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Ansa, हंस

Este escrito analisa os lugares de nome Ansemil, e formas próximas, que aparentemente dão ideia também de lugares pecuários, coussos para captura de animais selvagens, semi-selvagens ou semi-domesticados. Complementa e complementa-se com outros escritos que analisam os topónimos Boimil e Goimil e formas semelhantes, concluindo-se que poderiam ser lugares onde eram juntadas vacas, cavalos; também o escrito sobre os coussos ou o intitulado Mundo ajudam a compreender este tipo de topónimos.





Andamil do Cadramão / Cadramom (O Valadouro) com o topónimo de Busto-meão / Bustomeao à par, a lembrar o que é um busto aqui. É possível vermos a forma de cousso para captura de animais selvagens ou semi-domesticados, também é possível observarmos que o cousso variou.




Andemil de São Vreijo (Palas de Rei). Hipotético curro (*mil) de caça ou captura, entre a microtoponínima a salientar Pena Catadoira.
Andemil que tem por nome Endemil também. Que quer dizer Ende-/Ande-?, ao lado?, do limite, do fim?
Raiz *h₂énti?
Outras explicações mais abaixo.



Andemil de Vila-Uje (Chantada).






Ansemil de Argoçom (Chantada), entre o rego dos Bragadinhos a oeste, e o rego do Cousso a leste.
Cousso também como microtopónimo das terras que abraça o "funil". A ressaltar Pressas.
Anse-mil é da mesma família que Ante-mil e Ande-mil?




Ansa é palavra em interjeição para levantarem o pé bestas e burras e mirarmos o casco.
Palavra que apreendim de neno quando andava coa burra.
Dá-se-lhe na perna na zona do carpo uma palmada suave e firme, à vez que em interjeição é ordenado: "Ansa!"
Ansa é asna?
Sob paradigmas inferiorizadores e dependentistas usados para conhecer a origem da interjeição e voz de mando ansa: ansa seria um "vulgarismo" de asno ou asna, e asno seria derivado do latim asinus.

Cortando as amarras a estas ancoradas ideias a palavra asno monstra raízes muito antigas:

Grafia suméria da palavra transcrita como ance ou anše, letra š que é usada na transcrição da escrita cuneiforme para representação dos fonemas /ʃ/ ou /t͡ʃ/.
"Ance, anse, anche ou anxe".







Sumério 𒀲 com o significado de asno, cavalo, equídeo qualquer.
Este caminho etimológico está pouco transitado,  esta palavra-conceito anse aparece no sânscrito हंस (haṃsá) foneticamente /ɦɐ̃.s̪ɐ́/ que entre outras cousas nomeia o cavalo.
Também no hitita anšu.
Que leva a uma ideia de nível indo-europeu, pré-indo-europeu: a um nível histórico neolítico.

Ansemil na ribeira de São Pantaleão das Vinhas (Paderne).

Pormenor da zona de Ansemil de São Pantaleão das Vinhas.


Ansemil de São Pantaleão são umas terras ao pé da ria no bico de um hipotético cousso de caça passiva.
Pode ser vista uma modificação do cousso aproveitando o seu lado norte teria havido outros coussos menores.
Ansemil aqui será analisado atendendo a diferentes microtopónimos que estão no seu entorno e que podem dar ideia de como tem sido o aproveitamento pecuário:
De Ansemil sai-se por uma corredoira funda que vai subindo polo Porto de Abaixo e Porto de arriba.
Ao pé de Ansemil está o topónimo o Arxom, que pode ter a ver com estaca, o que é um arjão; ou o radical anx- / ans-, primariamente equídeo, pode ter variado em arx-?
O caminho que sai do Ansemil e sobe polo Porto, vai buscando a cima da freguesia para deixar à sua direita o lugar dos Barreiros, que como é visto noutras imagens das análises dos territórios pecuários, costuma aparecer como topónimo nos cenários dos curros e pastagens, e antes do que ter a ver com barro, tem a ver com barra, com impedimento, com limite, (confronte-se com o gaulês *warra).
Para leste de Barreiros: Pedreira, fazendo um beco de um cousso menor, evolução ou modificação do cousso maior. Este topónimo Pedreira ou da sua família costumam aparecer associados a estas estruturas de caça.
Observe-se que os Barreiros são o fundo de um curro em botelha, que se continuamos o seu caminho vai dar ao monte por uma via lineal primeiro por "terras de lavor" hoje, com o nome de Órdia, terras para a cevada?
Confrente-se com Ordoi (Lançã, Mesia) poderia vir de uma  de *ordon, que teria a ver também com a raiz do latim ordo, ordinis "série, grupo, tropa", seria pois uma forma do proto-indo-europeu *h₂er "união" podendo sair da mesma raiz que o herdo, a herdade, uma unidade territorial, em una ideia *ordoni / *herdoni "do rebanho, do grupo humano que vive nessa unidade pecuária") para finalmente chegar ao monte de nome Aberto e às Mámoas.

