Apresento aqui umas imagens de Soúfe de São Jião de Cavaleiros (Tordoia):
Aqui vai a microtoponímia e uma hipótese da sua estrutura de cousso de caça, posteriormente granja neolítica:
Na análise da microtoponímia, condizente com a sua funcionalidade, de norte a sul:
O nome de Naval Velho poderia ser interpretado como um lugar onde são plantados nabos, ora esse lugar é o bico de caça, onde teria havido um foxo, a palavra toponímica Naba faz referência a uma depressão do terreo, um vale, por vezes um tremedal ou branha.
Corrobaria isto de branha os nome seguinte a sul Chousa da Branha, e Branha de Oleiros, talvez oleiros por aparecer olaria?, restos cerâmicos?
Já Campo da Pedra poderia ser devido à presença de muita pedra por ser um lugar onde teria havido um muro.
Belcho costuma aparecer sendo pensada uma origem basca beltz "nego", aqui poderia estar no céltico bel- "boca".
Cacheiro, neste caso o nome completo seria "Couza" do Cacheiro, que dá nome ao dolmen que nesse lugar se encontra, outros nomes são: dolmen de Cavaleiros, Casa da Moura, Casa dos Mouros.
O nome de Couza poderia estar ocultando um zetacismo de Coussa, de um cousso, lugar de caça. Na hipótese aqui já exposta de casa e coussa estarem muito próximas na raiz. Cacheiro (depois de tantas estruturas de caça analisadas) teria mais a ver com cachar / caçar, capturar que com cacho pedaço, caco.
Guilherme, poderia ser o nome de uma pessoa, mas também como noutros casos foram vistos topónimos semelhantes, e condizendo com lugar limitante, Guilherme pode ser dissociado em guilh-erme; já foi lançada a hipótese no escrito "Guilheto" numa ideia de *willa do ermo. E -erme: na toponimia comparada do cousso poderia haver uma relação nestes espaços com a raiz ermo/hermo, protoindo-europoeu *h₂er- + *-mn̥ , h₂ermn̥ "lugar da reunião".
Então a divindade Hermes seria decodificada como o h₂ermn̥-ez, "o do lugar da reunião, o reunidor", neste caso do gado, daí a lenda do roubo de gado e posterior condição de pastor.
Toja como fitotopónimo, frequente marcando os valos ou limites dos coussos e granjas neolíticas neste blogue analisados.
Torre e Periquerte teriam a ver com ser o lugar elevado.
Candieira, faz pensar nas candeias, mas o lugar poderia levar o nome com base em cando, candado, cerrado, a boca do cousso é fechada e o espaço tapado muda em granja, em lugar onde ter animais semi-selvagens em catividade.
Ramiscal poderia ter a ver com ramos, uma sebe vegetal. Recolhe Ducange ramus como locus custodiæ reorum.
Então: ramus funcionou como lugar de custódia. Além de estar a dar uma ideia de ramo como paliçada, com deslocação do significado, no catalão por exemplo ramat "rebanho, grupo"ou no inglês ram "carneiro".
No sânscrito राम (rāma) "um tipo de cervo".
Revoltas é transparente
Fonte pode dar ideia de nascente, mas também estar na ideia protoindo-europeia que subjaz "fluir, correr" por ser esse um lugar de corrida, de carreira.
Portães (-áns) por ser o lugar da porta
Vila Verde, este nome foi tratado no escrito "Verde a tapada":
O latim virdis ou viridis, poderia ser vistos como genitivos adjetivais originariamente derivados de uma hipotética forma *viridus que poderia ser *werēdos, de um proto-celtico *uɸorēdos "cavalo", gaulês, latim veredus "cavalo de posta".
Onde o cavalo teria (por tradição indo-europeia) um nome tabuado que viria ser "o do curro, o da vedação", confronte-se com a teoria de pomarinho e roma *gʷṓws-*mn̥:
Onde o radical *vir estaria no fundo da génese de palavras pecuárias, do mesmo modo que *gʷṓws.
Sendo então *viridus, *viredus a reunião de *vir (caça; *wiHrós is derivado de *weyh₁- “caçar, confronte-se com o. sânscrito वेति (véti), lituanian výti, quer dizer a vereda seria inicialmente a manada, o rebanho, acabando por dar nome ao caminho feito polo passo milenar do rebanho.
Este *vir *ɸiro/*ɸero, confronte-se com fera e herói.
Quer dizer a vereda inicial seria inicialmente a manada domesticada?, em contraposição à besta selvagem?, o rebanho, acabando por dar nome ao caminho feito polo passo milenar do rebanho.
