Vão neste escrito lugares da Irlanda com o nome de Boston ou Bostún, que a etimologia e toponímia dessas terras consideram um nome anglo-saxão trasladado.
(Há mais Bostún / Boston na Irlanda do que na Inglaterra).
Intenta-se fazer ver a estrutura de cousso de caça que têm, e são postos em relação com topónimos topograficamente e talvez etimologicamentente similares da França e da Galiza.
Bostún nó Cúil Bhaile Uí Ógáin (Boston or Coolballyogan) Condado de Laois, freguesia de
Mainistir Laoise (Abbeyleix).
Cúil: recanto, que pode ser equiparado a concheiro, nogueira / nuqueira, nos topónimos de coussos galaicos.
Bhaile: genitivo "da vila"
Uí: genitivo de ó "do neto".
Ógáin: genitivo: de novo, do galho, da verdasca de árvore, do rebento, da pessoa jovem.
Uí Ógáin "dos de Novo".
Cúil Bhaile Uí Ógáin seria mais ou menos: "o recanto da vila do neto de Novo", seria parelho a Recanto da Vila Nova?
Se há uma Vila Nova, a velha?
No plano podemos observar como o Cúil o recanto, o vértice é um tipo de cousso, e à par no oeste há a mesma forma um pouco menor, no mapa, outro recanto, outro cúil:
No oeste o nome anglizado é Kilbricken.
A primeira parte é descodificada como Cill "igreja" e o segundo elemento bricken, poderia ter a ver com truita, com sardas Brickeen é um nome de pessoa anglizado com o significado de "sardento", também tem a ver com talhar, cortar; cortar o terrão de erva.
Então estaríamos no caso de que o entalhe cria o limite e cria a marca.
Daria para interpretar que primariamente houve uma cela, para cilada, Cill, no oeste, cilada da Mota, do entalhe.
O topónimo igreja em gaélico é cill, cognado de cela. E como no caso galaico estas formas em cousso de caça têm associadas igrejas polo comum nos seus vértices, já explicado em outros escritos, onde se demostra uma continuidade desde o cousso de caça paleolítico, com a sua pedra sacrificial nos vértices onde estavam os foxos, pedra, laxe, fraga, que teria uma utilidade de limpeza, e um significado simbólico acabando em religioso.
Mais topónimos a reparar neste caso:
Cúil an tSneachta talvez seria o anglizado Coolasnathawn "recanto das neves".
Bhaile: genitivo "da vila"
Uí: genitivo de ó "do neto".
Ógáin: genitivo: de novo, do galho, da verdasca de árvore, do rebento, da pessoa jovem.
Uí Ógáin "dos de Novo".
Cúil Bhaile Uí Ógáin seria mais ou menos: "o recanto da vila do neto de Novo", seria parelho a Recanto da Vila Nova?
Se há uma Vila Nova, a velha?
No plano podemos observar como o Cúil o recanto, o vértice é um tipo de cousso, e à par no oeste há a mesma forma um pouco menor, no mapa, outro recanto, outro cúil:
No oeste o nome anglizado é Kilbricken.
A primeira parte é descodificada como Cill "igreja" e o segundo elemento bricken, poderia ter a ver com truita, com sardas Brickeen é um nome de pessoa anglizado com o significado de "sardento", também tem a ver com talhar, cortar; cortar o terrão de erva.
Então estaríamos no caso de que o entalhe cria o limite e cria a marca.
Daria para interpretar que primariamente houve uma cela, para cilada, Cill, no oeste, cilada da Mota, do entalhe.
O topónimo igreja em gaélico é cill, cognado de cela. E como no caso galaico estas formas em cousso de caça têm associadas igrejas polo comum nos seus vértices, já explicado em outros escritos, onde se demostra uma continuidade desde o cousso de caça paleolítico, com a sua pedra sacrificial nos vértices onde estavam os foxos, pedra, laxe, fraga, que teria uma utilidade de limpeza, e um significado simbólico acabando em religioso.
Mais topónimos a reparar neste caso:
Cúil an tSneachta talvez seria o anglizado Coolasnathawn "recanto das neves".
Cluain Ard "prado, pastagem do alto / prado do monte".
Outros Bostún:
Bostún da freguesia de Uí Fhairchealláin (Offerlane) do condado de Laois, o cone fica dividido, a norte An Chúil "o recanto" e a sul Bostún.
No oeste Cam-chluain "prado cambado".
Bostún de Tiobraid Árann (Tipperary), a mesma forma que no fundo do caso anterior.
