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Os coussos

Vão aqui uma série de planos de coussos na Galiza atual, e umas hipóteses sobre a sua génese:

Um dos modelos de coussos toponímicos mais simples é aquele que aproveita a orografia do terreno para facilitar a caça, vales estreitos, encaixados, que permitem acurralar animais:

El Couso entre Santa Colomba de Somoza e Torre del Bierzo. Vale fundo e encaixado.

Esta outra imagem não é na Galiza; é colhida por ser referencial como cousso "artificial":
Cousso para caça de herbívoros, sobretudo do onagro selvagem (o kulan turcomênio) no planalto de Ustyurt do Uzbequistão e Cazaquistão, tirado do trabalho: Amirov S.S., Betts Alison, Yagodin Vadim N. Mapping ancient hunting installations on the Ustyurt Plateau, Uzbekistanand Kazakhstan: New results from Remote Sensing Imagery. In: Paléorient, 2015, vol. 41, n°1. pp. 199-219;doi : 10.3406/paleo.2015.5662

Vistas no Google maps de coussos do planalto de Ustyurt: 1 2 3 4 5 6 7
Estes coussos são armadilhas passivas construídas nas rotas migratórias.


Esta estrutura de caça aparece grafada na paisagem galega associada frequentemente com a toponímia de base cousso:





Recousso de São Martinho de Marçoa (Oroso)







Coussa Velha na freguesia de Santa Maria de Mezonzo (VilaSantar). Este cousso tem uma boca de quinhentos metros aproximadamente, muito similar à dos coussos de Ustyurt.


Coussos valados de muros de pedra, para a ajuda na caça do caribu, aparecem na Norte-América.
Uma estrutura semelhante a esta foi encontrada submergida nos Grandes Lagos, o que leva a datação no 7000 aC .


Estruturas de caça na Norte América, muito similares na forma ao que resta destes coussos na paisagem atual galega.


Grandes coussos nas freguesias de Santa Maria Madalena de Matela, São Nicolau de Folgueira e São Tiago de Vilela (Outeiro de Rei). Vermos isto dá ideia de que foram estruturas que perduraram no tempo e que sofreram modificações, talvez ficando abandonadas, deterioradas durante centenas de anos, outras já obsoletas ou reconstruídas, outras novas ao variarem as condições climáticas ou as rotas migratórias. mesmo umas especializadas em determinados animais.
Por exemplo na imagem, o cousso ao sul tem aberta a boca a um ribeiro a uma zona húmida lembrando as disposições dos coussos do deserto da Arábia abertos para os uádis.
Os cousso do meio lembra mais os do deserto de Ustyurt dispostos em rotas de migração de passagem.




Um cousso que revelaria que a sua idade?





Cousso de Santo Estevo de Vila Mor (Toques). Este couso tem uma forma mais arredondada.
A sua funcionalidade já teria desparecido no Ferro, pois a via que une Saamil com a croa, com o castro atravessa-o.
De todos jeitos a sua desaparição poderia ser anterior ao Ferro, pois pode ser visto no seu lado sul um chouso afunilado do pastoralismo de animais semi-domesticados, e como isso quebrou a sua estrutura.
Então como é que um cousso funcional prévio ao Ferro, mesmo prévio ao Bronze, mantivo o nome?, quando já a sua funcionalidade tinha desaparecido nessa altura.
As hipóteses que saem são:
1.Ou o nome neolítico apenas sofreu as derivas fonéticas da evolução da língua que ficárom no atual cousso.
2.Ou o cousso tinha um nome kallaiko ou ainda mais antigo: indo-europeu, que foi traduzido ao latim cursum  ou capsum palavras que acabaram hoje sendo ditas cousso.
Couso mais parece aparentar com capsus "gaiola, caixa, curral" do que com 
cursum "carreira, corrida".
Os coussos aqui desenhados estão feitos para a caça passiva, o animal entra e devido ao seu instinto de sair acaba seguindo o muro e caindo no fojo ou numa vedação menor onde é caçado à espera, numa ideia de cousso ser um lugar caixa, antes do que uma lugar de corrida.

A proximidade entre couso e chouso é grande, podendo levar a pensar em uma mudança /k/ - /t͡ʃ/.
O latim clausa e capsa teriam um étimo comum?

Nesta imagem Catoveira / Catuveira, talvez aparentada com captar, cachar, caçar:





Hipotético grande cousso, de caça à espreita na freguesia de São Vreijo de Queiroãs (Alhariz).
No extremo oeste Catoveira, já escrito acima e no lado leste Avelaja, que bem poderia bem ser a Velaja, de velar, caçar à espera, vigiar.
Velar é apenas nas línguas peninsulares onde tem o significado de vigiar, assejar, espreitar. A enxebre expressão "vela-te", guarda-te, cuida-te conserva a ideia do velar não como encobrir com véu, e sim na ideia de atenção.
O velar das línguas peninsulares poderia estar aparentado com o galês wel, wela, wely, "olhar, olhar aí, mirar, ver, velaí", com o verbo gwelaf: gweld, gweled  da raiz  *u̯el-, presente no gaélico antigo fil (fel, feil) "velaí, eis aí". De uma hipotética forma proto-céltica *wele “olha!”.
Confronte-se com felix, de um hipotético genitivo antigo feminino que poderia significar "da espreita", condizente com o galego filar: vigiar, espiar.
Também no francês veiller.
Talvez com relação com ver, ou com zelar e com vigilar, de uma hipotética forma comum ao galho latino e céltico: *wil.la.
(Isto abre a hipótese a que topónimos de raiz Aveleira, poderiam não só fazer referência à árvore ou arbusto, mas tembém a vigiar, velar).
Outro dos topónimos a analisar é o de Casa Velha, que poderia ser uma readaptação de Coussa Velha ou de Caça Velha ou mesmo capsa velha, cassa velha.
Outro topónimo a ter em conta é Orraca e Barraca, Orraca apraecerá mais abaixo e condiz com o analisado no escrito  "Orraca" de este blogue.



A Casa Velha da freguesia de Vilarinho (Vila Santar).


Dous topónimos Casa Velha em cada seu beco de uma estrutura tipo cousso de caça, em São Cristovo de Santa Maria de Brião (-om) (Ferrol). a destacar o topónimo Ventureira no seu beco oeste, para confrontar com outra estrutura de cousso aqui apresentada Vendas de Narão, onde a venda pastoral, lugar de posta, lugar de paragem, foi um inicial local de caça, neste caso de São Cristovo paleolítico, dado que este cousso seria funcional no








Assim também os tantos topónimos Casa Nova, podem ser percebidos como capsas, cousas:



Casa Nova de Alvijoi (Mesia), com a igreja imediata ao hipotético cousso.


Casa Nova de Eiris, no hipotético cousso de Oça (Crunha) no seu corno leste.



Hipotético grande cousso de Meá (Mugardos), o seu corno oeste com o nome dos Casás, se calhar de os caçães / caçans, e no corno leste o Caserão (-om) talvez o caçarão / caçarom. Também toponímia de Fonte sem haver nascente: no lado oeste Fonte Grande e no lado leste Fonte Velha coincidindo com variações mudanças da estrutura no tempo da forma do grande cousso. Entre outros topónimos no lado oeste ao lado dos Casás, o Serrão (-om) que mais pareceria o Cerrão, no lado leste, na hipotética ponta do bico; Outeiro, numa ideia mais bem de saída que de lugar alto.


A Casa do Gado em Sobrado dos Monges. Entendida como uma casa, lugar onde está o paço da Casa do Gado, mas na sua conformação é um cousso de caça. Assinalar os nomes no lado leste como Gondrei (alargadamente explicado em Mundo e Gundim) outro que se repete é o de  Xesteira que costuma aparecer como "chouso" posterior ao bico de caça, na possível evolução do cousso de caça com morte a caça com vida, retendo  os animais em uma cortinha, neste caso toponímica de nome Xesteira (mais explicada abaixo).
Também indicar o nome de Cadaval, que também aparece no frente do cousso de Meá anterior, onde cadaval, poderia fazer referência a um lugar de queima onde ficariam os cádavos, ou poderia ser uma paliçada de paus queimados que seriam mais resistentes no tempo.
No centro: Cubela, que é transparente, e Morales que poderia ser Murais
Já no lado oeste o Amilhadoiro, que é pensado ser o que é hoje um amilhadoiro um lugar onde na peregrinação é depositada uma pedra. Mas neste caso o Amilhadoiro coincide com o que noutros coussos levaria o nome de pereira ou pedreira ou pedral, local de pedras, o que dá ideia de que o funil de caça seria um muro de pedras.
Mas também é possível entendermos o transfundo da peregrinação coa pedra. Como há ser explicado, entre cousso e couso há um caminho o primitivo caminho (paleolítico) que une em rota os coussos de uma região. Quando as pessoas chegam a um novo cousso, apanham a caça, mas também reparam e recompõem o cousso, com pedras na sua parte mais forte, nos bicos e fundo, e com sebe muro de terra nas suas partes que requerem menos parede.
Assim oeste do Amilhadoiro da Casa do Gado, está o Amilhadoiro de Senim, no que é o caminho do norte, Amilhadoiro de Senim de Carelhe que está no caminho de peregrinação chamado do Norte, a Compostela.


Amilhadoriono de São Lourenço de Carelhe (Sobrado dos Monges) na parte leste da imagem.


Amilhadorio no Teixidelo /Teixedelo (Régua, Cedeira).



O Milhadoio de Santa Maria de Viduído (Ames)


Humilladero em Villar de Ciervo (Salamanca)







Milhar no beco leste de uma estrutura de caça em Santo André de Teixido (Régua, Cedeira) que é um amilhadoiro.



