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Algumas Granhas (descifrando a Arbosa).

 Em vários escritos prévios  foi lançada a hipótese de que as granhas toponímicas, poderiam ter uma origem neolítica, devido à sua conformação.
Também foi lançada a hipótese de que não estariam no seu início tanto na linha agrícola mas na pecuária, que a sua raiz não seria o divulgado "grão":
A etimologia da palavra galesa grefan "granja" abre outra porta. Grefan formada por gre "greia, rebanho" e man "posição, lugar, ponto particular, espaço determinado".
Já no córnico: greunji tem o significado de  "granja e celeiro", onde a palavra gre córnica significa "rebano, grupo de animais".
Então as granhas / granjas poderiam ter a ver com a greia ou rebanho.
Analisando os lugares toponímicos do grupo da granja em escritos anteriores na Irlanda e indiretamente em outros galegos, nas granjas e granhas pode ser percebida a semelhança estrutural com um cousso de caça, na mesma forma que os divulgados como desert kites.
Isto leva a perceber que a etimologia britônica, grefan "lugar da greia", pode estar mais certa de que a origem no grão.
Uma hipótese então seria que a raiz protoindo-europeia de granja / granha estaria formada por *gre-n(os)-yós, *grenyos; 
Duplamente adjetivado,:
*grenos "o da greia, *greiano"
*grenyos /*grenya "os dos da greia, *greianeiros".
Assim no Du Cange: grenariumgrenchiagrengia.




A Granha de São Tiago de Requião (-ám) (Betanços). Dá para observarmos a duplicidade, Granha é o nome da aldeia e Granja de terras no seu leste. Também para salientar Casa de Martis ou Lugar de Martis, na forma dialectal de Martins, antropónimo frequentíssimo nestas estruturas, que leva a associar o cavalo como elas, já for desde o santo padroeiro que monta o cavalo, ao Marte guerreiro; a etimologia do latim Mars (Martis) antigo latim Mavors vai dar a um proto-itálico *Māwortis.
Com palavras do tronco céltico para nomear equídeos:
Gálata: μάρκαν (márkan)
Gaulês: markos.



Os Granhas de São Mamede de Pousada (Sobrado), com toponímia como Cima de Vila, na ideia de vila como vedação ancestral, já tantas vezes repetido neste blogue; ou Bezerreira num dos seus becos.
Mas os Granhas tem o plural e depois o género masculino, como se for "os (das) Granhas".




As duas granhas dos Granhas de São Mamede de Pousada.


Nesta segunda "granha" há tomponímia que frequentemente sai neste blogue como pode ser Cardeiro, na ideia de lugar onde gardar o rebanho?
cardo latino?, a rua cardinal romana norte sul?, ou o lugar cardinal?
Estariam aqui os parentes do grego χόρτος (khórtos)?
Poderia ser percebida a génese como do lugar  "central" de guarda, posteriormente de pastoreio, o *wardo / cardo, foi divergindo e criando-se todo um conjunto de palavras que originalmente sediariam no curro central cardo / cadro / cuadro / cuadra?
O cárdio coração, o cardo eixo referencial, e o carduus vegetal, já no asturiano cardina "tojo" (também em hipótese como tapume?) a cardenha (bisarma), gardunho (Crataegus monogyma), cardume "rebanho"...

A hipótese do funcionamento neolítico da granha com animais semi-selvagens, seria que pasceriam livremente no espaço tapado ancestral de caça, no cousso reutilizado como granha. E polas noites seria recolhido em duas da suas esquinas, em Pousada de Arriba a norte e em Cabanas a leste.
No lado de Pousada poderia haver vários currais, toponimicamente: a mesma Pousada, Cortinha e Cardeiro, nessa ideia protoindo-europeia de *kwart- "quarto e guardar". Repare-se que Cardeiro é quase quadrado neste caso.
A Cortinha toponímica é semelhante a outras cortinhas no blogue apresentadas 140m de longo por 45m de largo.
A Cortinha deste jeito aparece como um lugar onde o gado pode passar a noite e "esterca" o terreo, que fica vedado depois de ser arado e semeado. A cortinha tem uma longitude que obedece à distância que ara uma parelha de vacas ou bois semi-domesticados, de um golpe sem se parar, a parelha tira do arado até um ponto de extenuação, momento de cansaço que é aproveitado para virar o arado e voltar.
Pousada, tem os étimos latim pausa e grego παῦσις (paûsis) "final, limite, pausa, parada".
O topónimo Casa Nova pode ser percebido como caça nova, talvez um lugar para caçar os iniciais animais selvagens encerrados na grande tapada na granha, na transição do paleolítico ao neolítico. Ou como Caça Nova tendo havido uma caça anterior:






Granha de Santa Maria de Fisteus (Cúrtis).
De entre a microtoponímia a destacar a Ratona, talvez a ver com o ráth céltico que foi neste blogue tratado.
Boi Pardo e Boi Louro, dá para reflexionar sobre pardo, pardinhas, que foi já comentado noutro escrito.
Pardo dando nome à cor e ao animal tabuado.
Pardo tem uma etimologia protoindo-europeia que o relaciona com o nome do leopardo em línguas da Índia e Pérsia, no persa پارس  (pârs) é o nome do guepardo treinado "domesticado" para a caça.
Boi Pardo poderia estar a dizer boi caçado?
Boi Louro estaria a dizer boi glorificado, boi de valo, boi considerável?
Aqui aparece também o topónimo do grupo de "marte" antes comentado, Maritinhos.


Para perceber o funcionamento da Granha, primeiro como cousso de caça, para depois derivar em "malhada", atenda-se ao nome do ribeirinho que nasce de três fontes nela "Rego da Malhada".
Malhada seria o lugar de recolhida dos animais semi-selvagens na estrutura que ancestralmente teria sido um cousso de caça. Malhada tem duas etimologias ou de malha, macula "rede", do mesmo jeito que rede e redil; ou do latim tardio magalia "cabanas".
Magalia latino associam-no com o grego antigo μέγαρον (mégaron) "sala, pavilhão; palácio; santuário; tumba; poços ou fossos sacrificiais para porcos em honor a Demeter e Perséfone.
A malhada pastoral está nos idiomas peninsulares, mallada no catalão, majada no castelhano, mayada no asturiano.
Magalão é um cembo, um noiro ou cômaro, também um monte pequeno; desparecida a palavra sem sufixar, é suposto derivado de *magalo ou *magala.
Conhecendo como o palatio, paliçada, derivou em paço palacial e toponímico: do mesmo modo o valo de terra, o *magalo  poderia ter dado a magalia?


Vilar Velho, neste caso daria nome o curro do final do beco, um lugar onde ter animais vivos capturados, na evolução do cousso. Vilar como foi apresentado em outros escritos teria o significado de vedação.

O nome par de Boi Pardo a norte e dos Pardos a sul como lugares de caça, posteriormente captura, como curros, locais onde ter animais capturados vivos.