Outros Bostún:
Bostún da freguesia de Uí Fhairchealláin (Offerlane) do condado de Laois, o cone fica dividido, a norte An Chúil "o recanto" e a sul Bostún.
No oeste Cam-chluain "prado cambado".
Bostún de Tiobraid Árann (Tipperary), a mesma forma que no fundo do caso anterior.
Bostún / Boston do condado de An Clár (Clare): Um cone encaixado no maciço calcário, dividido a oeste Cill Toice Bheag (Kiltacky Beg) "Igrejinha da Fortuna, da Prosperidade / cilada da sorte" e a leste Kylecreen talvez Cill críonna? "Igreja Velha, ou cilada velha" entre outras possíveis interpretações.
Móinín na gCloigeann Thuaidh anglizado como Moneennagliggin North or Boston, na freguesia de Cill Liaile (Killeely) no condado de An Clár (Clare).
Em tradução livre: Móinín na gCloigeann Thuaidh "Branha do Coto/Cabeço do Norte / dos Teixos".Tem também o nome de Druim na Doimhne, com a possibilidade de significar "cambado/cômbaro do domínio/do terreno", que teria parelhas formas toponímicas galaicas tipo Camba, Comareiro, Revolta...
O nome de Boston neste caso é pensado ser, como nos anteriores, uma cópia, um arremedo, do topónimo Boston anglo-saxão, de relevância pola cidade estado-unidense, com uma explicação popular este Boston por ser-lhe dado o nome ironicamente a uma desaparecida aldeia de cabanas que existia neste lugar.
Os falantes de gaélico e os média em gaélico para falarem da grande cidade dos EEUU dim: Bostún Mheiriceá "Boston da América".
Seja como for, o lugar, na toponímia comparada e na topografia, é semelhante aos casos aqui apresentados.
(Os fenômenos inferiorizadores operam do mesmo jeito nas sociedades sob colonização).
Bostún significa "pessoa ignorante" em um vocabulário recolhido a Patrick Power, de Jamestown, Glenmore. Dá para comparar com gandalho, gandalheiro, gandalhão (-ám), pejorativos com base em gando / gado.
Os falantes de gaélico e os média em gaélico para falarem da grande cidade dos EEUU dim: Bostún Mheiriceá "Boston da América".
Seja como for, o lugar, na toponímia comparada e na topografia, é semelhante aos casos aqui apresentados.
(Os fenômenos inferiorizadores operam do mesmo jeito nas sociedades sob colonização).
Bostún significa "pessoa ignorante" em um vocabulário recolhido a Patrick Power, de Jamestown, Glenmore. Dá para comparar com gandalho, gandalheiro, gandalhão (-ám), pejorativos com base em gando / gado.
Imos vendo que a conformação topográfica em todos os Bostún / Boston irlandeses é similar, um cone que semelha ser o fundo de um antigo cousso, e neste caso transformado em tapada.
Topónimos acompanhantes como:
Doire Mhor: carvalho alto, carvalho grande, carvalho maior
An Leathchoill: a meia floresta.
Ao norte está o Outeiro chamado Cnoc na gCreabhar, anglizado como Woodcockhill "outeiro das arceias". Cnoc "outeiro, colina" e Creabhar "arceia".
Creabhar "arceia", pode ter um som semelhante a cairbhre que significa abundante em carcaças/em esqueletos.
Cairbh "esqueleto, carcaça".
Se temos em conta a forma do hipotético antigo cousso:
Topónimos acompanhantes como:
Doire Mhor: carvalho alto, carvalho grande, carvalho maior
An Leathchoill: a meia floresta.
Ao norte está o Outeiro chamado Cnoc na gCreabhar, anglizado como Woodcockhill "outeiro das arceias". Cnoc "outeiro, colina" e Creabhar "arceia".
Creabhar "arceia", pode ter um som semelhante a cairbhre que significa abundante em carcaças/em esqueletos.
Cairbh "esqueleto, carcaça".
Se temos em conta a forma do hipotético antigo cousso:
O seu beco norte seria um local onde se teriam acumulado ossos, (isto foi explicado em escritos anteriores, onde na Galiza aparecem topónimos derivados de osso, ou de costa).
Esta é uma estrutura em forma de cousso, com igreja em um dos seus becos e no outro um paço ou casa forte, como é costume nos galaicos; esta casa forte nos mapas antigos tem o nome de pallas.
