São Jurjo de Magalofes, freguesia sob o concelho de Fene, já foi apresentada no escrito sobre os coussos:
Magalofes com a típica forma de cousso e granja posterior neolítica,onde é possível observarmos as modificações, talvez três estruturas. Com topónimos que se reptem, no bico sul a Fonte Nova, sem haver fonte, mas na ideia protoindo-europeia para fonte que é "fluir, correr", assim este beco com o nome de fonte e nova indicaria uma reformulação da estrutura anterior, que é indicada em cor e que a "nova" envolveria.
Também nesse beco o nome de cacheira como lugar onde é cachado o animal, caçado.
Para entendermos Botarigo: recolhe Du Cange Botaria como "caminho, caminho rural", ou Butta "vaco, copa", por ter essa forma de recipiente, a confrontar com topónimos do grupo "as Botas".
Gonzalves pode ser um antropónimo, analisado no escrito "Algumas granhas" foi decifrado como gonzo-alvo, ângulo final, limitante, o que condiz aqui. Entendendo que a estrutura teria três níveis bem marcados, o inicial em cor; um intermédio, o da Fonte Nova, ponteado; e um final identificado neste blogue como granja neolítica, marcado com linha. É neste marcado com linha que Gonzalves é par do beco do Pedrão, bico norte, Pedrão, comumente com nomes de lexema pedra ou pera.
Também nesse beco o nome de cacheira como lugar onde é cachado o animal, caçado.
Para entendermos Botarigo: recolhe Du Cange Botaria como "caminho, caminho rural", ou Butta "vaco, copa", por ter essa forma de recipiente, a confrontar com topónimos do grupo "as Botas".
Gonzalves pode ser um antropónimo, analisado no escrito "Algumas granhas" foi decifrado como gonzo-alvo, ângulo final, limitante, o que condiz aqui. Entendendo que a estrutura teria três níveis bem marcados, o inicial em cor; um intermédio, o da Fonte Nova, ponteado; e um final identificado neste blogue como granja neolítica, marcado com linha. É neste marcado com linha que Gonzalves é par do beco do Pedrão, bico norte, Pedrão, comumente com nomes de lexema pedra ou pera.
A imagem obrigaria a um étimo magal-ulfes?
Para a partícula -ulfe na toponímia leia-se "a Ulfe".
Magalão é nome para o cômaro, cemba ou noiro, para um mogote ou monte pequeno.
Magalão é sufixada com -ão (-om), mas está desparecida a palavra sem sufixar, magalão seria um suposto derivado de *magalo ou *magala.
Conhecendo como o palatio, paliçada, derivou em paço palacial e toponímico: do mesmo modo o valo de terra, a *magala ou o *magalo poderiam ter dado a magalia?
Malhada tem duas etimologias:
1. De malha, macula "rede", do mesmo jeito que rede e redil.
2. De Magalia "cabanas de pastores", latim tardio com origem na língua púnica. Associam-no com o grego antigo μέγαρον (mégaron) "sala, pavilhão; palácio; santuário; tumba; poços ou fossos sacrificiais para porcos em honor a Demeter e Perséfone.
A malhada pastoral está apenas nos idiomas peninsulares, mallada no catalão, majada no castelhano, mayada no asturiano.
Uso a palavra magolo, para um galo, pote ou croque, um inchaço na cabeça, mas não está dicionariada com estes significados, sim dicionariada como o sâmago dos chifres, a parte interna carnosa e óssea do corno das vacas (confronte-se mais abaixo com o castelhano mogote, esclarecedor). Magolo pronuncia-se dialetalmente como magholo /mɐ.'ho.lʊ/ ou maolo /mɐ.'o.lʊ/.
Aqui entra a palavra mogão (mogão) proeminência, mogão de terra.
De entre os significados de magote: faixa de terra que faz linde entre duas propriedades, além dos de rebanho, grupo de animais.
