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Rata

A Rata, é um lugar na freguesia de Juvial (Melide) no antigo caminho que entra desde o norte na vila melidã, fazendo quase limite entre as freguesias de Ças de Rei e Juvial.
O seu nome semelha ligado à ratazana, mas...








A Rata de Juvial, em relação com o castro de Donide e o chousão pecuário entre ambos os assentamentos.
Como nas estruturas das grandes chousas neolíticas aqui estudadas: a Rata aparece no lugar "religioso", ocupando em espelho o lugar da elite: o castro. Este desenho do espaço é muito frequente na paisagem galega, (mais alargadamente descrito em "Cortiças").



A Rata de Santa Maria de Taboeja (nas Neves), também beirando um grande chousão, e do outro lado o castro.



Ráth no gaélico antigo e atual dá nome a uma muralha de barro, a um valado, em torno da residência de um chefe menor, dá nome a um pequeno forte.
Rath também é uma pessoa que fala em nome de outra, quem oferece garantia ou fiança, rath também dá nome á garantia, à fiança.
Também dá nome a um cardume de peixes, de arenques.
Rata no galego, além de dar nome à fêmea do rato (e ser um castelhanismo para nomear o lírio ou ratazana) é o montinho de terra que a toupa fai, a toupeira.
Não é para deixar de lado o insulto rata para a pessoa que acumula dinheiro ou bens, ou aquela que não empresta nem partilha o que tem.

Ratão de Salvador de Couçadoiro (Ortigueira), perto de um limite (Figueiras)?

Ratão de Covas (Meanho), na raia com Barrantes (Rivadúmia).


Rata? (intui-se uma forma redondeada), e o seu Campo (da Rata)?. A possível Rata, hoje desaparecida perto do o bairro de Adormideiras na Crunha, nas proximidades da Torre de Hércules.



Rates de Outeiro (Outes), com forma arredondeada.



Ratel no limite das freguesias de Girazga (Beariz) e Presqueiras (Forcarei).

Polos vistos algums lugares Rat- estão perto de limites e dão a ideia conservada no gaélico como lugares pequenos com possível muro ou valo.


A raiz rat- neste mundo céltico associaria-se polas vistas topográficas e as relações etimológicas com um pequeno lugar de poder murado, onde é oferecida fiança, ou garantia, e onde mora alguém que intercede que pode falar em nome de outra pessoa, um proto-advogado.
Para pôr aqui outros significados de rata (ratus) no latim, como adjetivo: autoritária, que tem valor legal, decidida, estabelecida, segura, certa.
Nas falas germânicas: no saxão antigo rethia "contabilidade"; no gótico 𐍂𐌰𐌸𐌾𐍉 (raþjo), "número", "conta".
Assim voltando ao latim ratio "contabilidade, cálculo"
Pola parte sânscrita rat- रत (rata) é o ato sexual, satisfação, deleite.
Também रथ (ratha) é carro.

O conjunto destas ideias que estão em redor do lexema rat- leva a pensar que estes lugares poderiam ter funcionado como banco-armazém-alfândega-correios-taberna-comércio, mesmo prostíbulo na ideia antiga de religião-banco-sexo...
Confronte-se com bordel, cuja etimologia é controversa mas explicável desde esta ideia de local no bordo territorial:

Bordel e Bordelhe em Sarandões (-ons) (Abegondo)
Em uma estrutura de granja neolítica apresentada neste blogue por exemplo no escrito de
Bordel seria o local polo que se entra no território íntimo do castro rodeado da sua crica de aproximadamente uma légua céltica (gaulesa), o lugar que está na borda, na margem.
Significativo o nome de Souto do Aire, onde o pensado castelhanismo aire, por ar, entra direto na ideia céltica de aire "senhor", protoindo-europeu *h₂éryos. Assim isto serve para perceber que alguns topónimos de base ar-, areia, aira, eira, airige, na redonda de uma briga estão a indicar o bordel, o rath, a alfândega de passo, onde uma pessoa "livre" em relação direta com o poder da briga, regula o trânsito viário e governa o território pastoral do gado da elite do castro. Neste caso, o território cercado pola crica que envolve uma vintena hetares, onde pasceria o gado propriedade do castro, com uma taxa de lotação em vacas de uma vaca por Ha, haveria umas vinte e tantas cabeças de gado maior. Ora o nome de Souto Veade e Martizes podeira estar a indicar que havia veados e cavalos.



Bordel de São Martinho de Verducido (Ponte Vedra).