O cone sul pertence a Baile Uí Dhúgáin (Ballydoogan) da freguesia de Fothannach (Fohanagh) no condado de Gaillimh (Galway), em dita Baile Uí Dhúgáin (Vila do Neto de Dugan, entre outras interpretações) reporta-se a existência de uma "subvila" chamada Boston (desaparecida).
O norte está dentro da baile Fothannach: foth- prefixo que significa "debaixo, na volta de", e annach poderia ser eanach com os significados de "armada / armadilha, branha".
Então vendo todas estas estruturas poderia ser lançada a hipótese de que debaixo do topónimo gaélico Bostún ou Boston estaria o mesmo étimo que debaixo de Busto?
Como no cognato celtibérico Boustom (Botorrita)?
Já neste blogue foi analisado o topónimo Busto e derivados.
Pôr aqui outro cognato, o sánscrito गोष्ठ (goṣṭha) que ajuda a perceber a origem e a génese.
Curral de vacas, estábulo, recinto para vacas
Lugar de pastagens
Malhada ou local onde se reúnem pastores; aldeia de pastores, vilarelho
Assembleia, reunião fraterna, lugar de encontro
Pastor chefe
Altar, montículo em um curral de vacas
Cerimónia purificadora, curadora; cerimónia de defuntos
Lugar de pastagens
Malhada ou local onde se reúnem pastores; aldeia de pastores, vilarelho
Assembleia, reunião fraterna, lugar de encontro
Pastor chefe
Altar, montículo em um curral de vacas
Cerimónia purificadora, curadora; cerimónia de defuntos
A etimologia desta linha:*gʷow-sth₂-o-, de *gʷṓws “vaca” + *steh₂- “estar”. Como गो (go) + स्थ (stha).
Les Bustelles na comuna de Jars (Centro-Vale do Loira, França).
A destacar o topónimo La Ratière no fundo de saco da estrutura de cousso. A ratoeira, na ideia talvez primária de ratoeira de caça, talvez a que gerou o étimo que está sob os Rat gaélicos.
Chézal Bédu, chézal é variação de chazal que vem sendo o mesmo que casal, na triplicidade de casa, caça e capsa que noutros escritos foi posta em evidência. Bedú teria a ver com o gaulês bedu "foxo" aparentado com o galês bedd "tumba, campa", com o bretão medieval bez "tumba", em tradução livre "casal do foxo / casal da mámoa".
Já le Colombier , faria pensar no pombal, mas neste caso como em tantos outros galaicos nas suas formas plenas colomb-, palomb- (pomb-, comb-) teriam a ver mais com cômbaro, com valo.
Les Bustelles na comuna de Jars (Centro-Vale do Loira, França).
A destacar o topónimo La Ratière no fundo de saco da estrutura de cousso. A ratoeira, na ideia talvez primária de ratoeira de caça, talvez a que gerou o étimo que está sob os Rat gaélicos.
Chézal Bédu, chézal é variação de chazal que vem sendo o mesmo que casal, na triplicidade de casa, caça e capsa que noutros escritos foi posta em evidência. Bedú teria a ver com o gaulês bedu "foxo" aparentado com o galês bedd "tumba, campa", com o bretão medieval bez "tumba", em tradução livre "casal do foxo / casal da mámoa".
Já le Colombier , faria pensar no pombal, mas neste caso como em tantos outros galaicos nas suas formas plenas colomb-, palomb- (pomb-, comb-) teriam a ver mais com cômbaro, com valo.
La Boustière de Sablons sur Huisne (Normandia, França).
Também com a forma típica, e toponímia indicativa
Le Haut Plessis e le Bas Plessis: plessis é um tipo de sebe, feita deitando os talos arbustivos.
Também Le Colombier.
E Chassegaise que poderia ser percebida como um derivado de chasse "caça", em uma ideia como *caceguesa.
Bustelinho na freguesia de São Romão (-ám) de Sobradelo (Maceda). Bustelinho está no nascimento de um ribeiro, os limites cadastrais e caminhos abraçam o valigote, na mesma estrutura que os coussos de caça.
O Busto na freguesia de São Julião de Santa Sabinha (Santa Comba) uma estrutura de grande vedação que poderia ter sido uma granja neolítica.
Busto na freguesia de São Tiago de Juvial (Melide), dá para observarmos que o fundo de saco, o cúil, tem a mesma forma que alguns dos 'Boustom" apresentados, e que no lado oeste o busto foi refeito, repetindo-se a mesma conformação no seu cúil, no seu vértice.
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