Quanto à Caça/Capsa do Gado: Gado poderia ter este fio:
Um nome do matachim do gando, que ajuda a percebermos a génese é o de gandalheiro, onde o lexema gando leva modificadores, assim gadalheiro virou em vadio ou pessoa relés, rateiro, com formas como gandalhão (-ám), gandalho.
Que nos leva a um gandalheiro "amo" geridor do conjunto de pastores, o gandalheiro que ordena sobre os gandalhos que caçam em bando ou cuidam em bando o grande rebanho.
Reparando em gandalho, vemos que por uma parte tem relação com gandada "camada baixa da sociedade" e sinónimo de bandalho.
Então aqui, neste conjunto de palavras do gandalheiro e do bandalho, ficaria o aspeto pejorado da antiga função do briugu, mas com os elementos claros da sua estrutura administrativa do gando.
Com uma hipotética forma primária *wand-.
De onde gando e bando, poderia vir de uma raiz tal que wand-
Onde há uma troca g / b, que poderia estar indicando a linha p- e a linha k- do antigo céltico ou indo-europeu.
Assim o par primário kando / pando estariam hoje no par gando / bando.
Da raiz *wand- teriamos: banda, no espanhol panda e pandilla, manda (cardume de sardinhas, volume, conjunto, feixe), gand-
Da raiz *wanada: manada, ganado.
Assim já é percebido polo quê a banda é sinal de mando, sendo a primeira banda a fita do bornal do pastor.
Mais sobre mand- neste outro estrito: Mundo.
O mandar e o mando dizem sair da raiz de mão, mas isto abre outra hipótese ao mandato como saído do *wand-
Lituano bandà "rebanho de vacas".
Sânscrito बन्दी (bandí) "captivo, prisioneiro".
Sânscrito मुण्ड (mund) "rebanho de vacas".
Sânscrito बन्ध (bandha) "feixe de cousas unidas; encerrar".





Quando de velha é a Coussa? Um intento de cronologia:

Cousso nas freguesias de São Pedro da Porta e São Miguel de Codessoso (Sobrado dos Monges) que daria resposta à pergunta: "quanto de velha é a coussa?"


Na boca do cousso existiu um chouso, com o seu bico toponímico "Picha" e com o seu curro circular na ponta "Zarrinha".
Compare-se com os chousos para renas, tema que foi alargadamente tratado em "A nespra e o bispo".

Sistema de cercados para gestão de um rebanho de renas





A existência de uma vedação pecuária identificada como neolítica, que tapa a boca do cousso e que o inutiliza, permite dar uma reposta relativa à antiguidade da Coussa: como anterior ao neolítico pastoral.

Podem ser observados dous hipotéticos coussos que perderam a sua função ao subir o mar (como o apresentado arriba de São Cristovo de Brião):


Dous hipotéticos coussos em Mugardos, como será visto neste blogue apresentam umas das formas e variações das suas formas, dos seus cornos, frequentes, mas também um deles apresenta duas sedes de freguesias em cada bico ou corno, como tantos outros que serão apresentados.


São Pedro de Benquerência (Barreiros), também outro chousão que a subida do nível do mar poderia ter "inutilizado"; pode ser visto, no seu lado leste, como um novo bico teria sido habilitado, criado. Repare-se no nome do bico que dá ao mar como Fontela, que será intentado dar uma origem mais adiante.


Para a subida do nível do mar há diversas gráficas entre elas:








Isto daria-lhe a estes coussos da beira mar que datações? No caso dos coussos de Mugardos, avaliando a profundidade da ria, e o terreo que teriam que ter das suas bocas à frente para considerá-los funcionais:


Para serem funcionais obrigaria a um passado no que o rio de Júvia corresse polo mais fundo da ria sem maré inundante, bacia fluvial que estaria nos vinte metros por baixo do nível do mar atual, o que levado às tábuas: levaria à pensar que a sua funcionalidade foi no sétimo ou nono milênio antes de Cristo e evidentemente poderiam ter sido funcionais antes.




Esta grande vedação em forma de cousso de Catuveira com o tempo transformou-se em duas grandes chousas. ao avançar a domesticação, conservando o nome de Bubelo:


Mas como foi visto os nomes toponímicos que definem com claridade as partes funcionais dos coussos semelham latinos. Como se entende isto?
Uma estrutura do neolítico inicial como pouco, e se quadra paleolítica, com nomes de aparente raiz latina?, que quando Roma invade este território, a sua função já teria desparecido bem milênios atrás, e nomes de um substrato céltico de um nível temporal paleolítico ou mesolítico?
Dão a ideia de que tanto Catuveira como a Velaja, como nomes paleolíticos ou neolíticos, pertenceriam à mesma época e cultura, ao substrato indo-europeu.


Confrontando a Catuveira de São Vreijo de Queiroãs com outra Catuveira próxima em Santo André de Zarracós (na Merca):





Então cousso é latino?
O hitita ajuda e esclarece muito com a palavra akkussa- / akkusa- "fojo para caçar animais", que quebra a etimologia latinista de cursum e capsum para todos os coussos e explica os porquês do topónimo atravessar as épocas ainda tendo alguns coussos desaparecido a sua função já no neolítico.

Também poderia ser que o gaélico cuithe "armadilha, fojo para caça," poderia ser desta raiz.
Cuith no gaélico escocês com o significado de parapeito de terra, valado de terra, cômaro, trincheira, também cuidh no gaélico escocês como vedação para o gando, poderia ser que tivesse o corrimento de significado desde o fojo, a armadilha para caça até o cerrado para gando.
O basco kutxa "arca, caixa" teria relação com isto, isto ajuda a compreender um conjunto de palavras galegas das que seria percebido o significado inicial, raiz de acocho / agocho / cocho / cucho, cuchitril ....

Não é negado que alguns cursi do tempo romano derivassem em cossos / coussos, ou aqui fossem chamados de coussos mas alguns coussos, aqui apresentados, quando Roma invade a Gallaecia , há muitos indícios que levam a pensar que já havia milênios que não eram funcionais, que não serviam para a caça.

Esta palavra velha hitita, 
akkussa- / akkusa-, de um idioma do segundo milênio antes de cristo, também ajuda a dar uma cronologia "mínima" a alguns dos coussos galegos:


Que a palavra-conceito "cousso / coussa" seja compartilhada polo hitita akkussa / akkusa, dá-lhe uma probabilidade de poder ter uma antiguidade do sétimo milênio aC, ou anterior.
(Imagem tirada de "Indo-European, Atkinson & Gray and the culture fitting game")

A palavra sânscrita कोष (kosa) / कोश (koza) está nesta linha etimológica com os significados de "caixa, contentor, estojo, armazém ..."
Já outro idioma fora do indo-europeu partilharia esta raiz, como é o finês com a palavra ansakuoppa, formada por ansa-kuoppa "armadilha-fojo", de onde kuoppa viria de uma palavra proto-finesa *koopa que poderia estar perto do akkussa hitita, da kutxa basca, mesmo da copa como cavidade?
Estamos a falar de uma técnica paleolítica de caça daí a possibilidade de que a raiz estivesse mui estendida e fosse muito antiga?

Cousso de Ligonde (Moterroso). Este couso no seu bico norte tem o nome de Curro Velho, no seu corno sul: o nome de Vendas, Vendas de Narom / Narão. Curro Velho teria começado sendo um posto de caça, e passou a vedação pecuária, da mesma maneira o corno sul acabou sendo uma venda pastoral.


Ventosa e ao seu leste no cruzamento da Lagoa, Cruz da Ventosa, em São Mamede de Momão (-ám) (Germade).







Ventim em São Mamede de Larage (Cabanas), com toponímia já analisada como pecuária neste blogue, os Quintos, Pedreiras, Cortinha.




Ventim  em um cousso evolucionado a "granja" neolítica, estruturas similares podem ser vistas no escrito Goriz. A destacar o nome no beco leste de Mondelo, topónimo que foi analisado já neste blogue no escrito Mundo.
Já Chacim, lembra a chacina "abate" e "carne seca". Aparentado com uma hipotética forma latina  *siccina.
A chacina "carne seca" tem em castelhano o nome de cecina, no galês cig significa carne, com o bretão kig carne também. De uma raiz proto-céltica suposta *kīkos, que lembra a palavra chicho "pedaço de carne", com variantes como chicha, sixa, xixia; asturiano chichu.
Outra hipótese teria a ver com a raiz casa, caça, na mutação da consoante inicial *chasa / *chaça. topónimos de raiz casa, tão frequentemente associado aos coussos.
Chacim de São Lourenço de Verdilho (Carvalho)


Vendim de Cospindo (Pontecesso) onde podemos observar que se repete o topónimo pecuário Quintos, o nome de as Bouças também significativo, e onde podemos observar em um dos cornos de caça o nome de Poça da Bouça e os Posadoiros, talvez os Poçadoiros.








Grande cousso nas freguesias de São Pedro da Balsa, Santalha de Alfoz e Santa Maria do Monte (Triacastela).



Os Coussos em Muimenta (Cospeito) com os nomes nos bicos, lado oeste: Regueirinha e lado leste o Poço. Relevante também o topónimo Nasseiros.

O Cousso em Santa Eufêmia de Vilar Mosteiro (no Páramo) Com o microtopónimo Caussa (talvez gralha?).


O Cousso da freguesia de Ínsua (Ortigueira), poderia ser visto que o seu perímetro foi modificado até duas vezes no seu lado sul.

O Cousso de São Jião de Mandaio (Oça dos Rios-Cessuras). Este cousso de caça encaixa um cousso geográfico.





Cousso de Santo Estevo de Furis (Castro Verde), grande cousso que tem o chamativo topónimo Açoreira num dos seus cornos.
Açor é uma palavra de etimologia discutida, associada com accipiter latino.
Por uma forma vulgar *acceptor e daí *acc'ptor *actor, mas já no latim como astur, e no grego como no castelhano antigo adtor, no catalão e ocitano astor, no italiano astore, no francês autour, no francês antigo hostor, no sardo istore...
Poderia ser pensado que cada uma destas asas, azas laterais seriam em nome latino vulgar acceptor?
Desde o galego açorar, açoronhar ou açorejar, com o significado de assejar, espreitar; mover-se incansavelmente num lugar, agitar-se; incomodar, apressurar.





O Açor em Santa Maria de Manhão (-om), onde o cousso de caça ainda é evidente na conformação cadastral. A destacar no seu beco norte: O Couce.







Eira do Açor em São Marcos na freguesia de Bando (Santiago de Compostela). A destacar o que é comum em um dos seus becos há um local religioso, a capela a São Marcos.


