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Verde? A tapada.




Vila Verde de Santa Maria de Cereo (Coristanco), forma de captura de animais, cousso, com toponímia frequente que o acompanha e condizente com a funcionalidade que cada parte teria.





Hipotético grande cousso entre São Martinho de Monço (Traço) e São Cristovo de Ervinhou (Val do Dubra).
Aqui com o nome da Verdieira.
Dá para analisar a outra toponímia:
No bico oeste:
Cornecho, fazendo referência à forma aguçada
Trás-o-Nugalho, ou Trás-do-Nugalho, nugalho faz referência a nó, noz?, antes do que a nugalha, nugor "preguiça".
Também nuca poderia estar aqui, ainda que tem uma etimologia baseada no árabe نُخَاع (nuḵāʿ) "médula do osso", "espinhaço" (...algo das Costas).
Um topónimo próximo a nugalho é nogueira e similares que costumam aparecer na estrutura do curro pecuário, como nodo, lugar de confluência de caminhos.
Temos a norte Carra-meã e a sul o Francês, ambos eles topónimos viários. Carra-meã é o carreiro que passa pelo meio.
E Francês é o mesmo, o caminho que frança que atravessa, mais desenvolto aqui neste outro escrito "Francos".
No centro:
Verdieira como lugar verdio, ou lugar com vedro.
Voutureira, faz pensar em voutre, tem nomes variados como Boutreira e Voltureira, poderia ter a ver com *baltoreira (mais desenvolto em "Baltar, o pastoralismo").
Já no couce leste:
Chacim: um chaço em galego é um corte, uma entalhadura, uma cunha. Exemplos de Chacim podem ser vistos no escrito "os Coussos". 
Mas Chacim poderia estar a dar nome à totalidade da grande armada de caça.

O nome de Granja para esta parte leste está mais analisado no escrito "a Belém".
Cotão (-om) do Lago, cotão é um coto, por haver uma pequena altura, ora Lgo faz referencia ao recolhido no tempo medieval como lacos anticos, um rego de cavadura que faz o limite (mais desenvolto em "Alacarar").


Corrovedo, como curro-vedro, curro antigo, ou vedado, onde vedro tem a ambivalência de vedação, sebe, e vedro como velho, mas também curro-vedo "curro vedado".
Corrubedo, grafado com be na ortografia castelhanizada:




De entre a toponímia, muita dela analisada neste blogue: 
Sub Gorinho, vide em Goriz
Curro Ladrão à par de Curro Vedro / Corruvedo: Ambos os curros nos becos do cousso que abre a sua boca para o leste. Ladrão pode ser percebido como "roubo" mas também na ideia de ladral de carro, um anteparo de tábuas, um vala de madeira.
Estivadas, vide em Estepa
As Santinhas, talvez as Antinhas, como em tantos outros coussos este topónimo de troca de anta trocado em santa e como é frequente dando nome ao beco.

Como noutros casos apresentados neste blogue, os antigos coussos de caça, paleolítico-neolítico, deixárom de ser funcionais com a subida do nível do mar, mas poderiam ter seguido sendo usados como granjas, como grandes tapadas ou chousas no período de domesticação, lugares onde ter encerrado o gado semi-selvagem, sendo de utilidade os becos as pontas como sítios onde acurrar, encurralar.

Currovedo de São Pedro de Lavrada (Abadim)



Com toponímia muito condizente, salientável o duplo Meijos, no lugar de ameijoar, onde ameijoa o gado, ancestralmente o rebanho caçado. Costa não como lugar de encosta(?) mas talvez como lugar de ossário; Furada como foxo de caça; Casas e os Casás na triplicidade de capsa, caça caça; a existência do microtopónino Curro Velho à par de Currovedo, leva a ideia de que talvez o seu nome anterior tenha sido Curro vedro. Vilar não dando nome a um local habitacional, mas a uma vedação como primariamente poderia ter sido:
En algunas comarcas llaman vilar a los campos de centeno que, después de sembrado, se cierran con un balado que no se derruba hasta que se siega, y queda el terreno a restreva o pallarega.
Também a destacar na ponta norte: Furada, como lugar onde estaria um foxo, uma cova onde cairia a caça. E Curro do Alto.


