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Calipso

Odysseus und Kalypso, 1883 by Arnold Böcklin



O mito de Calipso e ...

Calipso é uma divindade que mora numa ilha, numa cova, numa furna talvez....
Calipso cuida do Odisseu, do Ulisses náufrago, para depois convertê-lo no seu amante de certo jeito "cativo".
O herói que voltava da guerra de Troia fica sete anos "atrapado" por esta mulher divina, numa relação não muito igualada, pois o marinho chora a sua saudade de Ítaca.

Neste escrito trata-se de descifrar as informações que na Odisseia se oferecem sobre um passado, na ideia de que o relato apenas pudo ser um relato de relatos que vinha de muito antigo...

Uma mulher morando numa ilha em nenhures e dentro de uma cova:
Hipotéticamente isolada pola enchente marítima?

Na oscilação do nível do mar durante os últimos milênios:


Podemos perceber que caberia a possibilidade de ser uma história acontecida há oito mil anos para trás. Poderia mesmo ser anterior.
Calipso a morar numa cova, isto identifica-a como uma pessoa, entidade da cultura paleolítica.
Podemos observar no gráfico que este acontecimento brusco que pudo ilhar populações, o dilúvio legendário, poderia ter acontecido no 14.000 aC.
A tal rápida subida do nível do mar, chamada Meltwater pulse 1A, provocou um aumento de aproximadamente meio metro anualmente. Estamos na época das pinturas rupestres das covas de Altamira ou de Lascaux.
Seja como for, a lenda poderia estar datada na época do paleolítico superior, do 20.000 aC. ao 14.000 aC.

Calipso, em grego Κᾰλῠψώ (Kalupsṓ) tem este nome não por casualidade.
Descifrado Calipso:
O sufixo -ῠψώ, -υψω upsô / upsõ,  de Κᾰλῠψώ (Kalupsṓ), tem sido identificado com a ideia de "elevação, exaltação, erguimento, apogéu, além". Aparentada -υψω com o galego upa e upar, com o inglês up.

Já o lexema Κᾰλ- tem maiores dificuldades?
Desde o grego o mais próximo semelha καλή (kalḗ), a bela, linda amável, boa, certa, a de moral reta, a virtuosa, nobre.

Por outra parte Kala é a mesma Kali a divindade hindu:
काली (kālī) com os significados de preta, suja, grande, terrível, que mete medo.

Calle no gaélico antigo é a floresta, o bosque; também o véu.(1)
Podemos perceber como cailleach, descodificada como calle -each, (sendo -each um sufixo adjetival, tipo -aca) a da floresta, a do véu, a velada, oferece muita riqueza do devir cultural polos seus significados:
Freira
Mulher anciã
Bruxa; parteira
Menina precoce
É pejorativo, insulto para um um homem covarde
É uma interjeição para chamar por um rapaz de modo jocoso
Objeto que empecilha
Pacote, embrulhode palha
Peso de pedra de uma rede ou sonda
Acocho da cama, alcova, lugar confortável

Cailleach poderia ser percebida por esta sequéncia como a bruxa do bosque, a curandeira, a mencinheira original, a xamã:
Num texto védico é ralatado um "congresso de medicina" na altura em que a humanidade deixou a vida paleolítica e começou a neolítica.
Neste texto, início e fonte do saber ayurvédico, as pessoas dedicadas ao cuidado da saúde, xamãs, discutem sobre as novas doenças que esta mudança cultural trazerá para a humanidade. São pessoas que seguem "profissionalmente" ligadas à floresta, quando a sociedade já mudou a um jeito "desflorestado" (desculpem falar desde o etnocentrismo para exemplificar o feito). Isto explica que cailleach tenha uma ligação com o bosque.
Por alguma razão, a sabedoria feminina já aparece ligada ao uso de véu desde a esculca etimológica.
Aqui voltamos ao grego onde καλύπτρα (kalyptra) dá nome ao véu; no grego jónico: καλύπτρη, (kalyptrē); derivado do verbo καλύπτω, kalyptō, "eu cubro" (cobrir). Assim segundo isto, Calipso seria "a muito coberta, a muito velada".