Maga tem o significado de "montão de ouriços que são malhados juntos de uma só vez", talvez daí maga como montão de tripas e resíduos das sardinhas limpas, escochadas e estripadas, e maga como o montão dos resíduos das uvas e maçãs, o magalho, bagalho / bagulho.
E também as asturianas
Mogoḷḷu : Montículu de tierra aisláu, cónicu y termináu en punta roma; elevación [del terrenu que tien la parte cimera arredondiada]. 2 Cantidá [grande de daqué].
Mogote, el: sust. Elevación [del terrenu que tien la parte cimera arredondiada]. 2 Peña, elevación [de piedra nun terrenu]. 3 Piedra o tierra [que sobresal en suelu]. 4 Cosa [dura y arredondiada]. 5 Pescuezu [d’un animal, d’una persona]. 6 Bocáu, pedazu [de pan abiertu a la metá y rellenu de comida].
E também o espanhol:
Mogote:
1. m. Cualquier elevación del terreno que recuerde la forma de un monte.
Mogote é palavra também toponímica para dar nome a um túmulo ou mámoa na Galiza e nas Astúrias. Analisa o professor Monteagudo no "Nombres de túmulos y dólmenes en Galicia y norte de Portugal": mogão (-om) "túmulo" montão de terra, aparentado com molhão, com o castelhano mojón, marcos delimitantes, com relação com o basco muga "limite, linde, fronteira". Relacionado com o mogo em Anciães / Ansiães "marco" entre terrenos agrícolas.
Esta palavra mogo "marco", está esquecida mas a sua existência toponímica faz ver que foi viva, por exemplo entre as freguesias de Centronha e Boebre (Pontedeume) está a Cruz e Marco de Mogo, talvez tautológico.
O Mogão, proeminência do terreo no lado oeste do Castro (Castro das Módias) em São Martinho do Porto (Cabanas) fazendo limite com Santa Eulália de Limodre (Fene).
Para a partícula -ulfe na toponímia leia-se "a Ulfe".
Magalão é nome para o cômaro, cemba ou noiro, para um mogote ou monte pequeno.
Magalão é sufixada com -ão (-om), mas está desparecida a palavra sem sufixar, magalão seria um suposto derivado de *magalo ou *magala.
Conhecendo como o palatio, paliçada, derivou em paço palacial e toponímico: do mesmo modo o valo de terra, a *magala ou o *magalo poderiam ter dado a magalia?
Malhada tem duas etimologias:
1. De malha, macula "rede", do mesmo jeito que rede e redil.
2. De Magalia "cabanas de pastores", latim tardio com origem na língua púnica. Associam-no com o grego antigo μέγαρον (mégaron) "sala, pavilhão; palácio; santuário; tumba; poços ou fossos sacrificiais para porcos em honor a Demeter e Perséfone.
A malhada pastoral está apenas nos idiomas peninsulares, mallada no catalão, majada no castelhano, mayada no asturiano.
Uso a palavra magolo, para um galo, pote ou croque, um inchaço na cabeça, mas não está dicionariada com estes significados, sim dicionariada como o sâmago dos chifres, a parte interna carnosa e óssea do corno das vacas (confronte-se mais abaixo com o castelhano mogote, esclarecedor). Magolo pronuncia-se dialetalmente como magholo /mɐ.'ho.lʊ/ ou maolo /mɐ.'o.lʊ/.
Aqui entra a palavra mogão (mogão) proeminência, mogão de terra.
De entre os significados de magote: faixa de terra que faz linde entre duas propriedades, além dos de rebanho, grupo de animais.
Maga tem o significado de "montão de ouriços que são malhados juntos de uma só vez", talvez daí maga como montão de tripas e resíduos das sardinhas limpas, escochadas e estripadas, e maga como o montão dos resíduos das uvas e maçãs, o magalho, bagalho / bagulho.
