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Guilheto

Prunus spinosa.

Guilheto: nome na gíria dos canteiros da ameixeira, também guilheteiro.
Talvez polas suas pugas agudas, aguilhões, *agulheto?
O guilheto, como puga aguda, desde uma posição sediada no paleolítico terá sido das primeiras agulhas vegetais.
Agulha ou cunha que ainda vive na palavra guilho.
Guilho é o espigão do rodízio do moinho de auga, e guilho é a cunha usada por canteiros para fender pedras.
No asturiano guiyu, e as suas formas pares: guicho, guincho, guío, ajudam a percebermos do que está no fundo.
(Assim a ferramenta agrícola galheto seria uma variação de um primário *guilheto?).

Sediados na etimologia latinista este grupo de palavras teriam a ver com a mesma raiz que deu agulha, acucula.
Mas:

Guilheta é fruta, a ameixa, também na gíria dos canteiros. À par da guilheta, "ameixa", na fala dos arginas: guilhota e guilhote dão nome ao feijão.
É evidente o paralelismo entre o feijão guilhote e a castanha bilhote?
O paralelismo vai mais para lá:
Pois bilhote, além de ser a castanha asada, também é o espeto que tapa o buraco por onde é vaziada a cuba de vinho, o bilhote é a espicha, pau aguçado que também recebe o nome de guilhote.
Assim: pau aguçado que fecha o buraco da cuba: bilhote/guilhote
E: bilhote = castanha assada / guilhote = feijão.
Pôr aqui a primária guilhada ou aguilhada que levaria uma ponta não de metal mas sim uma forte espinha de guilheteiro, de ameixeira.

Desde a posição paleolítica aparentemente haveria um bilh-/ guilh- que seria um arbusto espinhoso duro que dava alimento: uma ameixeira.
Lexema bilh- acreditado como lexema de pau:
Antigo francês bille “tronco de árvore”.
Gaélico antigo bile "árvore, árvore sacra".
Sem desbotar uma possível relação com o germânico *bilją? "pua, espigão, cavilha".

Quanto a *wilh- / *guilh-, há o nome das ameixinhas bravas como grinhos, com ideia de agrinhos, agres, com a forma grunhos, e do mesmo jeito que o par bilhote/guilhote, à par de grunho existe o brunho com o mesmo significado.
Isto faria supor a validez de uma origem comum de uma forma hipotética *will- para o arbusto espinhoso e os seus frutos.
Aparentaria com a raiz germânica *wiligaz, mas que dá nome a salgueiros?
Confronte-se com o inglês willow "salgueiro".
[sala + -icus + -arium = sala no conceito sânscrito vedação, reunião; salicus da vedação+reunião; salicarius o da vedação+reunião].

No mundo eslavo o arbusto espinhoso de fruta, o abrunheiro, o Prunus é chamado de слива "sliva", aparentemente silva?

Há então um lexema raiz *will para o pau-espeto e para o fruto do espeto.
Paus pequenos fortes aguçados como primárias cunhas ditas guilhos, mesmo pedras aguçadas ou duras pois o eixo do rodízio apoia e gira sobre um guilho que é uma pedra dura que rota dentro de um buraco "ovo" numa pedra maior base do rodízio. Esta pedra útil dura, rolada de rio é um guijo (confronte-se com guijarro no espanhol).
Então é possível ser percebida a duplicidade e a fonte comum da palavra guijo no galego "pedra rolada" e "pau aguçado".
Estamos no paleolítico.
Então temos guilho, guijo, guiço com múltiplas variações, sufixações transformações (confronte-se guincha, guincheiro, grijo....) aparentemente sediados no arbusto Prunus com o conceito aguçado e duro.