Para o etimologista Pokorny kal- teria um significado de "dureza, engrossamento, empola", outra raiz kal- como "beleza ou saúde", e uma terceira como prisão.

Desde o latim cala:
Remete ao verbo calo, "chamar, anunciar solenemente, berrar".
Assim Calipso desde este ponto do latim poderia ser uma sereia?

A lenda dá alguns elementos melusinos, mora na beira do mar numa cova, tece, leva tranças fermosas, e liga-se com um marinho náufrago.
Então Κᾰλλῐόπη (Kalliópē) a musa da eloquência, seria pois um avatar da mesma entidade do que o é Κᾰλῠψώ (Kalupsṓ).

Descrebe Homero a Calipso como a ninfa das lindas tranças, como possível sereia, eis um dos seus atributos arquetípicos. Calipso também monstra atributos da moura, tece no tear. As suas aves são os bufos, os falcões, e a dúvida de ter consigo choias ou corvos-marinhos, ou talvez ambas aves.
Os bufos são atributos de sabedoria, acompanham a Semiramis....

Calipso é filha de Atlas mora na ilha de Ogígia.
Supostamente no ocidente, pois quando deixa marchar Ulisses, recomenda-lhe, para voltar, de que leve à sua esquerda a constelação da Ursa Maior, isto é: que deixe o Norte a bombordo, o que obriga a aproar para leste.
Numa ideia de cenário mediterrâneo, isto situa a ilha Ogígia ao occidente do Mediterrâneo, talvez no Atlântico.

Num intento de descifrar o nome da ilha Ὠγυγία, Ogígia, aqui vai a série de palavras do grego antigo com o mesmo lexema Og- inicial:

ὤγανον: é o mesmo que κύημα, "aquilo que é concebido, ovo-feto-embrião".
Ωγενος é o mesmo que Ὠκεανός "oceano".
ὠγή = ὠβά / ὠϝά "divisão entre gentes espartanas.
Tribo, família?"
Uva e ovo?, núcleo, semente?, da mesma gênese, da mesma mámoa?
(Isto ficará algo mais esclarecido posteriormente, mas hipotéticamente segundo a etimologia as mámoas eram lugares de enterramento de gentes descendentes da mesma nai primária de um mesmo núcleo familiar).
ὠγμός: interjeição semelhante a oh!, ouh! (Ogma / Ógmios céltico aparentado com Heracles?).
Assim a ilha Ὠγυγία etimologicamente poderia semelhar ligada a Ógmios, ao oceano, e ao ovo, embrião.

Esta ilha poderia ser a ilha do Além, a ilha atlântica dos mortos da mitologia céltica, a onde Ogmios guia as almas, para um possível renascer ovo.
Na ideia trinitária, nascimento, esplendor, ocaso:, Ogma corresponderia ao final, sendo Dagda, a talvez forma divina da da criação com o seu pote mágico (magma inicial), e Lugo / Lugh o do esplendor.

Oceano é orfo etimologicamente, Ὠκεανός aqui é relacionado com Ωγενος Ogenos, na talvez ideia de O-genos, Ω-γενος
Assim γένος (génos) tem os significados de:
Prole, descendentes
Família clã
Nação, raça
Gênero
Gênero gramatical
Sexo
Qualquer tipo ou classe

Sendo Ω, omega, entre outros significados o fim, o final. Então é possível percebermos como Ω-γενος (o-genos), é o final da geração.
Lugar onde está a Ogígia a ilha do sol-pôr.
Ogenos leva a pensar em Ougea, Eugea, Eugénia, Ugia ....

Ogenos, oceano, onde está a ilha Ogigia ou Ogúgia, Ὠγυγία, ou segundo o lido hipotéticamnte Owúgia, a ter a ver com ovo?
Toda esta série de palavras semelha transmitir uma ideia de fim e recomeço.