E também as asturianas
Mogoḷḷu : Montículu de tierra aisláu, cónicu y termináu en punta roma; elevación [del terrenu que tien la parte cimera arredondiada]. 2 Cantidá [grande de daqué].
Mogote, el: sust. Elevación [del terrenu que tien la parte cimera arredondiada]. 2 Peña, elevación [de piedra nun terrenu]. 3 Piedra o tierra [que sobresal en suelu]. 4 Cosa [dura y arredondiada]. 5 Pescuezu [d’un animal, d’una persona]. 6 Bocáu, pedazu [de pan abiertu a la metá y rellenu de comida].
E também o espanhol:
Mogote:
1. m. Cualquier elevación del terreno que recuerde la forma de un monte.
Sin.:
montículo, altozano, colina, otero.
2. m. Montón de piedras.
3. m. Montículo aislado, de forma cónica y rematado en punta roma.
4. m. Hacina de forma piramidal.
5. m. Cada una de las dos cuernas de los gamos y venados, desde que les comienzan a nacer hasta que tienen aproximadamente un palmo de largo.
Mogote é palavra também toponímica para dar nome a um túmulo ou mámoa na Galiza e nas Astúrias. Analisa o professor Monteagudo no "Nombres de túmulos y dólmenes en Galicia y norte de Portugal": mogão (-om) "túmulo" montão de terra, aparentado com molhão, com o castelhano mojón, marcos delimitantes, com relação com o basco muga "limite, linde, fronteira". Relacionado com o mogo em Anciães / Ansiães "marco" entre terrenos agrícolas.
Esta palavra mogo "marco", está esquecida mas a sua existência toponímica faz ver que foi viva, por exemplo entre as freguesias de Centronha e Boebre (Pontedeume) está a Cruz e Marco de Mogo, talvez tautológico.
O Mogão, proeminência do terreo no lado oeste do Castro (Castro das Módias) em São Martinho do Porto (Cabanas) fazendo limite com Santa Eulália de Limodre (Fene).
Juntando todas estas palavras apresentadas e os seus significados poderíamos intuir um lexema *mogo/*mago com o significado de empilhamento.
Na ideia de montão, grupo de animais, mogote / magote, cabe pôr aqui o galês magad / bagad "multidão, grupo, rebanho, tropa, horda".
O que leva a enlaçar aqui o corunho magalho/bagalho "montão".
E o que explica a palavra popular magala / magal "soldado raso".
Então já poderia ser escrito que os guerreiros galaicos teriam o nome de magalas, confronte-se com o gaulês magalos "chefe nobre", talvez o antergo magal poderia ser um rango hierárquico do exército, e seguindo a lei do calamar-lula ou do melocotão-pexego: magal, palavra inferiorizada por ser da língua B em processo de colonização, passou a designar o militar de menor consideração.
Foto de WordRidden do Flickr, casco chamado Waterloo Helmet aparecido no Tamisa.
Então haveria a possibilidade de ligar a raiz *maga ou *mago *mogo: "túmulo / proeminência / corno novo / montão/ rebanho/ tropa", com a maga, o mago e o meco, ancestrais xamánicos?
Então, como foi apresentado tantas vezes no blogue, pois aparece frequentemente nas estruturas do final do paleolítico e neolítico, nos coussos de caça e nas granjas ancestrais: em São Jurjo de Magalofes no beco oeste está a esperável toponímia tumular: Tombal e Medonha.
Então o estudo etimológico oferece-nos uma paisagem e a sua função, um local de caça e posteriormente granja neolítica para animais semi-selvagens em catividade, com uns becos onde acabariam os animais capturados, caçados, um local de sacrifício e sacralidade, e um lugar tumular de enterramento (Tombal, Medonha).
Segundo isto Magalofes poderia significar "o túmulo da besta".