Se o palatio nasce de uma paliçada primitiva para resguardo das primárias habitações, de uma pala artificial.
Uma sebe de *will, de paus aguçados ou espinhosos, também pudo ter servido para defensa dos primárias *willas, vilas ,ou talvez antes do que vilas *will-ares vilares ou *guilhares (confronte-se com os topónimos Guilhar).
Assim em galego um vilar entre outras cousas é:

En algunas comarcas llaman vilar a los campos de centeno que, después de sembrado, se cierran con un balado que no se derruba hasta que se siega, y queda el terreno a restreva o pallarega.

Leandro Carré Alvarellos (1979): Diccionario galego-castelán e Vocabulario castelán -galego, A Coruña, Moret


O jogo da bilharda explica ainda algo mais.
A bilharda tem de nome no ástur-leonês os de bigarda e bijarda.
Esta variação -lh- ,-g- , -j- (fonema /x/) poderia ser explicada desde o che vaqueiro.
Então imos mais para trás no lexema raiz ubérrimo tal qual *wiḷḷ, o que poderia explicar por exemplo a palavra guicho.
A bilharda, bigarda, bijarda, poderiam estar evidenciando que viga e bilha no fundo nascem do mesmo conceito "pau"?

Se a sebe espinhosa *wiḷḷ dá aos primeiros vilares.
E se *wiḷḷ-arda é o mesmo que bigarda (viga-arda), o *willar seria o mesmo que um vicus defendido por paliçada de vigas(*).

Que é esse lexema -arda na bilharda, acompanhando a *wiḷḷ (*wiḷḷarda)?
O sufixo -arda poderia dar caráter intensivo ou de força ao lexema raiz, por vezes pejorativo.
*Wiḷḷarda estaria a falar de "pau duro, pau forte".

Podemos perceber que o primário galheto, forcada, poderia ter sido um guilheto?

A relação bilh- guilh- semelha evidente.
Pôr aqui a palavra pulheiro que dá nome ao freixo.
A palavra puga, pulha, a asturiana puya e espanhola pulla, que semelham nascidas do mesmo conceito palavra *biḷḷ / *piḷḷ?
(Sobre pill- escreve-se abaixo)
Espilhadoira, espinha, espicha, picho...?
Estamos no celta-p e celta-q?
Seria pois de esperar *kiḷḷ; confronte-se com cunha e quilha.

Então a ideia é "tola", polo tanto rodopio, um lexema que estaria associado ao nome de uma árvore arbusto de muita utilidade desenvolveu-se gerando um campo lexical bem alargado, ou ao revés?

Os primeiros cercados e a sua posterior gênese:
Pode-se pois perceber o que envolveria, cercaria, defenderia as primarias πόλις (pólis) gregas?
O sufixo -ις é adjetival sobre um substantivo (também forma o género feminino sobre um nome masculino)
Assim πόλις seria πόλ-ις " *polada, empolada, poleira, de polas/ponlas".
Confronte-se com o inglês pole.
E a inicial civitas latina que a cercaria?
Talvez o azivo, azevinho; mas o azivo na sua forma genérica que é tratado neste escrito onde se esculca a família léxica do cibar.
Conhecida é a gênese de palácio e paço de um primário palatium a ver com pala "proteção" e palus estaca.
A ancestralidade de pala pode ser enxergada, já que na maior parte do indo-europeu, pala/ palo, as palavras deste grupo do lexema pal, têm a ver com estaca ou com o conceito de proteção.
Proteção primária que foi uma paliçada.
Mas antes do que a paliçada a primária pala foi a caverna, a cova.
Daí que seja para salientar o fóssil da palavra-conceito pala que ficou no galego.
Na hipótese 1ª: Pala (caverna), 2ª pala (proteção), 3ª pal- (paliçada, pau).
Entendendo que o conceito primário é concreto para logo abstrair-se.
E entendendo que a a primeira habitação foi a caverna, antes do que uma cabana.
Dá para perceber que a pala latina como engaste, não é primária à caverna?, dá. A pala latina é uma síncopa de pagela.
A primaria caverna pala pouco desenvolveu o seu conceito de buraco nas línguas indo-europeias, mas sim desenvolveu-no na ideia pecuária, como assim semelha no sânscrito pastor पाल (pala).