Sunrise by the ocean (Vladimir Kush, 2000)
Uma lenda recolhida na zona da Lançada, relata como um corvo-marinho, (ave também simbólica de Calipso?) ajuda a retornar do além, grato a Galo Dourado:


Con d´Arbon a Lançada, conta a lenda que o Cormorão ali colocado foi por que no meio duma tempestade apareceuse-lhes a uns marinheiros um imponhente cormorão que os guiou hacia terra salvandoos, logo este pousou-se acima deste "con" em homenagem foi colocada a figura do cormorão,Na Noruega existe um paralelismo com esta lenda no que três cormorães guiam a um marinheiro no meio duma tempestade primeiro hacia a ilha do paraiso chamada Utrost e logo hacia terra http://cormorants.freehostia.com/cormo_tales/cormo_tale3.htm

Uma vez que o cenário ilhéu de Ὠγυγία pode ser intuído com o descrito anteriormente, os atributos da ninfa podem ser percebidos como os de uma divindade muito antiga, talvez paleolítica, pois mora numa cova, onde as características da deusa estariam marcadas e diversificadas em restos linguísticos (etimológicos) nas diversas famílias indo-europeias.
Assim a beleza no mundo grego, a voz, a eloquéncia no mundo romano, no hindu destaca o aspeto obscuro da Amoura, e desde o mundo céltico o seu lado de sabedoria curativa.

Calipso mora numa cova.
Um dos elos etimológicos dado por Pokorni sobre o lexema kal- é o de prisão.
Assim calibouço, calabouço, calibós, caliboço tenhem esse lexema; com a forma caboço, que além de dar nome ao calbouço dá nome ao hôrreo, com interferência de cabaço, cabaceiro que são outros nomes do espigueiro com raiz aparentemente em cabaça.
Caliboço, além de dar nome ao cárcere dá nome a uma cárqueva, a um fosso, um cavorco feito por augas torrenciais.
Caliboço põe em relção a prisão com o buraco.
Assim de lexema cal- com ideia de gruta ou buraco no terreno temos: califórnia, californo, calicata, califorjo, calfosso, calimossa (κάλυμμα), calimóssia, onde o lexema kal- semelha dar uma ideia anterior à de Pokorni kal-, só prisão, pudendo ter sido kal- inicialmente um buraco na terra, uma caverna, posteriormente utilizada como lugar de reclusão, mas habitação primária já com nome de lexema kal- (κᾰλῠβός "quarto, câmara" ou o céltico cailleach "acocho, alcova").
Percebe-se que kal- poderia ser inicialmente buraco, por exemplo no asturiano cala é o esconderijo da truta, a pala ou paleira.
No hitita akkala "rego do arado".
No persa چاله • (čâle) /tʃʰɒːˈle/ "fosso, buraco na terra"
No sânscrito खल्ल (khalla) "trincheira, sanja".
No sânscrito चाल (caala) "teito, telhado".
Na hipótese de celta-p e celta-q, pala e cala são a mesma palavra de um étimo anterior tal que *ɸala ou *kwala.
Por exemplo o sumério tem a palavra pala na ideia grega do lexema καλ- (kal-) "cobrir" ou o veu gaélico calle, esta pala suméria significa as roupas das divindades e dos governantes.
Talvez esta raiz esteja no hitita pahs "proteger" ou "ir a um lugar de proteção".
Com o sânscrito पाल (pala) "pastor, proteção".....
Surpreendentemente no gaélico escocês pala é uma saliência,um ressalto, um rebordo, e como no gaélico irlandês cailleach, um colchão de palha.
Confronte-se com o galês pall "capa, cortina, cobertura; pálio; tenda, tabernáculo; trono, alcova".

Estamos nas primeiras habitações da humanidade as palas / cavernas / tabernas e os palheiros, os tálamos.
O protocéltico *ɸales- daria a pala e a cala e no gaélico irlandês a ail "rocha".
Nesta primaria habitação os lexemas divergem entre pedra cova e vegetal cabana.

No sumerio kala, como no grego dá ideia de preciosidade, excelência ou valia. Mas também na ideia de "silo, celeiro, adega" com a variante gala no significado de vagina, sendo a partícula ka- "boca".