Já continuando o caminho norte que sai de Ansemil passamos polo lugar de Trasmil, onde é possível  observarmos que fica detrás do *mil, sendo mil o lugar de reunião (alargadamente explicado em: Boimil).
Aqui em Trasmil desviando-nos à esquerda, saliento as terras de Anxiero, onde é possível sob a ideia transmitida antes ter base no parentes etimológicos de asno / *anso.
Voltando a Trasmil, e continuando a rota principal deixada, o caminho sobe cimeiro e agora segue em direção a Lambre, e justo antes de entrar na própria aldeia de Lambre, deixa à sua esquerda umas terras chamadas o Cortelho de limites circulares.

A existência de este grande cousso suporia que nessa zona haveria rebanhos de herbívoros selvagens, e que teriam uma rota ou caminho que passaria por essa zona, do mesmo jeito que os coussos de caça mais estudados dos desertos, na altura que não eram desertos (Arábia, Ustyurt do Uzbequistão e Cazaquistão ...)
Cousso para caça de herbívoros, sobretudo do onagro selvagem (o kulan turcomênio) no planalto de Ustyurt do Uzbequistão e Cazaquistão, tirado do trabalho: Amirov S.S., Betts Alison, Yagodin Vadim N. Mapping ancient hunting installations on the Ustyurt Plateau, Uzbekistanand Kazakhstan: New results from Remote Sensing Imagery. In: Paléorient, 2015, vol. 41, n°1. pp. 199-219;doi : 10.3406/paleo.2015.5662

Vistas no Google maps de coussos do planalto de Ustyurt: 1 2 3 4 5 6 7
Estes coussos são armadilhas passivas construídas nas rotas migratórias.





Situação de Ansemil, a sua funcionalidade só poderia ser entendida quando a ria do Pedrido não era marinha, e os rebanhos moveriam-se para a veiga da vazia fluvial nessa altura.


Ansemil de São Pantaleão das Vinhas, assim analisado, seria anterior ao neolítico pastoral, com uma idade cronológica anterior ao 5000 aC.



Outros topónimos em anse e formas parelhas:




Anseão (-ám) (São Tiago de Anseão sob administração do concelho de Lalim). Pode ser visto o funil de captura e as modificações que pudo ter, como ou valo ou parede do seu lado leste, ou o bico sul, a destacar, nesse lado sul, como um curro elíptico, talvez lugar de captura sem morte.
No interior do funil na parte do seu vértice o nome da Granjeira que aparece em alguns outros funis aqui analisados. Também o topónimo de Pedreira, os desta família (Pereira, Espereira) costuma aparecer associado, e neste caso a igreja paroquial também neste local, como também pode ser observado noutros coussos


Anxemilos de Ois (Coirós) com forma de cousso.


Anxeriz do Castro de Ouro (Alfoz). Sendo a raiz Anxe + -era + iz?Sendo Anxe: cavalos, Anxe-era, dos cavalos, Anxe-era-iz, (terra) da dos cavalos?
Supostamente o cousso seria muito mais antergo que o castro.









Anxeriz /Anxeris de Chamim (Arteixo), no interior do recinto o Castro.



Anxeriz de Chamim aberto ao mar, à praia de Barranhão (-ám), além de ter em si o castro, a sua utilidade a sua funcionalidade seria em tempos nos que o nível do mar estava mais baixo.






O Arxomil de São Miguel de Treos (Vimianço).










Arximonde em Santa Marinha de Branhas (Toques).




Arximonde de Castelo de Infantes (Sárria), microtopónimo que indicaria o que foi no antigo um grandíssimo cousso quase natural?


Arximonde em São Pedro de Froião (Sárria)




Arxemil, Santalha de Arxemil, um hipotético grande cousso  com as suas modificações, reparações.










Xamonde de Calvos (Bande). Um possível antigo Anxamonde?












Ansede de Lagostelhe (Guitiriz) com o seu curro afunilado.
Ansede é feito derivar de um nome medieval Ansedo, nome, apelido ou sobrenome?
De uma suposta Villa Anseti.
Ansede desde o aqui explicado, descodifica-se como "do ansedo, do cavaledo, do bestedo", sendo ansedo o lugar do anso o lugar do cavalo.