Ou como tem referenciada Callaica nomina o professor Moralejo a respeito do paço, palácio como primário assentamento pecuário.
Neste blogue acham-se estruturas não pecuárias, mas de caça, com toponímia paço, palácio (o caso da Vila Velha, por exemplo, com Pácio).

Pala com as mutações: vala, mala?
Poderia ser percebida na viagem desta palavra com as habitações humanas como a pala acaba na palafita?
Onde na línguas indo-europeias o pau palus no latim tem outro significado paúl com o sânscrito, पल्वल (palvala)"piscina, lagoa", e talvez com a época histórica de vida em zonas pantanosas?
Outra das dicas da possível ancestralidade é o seu par cala que no asturiano dá nome ao esconderijo da troita debaixo de uma pedra, um dos significados que tem pala no galego. Onde a mutação cala / pala fala do celta-q e celta-p, mas isto pode dar ideia da ancestralidade?
Isto suporia que as palavras germânicas do grupo do inglês hall, proto-germânico *hallo pudessem estar aparentadas.

Assim o tocariano-B também esclarece sobre estes primários lugares depois convertidos em moradia:
Kerccī
significa palácio, é uma palavra em plural, mas tem um significado em singular (pluralia tantum) kerccī a ver com cercus / circus, com o grego κέρκος entre outros significados tem os de "estaca, paliçada" e com quercus, com o cerqueiro ou cerquinho [cerq-inho, o do cerco, (do mesmo jeito que marinha é a do mar)], porque a gênese do nome de muitas árvores semelha que tivo que ver com o limite primário entre o lugar agrário de desmatamento do bosque e o borde florestal.

Este borde de paus estacas, a primária paliçada neolítica tem deixado um abondoso grupo de palavras para o rebento, o renovo da árvore cortada: bordasca, bragasca, vregasca, vergasta, vregasta, xabrasta, bardasca, bardasco, bodrasca, vergasta, vergôntea. bragasta, verdasca.
Todos estes nomes de chibatas, semelham serem uns variações dos outros, corruptelas, mas se buscamos os seus lexemas raízes alguns deles vão dar a distintos nomes de paus vegetais ou sebes:
Borda / borde: chupão, renovo de videira que nasce do seu pé e não de um gomo, haste nascida no pé de uma árvore.
Vedro: sebe
Verga
Brega: paliça
Barda: estaca
Brag-: branch, frança, latim tardio branca, pelo gaulês *vranca. confronte-se com o galês braich "braço" entre outros significados os de trave e galho, córnico antigo brech. Brech que daria sentido a bregar e brega como paliça.
Brexão: tojo grande (breço).
A ressaltar que vergueira é a teiró do arado.

Assim o radical -bre na toponímia galega associada com o bre céltico "outeiro", pode ser interpretado do mesmo jeito mas doutro modo, atendendo a que brí no irlandês significa "força, vigor" e que o proto-céltico associado a este bre "outeiro" e brí "vigor"(latim vir) seria brix (Vrixaria, vergeu, vergel) por sua vez da raiz indo-europeia *bʰerǵʰ-.
Onde o vigor, louçania, e elevação dos ramos novos pode estar (xato e pulguido). Confronte-se Pokorny bhereĝh- : “high; mountain” derived from Root bherǝĝ - , bhrēĝ - : “to shine; white,
*ash wood, ashen, birch tree, elm”


O caso da bragasta poderia estar no nome primário de Braga, percebendo-se que o lexema brag- assim como o lexema brig-/virg- "virga, vergôntea, Berguntia / breguntia", teria a ver com paliçada.
Braga era um antemuro que servia de tranqueira em uma fortificação.
Confronte-se com bargo "estaca, laje vertical de muro", com barganal, bargado, barganço, palavras para sebes, com os cognados asturianos bárganu, bálganu, bérganu, bérguenu.