Assim palafurna é o mesmo que californo, onde os lexemas pala- e cali- marcam o buraco primário. Também o prefixo cal- equivale a can- em palavras do mesmo grupo: canfurna, canfúrnia, e mesmo o lexema ca-: cafurna, cafua.
Todas estas palavras remetem a cova, caverna ou cabana, mesmo com palavras tipo canfurneiro, cafurneiro, cafre, calinfórnio, calinfórnias...., pessoas pejoradas ou pobres, hipoteticamente as pessosa moradoras das cavernas ou cabanas, os paletos.

A raiz suposta de cavus, cave (cave-rna, sendo -rna lexema adjetival) é um protoindo-europeu *cawHu-.
Então, o fonema caw- é posível ser cal-, ou can- ou cã-.
Assim a raiz protoindo-europeia *cawHu- explicaria a ausência de ene em cafurna, a presença do ene em canfurna, o ele de califórnia. Por outro lado o H aspirado de *cawHu explica o efe de cafurna, cafua e demais, e esse H da raiz *cawHu como o uvê de cave, cavo, caverna.
Sem necessidade de buscar um étimo adaptado à família de cafurna/ canfurna, a raiz *cawHu, que etimologistas encontraram para cavus e demais, explicaria as palavras deste conjunto ca(n)f-, onde cav-erna é par de caf-urna, com a possibilidade de um étimo comum *cawH-rnos.

Calipso ou Calesa?
Segundo isto Κᾰλῠψώ, Calipso e desde o grego, é a elevadamente bela, a mais nobre, a mais virtuosa.
Ainda sendo a troglodita, a habitante da caverna.

Então a Callaecia?
Seguindo estas linhas etimologicas lançada, /calˈlai.ki.a/, /calˈlɛː.ki.a/  Callaecia, poderia ter a ver com toda esta árvore relacionada com Calipso.
A da dura rocha, a do bosque, a da cova, a do berro, a do veu, seja como for a ideia de lugar do pôr-do-sol é evidente, mas fica na dúvida.
Calipso de alguma maneira poderia estar dizendo "a muito galega"?

No sul do atual Portugal apareceu uma ara, em Fonte Velha de Bensafrim, que foi interpretada polo professor Unterman
(http://www.wales.ac.uk/resources/documents/research/odonnell.pdf)

"invoking the divine Lugoues of the Neri people, for a nobleman of the Kaltai/Galtai: he rests still within; invoking every hero, the grave of Taśiioonos has received him".






Um nobre da Kaltai, nério (atual zona de Jalhas-Fisterra) morre nessa terra e é enterrado com uma lápide.
Sendo um nério dos séculos séculos VII, VI ou V antes de cristo, da
Kaltai / Galtai poderia estar a fazer referência à Kéltia / Káltia, à posterior Gallaecia, atual Galiza.
O que ligaria etimologicamente o céltico com o galaico na altura do século séptimo antes de Cristo.

Tendo em conta isto e as teorias de Pokorny, que kal- e kel- tenham o mesmo significado poderia ser pesquisado, assim Pokorny dá uma das formas kel-/kal- como "ponto escuro/claro".

Outra das relações kal- / kel- teria ver com a já comentada inicialmente de "chamar, berrar":
Root / lemma: kel-6, k(e)lē-, k(e)lā- or kl̥̄-ö

English meaning: to call, cry

German meaning: `rufen, schreien, lörmen, klingen'

Material: Old Indian uṣā-kala- m. `rooster, cock' (`ἠι-κανός'), kalādhika-, kalāvika- ds., kala-víŋka- `sparrow', kala- `leise tönend, undeutlich vernehmbar', kalakala- m. `verworrenes clamor, noise';