Quanto ao nome de Xabrinho, o que mais nos faz pensar em um lugar de xabre, de areia, pelo latim tardio sablum do clássico sabulō.
Também poderia ter a ver com a mesma raiz que o francês antigo jable, do latim tardio gabulum, derivado do proto-céltico *gablo- "forcado", o javre galego neste caso é o rebaixe ou ranhura onde encaixa a tampa do barril, ou o rebaixe da madeira do soco onde vai cravado o coiro, ou a ferramenta para fazer o rebaixe ou entalha, com diversas variantes gebre, zavre, jevreira.
Para pôr aqui nesta série o asturiano xebra "sulco".
Toda esta série de palavras do sulco, ranhura e da ferramenta para para fazer as entalhas, levam ao verbo xebrar "separar", desenvolto no escrito "a voltas com o zebreiro".
Aqui, nesta linha etimológica de *gablo / jable entraria talvez o nome xabreca "cabra", talvez por ser forcada, ter dous galhos, dous chifres, confronte-se com o nome das hastes do cervo ou veado esgalhos ou galhadas.
Então teríamos a ferramenta ancestral, a haste de cervo, para fazer ranhuras.
Aqui então estaria a palavra sabre como arma.
Isto teria a ver com o nome céltico Sabrina?
Xabreca, teria relação com o proto-nórdico ᚺᛡᛒᛟᚱᚢᛗᛦ (hᴀborumʀ /⁠haβᵒrumʀ, em dativo plural) "cabrão".
Com iùbhran no gaélico escocês "castrão, o cabrão castrado". 
A confrontar com chèvre em francês, chèvra em romanhol, chièvra em franco-provençal ...
No gaulês gabro / gabra "cabrão / cabra" afrente o proto-céltico *gablo- "forcado".
A relação entre cabra e xabr- poderia ser certa, a ter em conta as mutações das consoantes, fzem pensar numa mesma raiz.
As mutações iniciais no idioma céltico ,que talvez tenham influído muito nos três romances nascidos do falado proto-romance da Gallaecia, poderiam explicar isto.
No gaélico irlandês há variação do fonema /k/ e /c/ a /ç/, no gaélico e línguas britônicas a mutação da consoante inicial /k/ costuma ser a /x/ (gheada).
Gabra / *kabra viraria segundo as leis de mutação célticas em algo semelhante a ghabra ou xabra.

Sabrina, nome de uma princesa lendária que deu nome a um rio e ao Canal de Bristol, em galês Môr Hafren.
Sabrina tem as formas no galês de Hafren,  no galês antigo Habren, do proto-britónico *Haβren, do proto-céltico *Sabrinā, com o irlandês Sabhrainn.
Sabrina seria a da ranhura, ou a separada, que no caso da lenda condiz.
Môr Hafren descifrado desde o galego poderia ser "o mar da ranhura".
Mas hafren no galês significa "mulher desleixada, prostituta", derivada de hafr-en (diminutivo de cabrão) "cabrinha".

O Xabrinho toponímico é em certa forma um lugar galhado, a entrada ao funil, ou o lugar da ranhura, do javre, mas também poderia levar o nome do animal caçável neste caso a xabreca, a metaforicamente chamada "a galhada" ou a separada *xebreca, Xabrinho também poderia ser xebrinho "separado, o lugar da separação".





A Granha de São João de Vila Nova (Minho).
Um antigo cousso de grande tamanho aberto ao mar, que leva a pensar na sua ancestralidade, anterior ao sexto milénio a. C.
Co toponímia coerente.
Repare-se que ao oeste da Granha está a Granja, e no fundo do cousso: Gransoso, talvez granjoso.
A destacar o Xabroal, que faz pensar como no caso de Xabrinho numa qualidade do terreo, por ter xabre, mas também que nos faz lembrar essa duplicidade de javre "entalha, e a ferramenta de entalhar" e xabre / xebre "separado"; a ter em conta que na sua proximidade esta Cervo: 

(Pormenor da parte norte da grande tapada)
O que levaria a pensar que xabroal teria uma etimologia de *xebro-al, lugar da separação, lugar onde xebra.
Relevante são os seus ancestrais becos o do oeste o da Ínsua, daí que explique o porquê do lugar receber o nome de Castro da Ínsua e aparentemente não haver castro do Bronze ou Ferro nenhum, e também o porquê ter estado aí a antiga igreja. Com em tantas estruturas de caça a igreja católica aparece na ponta do beco. O de receber o nome de castro a ponta do beco está muito mais desenvolto no escrito "Castro?, vai de ida ou vem de volta?"