Terras e casas de nome Riaçor em Santalha do Alto (no Corgo) ao sul de um hipotético cousso com a forma comum e com as sedes de duas freguesias em cadanseu beco: Santalha do Alto a oeste, e São João de Trasliste. A ideia topográfica seria que o topónimo Riaçor teria sido "rio (do) açor", sendo açor o cousso de caça passiva.
Aqui uma visão para ver a sua situação:
Chama a atenção o castro na boca, entendível que durante o Ferro e possivelmente no Bronze esta estrutura era já obsoleta. 








Riaçor em Brântuas (Ponte Cesso), em um cousso que já pode ser um sistema para gado em semi-domesticação. Riaçor são umas terras na ponta do beco do oeste:







Riaçor em Santa Maria de Cuinha (Oça-Cessuras) terras com um regueiro por trás de uma estrutura que corresponde às linhas de um cousso de caça, ou como foi apresentado também com o nome de um açor toponímico. No seu interior há o microtopónimo Aspra, que poderia ser modificação de *aspera, espera.



Riaçor na freguesia de São Gião de Almeiras, com a sede da freguesia em um dos becos do cousso e o outro beco com o nome de Cata, que neste escrito é analisado indiretamente com toponimos como Catuveira e similares que aparecem nesse beco.



Riação (-om) de Santa Marinha de Veascós (Carvalhedo). Podem ser observadas diferentes variações dos seus becos. A destacar o microtopónimo Bubelas, que aparece noutro cousso anteriormente analisado, e que foi alargadamente tratado no escrito "Bubelo".



Mas desde o sânscrito pode ser percebida a gênese melhor com a palavra astaअस्त (asta) jogado fora, marcado, deixado de lado, lançado, expulsado, desistido. Fim, desaparição, pôr do sol, perecer, declínio, morrer, ir para o lar eterno, cair, casa.
अस्ता (astā): frecha, míssil, objeto arremessado para matar ou ferir. Aqui estraria o latim hastaastula / assula "estela / estilha" e stillus.

Nos coussos diversos analisados é frequente o topónimo de base telha, tipo Telheira
Guilhareu de São Vicenzo de Cúrtis (Vila Santar), com a forma de cousso de caça, e toponímia de base telha, hipoteticamente *still, onde o estilhaço de uma rocha seria um estela, *stella, assim no asturiano e acho também no galego, un teyu ye una piedra plana. O que nos levaria a pensar que estes coussos estariam murados de lajes ou chantos, pedras planas. Assim o telho é o testigo do marco, uma pedra plana ou pedaço de telha que é posto por cada um dos testantes na base do marco divisório.
Mas outra hipótese ligaria com o protoindo-europeu *telh₂- "terra". Confronte-se com tilha "montão de terrões das cavadas, sendo estas primárias tilhas toponímicas e as tais telheiras/tilheiras: valos de terra.
Confronte-se com Telhado na freguesia de São Vizente das Negradas (Guitiriz):




Freguesia de Telha (Ponte Cesso) com a forma de cousso típica.










Os Telhados na freguesia de Nogueira (Sobrado dos Monges) fazendo parte de um hipotético grande cousso, com toponímia indicativa como Rande, explicada mais abaixo. Com nomes nos seus bicos ou cornos como Cruz da Laje e Lucho a sul e Pereirinha (já analisado neste blogue no escrito a Nespra e o bispo) e também Freirã, talvez lugar da freira (a confrontar mais abaixo com o explicado sobre Orraca, e no escrito mais pormenorizado sobre a Orraca).







Fonte da Telha em Santa Maria de Cambre, dando nome a um dos cornos do cousso de caça.
Topónimos relevantes são o do fundo do saco do cousso como a Horta, no lado da Fonte da Telha, onde não há nascente de água, Caminho das Pedreiras, e a Caniceira, no corno sudeste: Meijigo (analisado neste blogue no escrito Ameijoar na ameijeira), e um enigmático Casal que faz pensar em caçal "local da caça" ou "local da capsa", em outras partes deste escrito também mostrado.
Uma pequena análise de Fonte: 

É frequente o nome de fonte e derivados nos bicos das chousas e dos coussos de caça, neste escrito saem alguns exemplos.
Fonte é pensada uma nascente de água ou mesmo águas conduzidas a esse lugar, mas em muitos casos não há fonte de água nenhuma no lugar.
Fons, do latim, tem uma etimologia que antes do que com auga tem a ver com fluir com correr. Fons é relacionada com o sânscrito  धन्वति (dhanvati), “fluir,correr”, com  धन्वन् (dhanvan) "arco".

Então o cousso de caça no final de cada bicos ou corno, costumaria ter um poço, um foxo com auga ou sem auga.
Fontes na ideia de hoje de fonte como nascente, manantial, viria desse foxo inundado que permitira melhor a caça passiva, mas também analisando os tantos coussos: os bicos estão desenhados para acabarem alguns em terrenos branhentos onde o animal a caçar se entalaria, seria-lhe mais dificultosa a corrida.
Também se comparamos os coussos galaicos com os coussos achados nos desertos do Oriente, muitos estão em lugares húmidos, que atraem os herbívoros, abertos a veigas e várzeas de pequenos córregos ou rios.
Então desde a ideia paleolítica a "fonte" toponímica dos coussos de caça reuniria conceitos hoje dispersos, mas que percebendo a sua função estão ligados e dão a raiz:
Fonte como tabuleiro de alimento.
Fonte como nascente.
Fons e o sânscrito  धन्वति (dhanvati), “fluir,correr” lugar da corrida dos animais a caçar.



Este é um Cousso toponímico na freguesia de São João de Rio (concelho do mesmo nome), onde é possível dar com duas Fontes toponímicas, uma aparentemente no seu fundo de saco Fonte da Estrela (sobre estrela está escrito mais abaixo) e outra a Fonte da Crica no seu corno ou bico sudeste (onde crica também reúne a sua polissemia, mesmo na ideia de Orraca/Freira que nesses lugares do cousso costuma aparecer toponimicamente). O topónimo Avelaído como demarcatório, como sebe (mais longamente desenvolto no escrito Avelã) e no bico noroeste o nome de Pena da Vaca.
Crica é nome da vulva, mas também seria do rego limitante, por exemplo no gaélico escocês crìoch, gaélico antigo crích, do proto-céltico *krīkʷā  "rego, sulco, vala, fronteira".



Aqui outra Fonte da Estrela neste caso em São Simão de Ons de Cacheiras (Teu). O nome da freguesia é indicativo da caça, de cachar. A Fonte da Estrela ocupa um lugar semelhante à da São João de Rio, no fundo do saco. A destacar que o regueiro que corre polo seu lado oeste é de nome Telha. No corno norte está a aldeia de Constela (faz pensar em costela, protoindo-europeu *h₂óst "osso", podendo ser percebido como um lugar onde dada a ancestralidade poderia ter havido um monte de ossos ao modo dos cuncheiros do Bronze-Ferro, mas aqui de muita maior ancestralidade e duração no tempo. No lado sul: Ossebe que poderia ter a ver com osso ou com sebe. Nos bicos ou cornos do cousso pecuário costumam aparecer topónimos de base no conceito osso que mais adiante serão vistos.






Por coincidências ou polo que for, imagem de um hipotético cousso com o nome de Estrela no seu fundo central (Lisboa).


Sobre a estrela e o estar:
आस्था (āsthā) zelo, atenção, cuidado, meio de subsistência, lugar de permanência, esperança, suporte, estado, assentamento, apoio, suporte, consideração, confiança.
Para Pokorny, ast(h) /ost(h) teria que ver com osso (ɔ), ainda que podemos observar haste e hasta e o castelhano asta como "chifre, ponta, lança", sendo das primeiras pontas de lança ossos afiados.
Poderíamos pensar que todos estes significados sânscritos vão sendo derivados do lugar da caça no cousso, da caça que é feita nessa esquina do cousso, haste / hasta, que por deriva gera o resto de significados.
Astuto, agudo, bom caçador, astutus derivado de astus "astúcia, estratagema, truque". Astus liga o estar com caçar, dando a ideia da espreita.


Nas Ilhas Britânicas este sistema de caça de topónimo ast- ainda pode ser observado na paisagem:


Aston na freguesia de Aston-cun-Augton (município metropolitano de Rotherham em South Yorkshire, na Inglaterra) com a típica forma de -mil ou cousso.



"ASTON, a township in that part of the parish of LYDHAM which is in the lower division of the hundred of MONTGOMERY, County of MONTGOMERY, NORTH WALES.
Podem ser observadas ao igual que nos coussos galaicos diferentes modificações, e mesmo um cousso reduzido. Aston fica no beco oeste.


Aston ou Aston-by-Sutton, aldeia e freguesia de Cheshire West and Chester do condado de Chesire, Inglaterra.



Quer dizer estes coussos de caça toponímicos são uma mostra física de um desenvolvimento léxico e de significados de uma raiz ast(h) / est(h) /ost(h). Numa ideia de caça paleolítica à espreita.
Sobre ost(h), observe-se abaixo Leiloio, com o microtopónimo Osseira, e o desenvolvimento de hoste e hostal, ostium boca entrada.
Também poderia ser percebido como lugar onde teriam sido acumulados os ossos dos animais mortos, a jeito dos grandes empilhamentos pré-históricos nas chairas de América do Norte.

A forma de "cousso" aprece em diferentes lugares da Galiza, neste caso na freguesia de Santa Maria de Leiloio (Malpica de Bergantinhos). Com topónimos a destacar como:
Osseiro, lugar onde haveria ossos?, pola acumulação de restos animais, como um "concheiro" de ossos.
Pedrosa como lugar primário habitacional, muro de pedra, tratado noutros escritos de este blogue.
O interior com o nome de Trémoa ou da Trema no sul, de tremedal lugar branhento, também no interior com o nome de Branho.
O seu bico leste com o nome da Fonte da Trémoa, e Belcha da Tremoa, onde o céltico bel "boca" ou por uma relação entre belfo e belcho.
Então este hipotético cousso liga com coussos do deserto que abraçam lugares onde há algo de vegetação, de humidade. Uma paisagem climática que nos levaria neste caso aqui visto a uma época glacial ou pós-glacial.