gr. καλέω (instead of *κάλω) `rufe, name, rufe herbei' (öol. κάλημι), Futur. καλέσω, att. καλῶ, Perf. κέκληκα, κλητός; ἐπίκλησις `epithet', κλῆσις `shout, call, Einladung, Vorladung', κλητής, κ(α)λήτwρ `Rufer', ὀμοκλή `shout' (to 1. part see under omǝ-); κικλήσκω (or κικλῄσκω) `rufe an, flehe', κληΐζω, κλῄζω `name' (*κλη-Fε-ς-ίζωö); zero grade κελ(α)- in κέλομαι `treibe an (through shout)', hom. Aor. (ἐ)κέκλετο, dor. κέντο = (ἔ)κελτο; [about κελεύω see under k̂leu-]; κελαρύζω `rausche, riesle (water under likewise)', κέλωρ φωνή Hes.; extension κέλαδος `Getöse, din, fuss, noise', κελάδων, κελαδεινός `roaring', κελαδέω `tose; lasse (einen song) erklingen';

umbr. kařitu, kařetu, carsitu `calato, appellato' (*kalētōd); daß a corresponding lat.*caleō einst in the Ausrufungsformel the Kalenderdaten Dies te quinque, respectively septem, calo, Iuno Covella gestanden habe and daß calendae `the erste day of Monats' from this Ausrufen benannt sei, is probably (Salonius Z. röm. Dat. 1 ff.);

lat. calō, -āre `Ausrufen, Zusamenrufen' (: lett. kal `uôt), calātor `Rufer, Ausrufer', nōmen-clator `Namennenner' (from nōmen calāre back formation), calābra (curia) `die zum Ausrufen the Kalenderdaten bestimmte Kurie', perhaps concilium `Zusamenkunft, congregation, meeting, association from Dingen, geschlechtliche connection' (*cón-caliom), con-ciliāre `unite, connect, gain etc. `, clāmō, -āre `call, shout, cry' (compare ahd. hlamōn etc.), clāmor `scream', clārus `lauttönend, fernhin schallend; illustrious; clear, bright', umbr. anglar Nom. Pl., anglaf Akk. Pl. `oscines' (*an-klā `avis inclamans'); lat. classis `Aufgebot: Heer, fleet; Klasse, dividing off, partitioning off' (*klad-ti-: κέλαδοςö);

air. cailech, ogam Gen. caliācī, cymr. ceiliog, corn. chelioc `rooster, cock' (*kaljākos);

ags. hlōwan `rugire, boare', ahd. (h)lōian, (h)luoen, mhd. löejen `roar, bellow'; ags. hlētan `grunt'; ahd. hluoticla `latratus'; with lengthened grade the ersten syllable ahd. hel `loud, tönend' (nhd. hell `gleaming'), hëllan `resonate', mhd. hal `echo, clangor', anord. hjala `babble, chatter', hjal n. `gossip', hjaldr `Gespröch, Kampfgetöse, fight, struggle'; afries. halia `herbeiholen, heimföhren, take', ags. geholian `bekommen', asöchs. halōn `berufen, herbeibringen', ahd. halōn and ablaut. holōn, holēn `call, shout, cry, get, fetch', ndd. halen `pull, drag'.

lett. kal'uôt `babble, chatter' (kalada `clamor, din, fuss, noise' is russ. Lw.), lit. kalbà `language', Old Prussian kaltzā, kelsāi `sie lauten' (lit. *kalsóti); redupl. lit. kañkalas (*kalkalas) `bell', Old Church Slavic klakolъ, russ. kólokolъ `bell', kolokólitь `löuten, clink; babble, klatschen', Trautmann Bsl. Wb. 115.

hitt. ša-ra-a kal-li-iš-ta (sarā kallesta) `rief (lockte) herauf'.

extension *k(e)lem- (compare lat. clā-m-āre): Old Indian krándati `shouts, howls, bellow, roar, wiehert' (*klem-d-ö); ags. hlimman, hlymman `ring, sound, clink, sough, rustle, roar, bellow', hlimme `reißender stream', hlemm (*hlammi) `clangor', ahd. (h)limmen `drone, grumble, howl', anord. hlymja `clink, crack, creak, rant, roister', ahd. hlamōn `sough, rustle, bawl, blaster';

*k(e)len- in ags. hlyn(n) `clangor, din, fuss, noise, reißender stream', hlynnan, hlynian `hallen', hlynsian ds., hlynrian `thunder', gehlyn, asöchs. gihlunn `Getöse';

Similar to skel-, (s)kʷel- (s-Dublette besides kel-):