Também a ter em conta que essas terras recebem o nome de Lago ou Coto de Lago, entendendo que a família alcumada de Lago dá o nome às terras, som os donos delas, quando com certa provabilidade poderia ser ao revês (mais desenvolto em "Alacarar").
Já noutros escritos foi indicado que o nome da família, o nome da casa, tem muita ancestralidade pois tem a ver coma funcionalidade no cousso de caça do paleolítico final, ou coa funcionalidade na granja neolítica.
Lago seria descifrável:
Como lacus latino: buraco, corte protoindo-europeu *lek , laquear, lacerar, lacar.
Como *leuko céltico: Confronte-se com o galês llech:
lousa, piçarra
lousado, teto de piçarra
laje, lápide
rocha
marco
marco de légua
légua
núcleo, centro
inchaço, orelhões ou caxumba
raquitismo
oculto, assejante, mirão, astuto, covarde
esconderijo.
Outra rama de lac-, lag-, laco, legoa, tem a ver com lex latino, que está aparentado com ligar na palavra lego eu reúno, reunir, de um protoindo-europeu *leg- *lek-.
Se colhemos a rama germânica law, tem um étimo semelhante, no inglês antigo foi lagu, da raiz - *lagą que vem falar do "estabelecido, do fixo", confronte-se com to lay.

Quer dizer que este Lago toponímico na transição do paleolítico ao neolítico dá origem aos divergentes significados nos que lago derivou nos distintos galhos indo-europeus:
O beco de caça era um rego com foxo onde caía o animal caçado, reforçado por lajes, lugar desde onde eram assejada a caça um esconderijo, assentamento ou local principal, lugar onde o rebanho se reunia.
O lago como tumba, mámoa ancestral principal, onde é construída a igreja posteriormente católica.

Assim a lenda dos cainceiros (das gentes de Boebre, que iam à ilha Carvoeira enterrar os seus mortos, e passavam num cainço) começa a ser percebida não como uma fantasia, mas como um relato histórico que está a falar da subida do mar, o que teria provocado a "inutilidade" da grande tapada, e de como o lugar religioso e principal da caça, o vértice oeste, mudou a sua geografia pola subida do mar, polo degelo continuado.
Carvoeira, a ilha é pensado derivar de carvão. Mas poderia ser aparentada como fazendo parte do conjunto de topónimos do beco que aparecem muito frequentemente como Corvo-, corveira, curveira..., por ser um lugar curvo ou corvo. Ainda que também há que dizer que a ilha é lugar de corvos-marinhos. Outra hipótese seria como derivado de *karwos "cervo", em gaulês, caruu, carvos, como local final da caça do cervo, carvoeira seria uma forma céltica de dizer cervoeira.

Como noutras grandes tapadas, os seus becos ao longo de tantos milênios de utilização, mostra mudanças, e também por toponímia poderia ser entendido que o primeiro beco foi o da Arbosa:


Assim o nome de Casa Velha da Arbosa, como em tantos exemplos neste blogue apresentados, daria ideia da ancestral triplicidade na que derivou o local de caça: casa, caça e capsa, levando o adjetivo de velha, teria sido a ancestral, anterior ao beco de Ínsua.
Se na Ínsua estivo a igreja da freguesia de Boebre, com traslado ao seu local atual, historicamente recolhido, e com restos arqueológicos no lugar antigo, no beco da Arbosa sorpreende o nome de Igrejário, isto é o local religioso, xamânico da época de transição do paleolítico ao neolítico, ainda perdendo a sua "utilidade" em tempos pre-históricos, milénios antes do nascimento da Igreja Católica, acabou na posse da Igreja.
Outros nomes relevantes: Armeira, na raiz de armentum. Fonte como já foi explicado anteriormente costuma aparecer nos becos sem ralação com nascente nenhuma mas na ideia protoindo-europeia de fluir.
Covo, como foxo final.
Barrosa dando uma ideia mais próxima a barra, do que a barro.
E Arbosa, que foi "oficializado nestes anos de normativização, como *Herbosa, acreditando que seria uma deturpação do povo.
No escrito dos Coussos apresentam-se vários casos onde a toponímia de base arbo- aparece nos becos.
Arbosa, poderia ser descifrado desde o latim, como lugar arborizado, uma sebe arbórea para fechar o grande cousso?
A etimologia latina de arbor leva-nos ao protoindo-europeu h₂erh₃-, do qual dizem que deriva o proto-céltico *arwī, e no bretão erv "a parte elevada do sulco, o cavanhão ou seta", com o plural ervióu e irvi.
Esta palavra bretoa/bretã faz lembrar o êrvedo (Arbutus unedo).
Então como foi apresentado no escrito "Filseira, os limites", o nome da árvore associa-se com o nome do limitante. Segundo isto*arw(i) -or(e), a árvore seria quem faz a função do cavanhão ou cambalhão.
Mas se imos ao proto-céltico e proto-indo-europeu *arw(ī)-osa: seria algo assim como a *cavanhosa, a *cambalhosa, a do sulco elevado.
E dando-lhe uma voltinha mais, *arwī, o sulco elevado (poderia usar a licença de dizer "o valado de terra") seria parente do *aro que tantas vezes aparece na toponímia, com todo o derivado galego de airas e eiriges, nos galhos célticos com o bó-aire, e o ário como chefiador no mundo indo-europeu.
Outra etimologia associa estas forma britónicas (erv bretã, erw galesa, erow córnica) com o proto-céltico *eru̯ "terra".
No beco da Arbosa, e com esta etimologia baseada no *arwī- / *eru̯  haveria uns altos valados, necessários para a caça, talvez coroados de uma sebe fechada de árvores, ao ser a parte de maior desgaste, seria também um lugar muito pisado, talvez sem vegetação, terroso; haveria um ário ou ária, um chefiador neolítico, pastoral, guerreiro, religioso, pessoa que governaria uma propriedade privativa, que na continuidade acabariam na Igreja, o Igrejário.