Bragada de Santa Maria de Toem, corresponde com a estrutura de uma grande chousa afunilada das estudadas neste blogue, aparentemente uma chousa dupla, com a estuturaç¡ao da continuidade, de um lado lugares tumulares de enterramento e do outro o lugar de gestão, religioso, a igreja atual e a reitoral.
A destacar o nome de Baraçal, junto com o de Bragada, Baraçal semelharia ter a ver com baraça, corda, enquanto Bragada, na hipótese aqui lançada com bargas ou bargos, lajes verticais ou paliçada de paus, sebe: Podendo ser ambas as formas, Bragada e Baraçal de um raiz comum *barac-. Assim, no perímetro da hipotética chousa, no lado sul-este está o Barracão.
De onde *barac- o pau de construção, a laje vertical gera a sebe e a habitação.
Barga entre outros significados tem o de palhoça e laje.
Levaria pois a pensar todo este fio em uma hipotética raiz *baRak-
Uma variação de vara/barra + -kus, "da vara/barra".
Assim a palavra árabe baraka  بركة‎ , entre outros significados, dá nome a aquilo que permanece no seu lugar como se grudasse.
Esta grande vedação pecuária lida desde uma ideia de fala neolítica teria as seguintes partes: a *vaRakata (Bragada), o *vaRakale (Baraçal) e o *vaRakone (Barracão)





Bragada na freguesia de Alongos (Toem) também como microtopónimo de uma grande chousa com os frequentes nomes neste blogue explicados: Cerrada, que é transparente, Pereiro como topónimo quase sempre associado a um primário assentamento anterior ao Ferro, Reixas como vedação, Barreiros como vedação também, Pombal na mesma linha que Pomoerium.
Chousa que na continuidade deu o lugar ao Paço, nascido do palatio pecuário.









Braga.
Bracara
*VaRakara
*VaRaka

Assim as célticas brigas poderiam ter sido primárias paliçada de virgas, e as Brigantias, virgantias.

Assim a capital do Bérzio, Bergidum poderia também estar denominada desde a verga, virga, atenda-se ao espanhol verja.
Sendo a *wert- a horta o hortus.
(No tocariano-B wartto* bosque).

Por exemplo esta relação primária entre a paliçada e o palácio também é vista no âmbito bérbere, onde "palácio" ⵜⴰⴳⴰⴷⵉⵔⵜ (tagadirt) também significa pequena muralha.

Talvez isto suponha que em certa altura histórica tenha havido uma mudança cultural profunda do mundo indo-europeu e a sua contorna, que transformou os lugares pecuários neolíticos em lugares residenciais de poder ou religiosos.
Que a corte do gando passasse a ser a corte do poder.
Isto também pode ser visto no mundo hindu com a palavra सभा , tratada mais longamente neste outro escrito sobre os topónimos do sabugo.
सभा (sabhā):
Assembleia, congregação, reunião, conselho, audiência pública.
Associação, sociedade.
Lugar para reuniões públicas, grande sala de reunião ou salão, palácio, corte de um rei ou de justiça, câmara do conselho, casa de jogo.
Casa para hospedagem, hospedagem de viajantes.

Na Gallaecia isso teria acontecido com maior força no final do Império Romano com a reorganização territorial em parróquias, onde o poder sai da croa e funda-se nos vilares (paliçadas temporárias) e vilas, *willa, as mais delas no lugar pecuário da antiga estruturação territorial celto-galaica.
Daí a abondosa toponímia sufixada com -mund- que fazem referência a lugares pecuários e daí a também abondosa antroponímia derivada do gentilício do antigo lugar pecuário em transformação em lugares de poder (religioso ou administrativo).