Santa Maria de Oça (na Crunha), pode ser visto um grande cousso de caça passivo e como esse cousso sofreu modificações, talvez para captura já de animais não selvagens mas já em exploração semi-domesticada, confronte-se com os coussos de nome Orros mais abaixo.







Oça Velha  (Carvalho)



São Pedro de Oça ou Oça dos Rios pode ser observado que tivo diversas modificações, que o Castro posterior no seu lado leste poderia ter apagado.




Ast- que é o lugar de estar "sediar" e que derivaria no estábulo?
Poderia ser percebido que o primeiro estábulo do primeiro pastoralismo fosse a esquina de um cousso onde os animais semi-selvagens seriam acurrados para o seu maneio, e onde o cousso seria utilizado para atrapar com relativa frequência o rebanho cuidado nesse primeiro passo da caça ao pastoreio ou cuidado de animais selvagens ainda não domesticados.


Assim o nome do burro em basco teria relação com isto aos ser chamado de asto; o nome do cavalo garanhão no inglês stallion estaria também nesta estrutura de caça, cuidado, guarda de equídeos selvagens no início do seu aproveitamento pecuário.
No persa antigo 𐎠𐎿 (a-s /asa/) , no sânscrito अश्व (áśva), no avéstico 𐬀𐬯𐬞𐬀‎ (aspa),  antigo armênio հասբ (hasb) / էշ • (ēš), todos eles com o significado de cavalo, no lituano ašva "égua", no basco asto, no inglês ass










no córnico antigo asen "burro", no gaélico antigo asan "burro" asal "burra"no latim é de ressaltar asellus como diminutivo irregular de asnus.
Então poderia ser percebido que o asno, e esta família dos cavalos, estão ligados como esta estrutura de caça *ast-/*ass-/aç-?
Este tema já foi tratado mais alargadamente no escrito "Ansa".


Grafia suméria da palavra transcrita como ance ou anše, letra š que é usada na transcrição da escrita cuneiforme para representação dos fonemas /ʃ/ ou /t͡ʃ/.







Sumério 𒀲 com o significado de asno, cavalo, equídeo qualquer.
Este caminho etimológico está pouco transitado,  esta palavra-conceito anse aparece no sânscrito हंस (haṃsá) foneticamente /ɦɐ̃.s̪ɐ́/ que entre outras cousas nomeia o cavalo.
Também no hitita anšu:
Para a língua hitita 
anšu é burro, e cavalo recebe um nome derivado do burro ANŠU.KUR.RA, literalmente: "burro montanha".

Destacar esta palavra galega não dicionariada, para fazer-lhe levantar uma pata a uma cavalgadura, bate-se-lhe nela e com impulso ordena-se-lhe: "ansa!"





O fojo dos lobos de Xertelo, em Cabril (Montalegre), tirado da página do facebook Baldios de Cabril.


Esta prática de caça de equídeos, a estrutura pecuária explicaria o doblete inglês ass "asno"  e ass "cu"?, a estrutura é um cu, um buraco, e serviu para capturar o asno?



Localização de Assados.
Santa Maria de Assados (Rianjo). Grafado também Asados.
Asalo / Asaro em São Tiago de Mens (Malpica)










Asorei de Riba e Asorei de Baixo (talvez Açorei  / Assorei), na freguesia de Santa Maria do mesmo nome (Vila de Cruzes). Assorei tem uma estrutura como a da Açoreira anteriormente vista,  numa das suas esquinas (na sudeste) está a igreja, como noutros casos.
Seria possível que stella, e ᾰ̓στήρ (astḗr) "estrela" estivessem relacionadas com este lexema de agudeça aç- / ass- / ast-?


A Açoreira em São Martinho de Tabeaio (Carral), a aldeia com o nome da Açoreira histórica, está no bico, a ponta, oeste do cousso leste. 



Açoi de Santa Maria de Dordanho (Cessuras).









Astureses em São Julião do mesmo nome (Boborás). Astureses é pensado vir o nome de gentes asturianas que ali assentarão, mas Astureses tem a estrutura típica de um cousso dos aqui mostrados. Assim as gentes asturesas são as gentes do *astor, *açor, um cousso primitivo do inicial pastoralismo que serviria para reunir, recolher o gando semi-selvagem, semi-domesticado do monte de Batalhás, do monte do Castelo.




Asteire de São Salvador de Toirão / Toirám (Lâncara). Neste caso Asteire aparece como um cousso orográfico, como o de Mandaio.



Astariz na Freguesia de Santa Maria do mesmo nome (Castrelo de Minho). Onde o sufixo -iz segundo a etimologia mais divulgada levaria a pensar num topónimo germânico, mas a estrutura delata que possivelmente seja um cousso, e o -iz de Astar-iz apenas uma sufixação genitiva de *astar- /*astra-.

Astariz de São Martinho de Caboi (Outeiro de Rei)
Situação do cousso de Astariz de Caboi

Astrês da freguesia da Puríssima Conceição de Vilar de Astrês (Ourense)





























Astrar em São Vicente de Pedreda, Lugo. Podemos observar a forma típica de cousso, e por exemplo o topónimo Agro dos Coussos corroborando. com o rio Fervedoira correndo na sua boca, posição que é comum em mais coussos.Podemos reparar que no seu lado oeste, onde está o microtopónimo Mouração (-ám), está o castro que "modificou" o cousso anterior à sua construção.

Por exemplo outro Astrar em similar conformação



Astrar  da Santaia de Arca (no Pino). Aqui salientar a ermida de Santa Irene em um dos seus becos, como costuma ser habitual o local religioso nesta estrutura de caça ocupa o lugar do foxo.




Astrar de São João de Santa Comba (Agolada). 



Astrai de Mesia, a sua evolução, as suas modificações, podem ser observadas, assim como talvez com a semidomesticação apenas ficou o Amil.



O Az na freguesia de São Cristovo do mesmo nome (Rodeiro).






A Az em Santa Maria de Ousende (no Savinhão). Neste caso o cousso é de um só corno.



Petróglifo datado no bronze chamado “the antenna” em Terekty Aulie (copiado de  https://pages.vassar.edu/central-asia-sites/ desenho de Samashev et al 2000)

Qual é a razão que esta forma represente a letra A?
Por vezes a razão é dada no neolítico por ser A semelhante ao arado visto polo arador desde cima, com as aiveacas laterais e o ameijelo como barra transversal.
Mas neste caso o cousso mais simples, a Az toponímica, tem forma de A, de cousso paleolítico.
Assim:


Esta escrita aparecida no Alvão é tida por oopart, pois teria uma antiguidade de mais de 6000 anos, contemporânea da aparecida na atual França em Glozel.
Esta foto foi tirada no Museu Arqueológico da Sociedade Martins Sarmento de Guimarães.
Os signos são semelhantes aos dos diferentes signatários, (alfabetos) conhecidos como escrita paleo-hispânica.
"Eles [os turdetanos] são considerados como os mais cultos dos iberos. Utilizam a escritura e tenhem, como testemunha da sua antiguidade, crônicas, obras de poesia e leis em verso que segundo eles têm seis mil anos". Estrabo (Geografia 3, 1, 6).
A letra gótica 𐌰 tem o nome de ahsa ou aza.
Então percebe-se que parelha à ala "asa, flanco" latina exista a aza / asa galaica "asa, flanco".



















Estrutura muito similar aos coussos aqui descritos, na freguesia de São Martinho de Loureiro (Sárria), que aproveita a orografia do terreo.



Superposição aproximada a escala entre o cousso do altiplano Ustyur e estrutura orográfica da freguesia de São Martinho de Loureiro.
Os cousso Ustyur tem uma distância na boca de ponta a ponta de quinhentos - seiscentos metros, enquanto a boca do suposto cousso de Loureio tem novecentos.



Voltando ao cousso toponímico
Vão diferentes imagens de uma mesma zona:



























 Arriba é uma vista do sistema de chousas na freguesia de Santa Maria de Álvare, na Pastoriça. 

Relevante também a toponímia Cousso imediata à grande chousa.

O cone do primitivo cousso e posterior chousa pode ter uma semelhança com os coussos de caça do planalto de Ustyurt.

A hipótese é que o cousso de caça foi aperfeiçoado e agrandado até levá-lo a ser uma grande vedação onde o gando semisselvagem seria confinado. No hipotético caso aqui desenhado seria vedada uma área de aproximadamente cinquenta hectares, o que permitiria a vida de cinquenta animais sem necessidade de alimento trazido de fora.




Santa Maria do Cousso de Límia.



Recapitulando:
Poderia-se ir entendendo que o passo do Paleolítico ao Neolítico no tocante à pecuária não teria sido um salto, mas uma continuidade, e que essa continuidade teria ficado gravada na paisagem da Galiza.




Para dar-lhe umas voltas:


A Pousa na freguesia de Santalha de Caneda (Monforte de Lemos).

A Pousa de Caneda está em uma estrutura semelhante aos coussos anteriormente vistos. Coincidência? Ou variação celta-q / celta-p: coussa / poussa?
Isto levaria a pensar que o cousso teria por par o poço e o fosso, palavras com uma raiz comum protoindo-europeia.
Desta família entre o poço e o fosso estariam o grego bizantino φόσσα (phóssa), o arménio antigo փոս (pʿos) "fosso, rego, canal", o latim puteus.
Da família do cousso e akkussa estaria o gaélico cuithe?


As Puças de São Martinho de Beariz (Santo Amaro) numa estrutura similar aos coussos toponímicos anteriormente vistos.




Pereiras toponímicas que teriam sido Espereiras: A Pereira de São João de Abence (Póvoa do Brolhão/Brolhom).