Outra Arbosa:
Arbosa de São Miguel de Reinante (Barreiros).

O beco leste o seu estudo etimológico oferece também explicações da sua função ancestral. Co nome de Picota bastante transparente, e com uma forma que leva a suspeitar que em tempos foi um curro onde os animais caçados teriam sido mantidos em catividade.


Na Môdia há uma grande mámoa.
Picota com um significado transparente e condizente com a sua função "abate do animal caçado, antes de ser o beco lugar de catividade.
Os lugares das pontas como lugares sacrificiais que devírom no tempo em lugares "santos" ou de religiosidade.
Currás, como forma própria do padronizado Currais, transparente no seu significado e na sua funcionalidade na grande tapada de caça posteriormente de captura.
O nome de Souto, faria referência não a um plantio de castinheiros, mas a que no tempo foi feito um saltus, uma divisão do grande curro final, que provocou uma descontinuidade, um salto.
A destacar Baltar que já foi analisado noutro escrito deste blogue, abrindo uma etimologia anterior à germânica ou mais completa que a germânica:
Segundo a hipótese lançada aqui, o lexema indo-europeu balt-, proto-céltico *wlatis/*waltis "soberano", estaria dando nome a um chefiador de rebanho, a um herdeiro territorial, descendente do fundador de uma célula pastoral neolítica herdeira por sua vez de um cousso de caça, mas esse nome derivou na continuidade e diversificação do comum proto-indo-europeu e na época cultural do Bronze e Ferro, em adjetivação do soberano, para indicar qualidades positivas de um pater pecorārius gregis, que acabou sendo rex ou sacerdōs.

A linha germânica que estaria mais próxima a esta ideia pastoral, e ao lexema raiz aqui apresentado *wlatis / *waltis, poderia ser a da palavra inglesa wald "floresta; governo, controlo, possessão; governar, herdar uma terra", do proto-germânico *waldaną “reinar”.
 *waldą "governante". 
Assim o Baltarius medieval não seria só o do "exército abundante" ou o "valente, audaz ou atrevido".
Desde o latim seria quem levava cinto, sendo o balteus um ornato do Papa, no século X documentado, cinto ou faixa papal, mas também dos cregos medievais.
Balteus, cingulus regalis. Baltearius, aliquis tali cingulo ornatus.
AssimBalterius comes subscripsi (S,VI).
Para o comum do estudo do latim, o significado de balteus como margem, fronteira, borde, círculo é secundário ao primário significado de "cinto"? ainda que também poderia ser à inversa como aqui está a ser apresentado.
Estamos a observar que este Baltar de São João da Vila Nova está na ideia de círculo. Também é no beco que costuma assentar o poder, religioso, económico ou militar, dai os significados célticos e germânicos derivados de *wlatis / *waltis

Gonçalvo pode ser percebido como antropónimo, mas não deixa fechada a porta à possibilidade de estar aparentado com gomphus "gonzo" pola sua forma, do protoindo-europeu *ǵómbʰos / *kómbʰos. Confronte-se com o grupo Conzado / Gonzado. Onde o gomphus hoje "romboide", inicialmente talvez só ângulo, o gonzo seria o final em ângulo de dous planos, e o combo é o final em redondo 
Então talvez melhor escrito seria Gonzalvo.
Cabendo a possibilidade de Gonzo-alvo, ângulo final, limitante.