Isto condiz com os achados arqueológicos do neolítico britânico onde aprece gado enterrado em túmulos. E com o que me aconteceu visitando uma arca, dolmen, que fora vandalizada polos trabalhos agrícolas do milho, arrincadas as chantas ou esteios e passado o arado de fundo, visitei o lugar e dei com uma moa de bovino.
Aqui vão ser apresentados lugares toponímicos do grupo de magalão:
Magalão (-om) numa grande estrutura de caça ou granja neolítica de Santalha de Argemil e São Pedro de Maside (Sárria). Talvez com o significado literal que tem no nosso idioma "cemba, noiro, montículo".
Magalães (-ans) de Dorrão (-om) (São Genjo), dando nome ao beco de caça ou captura numa suposta estrutura em cousso, com ideia de montão ou talvez por ter havido uma proeminência de terra, uma mámoa, ou porque é o lugar onde o rebanho se amorea, se junta; observe-se como no beco norte sedia a igreja da paróquia.
Magalães (-áns) de Santa Maria de Cruzes (Padrão), na mesma explicação que o anterior.
O Magal de São Tiago de Milheirós (Pol), marcado no LiDAR como essa zona com um conjunto de pequenas elevações.
Há uma localidade na Occitânia de nome atual Mauguòu, afrancesada como Mauguio, antigamente Melgorium, o território o condado levou o nome de Magalona no século VII, atualmente Melguelh. O condado antigo de Melguelh / Magalona corresponde com a comuna atual de Mauguòu.
Magalona tem esta estrutura de caça ou granja neolítica:
Mauguòu vila a antigamente chamada de Magalona no oeste da estrutura
Com toponímia condizente, e esperável nos seus becos, no sul São Martinho, St Martin e toponímia do grupo da pedreira, pena como na Galiza neste caso Pétrusie "pedroso".
Mas Bornier, borne poderia ser uma variação do francês antigo bodne (1121), derivado do latim medieval bodĭna, butĭna "marco", de origem obscura, poderia ser do hipotético gaulês *budina, confronte-se com a divindade Budinus.
Mais alargadamente no escrito do "Pastoralismo inicial", o que levaria a ligar bodĭna "marco" com bode "cabrão", do mesmo jeito que carneiro e carn empilhamento de pedras.
Seja como for é um topónimo de limite.
No galego borne "borda de navio, borda, beira margem" e borneiro "palheiro" dão a mesma ideia que a topográfica de Mas Bornier aqui apresentada.
No beco norte: La Clausade semelhante à chousa. Le Péras "o fim", ou por deturpação francesa do provençal peras como "pereira" (na confusão de pedra e pera).
Já o nome de La Courconne onde há restos arqueológicos estudados de uma sepultura do neolítico final, onde apareceu um esqueleto humano e três molares de bovino.
La Courconne poderia ser entendido como da mesma raiz que corcão (-om) "corcovado". Isto é frequente como já foi dito, nas granjas e coussos analisados nos becos, ou nas suas proximidades costuma aparecer uma mámoa, e na sua continuidade, uma capela ou igreja.
Seja como for aqui estão a ser apresentadas paisagens do neolítico, com raízes paleolíticas em coussos de caça, que na continuidade toponímica, ajudam a dar uma ideia etimológica talvez mais alicerçada da raiz magal- de Magalofes.
Situando os dous lexemas hipotéticos do topónimo, magal- e -ulfe, na mesma camada linguística, isto é como pouco neolítica, no protoindo-europeu.
Magalofes desde Pokony:
Magal- *mago / *maga / mogo: no protoindo-europeu de mū̆k- "corcunda, giba".
-ofes / ulfe: para Pokorny a raiz *ol- [ol-(e)-] teria o significado de "destruir", e mas também ol- [el-1, ol-, el-] teriam o significado de "vermelho, pardo, castanho".
Na cosmovisão protoindo-europeia do animal caçado ter um nome tabuado: *wĺ̥ -kʷos seria "o destruidor" ou "o apardado", dando-lhe à raiz -kʷos uma função derivativa adjetival, latim -cus, proto-céltico *-kos.
