medieval
ferret "furão" gaelizado como
firéada. Feirtéir seria o "caçador com furão".
O nome antigo foi escrito no 1611 Ballineritor.
A pronúncia /əmɑl′ən′eˈrt′ɛːrig′/ poderia levar a pensar na palavra
feart "túmulo, campo da feira" também "haste, fuste, frecha".
O segundo nome com o que não é chamado oficialmente o lugar é o de
An Buailtín; buailte, é o genitivo singular de
buaile, o sufixo
-ín é diminutivo.
Buaile é o lugar onde são mugidas as vacas no verão.
Pola funcionalidade e por toponímia comparada galega, e por tantos casos analisados, poderia ser entendido que é no beco da tapada onde há frequentemente um lugar religioso, neste caso a igreja de São Vicente, onde por vezes há um campo tumular, onde há um curro para reunir, cuidar, mugir, comerciar co gado.
An Mámím: mám "outeiro" entre outros significados, por ser a estrada que sobe ao outeiro (confronte-se com mámoa).
An Gort Mór: campo grande, recinto grande, chousão. O gort gaélico está na linha etimológica de horto, este é o curro posterior ao beco onde seria encerrado o gado nas noites ou para melhor controlo e cuidado temporariamente. É um lugar onde a fertilidade do terreno foi acumulada ao ser o local de dormida.
Gabe Ho. é entendido como a casa de Gabriel. Gabe pose ser uma anglização de gab "abertura, boca, armadilha".
Dún Urlann glebe: terras que pagam renda a Dún Urlann.
Cnoc Phréacháin: Outeiro da ave de rapina, do corvo, da pega, práachán dá nome a distintas aves, ao milhafre e similares assim como a corvídeas, está na linha de prear, e preia.
Cruach Mhárthain: Monte de Martinho. Frequentemente associado na toponímia pecuária galega com estes recintos.
Caisleán Bhaile an Aonaigh: Castelo da vila da Feira (será percebido melhor ao analisar a seguinte tapada a de Baile an Aonaigh, à que pertence territorialmente).
Cathair Coinn: Cathair é uma unidade de terreno, poderia traduzir-se como Quarto, e Coinn, pode ter diferentes interpretações entre elas a de "nariz, proa",
coinn seria uma forma aparentada com
cuinnean. O que faria descrição da sua forna não quadrada e sim alongada
Esta seria uma aproximação livre a uma equivalência toponímica galaica em relação com o a estrutura pecuária que envolve polo norte o outeiro Cnoc Phréacháin:
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A leste de esta estrutura achamos isto outro:
Baile an Aonaigh, vila da feira, da reunião, do "oenagh", como beco de reunião do gado. O nome do próximo
Caisleán Bhaile an Aonaigh, castelo da vila da feira, tem por isso a sua razão.
An Riasc, a branha, o tremedal. A ressaltar como a boca foi pechada com uma estrutura arredondada, que tão frequente de observar é em tapadas similares galegas.
Clochán na nUan, choça do anho, do cordeiro.
Outra tapada da zona, aberta ao mar, que poderia indicar a sua ancestralidade quando o nível marinho estava mais baixo:
Cill Maoilchéadair: Igreja do servo do amo.
Maol "servo",
ceadar "chefe".
An Clochán Dubh: A cabana negra, ou do
moreno.
An tImleach: o lindeiro.
Cathair Deargáin: Quarto (território) da família Deargáin, também poderia ter a ver com
deargan que dá nome ao avermelhado.