Corrubedo de Santa Maria de Coiro (Maçaricos)


A destacar o duplo Outeiro, Outeiro a oeste e Outeira da Covela no leste.
Outeiro numa ambiguidade de significados:
Como lugar alto
Como altar, lugar sacrificial onde o animal e matado
Como saída, aparentado com os  fitotopónimos uzeiras / uceiras, mas também ucheiras (onde o uscire italiano teria a ver?) com par no proto-germânico *uta, de um protoindo-europeu *ud "exterior".
Já Vilar de Costa, percebido geralmente como um vilar situado numa encosta, mas também na possibilidade de ser costa o empilhamento de ossos, com muitos exemplos no escrito "E algo das costas".

Esta forma de cousso do Corrubedo de Santa Maria de Cousso é infrequente. Mas para a sua interpretação ajudam os coussos (desert kite) de Keimoes na Sudáfrica

Tirado de The Keimoes 3 desert kite site, South Africa: an aerial lidar and micro-topographic exploration
Esta estrutura apresentada serviria para inicialmente caçar os animais da serra e posteriormente para ameijoar o gado semi-domesticado que andaria no monte, mais facilmente em dous curros.



Vedreira / Vidreira de Santa Cilha do Valadouro (Foz).
Pode ser observado ,como no caso de Mixão, o topónimo de base wart-: Cartas.



O Verde em Santa Maria de Oleiros (Toques), fazendo parte do fundo de um grande cousso que poderia ter sido modificado. Com toponímia como Ichoas / Ixoas (confronte-se cm ichó armadilha de caça, ou com o tido por étimo latino ostiolus). Também o comumente presente Casa Velha, que dá a triplicidade casa, caixa, caça, fazendo referência a que teria sido substituído este primeiro cousso por outro posterior que pode ser identificado no imediato leste dele, com topónimo indicativo o supostamente posterior de Coussinho.
Já também Paços, numa ideia paleolítica-neolítica, como palatium de caça, paliçada.
O nome de Vilar na ideia galaica de conjunto bardado.





Assim o topónimo Verde poderia ter nalguns casos uma origem no vedro, no veto, na vedação?
Verde, nome de umas terras na freguesia de São Salvador de Serantes (Ferrol).
Para destacar o nome de Buil, boiil "corte do boi".




A forma hipotética *wert- seria parente de *west- (mais desenvolto no escrito "A nespra e o bispo".

Vila Verde de São Julião de Chorente (Sárria), a vila willa, não a vila romana, mas a vila paleolítica-neolítica na sua continuidade, com o seu curro afunilado. Resaltar o topónimo Alvareda, já tratado no escrito "Algaria" e que dá ideia do descrito do curro antigo pecuário.
Também fazer ver o Prado das Nozelhas que poderia ser percebido como um fitotopónimo, nozelhas ou nozelha dá nome a diversas plantas, mas está na proximidade ao analisado arriba Trás-do-nugalho", com o lexema *nok, que aparece nos bicos dos coussos.

Vila Verde de São Tiago de Castilhão (Pantão (-om)). Neste caso já não um cousso de caça, um chouso afunilado, onde a toponímia do cousso desloca-se para dar nome a estrutura pastoral.
Chama a atenção o nome de Outeiro que não se encontra em alto nenhum, pois o lugares todos da proximidade estão ao mesmo nível ligeiramente mais elevados, na ideia outerio como lugar de saída.
Também Souto Longo, marcando a evolução da chousa, a sua partição, onde souto, tem a ver com salto, como noutros exemplos apresentados neste blogue.
Vila Verde de São Jurjo de Azevedo do Rio (Cela Nova), no bico o caminho com o nome frequente da Corga.
O já comum Paço, palatium pecuário, ocupando um dos bicos do cousso, como no caso do Verde de Oleiros anteriormente visto, mas neste caso marcando a continuidade de um palatium, paliçada de caça paleolítica-neolítica e paço dos dias de hoje.
As Poças como local onde haveria foxos para captura de animais
Para reparar no nome das Terras de Dentro, toponimo no que subjazeria a ideia de unidade


Quais as variações de verd-? Pert-, mer-?
Pertegal já foi estudado no escrito "Roma", aqui volta a ser posto:
Pertegal em Gontão (-ám) de Santalha de Pascais (Samos).

Merdil de Santaia de Abegondo, com nome que se repete dos lugares aqui mostrados, como é Loureiro. Merdil poderia ser uma variação de *verdil.
Cancela ou Cancelada dando nome o limite norte e leste da estrutura.
Este cousso de caça poderia estar modificado a cousso de captura pola vedação ao oeste que recolheria os animais, com toponímia esclarecedora como Estanque, Grandal e Vila Nova, uma vila (willa)  ou cercado "novo" que foi acrescentado o primário cousso.