Daí que *wĺ̥kʷos poderia estar na raiz do nome de animais diversos ou mesmo fantásticos hoje, como o urco, a orca, o urso, o volpe, o golfinho, o lobo ....
O Macalhás na zona de Dormideiras na Crunha, uma língua de rochas que se adentra no mar.
A leste do porto da Ilha de Ons há uns baixios, umas rompentes, com os nomes de Magalães (Magaláns), e o Petão de Magalão na sua parte sul. Confronte-se com a raiz proto-céltica gaulês magalos "chefe", *maglos, o famoso Maeloc.
Poderíamos assim perceber o gaélico escocês maoil /mɯːl/
Talvez tudo com o substrato de proeminência e na proximidade do latim magnus.
A pessoa proeminente levaria o nome da proeminência:
Onde poderia estar o bacalhau, bacalhão (-ám / -au), macalhão (-ám /-au), macalão (-au), numa ideia de montão, rebanho, por serem muito abundantes no cardume?
E o que poderia dar uma explicação a Magalhães, confronte-se com magalho /bagalho do corunho "multidão".
Paço Vedro de Magalhães (antiga freguesia sob Ponte da Barca).
A falta de comparar cadastralmente, poderia ser intuída a sua forma em arco envolvendo o nascimento do ribeiro, e o topónimo Paço num dos seus estremos, nome esperável, assim como o de Nogueira no seu outro lado.
Maguleiro em São Bartolomeu de Carinho.
A destacar que no beco leste e oeste aparecem dous topónimos de diferente evolução mas de suposta mesma raiz Cachona de cacha, captar, caçar, e Catadoria de captar, capturar.
Topónimos que indicam interdição , valo como Vedro, Bargança e Barbeito.
E dous do grupo *willa, Vila e Vilar na ideia de vedação.
Lakota makȟá, dacota makhá "terra, terreo, chão, território".
Tamil முகடு (mukaṭu):
Na ideia de montão, grupo de animais, mogote / magote, cabe pôr aqui o galês magad / bagad "multidão, grupo, rebanho, tropa, horda".
O que leva a enlaçar aqui o corunho magalho/bagalho "montão".
E o que explica a palavra popular magala / magal "soldado raso".
Então já poderia ser escrito que os guerreiros galaicos teriam o nome de magalas, confronte-se com o gaulês magalos "chefe nobre", talvez o antergo magal poderia ser um rango hierárquico do exército, e seguindo a lei do calamar-lula ou do melocotão-pexego: magal, palavra inferiorizada por ser da língua B em processo de colonização, passou a designar o militar de menor consideração.
Foto de WordRidden do Flickr, casco chamado Waterloo Helmet aparecido no Tamisa.
Então haveria a possibilidade de ligar a raiz *maga ou *mago *mogo: "túmulo / proeminência / corno novo / montão/ rebanho/ tropa", com a maga, o mago e o meco, ancestrais xamánicos?
Então, como foi apresentado tantas vezes no blogue, pois aparece frequentemente nas estruturas do final do paleolítico e neolítico, nos coussos de caça e nas granjas ancestrais: em São Jurjo de Magalofes no beco oeste está a esperável toponímia tumular: Tombal e Medonha.
Então o estudo etimológico oferece-nos uma paisagem e a sua função, um local de caça e posteriormente granja neolítica para animais semi-selvagens em catividade, com uns becos onde acabariam os animais capturados, caçados, um local de sacrifício e sacralidade, e um lugar tumular de enterramento (Tombal, Medonha).
Segundo isto Magalofes poderia significar "o túmulo da besta".
Isto condiz com os achados arqueológicos do neolítico britânico onde aprece gado enterrado em túmulos. E com o que me aconteceu visitando uma arca, dolmen, que fora vandalizada polos trabalhos agrícolas do milho, arrincadas as chantas ou esteios e passado o arado de fundo, visitei o lugar e dei com uma moa de bovino.
