A toponímia de Samil e derivados aparece espalhada em diferentes escritos neste blogue, por exemplo em "Cortiças e ..." ou em "मेल , o mil".
Aqui vão ser mostrados lugares de lexema samir- ou salamir-, hipotéticos iniciais sala-mil.
Samirães / Samiráns de de São Jião de Lendo (na Laracha):
Observa-se uma estrutura em forma de cousso, evolucionada a granja neolítica.
Uma primeira estrutura de cousso com beco sul e toponímia identificativa Cronas e Cachopa (que será explicada mais abaixo), e a norte o beco em Bragunde e Casal, Bragunde é explicado com maiores pormenores no escrito "Gunduriz e semelhantes"; quanto a Casal está na triplicidade de caça, capsa, caça.
Já depois pode ser observado um agrandamento da estrutura, com curros nos becos, um dos quais leva por nome Samirães:
O medieval Salamiranes é o étimo de Samirães (-áns) / Samiráns, fazendo perceber que poderia ser uma sala, saa, sá, no sentido pecuário-governativo já analisado neste blogue, como o sânscrito deixa intuir, e como a sua localização a respeito do cousso e posterior granja deixa ver:
शाला (śālā) "estábulo, corte governativa".
शाल (śāla / śālá) "recinto, lugar vedado, cerca, muralha, parede".
साल (sāla) "muro, sebe ou cerca perimetral".
Como noutros casos, no beco de caça, na continuidade, aparece a corte, como lugar onde manter em catividade o animal selvagem, no primeiro processo de domesticação; é também, esse estábulo primeiro, como lugar habitacional principal, governativo.
A partícula -mil- foi tratada no escrito "मेल , o mil", onde se conclui que -mil- teria a ver com reunir, juntar.
Salamiranes poderia ser da génese então do grupo toponímico de Saamil, algo assim como *Salamilanes, sala-mil-an-es, o lugar habitacional das gentes salamilanas, as gentes que habitam na sala do mil, *sala-mil, "corte onde se juntam".
Assim a primeira pessoa de nome Salamirus (*salamilus) estaria a indicar algo assim como um chefe pastoral, um granjeiro, amo territorial, morador de uma corte governativa e de animais.
Nesta zona bergantinhã, caberia a hipótese de um étimo feminino plural *Salamiranas ou masculino plural *Salamiranos ou ainda *Salamiranes, pola realização, pronúncia, do feminino -ãs, do masculino -ãos, e do -ães, Samirãs/Samirãos/Samirães, todos como -áns, Samiráns.
Salamilanas?, as gentes (mulheres?) do Salamil. Como foi mostrado noutros escritos estes becos podem levar nomes como Orraca, Casa da Dona, Casa da Senhora (como foi mostrado na análise anteiror de Gondar de Dimo)... Neste caso aparece Cachopa nesse beco sul, com uma plurivalência de significados aparentemente inconexos que o lugar toponímico, de juntança de animais, e habitacional governativo, é que explica:
Cachopa estaria na ideia de caça, casa, capsa. Cachar na ideia de capturar.
Cachopa é uma cabana simples, uma casopa.
Cachopa: árvore sem ramos, o seu tronco velho, um cepo.
Cachopa: Ama, mulher que governa uma casa ou fazenda; rapariga nova; governanta da reitoral, da casa de um crego.
Perto de Samirães / Samiráns de Lendo encontra-se Samir aldeia no limite de duas freguesias a de São Tiago de Vilanho (na Laracha) e a de São Lourenço de Verdilho (Carvalho):
Lama de Samiro, dous lugares com esse nome em Santo Adrão de Zapeãos (Rairiz de Veiga)
A destacar que a funcionalidade do cousso teria sido antes de que o nível do mar subisse.
Salamero de Secastilha (Osca, Aragão), dá nome ao monte leste e a sua aba que cais para o vale, encerrando o o Barranco Fondo. Este lugar é um cousso natural.
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