Atendento a isto podemos supor que o primário *ɸerto / *werto seria parelho de *ɸarto / *warto (bardo, guardar, quarto, cadro, parcela).

Então a cor verde não seria um conceito primário, mas nascido da vedação com vegetais ramalhos, verdascas / bardascas vedatórias.

Estamos na mesma génese que bille *willa vila, palus palatio paço, pola pólis πόλις.
Mas o hipotético lexema *wart- / *wert- semelha mais produtivo polas suas tantas variações.




Verducedo de São Cosme de Monte de Ramo
Toponímia relevante:
As Malhadinhas
A Castinheira, nessa ideia de costa (ósso), como lugar onde teriam sido acumulados os ossos (como foi indicado no caso de Nugalho.
Pena da Casa e Horta da Casa, podendo ter sido anteriormente Pena da Caça e Horta da Caça, sendo horta uma das evoluções de *kwert-.
Já As do Alambre, topónimo que vai associado a estas estruturas, analisado no escrito "Cambre, Pambre, Tambre".

São Lourenço de Verdilho (Carvalho).
Toponímia como Casas Novas ao Norte, frequentemente associada a estas estruturas com a triplicidade capsa, casa e caça.
A Esmoris, analisada no escrito "os Coussos", com uma forma que é considerada anterior que seria ermoriz.
Ambos os becos a leste e oeste com o nome de Pedreira o primeiro e Seixos Brancos o segundo, becos que são as partes que sofrem maior deterioro na caça, as mais reforçadas.
No beco leste Costa, podendo fazer referência ao lugar de acúmulo de ossos, ao ossário.










Esta é uma tábua "genealógica" do indo-eurpeu:
Então segundo isto as Tapadas poderia ter uma origem no seis mil antes de Cristo ou anterior.
O que acontecia por estes pagos no sexto milênio antes de Cristo?

Museu Sarmento de Guimarães:
Esta escrita aparecida no Alvão é tida por oopart, pois tem uma antiguidade de mais de 6000 anos, contemporânea da aparecida na atual França em Glozel.

Orca dos Juncais


0. Vestígios de domesticação no Neolítico précerámico de Göbekli Tepe 11.000 - 10.000 aC
1. Orquinha dos Juncais 8.750 aC
2. Elba e os uros do Courel: 7.300 aC
3. Vestígios de domesticação do uro em lugares da Grécia da Anatólia e do Irão: 6.500 aC



É escrito sobre o vocabulário hitita no referente ao estábulo:

STABLE , STALL — Like other ancient IE speakers, the Hittites had no native word for the technologically advanced notion of a separate, enclosed building for the housing of livestock. They may have adapted an old word meaning ‘standing-place’, ‘pen’, or ‘hut’ (cf. H. hali- ‘pen, corral’; asau[w]ar ‘fold’), as happened in the other dialects, or may simply have adopted the indigenous terminology that appears ideographically as É GUD ‘Rinderstall’ or É LÚ IŠ ‘Haus des Wagenlenkers’ (HWb. 270).
Assim a corte edificada para meter os animais, o cortelho, é um traslado da corte, cortinha, do corte do terreno, do espaço vedado, para dar nome à edificação, o que fala da continuidade.
Isto da continuidade está na expressão "estar de pala", que é ter o gando fechado na corte para que engorde. Onde pala, palatium, paço, tivo o seu movimento de espaço vedado a, caso da expressão, estábulo.
O hitita supostamente pega na palavra É GUD, onde É significa "palácio" e GUD "bovino, vaca, boi".
No sumério GUD 𒄞 é considerado um empréstimo de uma língua proto-indo-européia (*gʷṓws ), supostamente do eufrático uma língua que entrou no atual Iraque no 5300 ao 4700 aC.

Os Vales Verdes assulagados:








Vila Amil, nome de uns terreos agrícolas na freguesia de Doninhos. Pode ser visto que está dentro de um cousso dos apresentados neste blogue.
Talvez a relevância no passado de este lugar quedou refletida no apelido Vilaamil / Villamil formas ortográficas de Vila Amil, presente no concelho de Ferrol.
Hipotético cousso de caça passiva, ou primária vedação pecuária de animais semi-domesticados de Vila Amil em Doninhos, o que levaria a ser datado polo 6.000 aC quando o nível do mar estava muito mais baixo.



Para a subida do nível do mar há diversas gráficas entre elas:

Isto daria-lhe à chousa uma antiguidade superior a seis mil anos.