Coussos e armadas:


Coussa de Donalbai (Begonte). Podemos ver duas estruturas, um cousso menor, e um maior. Na sua banda do oeste um campo tumular.
Um castro aparece dentro do grande cousso, na sua tipica estruturação ligado diretamente com a atual igreja. Isto pode fazer ver que o cousso foi anterior ao castro e que na altura da sua aparição, o cousso teria perdido a funcionalidade.
Topónimos relevantes como Hermida ou Armental, são descifrados aqui referenciados ao cousso, assim:
Hermida é pensado ter a origem no grego ἐρημίτης (erēmítēs) com raiz em ἐρῆμος (erêmos) 
"soidade". Mas neste caso da Hermida / Ermida de um cousso, mais teria a ver com a ideia de hermético, fechado, do grego antigo  ἕρμα (hérma), “pilha, montão de pedras; coluna, piar”.
Agora é doadamente entendível que é no lugar ermo onde a armada, o cousso de caça passiva, é construído. Então poderia dar-se o caso de haver um deslocamento léxico de armada a ermada, de espaço de caça passiva com cousso a espaço desabitado.


Françomil de Santa Maria de Sendelhe (Boimorto), um cousso que tem um caminho que o corta e faz perder a sua função.. A destacar que a encosta de território do seu lado leste tem o nome de Esmoriz, tida por evolução de *Ermoriz, o que desbotaria o sufixo -iz/ -riz como exclusivo germânico.



Esmoris de Fisteus (Cúrtis), remetendo a um possível *Ermoriz, "do ermo", neste caso "do cousso".

São Jilhão de Esmoriz (Chantada). Com toponímia frequente. Comentar o topónimo leste Viana, como via, veia, veio.


A Esmoris em São Lourenço de Verdilho (Carvalho).




Esmourique de Santaia de Cúrtis (*ermourique?).


Armental, teria a raiz em armentum, rebanho de vacas, a etimologia indo-europeia proposta para armentum seria da união dos lexemas *h₂er- + *-mn̥ + *-teh₂. Onde *h₂er- teria o significado de unir; *-mn̥ daria a ideia de ação; este lexema protoindoeuropeu ou mesmo anterior: *-mn̥, daria no grego -μα, no latim -mentum, no galês -ma  (lugar, estado ou ação), no galego o sufixo átono -mo (édramo, légamo..., como lugar ou como aumentativo) e nas línguas fino-permianas (urálicas) da que procede o sámi *-men com a ideia de lugar; segundo isto descodificado desde o galego topónimos de base Hermo / Ermo seriam o lugar do her-, er-.
*-teh₂: indica um estado de ser. Então armentum seria descodificado como o lugar onde é, onde acontece, a ação de *h₂er- "reunir".


Hirvenydh em Pluwnonn (freguesia anglizada como Altarnun) na Cornualha.
Hirvenydh hoje decodifica-se como hir "longa, alta" e venydh, lenição de menydh "montanha".
Esta imagem permite observar que Hirvenydh, marcado com * na foto aérea e no Lidar, não é nenhuma montanha longa nem alta.
Hirvenydh tivo os nomes de:

Ermenheu 1086 (Gover, 1948)
Hirmeneu 1086 (Gover, 1948)
Hirmene 1187 (Gover, 1948)
Hyrmene 1194 (Gover, 1948)
Hyrmene 1348 (Gover, 1948)
Harmene 1321 (Gover, 1948)
Hermena 1362 (Gover, 1948)
Hervyna 1415 (Gover, 1948)
Ervena 1415 (Gover, 1948)
Harvene 1422 (Gover, 1948)
Harvena more 1573 (Gover, 1948)
Atualmente anglizado como Halvana.

Hirvenydh poderia ser hirven-ydh sendo -ydh sufixo de agente tipo carpint-eiro.
Já noutro escrito sobre o nome Ervan / Erbin foi apontado que poderia estar aparentado, serem da mesma raiz com diferente pronuncia, como Ermin (Hermes)
Poderia haver  uma relação do topónimo achado nestes espaços com a raiz de ermida, protoindo-europoeu *h₂er- + *-mn̥ , talvez *h₂er- + *-bn̥:  h₂ermn̥ /*h₂erbn̥.

Treverven, trev-erven na freguesia de 
Pluwveryan (da freguesia de nome inglês de Saint Buryan).
Trev-ervem = Trev-ermen "lugar do ermo?"

... Again, St.Ervan, eleven miles north by west of Bodmin was called [Ecclesia] Sti Ermetis (1257, 1309, 1361), Sti Hermetis (1288). in A WELSH CLASSICAL DICTIONARY - National Library of Wales


Synt Ervan, Pluwervan. Forma de cousso e toponímia condizente. Um hagiotopónimo que oculta trás de si, como outros que achamos neste blogue, uma razão de nome topográfico e de uso ancestral, h₂ermn̥ /*h₂erbn̥. "lugar da reunião".
Então a divindade Hermes é decodificada como o h₂ermn̥-ēs, o do lugar da reunião en forma adjetivada, o reunidor, neste caso do gado, daí a lenda do roubo de gado e posterior associação com o pastoralismo.
Este lugar levou os nomes de:
Ermete 1208
Sanctus Hermes 1210, 1258, 1291
Sanctus Ermetis 1275, 1333, 1348, 1349, 1366
de Ermet' 1327
Seint Erven 1397
Seynt Ervyn 1474
Erven 1535
St Eruan 1584
St Tervan 1727.










Ermental na freguesia de Porçomilhos (Oça dos Rios) dando nome a uma estrutura em cousso, talvez evolucionada a granja neolítica.









Então o rebanho armentum  latino teria nascido de um agrupamento de animais dentro de um cousso de caça. Entendendo-se que os animais selvagens, uros ou bestas, capturados dentro de um cousso, acabárom fazendo o rebanho doméstico com o devir do tempo.
Tanto Hermida como Arment- podemos observar que estão também neste outro hipotético cousso para caça passiva entre as freguesias de Armentão e Lanhas (Arteijo):





Ermesende na Seabra, grafado à espanhola como Hermisende, com a típica forma de cousso. No seu lado leste a igreja paroquial, como é comum nestas estruturas, também com o topónimo Pereira; e no lado oeste em situação similar: a rua da Capela e o comum topónimo que acompanha estas estruturas Fontainha, não tanto na ideia de fonte como nascente, mas fonte na ideia protoindo-europeia de correr. Ermesende descodificaria-se como "o ermo da senda, o cousso do caminho". A salientar que os terreos do interior do "ermo" levam o nome de Garcia, podendo pensar numa pessoa de tal apelido dono do lugar ou numa das suas hipóteses de significado etimológico de garcia como chuço, estaca




São Martinho de Armental (VilaSantar) com a estrutura de couso.


Armental em São Tiago de Gomelhe (Guntim), também com forma de cousso e toponímia chamativa.


São Pedro de Armentão (Arteijo). Destaca o topónimo Roiris.











Armenteiros na freguesia de São Tiago de Esperante, como no caso de Armental de VilaSantar tem associado o topónimo Pácio/Paço do palatium anterior ao pecuário, de caça. Também para destacar que em ambos  os "cornos" do cousso há o topónimo Outeiro, a leste Outeiro como nome de povoação e a oeste Outeiro como microtopónimo. Ambos os lugares conservam a roda.
Estes outeiros, suspeitosamente da continuidade paleolítica, podem ter a ver com altarium, lugar alto mas também lugar sacrificial, e por sua vez com lugar de saída da armada, da grande armadilha, do cousso, onde estaria a palavra de raiz germânica out, com o par galaico uch- ucheira "buraco, porta"





Armento, armada, armadilha, ermida teriam então a mesma origem sendo *h₂er- "juntar".
A presença desta toponímia, Hermida, Armental, como já foi explicado com o caso de cousso com o hitita akkussa, quebra a ideia do latim como origem toponímica neste lugar, pois a estrutura de caça foi paleolítica-neolítica, e os seus nomes chegárom até hoje decifráveis gravados nos topónimos ancestrais.
Quer dizer o arment- toponímico não faz referência ao pastoralismo, mas à caça, a um estado pré-domesticação.
Segundo isto a primeira arma, seria um "cousso" uma armada, para depois dar nome à ferramenta de matar? Na Galiza armar, é criar uma "armadilha", arma-se-lhes às troitas ou ao poroco-bravo.
O que daria ideia de que a primária arma foi armadilha, armada, uma estrutura para caça, antes do que algo que se arremessa, corrimento léxico que acontece com o animal dentro da armada, do foxo de caça







Ermelo (Bueu) com o topónimo de Cruz da Esculca.
À palavra esculca é-lhe dada uma origem germânica cognada do inglês skulk: Isto levaria a pensar numa origem indo-europeia?


Ermelo em Pentes (A Godinha), vale lateral ao vale maior do rio Pentes, que não é um lugar ermo de vegetação, mas um lugar "fechado" e propício para a caça.









Armona em Campos Ancos (A Guarda), com o topónimo de Cachada Velha, cachada tem-se interpretado como lugar onde se cacha, cava, um monte arroteado cada certo tempo para o cereal. Neste lugar da Cachada Velha aparentemente o cachar seria o captare. Laje Mecia como Laje onde se junta o gando.










Armea de Santa Marinha de Augas Santas (Alhariz).


São Vicente de Armea (Coirós), com os topónimos pecuários neste blogue analisados, a Cruz no bico, Pedreira também na ponta, com a típica estrutura circular para "fazer mó" (Brasil) fazer que a boiada descreva espiral, para tomar em seguida a direção desejada.
Também o Castro como secundário ao local primário hoje igreja.




Ranhedo da freguesia de Lançã (Mesia):










Ranhedo pode ser explicado desde a fitotoponímia, como arbusto espinhoso, então levaria a pensar em uma espécie de sebe, no mesmo grupo de topónimos da família do espinho.
Mas no galego o radical ranh-, dá ideia de armadilha: Ranha: armadilha ou enredo, canles no rio para facilitar a pesca. Ranhão / ranhoso: trapaceiro, embusteiro.
Haveria então uma ranha de caça com parentes no sânscrito: हारम् (haram) "captura, destruição".
E no latim arānea: aranha, grego ἀράχνη (arákhnē).
Atual italiano ragna "aranheira, teia de aranha; rede de caça; fojo de caça".
Mais adiante será vista a sua relação com o radical rand-.

Então topónimos de radical ranh-, além de pensar no fitotopónimo e na vedação, podemos pensar em antigas armadas, armadilhas, para caça de mamíferos maiores.