Confronte-se no galês gorwydd. "cavalo de sela" e "borda de floresta ou floresta, cômaro arborizado".
Então teríamos os paleolíticos-neolíticos Verdes como iniciais locais de caça, "coussos" para depois mudarem com a exploração de animais selvagens em domesticação, em recintos pecuários.
Verde, poderia ter a ver ou com o galês e córnico perth / berth, espinho, de um proto-céltico *ku̯erku̯-t-, (indo-europeu *perkwus "carvalho") com o gaélico antigo ceirt; que tenhem a ver com o latim quercus, no celta p e celta q esta palavra de vedação teria um protoindo-europeu *perku̯u e indo mais atrás a um anterior celta-p e celta-q: *ɸert, que ligaria com vert- diretamente ou com *wert-.No sânscrito राम (rāma) "um tipo de cervo".
Revoltas é transparente
Fonte pode dar ideia de nascente, mas também estar na ideia protoindo-europeia que subjaz "fluir, correr" por ser esse um lugar de corrida, de carreira.
Portães (-áns) por ser o lugar da porta
Vila Verde, este nome foi tratado no escrito "Verde a tapada":
O latim virdis ou viridis, poderia ser vistos como genitivos adjetivais originariamente derivados de uma hipotética forma *viridus que poderia ser *werēdos, de um proto-celtico *uɸorēdos "cavalo", gaulês, latim veredus "cavalo de posta".
Onde o cavalo teria (por tradição indo-europeia) um nome tabuado que viria ser "o do curro, o da vedação", confronte-se com a teoria de pomarinho e roma *gʷṓws-*mn̥:
Onde o radical *vir estaria no fundo da génese de palavras pecuárias, do mesmo modo que *gʷṓws.
Sendo então *viridus, *viredus a reunião de *vir (caça; *wiHrós is derivado de *weyh₁- “caçar, confronte-se com o. sânscrito वेति (véti), lituanian výti, quer dizer a vereda seria inicialmente a manada, o rebanho, acabando por dar nome ao caminho feito polo passo milenar do rebanho.
Este *vir *ɸiro/*ɸero, confronte-se com fera e herói.
Quer dizer a vereda inicial seria inicialmente a manada domesticada?, em contraposição à besta selvagem?, o rebanho, acabando por dar nome ao caminho feito polo passo milenar do rebanho.
Confronte-se no galês gorwydd. "cavalo de sela" e "borda de floresta ou floresta, cômaro arborizado".
Então teríamos os paleolíticos-neolíticos Verdes como iniciais locais de caça, "coussos" para depois mudarem com a exploração de animais selvagens em domesticação, em recintos pecuários.
Perth tem os significados galeses de arbusto, espinheiro, sebe, mato, moita, bosque, matagal, campo rural.
O beco sul apresenta o nome de Castro sem que haja resto de briga do Bronze ou Ferro, este tema foi tratado no escrito "Castro vai de ida ou vem de volta?" Este Castro teria a ver esboçando-o muito com um hipotético *kwalastra, com os descendentes: claustra "fechadura, barra, barricada; portão; baluarte; obstáculo", e no galego calôstria, encastra, encuastra.... E haveria uma forma em p (celta-q, celta-p) com o grego παλαίστρᾱ (palaístrā), palestra, que semelha distante do suposto significado inicial de "cova-feita" mesolítica.
Já Chousinha também é transparente, como lugar final do beco de caça.
A explicação para o nome de Soúfe costima ser dada com origem no tempo Suevo. A estrutura de caça e posterior granja neolítica tem uma toponímia que lhe dá coerência, o que levaria a pensar que Soúfe tenha uma etimologia sediada no protoindo-europeu ou no céltico.
Asim Soúfe, seria percebido como So-ulfe.
Neste blogue foi proposta outra etimologia distinta da germânica para ulfe com um significado mais abrangente que lobo, e ser ulfe um genérico para "animal selvagem de nome tabuado" (vide em "a ulfe"), de uma camada linguística muito anterior da germânica, já no protoindo-europeu como *wĺ̥kʷos.
A partícula So-:
Pokorny: protoindo-europeu *h₁su- "bom".
Proto-céltico *su- "bom"
Gaulês e gaélico antigo su- /so- "bom".
Gaélico escocês e irlandês so- prefixo que vai com adjetivos para superlativo, também com uso semelhante a -vel, com a capacidade de, apto para.
Proto-britônico *hu-.
Galês hy-, usado como enfático, para superlativo ou para indicar com capacidade de, "-vel".
Bretão antigo ho-, atual he- "bom para, bem muito".
Sânscrito सु, (su) " bom, bem ; bem feito, belo, agradável".