Estaria falando a lenda do Val Verde assulagado da inundação de uma vedação de caça ou de reunião de animais semi-selvagens em domesticação, em volta da qual uma comunidade humana estaria assentada.
A explicação:

Verde, poderia ter a ver ou com o galês e córnico perth / berth, espinho, de um proto-céltico *ku̯erku̯-t-, (indo-europeu *perkwus "carvalho") com o gaélico antigo ceirt; que tenhem a ver com o latim quercus, no celta p e celta q esta palavra de vedação teria um protoindo-europeu *perku̯u e indo mais atrás a um anterior celta-p e celta-q: *ɸert, que ligaria com vert- diretamente ou com *wert-.
Perth tem os significados de arbusto, espinheiro, sebe, mato, moita, bosque, matagal, campo rural.

Penberth na freguesia Pluwveryan (Saint Buryan, Cornualha).
Pen / ben "ponta, cabeça, estremo" do perth, do berth.



Assim o hortus *ǵʰortós seria parente do  *ɸert / *wertus?

No tocariano B wertsiya "assembleia, conselho, encontro, comitiva, companhia", teria a ver com os verdes toponímicos?
O latim virdis ou viridis, poderia ser vistos como genitivos adjetivais originariamente derivados de uma hipotética forma *viridus que poderia ser *werēdos, de um proto-celtico *uɸorēdos "cavalo", gaulês, latim veredus "cavalo de posta".
Onde o cavalo teria (por tradição indo-europeia) um nome tabuado que viria ser "o do curro, o da vedação", confronte-se com a teoria de pomarinho e roma *gʷṓws-*mn̥:
Onde o radical *vir estaria no fundo da génese de palavras pecuárias, do mesmo modo que *gʷṓws.
Sendo então *viridus, *viredus a reunião de *vir (caça; *wiHrós is derivado de *weyh₁- “caçar, confronte-se com o. sânscrito वेति (véti), lituanian výti, quer dizer a vereda seria inicialmente a manada, o rebanho, acabando por dar nome ao caminho feito polo passo milenar do rebanho.
Este *vir *ɸiro/*ɸero, confronte-se com fera e herói.
Quer dizer a vereda inicial seria inicialmente a manada domesticada?, em contraposição à besta selvagem?, o rebanho, acabando por dar nome ao caminho feito polo passo milenar do rebanho.
Confronte-se no galês gorwydd. "cavalo de sela" e "borda de floresta ou floresta, cômaro arborizado".
Então teríamos os paleolíticos-neolíticos Verdes como iniciais locais de caça, "coussos" para depois mudarem com a exploração de animais selvagens em domesticação, em recintos pecuários.
O Val Verde da lenda de Doninhos (Ferrol) teria esta origem.
Esta génese leva a pensar em um clima relativamente seco, onde a caça estaria localizada em terrenos propícios para o crescimento de ervas, o que leva a pensar numa génese da palavra paleolítica durante a época glaciar.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fa/OldTraceSunken.jpg
Old Natchez Trace, Sunken Trace. Corredoira criada polo passo migrante dos bisontes perto de Port Gibson (Mississípi).
Esta imagem e esta explicação completam a palavra corredoira, órfã na ideia de que eram para correrem pessoas ou carros..., apenas sendo: os antigos caminhos das manadas, prévios á roda ou à zorra de arraste.



São Martinho de Cerdido, na possibilidade da mesma raiz proto-céltica de verd- *ku̯erku̯-t- "cercado" como gaélico antigo ceirt.
Assim os tantos topónimos percebidos apenas como fitotopónimos do grupo cerdeira teriam a ver, como é frequente no indo-europeu, com sebe, paliçada, limite arbóreo.
Cerdeiras em São Tiago de Lestedo (Palas de Rei)

Cerdeiras de São Martinho de Lestão (-om) (na Laracha)
A destacar os nome duplo em um beco e outro de Balseiro/Balsetas no leste, afrente Balsete no oeste, como lugar de embalsamento, de acumulação do rebanho dentro do cercado
Topónimos como Mondins e Mondelo analisados neste blogue no escrito "Mundo".
Lagoa na ideia de buraco, também analisado neste blogue.
Fornos, este topónimo costuma aparecer nos becos quando está associado aos coussos de caça.







Imagem aérea de Vila Verde de Santa Eufêmia de Folgueiras




Visão zenital no vó do 1956 de Vila Verde de Santa Eufêmia de Folgueiras (Návia de Suarna), a norte Poções indicando foxos de caça.
Barbeito na ideia de cômaro antes do que de terra em pousio, em descanso, com Barreira no seu lado no mesmo significado.
Cas de Pedra, relevante podendo fazer referência a um dólmen.






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