Assim nos escritos do mosteiro de Cela-Nova no 974, Roderico Velasquiz doa : ....Gratiosa Honorikiz raniola integra ad regem. In rio de Molinos filia de Exmeno media ad Cellanova et media ad regem, Sando Viadeiro de raniola integra ad regem...

Mas se o anterior faria suspeitar que no século X, a ranhoa era um cousso funcional:

No 835: em documentos de Sobrado: Placuit mihi atque conuenit, nullius cogentis imperio nec suadentis articulo sed propria mihi accessit uoluntas, [ut] uenderem uobis Herfonsus et Hermildi terra mea propria que habeo in monte que dicitur Rania ; ipsa terra per ubi obtinuerunt eam aui per terminos de villa Roadi, et inde in fonte Coua, et inde in fonte Carregosa

Rania semelha ser um topónimo desligado da sua anterga função? Que fazem os nomes de fonte Cova e Fonte Carregosa delimitando uma Ranha? Essas fontes estão a falar dos "cornos" da ranha, do cousso?





De como o antigo Ranhedo de caça virou em um grande chouso.




 O Ranhedo na freguesia de São Vreijo de Queiroãs (Alhariz), beirando o rio Arnoia.


Ranhedo de São Sebastião de Castro (Mesia)




As Ranheiras de Lestão (-om) (na Laracha).

















Ranhoá de São João de Cela (no Corgo), onde o topónimo Cela, pode ser entendido de várias formas, como lugar desde onde se zela, desde onde é vigiada a armada de caça, ou cela como a própria armada de captura:






A Ranha em São Tiago de Saa (Lugo)



Ranha em Santa Maria de Marçá (Palas de Rei), com a chamativa forma ondulada dos seus hipotéticos muros, nos bovídeos o caminhar em linha reta não é o seu habitual para forçá-los a seguir um caminho.


Ranhadoiro em São Gregório de Furco (Carvalhedo). Um dos topónimos a destacar é o da ponta oeste de um dos seus becos Cazurraque, que seria *casa-urraqui, Casa de Urraca, onde Urraca condiz com a ideia proto-indo-europeia desenvolta no escrito "Orraca". 
Outro dos topónimos é Cachufeiro, que já foi tratado no caso de Catuveira

Situação do grande cousso de Ranhadoiro de São Gregório de Furco.



Ranhal de Árbol (Vilalva).  O topónimo Árbol como será visto mais adiante aparece associado com estes coussos antigos.





A Ranhoa de Santo Estevo de Vilamor (Toques)

Na boca da Ranhoa um microtopónimo da caça transparente: Trapa



Ranhoa de São Tiago de Corços, (na Veiga).

A controvérsia sobre o arbusto ranho:
Para o Padre Sarmiento não há dúvida de que o nome de ranho é dado para a Ribes uva-crispa, groselheira.
(Outros autores dão-lhe o nome ao Sorbus aria, espécie infrequente na Galiza)






Ranhestras em Santa Maria de Álceme (Rodeiro)



Vista do conjunto de Ranhestras de Santa Maria de Álceme (Rodeiro) e a sua toponímia. A destacas que na boca do cousso a oeste está o núcleo de Ranhestras e a oeste está um terreo de nome Coussinho.
Também é possível observarmos o topónimo Fonte associado a uma das esquinas neste caso Fonte Campo no seu fundo de saco. 
Pode ser pensado que inicialmente Ranhestras teria tido uma forma simétrica com longos braços, típica para a caça de animais corredores zebros e bestas, para depois ser modificado, de feito o braço do leste que ainda é identificável tem uma divisão respeito ao resto do conjunto marcada polo topónimo Devesa.
Destacar no fundo no corno do lado leste os topónimos: Puço, que está associado ao seu vértice na confluência de dous regatos, e que como já foi comentado, remeteria a um poço, foxo inundado onde a caça ou captura do animal seria mais fácil. E o outro topónimo é Caselas que como noutros casos seria possível aventurar uma forma tal que capsela, topónimo do grupo caça, casa, capsa, coussa, que recuando no tempo teriam uma mesma raiz; de este grupo kath-: a norte de Ranhestras e Coussinho está a Casa, que abre a ideia de capsa, caça.
O topónimo do lado sul limitador é a Rejoa, não sei se corretamente recolhido e grafado, pois poderia ser Régoa com pronúncia de gheada, o que levaria a pensar no rego limitante, ou rejoa, que levaria a pensar no regir, no governar (mais alargadamente explicados aqui)
Pelo sul da Régoa / Rejoa está Fundo de Edreira (Edreira está mais alargadamente explicado neste outro escrito).
Já o braço oeste está mais modificado, com forma muito similar aos coussos do  planalto de Ustyurt, de feitura mais "recente" mas também com uma "boquela" no seu fundo, no seu cabo que o liga com uma grande roda de nome São Martinho (que faz pensar em cavalos) sendo este lado oeste talvez uma evolução já para uso de animais em semidomesticação.
Neste braço leste há um par de mámoas, e a capela de São Inácio de Loiola, na porta de entrada do corno como noutros casos aqui mostrados.
Topónimos do lado oeste como Penedos ou Coio, Coio Branco são comuns nos bicos dos coussos, onde penas ou rochedos significativos teriam talvez uma funcionalidade primária de caça por serem lugares limpos para o despece dos corpos.


As Trandeiras em Santa Marinha de Branhas (Toques). Topónimos a ressaltar: A Vela, lugar desde onde se pode vigiar, a norte da estrutura vai o Rego do Cousso, o extremo do leste leva o nome da Redonda (733), no lado oeste o topónimo as Revoltas indica a mesma função, explicada na imagem a seguir. Interiormente há o topónimo Lordas, (No galês llodr, llodor dá nome a um animal ou pessoa que está tirado de qualquer modo polo chão.
Liga isto com ludre, ou lorda, a sujidade da lama.
Também o galês lludd com o significado de obstáculo, obstrução, impedimento, verificação, interrupção, frustração, prevenção..., ajuda a perceber a raiz. Confronte-se também com o protogermânico *hlutą pensado do protoindoeuropeu *(s)kleh₂w- "capturar, cachar, colher, pegar, pescar, dificultar, bloquear, fechar, impedir a entrada", mas segundo a hipótese aqui lançada a linha estaria ligada com outra raiz que acolheria o sânscrito  रोध (rodha) e todo o desenvolvimento agrário da raiz de arrotear e o roturar do espanhol
Aqui também estaria o gaélico antigo lod que dá nome a uma sebe temporária, também desde o gaélico antigo lod "caneiro, represa, pesqueira", gaélico escocês lod 
"barragem, pântano". Mais desenvolto no escrito Lodeiro).




Neste outro cousso em São Cibrão das Lãs (Santo Amaro) podemos dar também co topónimo Redonda no extremo de um dos seu bicos, nada de estranhar pois seria o lugar onde o rebanho selvagem faria a sua estereotipia, o seu movimento circular. Também é frequente com formas redondas ou ovais, locais posteriores aos bicos dos coussos levarem os nomes de xesteira, interpretados como sestis, sesteiras lugares de descanso, mas também com a ideia de gestus latino do verbo gero "levar, conduzir, carregar, possuir, governar" numa ideia de acumulo e possessão, privacidade da caça ali guiada; protoindo-europeu *h₂ǵ-es-"conduzir".



Trandeiras de São 
Pedro de Lavrada (Abadim).

Trande em Porçomilhos (Oça dos Rios), no vértice norte está a igreja da freguesia, no caso de Ranhedo de Lançã ocorre o mesmo, a igreja está na antiga situação do fojo.



Tarandeiras em São Martinho de Mondonhedo (Foz), neste caso só resta uma metade que seja marcada com evidência. A destacar o nome de Veiga de Casa Velha (caça, capsa velha), na parte norte. O que seria o corno oeste tem os topónimos de Covelos e Inferninho. O corno leste com o nome de Fonte Cega.
Neste hipotético cousso aparece como em tantos o topónio carvalheira dando ideia antes do que dum bosque de uma vedação.

A Trandeira em Santa Maria do Socorro de Caião (-om) da Laracha e São Pedro de Sorriço de Arteijo.
As Tarandeiras em São Paio de Coristanco, ao igual que no caso de Ranhedo de Lançã, o cousso de caça ficou fazendo parte de um chousão pecuário posterior:




As Tarandeiras em São Martinho de Couceiro (Vale do Dubra).


Trandeira é o nome do guindaste da lareira tradicional, mas também é a varanda do corredor, um pau horizontal que serve de estendal.
Esta vara grossa de estendal tem também o nome de trondieira, Na imagem Trondeira de Santa Maria de Escoureda (no Corgo):



Trondeira com a típica forma de cousso apenas uma das suas metades marcada, para dizer que na zona do seu outro hipotético vértice está a igreja, como em algum caso anterior foi comentado.

A hipótese etimológica de Tarandeira, Trandeira e Trondeira, leva a uma raiz trond-/ trand-, tarand- onde estão palavras como tronda, trôndia, tranda , tarandeira. Palavras e a sua família onde aparece o conceito de varal horizontal, e o de giro.
A ideia: a primitiva estrutura de caça passiva, trand- feita de "talas" (tarandeira/talangueira) de gregos θαλλός ou de latinos thallus, que viriam sendo realizações da mesma verba raiz que gerou pau / palus.
Já a proximidade entre trond- e trand- ligaria tranco com tronco e tudo dentro do mesmo grupo etimológico.
Por outra parte a ideia de giro que aparece neste grupo de palavras e no que acontecia dentro dos coussos de caça, teria a ver com torus, tholus, grego θόλος (thólos) , gaélico escocês tionnd /tʲũːn̪ˠd/ "girar", e já no galego; tronda / ronda e as da sua família trôndia, tanda, tranda, trandeira, randeira.
Assim entendemos que o grupo de coussos de raiz ranha / rand-, anteriormente vistos poderiam ter uma origem em trand-, *(t)randia, ranha e rand-.
Nas falas occitanas rande, randal, randalme, rènde, rèndre e rondre, têm o significado de sebe, sebe de arbustos e estacas; borda da floresta. No alemão Rand com o significado de borda.
No francês randir "correr, galopar" e daí a linha germânica de run "correr".
Aqui estaria a ser apresentada uma hipótese da origem paleolítica-neolítica de esta palavra.
Haveria que analisar topónimos de tranh-.
A Taranheira de Lavrada (Guitiriz).