1. skel-: aisl. skjalla st. V. `sound, clink, loud hit' = ags. sciellan `sound, sound, clink', ahd. scellan `sound, clink, ring, rant, roister', nhd. verschollen `verklungen'; Kaus.-Iter. aisl. skella `knallen, rant, roister, scold, chide, laugh loudly', mhd. schellen schw. V. `ertönen lassen, shatter', nhd. zerschellen; t- or dh-present afries. skelda `scold, chide, rebuke, loud define', ahd. sceltan `scold, chide, vilify, scold, revile, rebuke'; aisl. skǫll f. `derision, ridicule, din, fuss, noise', skellr (*skalliḫz) `clangor, Knall' = ahd. scal (-ll-) `clangor, row'; aisl. skjallr `lauttönend' = ags. sciell, ndl. schel `widerhallend, schrill'; ahd. scella `bell'; with einfachem l (das -ll- the vorgenannten based on auf a n-present *skel-nō) aisl. skal n. `din, fuss, noise', skjal n. `Geplauder';

lit. skãliju, -yti `continual bark, bay, anschlagen' (of Jagdhund), whereof skalìkas `ein continual bellender Jagdhund (see under because of gr. σκύλαξ); Old Prussian scalenix `Vorstehhund' derives from poln. skolić `as ein Hund whimper'; lett. skal'š `clinking, helltönend'; with (b)h-extension (as lit. kalbà) lit. skélb-iu, -ti `ein rumor verbreiten';

čech. skoliti `belfern', poln. skolić, skulíć `as ein Hund whimper'.

2. (s)kʷel-: aisl. skval n. `unnötzes gossip, Wortschwall', skvala `loud talk, call, shout, cry', skvaldr n. `lautes discourse'; without s- aisl. hvellr `helltönend';

the changing by ablaut skʷel- perhaps in gr. σκύλαξ young dog, dog; young Tier', also κύλλα σκύλαξ. ᾽Ηλεῖοι Hes. (-λλ- probably kurznamenartige consonant- lengthening), as from *skel- das above genannte lit. skalìkas, and from kel- from: lit. kãlė, kalė̃ `bitch', alb. këlösh `cub, esp. young dog', mir. cuilēn, cymr. colwyn, acorn. coloin, bret. kolen `young dog', (kelt. *koli-gno-); diese Namen for young animal, esp. Hunde, wören also of Klöffen or Winseln genommen. Immerhin but could σκύλαξ, κύλλα as (s)kol-, also as idg. or gr. Reduktionsformen (influence of κύωνö) unmittelbar with kelt. *koligno-, lit. kãlė, alb. këlösh zusammengehören.

References: WP. I 443 ff., WH. I 141 f., 227, 228, 258, Specht KZ. 59, 85 ff.;

See also: probably identical with kel-5.

Segundo isto a *kéltia ou a *káltia poderiam estar definidas desde a fala.
Dando-lhe um aspecto à divindade feminina da cala, da caverna de oracular, de domiínio da palavra.

Assim o mundo céltico seria definido como "(a gente) da fala". Do mesmo modo que na atualidade Gaeltacht que quer dizer a irlandofonia?

A caverna da fala.
A pala, a cala, o kelo e a fala:
Talvez casualmente há uma relação entre o lar e o falar, assim lar e laricar, laretar; ou pala "abrigo, proteção" com pala, "conversa insubstancial, charla", (poderia-se intuir a origem da palavra aqui?); por outra parte gaiola "cova, jaula" com dar gaiola "dar conversa".
Assim a Callaecia ou a Céltia seriam definidas desde a calla-ecia, como a terra da fala.

Temos que escolher um significado único para o lexema Kal- de Calipso e da Galiza, de entre a pedra, o bosque, a caverna, a palavra, o veu....?
E se penssássemos que originariamente kal- tivo um significado que se diversificou?
Em efeito Calipso como divindade primária, outra avatar como Amoura, é a da pala, a da fala, a da pedra, a do bosque (na ideia de hábitat primário não agrário) a escura, a porca, a do veu, a da beleza máxima, a da alcova...







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