Confronte-se com topónimos do grupo Conzado:

Conzado de Cumbãos (Sobrado dos Monges).

Outro topónimo a destacar é o "único" Nigrofe da toponímia divulgada, que poderia ser descifrado como nigro-ulfus, confronte-se com Magalofes), desde a etimologia germanista seria decifrado como um par latino-germânico "lobo negro", uma vila de uma pessoa de nome germânico *Nicrulphus. Neste blogue foi proposta outra etimologia para ulfe com um significado mais abrangente que lobo, e ser ulfe um genérico para "animal selvagem de nome tabuado" (vide em  "a ulfe"), de uma camada linguística muito anterior da germânica, já no protoindo-europeu como *wĺ̥kʷos.
A partícula nigro- leva-nos ao negro latino "besta negra", mas se temos em conta que talvez deveria nigro- pertencer à mesma camada linguística no protoindo-europeu, buscando em Pokorny poderia ser:
1. neĝh- "lancear, perfurar, fixar, entalar"
2. nēik- : nīk- : nik "atacar, lutar"
3. nek̂- : "morrer", que está no conhecido lexema nekro- (necrose, necrópole, etc.). Protoindo-europeu *neḱ-rós, onde *-rós é adjetival. Latim nex necis "morte violenta".
Sob estas três hipóteses protoindo-europeias de nigr-ofe /*neḱrós-wĺ̥kʷos, pode ser percebida a ancestralidade do lugar, onde acontece o "ficar entalado, entalado na lama, pois Nigrofe é um lugar branhento, um tremedal" também é onde ocorrem as ações da caçaria "lancear, atacar, lutar, e morrer".
O que ajuda a ir um pouco além e concluir que os três grupos de lexemas identificados por Pokorny: neĝh- / nēik- : nīk- : nik / nek̂-, em origem teriam sido um só.
Para confrontar coas Negradas (Guitiriz):

Isto abriria a hipótese a serem alguns lugares toponímicos galaicos de base em negr- ou nigr- sediados na triplicidade de Pokorny  neĝh- / nēik- : nīk- : nik / nek̂-,"lancear, perfurar, fixar, entalar" / "atacar, lutar" / "morrer".


Voltando com as Granhas:


A Granha de Santalha de Cervo (Cedeira).
Chama a atenção o nome de fonte nos dous becos, Sobre a Fonte e Sobre da Fonte, onde fonte tem o seu primário significado protoindo-europeu *dʰenh₂- "fluir".
Corveiro foge na imagem de ter a ver com corvos, mas sim com parte curva, ou na hipótese céltica de ter a ver com *karwos "cervo", Corveiro seria uma adaptação de *karveiro perdida a razão de ser carv- polo cerco..
Lagoa, Pumar, Bardicela e Trás-o-Lindeiro dando a ideia de vedação. O cerre, a zarra que fechou a boca de entrada do cousso, transformado-o numa grande tapada.
Sobre o Pumar foi alagadamente escrito em "Roma": Hipótese na que o pomoerium / pomerium latino, e os pomarinhos galaicos nada teriam a ver com post-murium, nem com as pomas ou maçãs, mas sim com os cômaros ou com 𐀡𐀕 (po-me) "pastor" micénico, de um hipotético proto-latino *pome-arium "o dos pastores", nome dado ao grande cômaro e foxo circundante da chousa pecuária. e ancestralmente do cousso de caça..