Taranheira de São Vizenzo das Negradas (Guitiriz).


Taranho em Santa Maria de Régua (Cedeira)


Então podemos ir percebendo que o Taranho toponímico dá uma relação com aranha e com tarántula com ideia de caça, e daí à rede, malha?

Caranho, São Martinho de Caranho (Pol).


Coussos de lexema rand-:



Randea perto de Vila Seca em Santa Marta de Santa Maria de Meilão (-ám) (Rio Torto)



Randea em Santa Maria de Rua (Cervo).

A Randea anterior vista sem o cadastro, dá ideia das suas variações no passar dos "milênios" igual que os coussos de caça dos desertos mais estudados os coussos nesta parte do mundo também fôrom modificados, refeitos:


Diferentes evoluções do cousso de caça passiva de Randea.
Evoluções que é possível observarmos em Randulfe de Santalha de Árbol (Antas de Ulha), também a destacar que um dos vértices do grande cousso de Randea de Santa Maria de Rua está o topónimo Árbol, que aparece aqui também neste Randulfe:


Randulfe em Santalha de Árbol, podemos ver um pequeno cousso, em comparança com outros aqui expostos. Pequeno?


Randulfe de Santalha de Árbol. Aqui outra imagem que poderia mostrar a "monumentalidade" do cousso na sua máxima extensão. Também a indicar o topónimo Coussa Velha na ponta do braço norte.

Randulfe de São Julião de Lousame, com topónimos como Candal ou Presa.






Outro Randulfe:






Randulfe de São Miguel de Paradela, ainda conservando muita da simetria que carateriza os coussos de caça passiva.

A Vinha de Randulfe é o nome de uns terreos que ficam ao sudoeste de Cortes. Mas esse topónimo estaria a fazer referência a outro grande cousso na cabeceira de um rio, como no caso de Randea anteriormente visto, muitos destes Rand- como logo será visto estão associados a cabeceiras de rios ou vales, por serem rotas naturais da transterminância dos rebanhos de herbívoros.

Neste caso da Vinha de Randulfe, poderia ser pensado que faria referência a um vinhedo de uma pessoa apelidada Randulfe, mas a norte da Vinha de Randulfe e dentro do que seria o grande Cousso, está Randamil, numa das suas "evoluções" Randamil ocupa um dos vértices de caça, local que poderia ser um curro. Em Randamil estão os lexemas rand-, já aqui explicado como local de caça, e -mil que foi alargadamente explicado n'O mil e Boimil, com a ideia de "reunião, grande juntaça".




Val de Vinhatos na freguesia de São Martinho de Andrade (Pontedeume) para indicar que o topónimo vinha e derivados costuma ir associado a estas estruturas de caça, por vezes dá nome a terras dos becos, que bem poderiam ser vinhedos, mas que a sua constante frequência fai/faz suspeitar que tenha um significado da sua raiz protoindo-europeia  *wey(H)-  "girar" na mesma ideia que o frequente topónimo associado a estas estruturas que é Revolta, ou já do proto-céltico *winati (“bend, enclose”)













Imos com outro Randulfe:


Randulfe em Santa Maria de Bardãos (São Sadurninho). Este Randulfe tem perdida a continuidade paisagística pola "concentração parcelária", mas é possível vermos a simetria nas fotos aéreas do 1956. A destacar que na ponta oeste, na esquina de caça ou no que poderia ter sido um fojo está o cemitério, a igreja da freguesia, ponta oeste que tem terras com o nome do Beco, que diz já o que foi na altura da caça, um bico mas também um beco sem saída: esta imagem explica a etimologia de beco, ser daqui do nome do galho, bico/beco da estrutura do cousso de caça paleolítico.


Randolfe de Santa Maria de Bermum (Chantada).


A destacar o nome de Randulfe como formado por duas partículas Rand-, já aqui descrito como evolução de trand- e ulfe. Ulfe faz pensar em ter uma origem germânica, e para a etimologia germanista, ou germanófila Randulfe nada teria a ver com o rand- de caça, mas com um Randolfo, seria o lugar de possessão de Randolfo. Sendo Randolfo, Randulfus "corvo-lobo" ou "borde de escudo-lobo", dependendo do significado que lhe seja atribuído a rand- desde o germânico. Ulfe está etimologicamente aceitado como germânico puro. Mas:

A raiz das palavras para lobo, e não só, também para fera em geral, no proto-indo-europeu partiriam de *wĺ̥kʷos. No germânico *wulfaz onde há uma transformação de consoante k em f, talvez uma prévia ph e uma anterior p?

Assim para o lobo haveria uma linha mais antiga: *wĺ̥kʷos.
Com dous descendentes:
Uma linha Q: *wĺ̥-kos (confronte-se com urco ou o proto-eslavo*vьlkъ (vulku), sânscrito वृक (vṛ́ka))..
E uma linha P *wĺ̥-pos (confronte-se com volpe/golpe e lupus). É nesta linha P que *wĺ̥pos acabaria em dar *wĺ̥-phos e daí  *wĺ̥-fos (confronte-se com golfo e golfinho) e a linha germânica *wulfaz.
Estaríamos então diante de uma palavra com dous lexemas?
*wĺ̥kʷos: *wĺ̥ e -kʷos.


Para Pokorny a raiz *ol- [ol-(e)-] teria o significado de "destruir", mas também ol- [el-1, ol-, el-] com o significado de "vermelho, pardo, castanho".
O lobo ainda a dia de hoje tem nomes tabuados.
Segundo isto *wĺ̥  -kʷos seria "o destruidor" ou "o apardado", dando-lhe à raiz -kʷos uma função derivativa adjetival, latim -cus, proto-céltico -kos.
Daí que 
*wĺ̥kʷos poderia estar na raiz do nome de animais diversos ou mesmo fantásticos hoje, como o urco, a orca, o urso, o volpe, o golfinhoo lobo ....
Neste tipo de coussos da família rand-ulfe e alguns outros. chama a atenção os becos tão longos o que faria pensar em animais de muita carreira, em bestas (cavalos ou zebros) do mesmo modo que a besta é chamada de besta, também pudo ser chamada de *ulfo/*ulko.
Em alguns deste lugares da família rand- há microtopónimos da família do zebreiro, por exemplo em Randulfe de Cortes, que será mostrado mais abaixo.
Então oĺ̥kʷos, oĺ̥ekʷos, eĺ̥kʷos elkʷos  / estariam na base do epos gaulês, do hippos grego, do equus latino, no celtibérico ekua-, e da iccona (Cabeço das Fráguas).
Confronte-se com elk no inglês, alce, ou com o proto-céltico *el- "ruivo, castanho" na palavra proto-céltica *elani; antigo irlandês: elit "corça / cerva", com variantes 
elit, ailit ailite, elt, eillti, eillte, eilit, eillti, elte, ellt, eillteadh. Galês: elain, eilon, alan "cervo".
Confronte-se com o gaélico escocês
alla "fereza, selvage"
Este lexema el- para o cervo aparece em outros idiomas:
Arménio antigo: եղն (ełn) "cerva".
Grego antigo:  ἔλαφος (élaphos)
Línguas eslavas: *eleňь 
Lituano: élnias...

Todos eles, se quadra, nomes tabuados, condizente co protoindo-europeu "o pardo, o vermelho, o castanho, o ruivo"

Topónimos galegos de nome Ulfe costuma levar o artigo em feminino "a Ulfe", o que me leva mais a pensar que "a besta" nome para qualquer equídeo, genérico, seria uma "tradução" de um conceito galaico arcaico expressado com a palavra na altura: a *ulfe.
Seria pois a considerar que os topónimos da família de ulfe poderiam estar a se referir genericamente a um animal destrutor, uma besta, ou a um animal pardo, acastanhado, em nome tabuado.
Desta palavra, a *ulfe, pode ser que olfear seja um fóssil vivo; dicionariado por Aníbal Otero Álvarez no 1977, olfeargritar y alborotar de alegría, los mozos en las fiestas.


Randulfe da Irlanda:
Baile an Randalaigh, grafado no século XVII como Bally Randell, Bally Randoll, mas também como Rendulffeston.





Randalstown no condado de An Mhí (​Meath). Não tem o nome sem anglizar, entre os nomes que tivo no passado estão os significativos: Rendulffeston (1547) ou Baile Raghnaill (1836), confronte-se com os tantos ranhedos ...
Tatestown, também não tem nome sem anglizar. Tate noutros topónimos aparece sob a forma gaélica de táth com o significado de "tufo vegetal, fechadura, dique, atrancamento".
Boolies, idem, noutros lugares corresponde com o gaélico buaile, buailidh "curral para vacas; pasto de verão"
Silloge, outros topónimos com este nome correspondem ao gaélico 
Saileog, com base em sail "salgueiro" e talvez o diminutivo -eog "salgueirinho".
Sail "salgueiro" foi alargadamente analisado no escrito "Cortiças..." dando-lhe outra análise não apenas fitotoponímica.



Baile an Randalaigh no condado de Loch Garman (Wexford).



Estas estruturas que irão a continuação apresentadas são muito grandes para serem coussos para lobos e correspondem com as mesmas formas e tamanhos dos anteriores:


São Tiago de Fafião (-ám)  (freguesia e aldeia em Rodeiro) com forma de cousso nas abas do Faro, o topónimo Trasulfe, trás-ulfe confirmaria que se trata de um cousso além da forma e topografia.





O medieval Frooulffe das terras do Irijo, é o atual Froufe.
Froia do ulfo, fosso da fera.
Assim os topónimos do tipo Frejulfe, fariam referência a coussos de caça?

Frejulfe do Valadouro, com becos, a zona dos fossos finais, de nome chamativo: Maria Armada a norte e Maria Arteira a sul.