Outro Ansede dá outra dica ou face ao levar o artigo o Ansede em Júbia (Narão):







O Ansede, neste caso dando nome a um hipotético cousso de caça passiva.
Mais alargadamente descritos no escrito "os Coussos".





Ansedede Santa Maria de Traba (Coristanco), com a típica forma de cousso de caça passiva.

Ansede de São Paio de Coristanco. Também com forma de cousso.

Ansede em Santa Maria de Bretonha (na Pastoriça), também com forma de cousso e com o topónimo interior de Granjão (-om) na semelhança com Anseão de Lalim, a Granjeira.



Casa de Ansede em São Julião de Cazás (Germade), o lado leste do cousso está menos marcado ainda que é possível observar os seus restos.



















Ans de Telhado de São Estevo de Paleo, com a forma simétrica típica dos coussos e ainda conservando os becos bem definidos.



A Taberna de Santo Estevo de Abelhá (Frades); a ressaltar o topónimo Ansede no seu oeste.









A Anseninha de Pinheiro (Ames) ao pé do castro de Pinheiro




















Ansoi ou Anxoi em Porçomilhos (1). Confronte-se com Mondoi vizinho lugar, explicado como "do mondo".
Ansoi responde aos curros que acabaram em paços, confronte-se com o explicado em  Vaamonde.
Também neste vídeo:































Lugar de Ansar na freguesia de São Cristovo de Viloíde (Monterroso), a destacar que nos seus becos há duas sedes paroquiais, a oeste São Cristovo de Ansar e a leste São Tiago de Fradé.








Ansareu de Pácios (Baralha).

Ansareu de Pácios (Baralha)




Ansariz de Armental (A Peroxa). A destacar que armental deriva de armentum "rebanho", e como noutros casos no beco do hipotético cousso está a sede da paróquia.










Anxieiro / Ansieiro / Anseiro de São Martinho de Domês (Verea). São Martinho condiz como padroeiro de um lugar de cavalos



Anxieiro de São Miguel de Cerceda (no Pino).














Ancede de Prozelo (Amares), com o topónimo de Bouças indicativo de lugar para gando vedado.


Ancede de Baião, (com o Mosteiro de Santo André dentro do antigo curro, do mesmo jeito que os paços). A observar que o caminho perimetral do antigo curro leva o nome de rua da cerca, ou o nome do caminho ao leste Murtal, nomes como o de Porta.
Os curros antigos aparecem toponímicamente marcados também pola contorna, costuma haver um lugar que marca o limite, geralmente de raiz de barra, Barreiro, Barreira..., que também pode ser limite vegetal: Espinheiro, Codesseda...
Ancede que foi couto.









Santo André de Anceu (Ponte Caldelas). Também com uma igreja no interior do antigo curro e também Santo André como padroeiro como no caso do Mosteiro de Ancede de Baião.


Anceis (Cambre) Curro com paço e com curro ao lado com paço também neste caso do Drozo.












Anseres do Freixo de Sabardes (Outes). Um curro com antigo caminho direto à beira do mar.

Anseres na sua posição a respeito da ria, como noutros casos aqui analisados, a funcionalidade do grande cousso teria acontecido em épocas nas que o nível do mar estava muito mais baixo.




















 (1) Porçomilhos tivo nome medieval de Portimilio.
Milio do Porto?, mil do porto?
Num dicionário etimológico do italiano, a tratar sobre a palavra mille "mil", dá boa lição:
Do latim mille, antigo latino meille, albanês milje, afim ao germânico myrios "inumerável", com referência ao sânscrito मेल
(transcrito mela, pronunciado em hindi, seguindo o link, a algo semelhante a /mil/)
मेल dá a ideia de "reunião, assembleia, grande juntança".
Como no caso de Porta-Rodas, trata-se de uma entrada a um lugar de recintos pecuários?
Parróquia na que perdurou a feira do vinte na Fraga do Rei (uma carvalheira) até o século passado.
A confrontar com diominlho nome do domingo, dia do mil, do milho, do minlho, dia da reunião?, ou simples variaçao fonética de domingo, ou evolução fonética divergente de dies dominĭcus.
Confronte-se com São Martinho de Poutomilhos (Lugo).



























































































Arjão
Arge
Arcea

Ansarina (Linaria caesia)






Como já se tem exposto, os nomes próprios tidos por germanos, poderiam ser gentilícios antes do que nomes de possuidores que tivessem dado nome às terras que dominavam, assim "Aznar" não daria o nome à localidade de Asnar, mais bem ao contrário, Aznar apelidar-se-ia Aznar por ser de Asnar.
Ou como na atualidade, a gente guitirica é a habitante de Guitiriz.
Enxomil, poderia ser uma variante de Anxomil, onde o lexema anx-/ans- teria a ver com equídeos (latim asnus, sânscrito हंस (haṃsá) "cavalo").