Magalão (-om) numa grande estrutura de caça ou granja neolítica de Santalha de Argemil e São Pedro de Maside (Sárria). Talvez com o significado literal que tem no nosso idioma "cemba, noiro, montículo".
Magalães (-ans) de Dorrão (-om) (São Genjo), dando nome ao beco de caça ou captura numa suposta estrutura em cousso, com ideia de montão ou talvez por ter havido uma proeminência de terra, uma mámoa, ou porque é o lugar onde o rebanho se amorea, se junta; observe-se como no beco norte sedia a igreja da paróquia.
Magalães (-áns) de Santa Maria de Cruzes (Padrão), na mesma explicação que o anterior.
O Magal de São Tiago de Milheirós (Pol), marcado no LiDAR como essa zona com um conjunto de pequenas elevações.
Há uma localidade na Occitânia de nome atual Mauguòu, afrancesada como Mauguio, antigamente Melgorium, o território o condado levou o nome de Magalona no século VII, atualmente Melguelh. O condado antigo de Melguelh / Magalona corresponde com a comuna atual de Mauguòu.
Magalona tem esta estrutura de caça ou granja neolítica:
Mauguòu vila a antigamente chamada de Magalona no oeste da estrutura
Com toponímia condizente, e esperável nos seus becos, no sul São Martinho, St Martin e toponímia do grupo da pedreira, pena como na Galiza neste caso Pétrusie "pedroso".
Mas Bornier, borne poderia ser uma variação do francês antigo bodne (1121), derivado do latim medieval bodĭna, butĭna "marco", de origem obscura, poderia ser do hipotético gaulês *budina, confronte-se com a divindade Budinus.
Mais alargadamente no escrito do "Pastoralismo inicial", o que levaria a ligar bodĭna "marco" com bode "cabrão", do mesmo jeito que carneiro e carn empilhamento de pedras.
Seja como for é um topónimo de limite.
No galego borne "borda de navio, borda, beira margem" e borneiro "palheiro" dão a mesma ideia que a topográfica de Mas Bornier aqui apresentada.
No beco norte: La Clausade semelhante à chousa. Le Péras "o fim", ou por deturpação francesa do provençal peras como "pereira" (na confusão de pedra e pera).
Já o nome de La Courconne onde há restos arqueológicos estudados de uma sepultura do neolítico final, onde apareceu um esqueleto humano e três molares de bovino.
La Courconne poderia ser entendido como da mesma raiz que corcão (-om) "corcovado". Isto é frequente como já foi dito, nas granjas e coussos analisados nos becos, ou nas suas proximidades costuma aparecer uma mámoa, e na sua continuidade, uma capela ou igreja.
Seja como for aqui estão a ser apresentadas paisagens do neolítico, com raízes paleolíticas em coussos de caça, que na continuidade toponímica, ajudam a dar uma ideia etimológica talvez mais alicerçada da raiz magal- de Magalofes.
Situando os dous lexemas hipotéticos do topónimo, magal- e -ulfe, na mesma camada linguística, isto é como pouco neolítica, no protoindo-europeu.
Magalofes desde Pokony:
Magal- *mago / *maga / mogo: no protoindo-europeu de mū̆k- "corcunda, giba".
-ofes / ulfe: para Pokorny a raiz *ol- [ol-(e)-] teria o significado de "destruir", e mas também ol- [el-1, ol-, el-] teriam o significado de "vermelho, pardo, castanho".
Na cosmovisão protoindo-europeia do animal caçado ter um nome tabuado: *wĺ̥ -kʷos seria "o destruidor" ou "o apardado", dando-lhe à raiz -kʷos uma função derivativa adjetival, latim -cus, proto-céltico *-kos.