Sandulfe de Santalha de Pena (Begonte). A destacar a sede da freguesia sediada no beco norte, e o microtopónimo Tuimil / Toimil, onde -mil também aparece associado com coussos, analisado no escrito "Boimil".
A partícula Sand-?











Magalofes com a típica forma de cousso, onde é possível observarmos as modificações. Com topónimos que se reptem, no bico sul a Fonte Nova, sem haver fonte. O bico norte o Pedrão.
A imagem obrigaria a um étimo magal-ulfes. (Maga?, alimento? ou magal/bugal, gaélico buaghal / buabhall "estábulo"?, pastor?)
*mʷṓws (vaca / boi) e *kʷel-(casa) -ulfe (besta, bravu)?
Magalão é nome para o cômaro, cemba ou noiro, segundo isto magal-u(l)fe, seria "o cômaro da besta".












Voltando atrás, dous dos hipotéticos coussos analisados apresentam o topónimo da família Orraca em um dos seus becos:
Orraca no cousso entre São Tiago de Alhariz e São Vreijo de Queiroãs.
E Cazurraque na freguesia de São Pedro de Vales (Cea) no grande cousso entre esta freguesia e a de São Gregório de Furco (Carvalhedo).
Vão mais Orracas:


A Orraca em São Pedro de Soandres (na Laracha) também em um cousso teria ao longo do tempo reformulações da sua estrutura.

Val de Orraca (Valdorraca / Valdurraca) em São Julião de Vilacaiz (no Savinhão). Este grande cousso tem no seu interior o castro de Vilacaiz.
Entre os topónimos que aqui se repetem está o de Cachufeiro (captivério) no se lado leste e no que poderia ter sido um beco das suas variações.
Outro topónimo a destacar é no centro na sua entrada o de Casapelhos, que poderi aser Caçapelhos, confronte-se com caçapelhar intrometer-se, meter-se naquilo que não lhe incumbe.
Outro topónimo a destacar é o dos Poços, talvez pola existência dos foxos se caça, que dado as modificações, reparações poderiam ser vários ao variar a conformação do cousso.
Também à par de Vale de Oraca o topónimo de Dona, havendo se calhar uma equiparação sinónimoa entre Dona e Orraca.
A destacar também que no beco oeste há três mámoas, aqui indicar que nestes vértices como foi visto noutros exemplos assenta a igreja.
A presença do Castro dentro do antergo recinto dá a ideia já repetida de que estas grandes vedações seriam obsoletas no Ferro e no Bronze, remetendo ao Paleolítico e Neolítico inicial onde ainda haveria grandes rebanhos de herbívoros, que fariam estas estruturas rendíveis.




Este é um hipotético cousso em Val de Farinha (São João de Louçarela, Pedra Fita), onde no seu beco leste está assentada a casa de Reina. Entre os microtopónimos a salientar: o comum Pedreira na ponta do bico, ou também na ponta Cortinha como corte na evolução de caça com morte a captura com vida, também os topónimos vedatórios Muragos, Barbeitim (barbeito é entre outras cousas um cômaro) e Paredes , Lindeirão (todos em um pequeno espaço). Também sinalar o nome de Queixeiro no beco oeste e no fundo de saco.
Então para comentar que a casa de Reina ocupa o mesmo lugar que a Crica, a Orraca, a Freirã, Dona, por aqui assinalados, reforçando a ideia de propriedade feminina.
A lenda popular da zona é que a casa recebeu o nome por nela se ter hospedado a Rainha Católica, Isabel, caminho de Compostela.
Como é explicado, estes pontos de caça, acabárom sendo postas de caminhos, pois os caminhos paleolíticos que ligavam uns coussos com outros acabárom sendo as vias do país, ali onde o grupo humano paleolítico sediava no seu percurso de cousso a couso, de caça a caça de casa a casa, de casilha em casilha.

Xesteiras das Reinas em Santa Maria de Lavrada (Guitiriz), A Xesteira como foi explicado, pode corresponder com sesteira e com gestão, que leva o nome de Reina podeira indicar que o cousso levou esse nome por reinado matrilinear. Relevante é que leve o nome de Caserão, talvez cacerão de caçar. Outro nome a ter em conta é do de Camposa do Carneiro ou Ramalheira. Tem nomes relevantes no beco leste como Aguce, Avieira, Prado Presa, Fonte, Prado Fonte, Penela, Parrocha de Fora ou Boi Formigo.


Orracas em Muniferral (Arranga), o topónimo está em um dos hipotéticos becos do cousso e no seu centro. A destacar Casa Velha que poderia ter sido coussa velha ou  caça velha como noutros coussos aparece.

Dona Orraca na freguesia de São Gião de Mourence (Vilalva) o nome de Dona Orraca explicaria o caso de  São Julião de Vilacaiz , onde Dona aparece como topónimo próximo a Vale de Orraca (Valdorraca).
Neste caso a destacar um nome no beco oeste: Presa de Abaixo (o que supõe que haveria uma presa de arriba).


Campo da Urraca em Santa Maria e São Tiago de Viveiro. Com o topónimo Verjaleiro, e no beco sul Espinho. A salientar que na altura que o cousso tivo que ser funcional o nível do mar na ria de Viveiro tinha que estar muito mais baixo, e ser a ria uma veiga fluvial. 


Cangas do Morraço cm forma de croissant, no seu bico sudeste o Eido de Urraca. Teria sido com o nível do mar mais baixo um cousso.







Urraca em Santa Maria de Leronho (Rois). Neste caso Urraca semelha dar nome ao seu primário significado de suco, rego, mas também pode ser um pequeno cousso confronte-se com Randulfe de São Julião de Lousame. A destacar o topónimo Murada como vedação sul.
Na fala de Trás-os-Montes e zonas próximas do âmbito linguístico ástur-leonês, por Aliste também, orra, orreta / urreta / eurreta é um vale estreito, profundo, uma chã entre montanhas.

Cas de Urraca, Cas d'Urraca (Casdurraca) no concelho de Castro Caldelas, topónimo que dá nome a uma alargada zona, onde é vista a forma típica dos coussos.
Um dos topónimos a destacas é no seu beco sul Valado Velho.

A Forraqueira em Santa Maria de Vinhoás, lindante com São José da Carvalheira (Nogueira de Ramuim) a sua estrutura de cousso e o seu "rego", foxo poderia relacionar Forraqueira como uma forma nascida da mesma raiz que orraca.
Podemos observar topónimos como Tapadinha no beco norte.
Os topónimos do beco norte e sul: a Pereira e Nespereira saem ambos eles da mesma raiz, explicados em: A nespra e o bispo, como lugares de espera e assejo.


Orro em São Fins de Lois (Riba d'Úmia).



Orros de Santa Marinha da Cidá (no Irijo).



Orros de Anda Vau (Boimorto), com topónimos chamativos como Fornes, Arrós, Cudisal (deturpação de Codessal).


Orro (Culheredo)

O Orro, grafado "oficialmente" como o Horro, microtopónimo na freguesia de Santa Maria de Meilão (Rio Torto).










Orro de Santa Cristina de Barro (Noia), com toponímia característica como Pereiralva (Pereira Alva, Pereria como no caso de Forraqueira), Rei Martinho e Branha São Martinho (podendo dar ideia de cavalos), os becos com nome de Fonte, Fonte do Espinho e Fonte Nova.









Hôrreos (Folgoso do Courel).

























Alguns coussos tenhem um topónimo dentro com o qualificativo de branco, Pena Branca, ou Feira Branca (?).










https://www.google.pt/maps/@45.829924,58.0395476,1268m/data=!3m1!1e3

















Cousso não toponimizado no seu conjunto, mas identificável pola sua simetria que ficou grafada na paisagem. O lado ce Vila Boa na Freguesia de Vilaúge (Chanta). Como outros coussos aqui vistos, já nos do planalto de Ustyurt, poderiam ser intuídas diversas modificações.

















A raiz nassa está em alguns destes topónimos, em cetacismo na Coussa Velha de Mezonzo, uma dos seus bicos de captura tem o nome de Fonte Naceira, nos Coussos de Moimenta: Nasseiros.
A palavra sânscrita नाह (nAha) dá nome às armadilhas de caça para cervos, confronte-se com nassa.
कुट (kuTa) e कूट (kUTa) são palavras para definir as armadilhas talvez da mesma raiz que cousso e o hitita akkussa- / akkusa-




Outros grandes coussos:

Este é o lugar do famoso Stonehengue, onde é possível observarmos a mesma antiga estrutura de cousso:

Assim no beco leste está Stonehengue como lugar paleolítico-mesolítico (redondelinho sem cruz), que de inicial assentamento de caça passiva derivou em assentamento humano onde sediou um lugar de estudo e conhecimento.
A leste de Stonehengue e marcado com um redondel com cruz está um foxo chamado Coneybury Anomaly, onde apareceram restos do mesolítico e neolítico, cerâmica , assim como restos de vacas, cervos e um porco.
Isto leva a pensar que o foxo de caça, serviria também para "capturar" animais semi-domesticados.
Mas na altura do acúmulo de restos que apareceram esse foxo não serviria já para a caça, não estaria em funcionamento, e serviria como lixeira. O que leva a pensar que a caça paleolítica poderia ser a construtora inicial de estas estruturas.
O outro beco, o do lado oeste, é também para salientar o seu nome: Rollestone, sede de freguesia, como costuma acontecer.
Rollestone tem uma interpretação etimológica germânica, nesta terra que foi conquistada e "desceltizada", como marca de novo poder e necessidade de alicerce, pode ser entendível que não sejam percebidas as raízes indo-europeias.
A interpretação germânica de Rollestone: o lugar ou o casal de Hrolf: Hrolf + tūn. 
A interpretação indo-europeia é a "pedra do rolo" Rollo + stone. Mais conhecidas no âmbito leonês e castelhano como rollos o piedras de rollo, picotas, pelourinhos, marcos do poder. topónimo que é frequente nos coussos galaicos com formas como Penela e semelhantes.







Um sistema de aparentemente dous coussos na freguesia de São Cosmede de Cusanca (no Irijo).
Cusanca daria uma possibilidade de *cousanca ou akussa + -anca.
Poderia haver uma relação entre a cuça, cadela, e a caça?




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