A Granha de São Boulo de Caaveiro (na Capela). A destacar a forma de cousso, e a toponímia condizente como é o caso da Barreira, nada a ver com barro mas com barra, a Corveira, que é um lugar de curvatura?, o topónimo frequente, também explicável desde o céltio *karwos "cervo". Fonte num dos becos, o Antigo, como aquela parte que talvez estaria integrada na Granha inicial e que uma reforma da estrutura deixou fora.




A Granha de São Tiago de Bermui (nas Pontes). com toponímia já neste escrito vista como é o caso de Fonte, neste caso Fonte pequena, em comparança com o outro beco ou vértice que é maior e na forma típica dos coussos, neste lado leste talvez pola forte encosta que cai ao Eume, não há um beco completamente desenvolvido.
No outro beco, no oeste toponímia típica já também analisada como é Currás, realização do plural de curral na zona, com nome da função que realiza na grande tapada, Ermida com o local religioso no beco, como foi comentado acima.
O vértice superior com o  nome de Cortiçado, desenvolto no escrito "Cortiças". resumidamente:
A descodificação do latim cortex leva a observá-lo como um genitivo feminino antigo já no latim: cort-ex (como foi tratado em escritos sobre o filixpulexsorex) na ideia de "da corta" ou "da corte".
Entre as línguas europeias de similar raiz a cortiça, cortex latino (cort-):

Proto-finês *kori:
Estoniano: koor "casca, pela"
Finês: kuori "casca, crosta..."
Carélio: kuori "casca"
Livoniano: kūor
Vepes: kor' "casca, crosta, pela"
Võro: kuur' "casca, crosta, pela ..."
Vótico: koori "casca, crosta, pela ..."

Gaélico antigo: coirt
Gaélico irlandês: coirt "casca, pele de animal ...."
Gaélico escocês: cairt "casca, cartão de identidade ..."

Proto-eslavo: *kora
Russo: кора́ (korá) "casca, crosta terrestre"
Búlgaro: кора́ (korá) "casca, crosta, côdea ..."
Checo: kůra "casca, pela, côdea ..."

Georgiano: ქოხი (koxi / k’okhi) "cabana, cafua"
Persa: کوشک (kôšk) "pavilhão, palácio, mansão"
Croata: kuća "casa"
Finês: koti "casa".
Norueguês antigo: kot "cabana"

Estes três conceitos: coiro, cortiça e casa, em diferentes línguas distantes semelham aparentados, ajudam a perceber que na raiz poderia ter havido uma mesma palavra, porque a primária casa usava coiros e cortiças. Este parentesco de línguas tão distanciadas iria dar como mínimo ao nível nostrático, ao 10.000 a. C.
Então a casca das árvores poderia ter sido usada para realizar a primária corte, corte habitacional de animais e corte lugar do poder.
Cort(e)-iç(a)-ado. Corte recinto pecuário, cortiça "do recinto pecuário", cortiçado "a jeito do recinto pecuário".




Neste caso Garaña
Garaña de Pría (Llanes). Com a forma frequente em globo, que a toponímia corrobora com o nome de Pandiella.
O nome de Garanha, daria uma etimologia à palavra garanhão, asturiano garañón, como "el de la garaña", a confrontar com as formas granhão e maranhão que também dão nome ao cavalo de padreação, ao cavalo inteiro de monte.

O nome de Palaciu de Garaña, indicando a continuidade desde um palatio paliçada palelolítica-neolítca até o palácio atual, lugar onde se acurraria a caça para depois acabar guardando o rebanho.
Ambos becos o de Garaña e o de L'Oteru tenhem topon-ñima de lousa llosa, indicando que seriam os lugares com chantas de pedra, para maior reforço.

O local religioso num dos seus becos, com o nome de Marti-Xuán, outra vez Marte e talvez *mar- as bestas ou cavalos, uma capela a São Ramão (-om). O proto-céltico *makos, permitiria uma raiz *mart-?, conftonte-se com marçoa "égua estéril" Isso talvez obrigaria a um proto-proto-céltico *mart͡ʃo, que explicaria o verbo peninsular, ocitano e francês marchar/marxar/marcher/marchier, que tem uma retorta etimologia, com um salto pouco alicerçado, ao ser ligado o marchar com o germânico *markōną "marcar, notar, perceber".
Estamos na ideia da divindade Marte, a marcha e o cavalo hipoteticamente *mart͡ʃo, que geraria a toponímia de base mart- ligada a coussos e granhas, a linha latina do deus Marte, a linha do céltico: 
Gaélico /mark/
Gaulês markos
Gálata: μάρκαν (márkan)
Britônico /maɾx/
(Germânico /ˈmɑr.xɑz/).