Segundo isto Soúfe teria ver com um protoindo-europeu *h₁su-wĺ̥kʷos, em genitivo, algo semelhante a "do bom para a besta".
A continuação serão apresentados lugares de toponímia próxima a Soúfe.
Xulfe de Santalha ou Santa Eulália de Pena (Begonte).
Em Xulfe, como em outros coussos, podemos observar diferentes evoluções do mesmo, na imagem marcadas a diferentes cores.
No sul Amadelo / Madelo que cria controversia pois poderia ser derivado de mato, mas aparece a dúvida com amado.
A microtoponímia pormenorizada apenas está no beco do leste
Foudones semelha uma deturpação castelhanizada de Fondões (Fondons).
Chorro poderia ser transparente ao fazer referência a um jorro no rego do Lobo.
Petão como em muita toponímia galega, é um lugar final de natureza pétrea, ou um penedo.
Casa Nova, como tão frequentemente neste blogue aparece, costuma estar no beco da caça, na triplicidade de casa, caça e capsa. Neste caso o qualificativo de nova é evidente por ser uma agrandamento do cousso anterior.
Coussa de Rãs, está a indicar o que a estrutura é, um cousso, e Rãs por acabar no rio. Muitas destas estruturas acabam os seus becos num rio, entendendo que o animal obrigaria-se a cruzar o ribeiro, talvez embalsado, e nesse momento de nado, seri amuito mais facilmente lanceado, ou capturado.
Já do outro lado do Rego do Seixo: o Campo Módia. Módia é um dos tantos nomes para as mámoas. um lugar tumular, como seria de esperar na ponta do beco, e a norte dele em muita proximidade, a sede da freguesia de São Tomé de Gaioso.
Maderne tem proximidade com Paderne. Paderne é descifrado como [Villa] Paterni, segundo isto Maderne teria sido uma [Villa] Māternī, "da mãe". Então este local entraria dentro da ancestralidade da chefatura feminina dos coussos, como foi apresentada em diferentes escritos deste blogue, ao dar com toponímia nos becos de Orraca, Rainha, Freira, Dona ....
Se o pater é o padrão, a pedra-fira, a mater é o madrigo, a madriz, o rego, a cova.
Axulfe de São Pedro de Viana (Chantada), com as modificações que pudo ter.
Xufre de São João de Xornes (Ponte Cesso).
O seu lado oeste está modificado polo sistema de agras.
A destacar no lado leste o nome do beco de Cachadas, onde ocorre a caça, a captura, o ato de cachar, de pegar, de agarrar.
Xufre na Ilha de Arouça, um cousso comido polo mar?
Este lugar também é chamado Chufre.
Terá a ver com o enxofre, que também recebe o nome de xofre e xufre?
Na altura da subida do mar, que eliminou a funcionalidade do cousso ou granja neolítica, já haveria animais em semi-domesticação. Essa grande tapada redonda lateral, Chação (-ám) lembra outras mostradas neste blogue como são as de Liúlfe de São Tiago de Lestedo (Palas de Rei):
Xufre de São fins de Riba Sieira (Porto d'Oção -om)). Ulfe /-ufre neste caso como lobo?
Xufreus / Xufréns em Santa Vaia do Aranho (Rianjo).
a destacar o nome de Costoia, já neste blogue analisado.
Fonte de Porta Xufre em São Cristovo da Enfesta (Compostela)
A observar Serradoiro, talvez Cerradoiro, também leira do Poço e Cova ....
Xufres em São João de Lousame
Agra de Xufre em Santa Maria de Ameijenda (Ames)
A destacar Garcia,
Traxufre em São Mamede de Riba d'Ulha (Vedra). Talvez Tras-xufre, confronte-se com o topónimo à par Trás-Veiga.
No beco sul o quese sempre presente Casa, neste caso Casa Nova, com Cachopa (cachar).
O nome de Silva, em Silva de Arriba, Cruz da Silva e Poço da Silva, este tipode topónimo já foi analisado em "Sil, Gil ou Xil".
Cruz do Rolho, relevante pola forma talvez espanholizada de Rolo, pedra-fita cilíndrica.
Alxufreu ou Alxofreo de São Salvador de Barbeito (Vilasantar).
Um topónimo parecido a soúfe: Segufe
Segufe tem-se feito derivar do germânico Sagulfus.
Também há um "rivolo Sagulfi" o que faz pensar que o étimo poderia ter sido *sag-wulfo ou sa-gulfo, se for Sa-gulfo, Se-gufe, poderia estar a raiz proto-indo-europeia *seh₂- ou de Pokorny *sā-, *sə- "satisfação". Por Segufe corre o regato de Segufe.
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