Neste caso Bordelhe de São Pedro de  Santa Valha (Vilalava),  Bordelhe poderia ter o nome por estar a fazer limite entre a freguesia à que pertence e as de São Miguel de Candamil e Santo André de Lousada (Germade).
No interior do espaço desenhado há um campo tumular, com meia dúzia de mámoas, chama a atenção o nome de Chouso do Rei e o de Pena do Cousso, talvez um ancestral cousso de caça transformado em grande tapada.





Atendendo a que rath- pode estar na mesma raiz que grath- graças, com ideias na suas palavras latinas gratia e grata / gratus "aconselhamento, louvor, preconização, amor, bem-vinda..."



Esquema de um ráth gaélico, a edificação interior poderia ser apenas uma principal com alguma mais anexa. Foto tirada do blogue: http://irishimbasbooks.com/the-difference-between-irish-fairy-forts-fairy-rings-rath-and-lios/


Um tipo de briugu é o rathbriugu, hipoteticamente seria um briugu que mora num ráth e que tem umas funções administrativas definidas desde a sua etimologia como proto-bancárias e alfandegárias.

Em Arçoá (São Bartolomeu de Berrande, Vilar de Avós / Vilardevós) há umas terras de nome a Rata na beira da capela.
O lugar administrativo do rathbriugu na continuidade, acabou cristianizado como lugar da Igreja?



















Abadia de Leathrátha, Mainistir Leathrátha (Abbeylara).
O curro pecuário com aparentes divisões menores na linha central.
Dento do curro está o cemitério, no seu extremo sul está um ráth, que dá nome à freguesia Leath-rháta, para a etimologia mais divulgada significaria "pequeno forte, ou metade de um forte", entendendo forte na ideia de fortim, fortificação. Outra proposta é interpretar leath- como leth (vide gaélico escocês leath = leth) em conceito como que faz parte de, que toma parte de, que compartilha, ou mesmo que é: Isto levaria a interpretar Leath-rháta, como "que faz parte do rhát".
Estaríamos diante do curro pecuário de um briugu, que o devir da religiosidade virou em abadia.
Tobberbiernagh ou Tobernamanneera.
Tobberbiernagh, seria algo assim como "fonte da quebra"
Tobernamanncera, Tober ann an cera?  "fonte do chafariz"
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O lugar onde está o ráth, tem a reitoral à par, e recebe o nome de An Bhuaile Bhuí (em deturpação inglesa Ballyboy), com o significado de "o curro da (vaca) marela" ou "o curro da gratidão".
.


Assim o rio Rato de Lugo poderia ser descifrado como um lugar de passagem, onde haveria um Rat- um fielato, "alfandegário" de entrada à briga de Lugo polo norte, na zona da atual estação de trem ou da Chanca.
De feito as terras próximas a esse lugar levam o nome do Portinho.
No lugar da Chanca existe uma ponte medieval, a partir daí e da sua confluência com o rio Fervedoira, o rio Rato perde parcialmente o nome pois é chamado rio da Chanca.
É na zona do rio Rato que ainda se conserva a calçada "romana" na saída cara o leste de Lugo, calçada chamada de romana, mas que caberia a possibilidade de ser uma via do império romano que aproveitou um caminho prévio. E apenas observar que é uma corredoira funda, ao meu ver não antrópica, mas produto da passagem milenar prévia de rebanhos de vacas.



O Rato na freguesia da Devesa (Ribadeu) e a sua relação direta com o Castro de Meirengos, caminho desaparecido hoje pola concentración parcelaria.



Campo do Rato na freguesia dos Vilares (Guitiriz), a ter em conta que os terreos lindantes levam o nome de castro, os castros onde não há restos de briga.
Campo do Rato está no beco de uma estrutura de cousso de caça. Nos becos costumam estar locais religiosos na continuidade de um local sacrificial, uma pedra, uma fraga (grande pedra lisa mais ou menos horizontal que faz o chão).


Ratoeiro em Santa Maria de Teixeiro (Lugo), Também como bairro do Ratoeiro
Ratoeiro, na ideia de ráth céltico ou também como lugar sem saída, lugar para caçar.
Destacar Granjo, dando nome e explicando a utilidade da vedação; Curro como lugar onde acurrar, acurralar o gando.
E Argemil, já analisado neste blogue como Arge / arjo /arjão e mil.







https://www.dias.ie/wp-content/uploads/webstore/celt/pubs/celtica/c23/c23-169.pdf


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Mada no gaélico é cão.
Amada?
Mada tem as formas madadh, madra, antigo matad.
Madalena descodificada seria a "canelena", ou "cadelena".





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