Daí que *wĺ̥kʷos poderia estar na raiz do nome de animais diversos ou mesmo fantásticos hoje, como o urco, a orca, o urso, o volpe, o golfinho, o lobo ....
Então oĺ̥kʷos, oĺ̥ekʷos, eĺ̥kʷos elkʷos / estariam na base do epos gaulês, do hippos grego, do equus latino, no celtibérico ekua-, e da iccona (Cabeço das Fráguas).
Confronte-se com alce e elk no inglês, ou com o proto-céltico *el- "ruivo, castanho" na palavra proto-céltica *elani; antigo irlandês: elit "corça / cerva", com variantes elit, ailit ailite, elt, eillti, eillte, eilit, eillti, elte, ellt, eillteadh. Galês: elain, eilon, alan "cervo".
Este lexema el- para o cervo aparece em outros idiomas:
Arménio antigo: եղն (ełn) "cerva".
Grego antigo: ἔλαφος (élaphos)
Línguas eslavas: *eleňь
Confronte-se com alce e elk no inglês, ou com o proto-céltico *el- "ruivo, castanho" na palavra proto-céltica *elani; antigo irlandês: elit "corça / cerva", com variantes elit, ailit ailite, elt, eillti, eillte, eilit, eillti, elte, ellt, eillteadh. Galês: elain, eilon, alan "cervo".
Este lexema el- para o cervo aparece em outros idiomas:
Arménio antigo: եղն (ełn) "cerva".
Grego antigo: ἔλαφος (élaphos)
Línguas eslavas: *eleňь
Lituano: élnias...
Todos eles, se quadra, animais com nomes tabuados, condizente co protoindo-europeu "o pardo, o vermelho, o castanho, o ruivo".
Todos eles, se quadra, animais com nomes tabuados, condizente co protoindo-europeu "o pardo, o vermelho, o castanho, o ruivo".
O Macalhás na zona de Dormideiras na Crunha, uma língua de rochas que se adentra no mar.
A leste do porto da Ilha de Ons há uns baixios, umas rompentes, com os nomes de Magalães (Magaláns), e o Petão de Magalão na sua parte sul. Confronte-se com a raiz proto-céltica gaulês magalos "chefe", *maglos, o famoso Maeloc.
Poderíamos assim perceber o gaélico escocês maoil /mɯːl/
1.(anatomia) testa, fronte 2.(geografia) cabo, promontório, ponta de terra de terra que se adentra no mar
Confronte-se com o galês mael, gaulês magalos, proto-céltico *maglos "chefe, nobre".Talvez tudo com o substrato de proeminência e na proximidade do latim magnus.
A pessoa proeminente levaria o nome da proeminência:
Onde poderia estar o bacalhau, bacalhão (-ám / -au), macalhão (-ám /-au), macalão (-au), numa ideia de montão, rebanho, por serem muito abundantes no cardume?
E o que poderia dar uma explicação a Magalhães, confronte-se com magalho /bagalho do corunho "multidão".
Paço Vedro de Magalhães (antiga freguesia sob Ponte da Barca).
A falta de comparar cadastralmente, poderia ser intuída a sua forma em arco envolvendo o nascimento do ribeiro, e o topónimo Paço num dos seus estremos, nome esperável, assim como o de Nogueira no seu outro lado.
Maguleiro em São Bartolomeu de Carinho.
A destacar que no beco leste e oeste aparecem dous topónimos de diferente evolução mas de suposta mesma raiz Cachona de cacha, captar, caçar, e Catadoria de captar, capturar.
Topónimos que indicam interdição , valo como Vedro, Bargança e Barbeito.
E dous do grupo *willa, Vila e Vilar na ideia de vedação.
Lakota makȟá, dacota makhá "terra, terreo, chão, território".
Tamil முகடு (mukaṭu):
Topo, cume, cima
pico da montanha
cume de telhado
topo de uma colina
viga transversal de uma casa
zênite
superioridade, excelência
entrada ou boca de uma casa
corcunda
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