Garanão / Garanhões /gɐ.ɾɐ.'ɲoŋ/ em São Sadurninho de Ferreiros (Sárria), dando nome a uns terrenos lindantes com o beco da estrutura em forma de cousso.
A confrontar com o caso anterior como também no vértice leste leva o nome de lousa: Lousado; com o final no Covelo, cova de captura, caça.
Também o outro vértice com nome de Pedreiras.
A destacar que no caso asturiano de Garaña e este de Garanhão, o vértice leva o nome de Outeiro / L'Oteru, sem haver um lugar outo, alto. Podendo ser um lugar para outerar / outejar, espiar, espreitar, assejar a caça, ou um altar, neste caso poderia ser um altar sacrificial da caça, um penedo sacrificial; confronte-se com o Penedo no beco leste.
Para repararmos também na toponímia limitante Barredo e Ladaira.
Navarega/Nabarega dando nome ao sulco central por onde corre um rego, na ideia de naba como depressão.


Outra Granha com outro Outeiro, na freguesia de São Jião do Caminho (Palas de Rei).
Neste caso Outeiro dificilmente pode estar em lugar alto em comparança com outro, pois está no vale do rio. Outeiro então neste caso tem a força para ser o lugar "altarium" ?
Já o Picho no mesmo lugar faria referência à sua forma aguçada.
Casteiras / Costeiras está mais alargadamente explicado no escrito "Goriz e algo das Costas".


Santa Maria Madalena da Granha de Vilarente (Abadim)
Podemos observar Costelinha (alargadamente explicado no escrito "Goriz e algo das Costas").
Topónimos já observados como Carvoeiro.
O topónimo Junto o Cristo. Cristo: pode ser um nome "recente" pola divindade cristã. Haveria a possibilidade de um parentesco com o sânscrito कृष्टि (Krsti, Krishti) com o significado de agricultura, arar ... Por outra parte cristo poderia ser forma masculina de crista: parte elevada.
Outra ideia ser Cristo variação de cresto, regressivo de crestar, numa ideia de "despojo; saqueio; desfalco", ou mesmo queimar.
Casa Velha é muito esclarecedor, pois na já triplicidade de capsa, casa e caça, hipoteticamente seria um cousso menor na nascente do Rego do Trinta:
Como no caso da Granja de São João da Vila Nova, Aparece um igrejário longe da igreja, e coincidindo com um hipotético beco de caça, neste caso ancestral. O que levaria a pensar que o lugar de sacrifício, o lugar sacro, na continuidade seguiria pertencendo ao mesmo estamento social (caso que também acontece no analisado de Vilar de Suso de Rodieiros).
Igual que na Granha de Santalha de Cervo, aparece um topónimo de base pomar: Pumarega.


A Granha de São Pedro de Meire (Melide).
Com topónimos já analisados como é o Conzado, na ideia de ângulo. Confronte-se com Revolta. Revolta pertenceria a talvez à anterior vedação, cambada, que ampliada gerou um vértice.
Cortiços como beco da anterior vedação "da corte", junto com Costa que também apareceu em granhas anteriores.
Topónimos como Sobre dos Valos ou Trás-a-Devesa dão ideia da possível ampliação.
Naval do meio, dando nome a um rego interior da grande tapada, como foi explicado acima, aparentemente sem relação com os nabos vegetais, e sim com as navas toponímicas "depressões".
O beco leste com nome de Bulheiros que aparece com frequencia nestes lugares, dando a raiz bulha explicação às suas formas divergentes de lama e bulício, pois o local de juntança, vértice onde o gado seria acurrado daria-se isso.

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