O outro lexema -mil poderia ter a ver com curro, lugar de reunião
A muita quantidade, mil, nas falas célticas tem a mesma origem que no latim, de onde é crido que deriva este numeral.
(com hipótese de que mil tenha uma raiz comum nas falas célticas e latinas?)
Assim no gaélico é míle, com as variantes: míli, mílte, milib, mílib, córnico: myll e myl, bretão: mil, galês: mil.
No latim mille, antigo latino meille, albanês milje, afim ao germânico myrios "inumerável", com referência ao sânscrito मेल
(transcrito mela, pronunciado em hindi, a algo semelhante a /mil/)
मेल dá a ideia de "reunião, assembleia, grande juntança".
Segundo isto Enxomil: seria "a juntança de cavalos, a feira das bestas".
Como já também se tem descoberto nas ilhas britânicas e no atlântico, as unidades territoriais antigas do mundo céltico, reuniam-se de quatro em quatro, deixando na parte central, aproximadamente dependento da topografia, uma quinta parte onde estava sediado o palatio, o curro, o lugar pecuário, o lugar administrativo-religioso-pastoral, talvez já de origem neolítica. (Isto mesmo que é tido por organização celto-atlântica, também ocorria na Roma inicial, onde essa quinta parte foi dar finalmente no Capitólio).
Assim Enxomil estaria no centro de quatro unidades territoriais com algum castro principal na sua contorna, seria o lugar de cruzamento de quatro caminhos.
Enxomil, faz limite entre quatro freguesias, Arcozelo, Gulpilhares, Serzedo e Canedo.
Enxomil como outros palatios pecuários, no final do império romano e com a reestruturação territorial (parroquial suevo) passaria a ser centro de poder, willa ou vila, onde a elite das brigas se teria assentado, transformando o curro pecuário, (paliçada palatio), em lugar de residência, o palatio, em palácio, paço ou quinta. Alguns destes quintos lugres ficaram nas mãos da elite proprietária rural e outros nas mãos da igreja.
Não se nega, que Ansemirus seja o nome de uma pessoa.
O que se põe em questão é que Ansemirus dê nome a Ansemil.
E lança-se a hipótese de que Ansemirus seja quem habita, governa, pastoreia, chefia, o lugar de poder pecuário-religioso de nome Ansemil.
Daí que muitos destes questionados possuidores, que ao meu ver semelham gentilícios, tenham cargos eclesiásticos.



São Pedro de Ansemil com forma de cousso


Ansemonde de Santo Estevo de Abelhã (Frades)





A fence for herding reindeer in Finnmark, Norway


https://www.agefotostock.com/age/en/details-photo/reindeer-sorting-construction-aerial-view-porjus-lappland-sweden/M77-557566/1


 Azraq Oasis
https://www.crystalinks.com/AzraqOasisWheels.html


O parroquial suevo é algo mais que um rol de lugares, é uma reestruturação terriorial e do poder. das primeiras na Europa, considere-se que na atual França foi feita por Carlomagno, bem anos depois.
A estrutura céltica de "príncipes / principais" e a territorialidade básica de quatro unidades com uma quinta central, foi anulada, passando o poder durante a época sueva para a quinta parte, diriamos que o poder passou a ser mais a ser gerido pola quinta parte (religiosa-administrativa da cila parróquia) do que polas croas das brigas.
As parróquias dependendo dos lugares, sobretudo nas zonas mais "suevas" são pequenas respeitando as quatro+quinta territorialidades celto-atlânticas, que como já foi explicado, também a primária Roma foi assim gerida territorialmente.
Noutros lugares as parróquias forom a união de duas ou mais supra unidades de quatro+quinta, perdendo o poder uma ou várias delas cedendo-o para a nova estrutura a vila ou wila.
Algusn castros perderam totalmente a sua territorialidade ficando divididos entre duas parróquias (São Cibrão das Lãs por exemplo).

São Cibrão das Lãs, marcado com frechas o seu límite territorial, e o curro pecuário com o nome ainda de Cortelho.
























































 







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