Pila da Lenha:






Pila no latim medieval compilado por Ducange tem variados significados, entre eles Pila como taberna (Neste blogue já têm saído vários lugares de toponímia taberna, comumente associados com locais pastorais ou de caça, nos seus becos).
Pila também, segundo Ducange, tem os significados de πῡρός grego e de pylae latino, entrada, porta, passagem, desfiladeiro.
Ao meu ver, se descodifico a toponímia desde a paisagem neolítica:
Das primárias pila/pira seria o mesmo que uma *willa, bilh-, vila, um cabanote de paus pastoral com defesa, logo a deriva de funções daquele primeiro assentamento derivou em diferentes significados.
Analisada a paisagem da Pila da Lenha pois sim, é uma passagem, e é uma taberna, mas também está no bico de um chousão, ou curro afunilado da estrutura pastoral neolítica e a sua continuidade, no lugar do briugu gaélico, e no lugar onde as Tabernas toponímicas onde não há memória de taberna baiuca ou venda assentam.
Tem como todo chouso antergo as suas mâmoas, que estão situadas no bico do chousão, pila de pedras, pilha de terra que abre a relação com pilha / pila montão, pois as primitivas mâmoas pudérom ter sido como noutras culturas e como relata o livro do I Ching, montões de ramalhos com os que eram cobertos os cadáveres e incinerados, tanto dos primeiros animais semi-selvagens em catividade, como as pessoas,, acabando en grandes pilhas de cinzas.
A Pila da Lenha situa-se no bico de uma área que se pode desvelar como pecuária antiga, talvez uma tapada neolítica para pastoreio de animais semi-domesticados, com toponímia reveladora como a Bouça Maior, Boieira, Fonte do Cardo.
No hitita a casa tem o nome de pir, com um quadro de declinação irregular que desvela a relação entre a Pila da Lenha e o seu Cardo:

SingularPlural
N.-A.ŠÀ-irpirkirÉ-ir
Gen.kardiyas (stem in -i)parnas
D.-L.kardiparni parnas
All.kartaparna
Abl.kartazparnaza
Instr.kardit

Assim podemos intuir que o lar hitita é o lugar do fogo grego πῦρ (pûr) "piro-", mas também que a casa hitita tem a ver com o lexema kart- descodificado como lugar de guardar, alargadamente descrito neste blogue em diferentes escritos entre eles: "Os cárceres e demais"
Assim no hitita para dizerem "na casa" como locativo, dizem, descodificado desde a esculca de kart-, "no curral do gando, no lugar vedado".
O hitita para casa partilharia o proto-indo-europeu de base p (celta-p) per- e o de base k- (celta-q) ker-,  confronte-se como  protoindo-europeu *pérkus e quercus.
Atendendo ao hitita pir como casa, os muitos pereira e similares toponímicos galegos que aparecem associados com os curros afunilados, fariam referência a assentamentos habitacionais neolíticos., tal vez originais pileiras
No persa پیر (pir)  é o ancião, qualificando a quem possui sabedoria, como título a um mestre sufi.

Há então uma estruturação do território pastoral que se repete, um chousão, que é um cousso de caça aperfeiçoado para a catividade, para a guarda do gando, numa das suas bocas, entradas, pontas, na parte afunilada em bico, uma pila/vila como assentamento pastoral.

Guilhar na freguesia de São Marinho de Guilhar (Outeiro de Rei), toponímia condizente.


Guilheiro em São Tiago de Vereia (no concelho do mesmo nome).
Com toponímia típica de cousso, a destacar:
Velosal, na ideia de velar , vigiar.
Frámia, talvez como o latim framea "lança"; confronte-se com framulhas "ponta de ramo, vagens de gesta", flamberga "antiga espada".
Antunha, talvez a ter a ver com anta, comumente nos becos de caça aparece este lexema, por vezes sob o orago Antão, António, ou já transformado nas Santas.
Pereiro do Cão, mais alargadamente explicado no escrito "Casa Nova de Cas".













Willit 1258, Gwyllys 1324, Gwyllis 1335, 1340 e nome padronizado em córnico, anglizado como Gwills em Tewynblustri / Newquay.
Etimologicamente depois do desenvolto aqui, semelha transparente derivado do radical *will. Compare-se com a palavra córnica gwelen "esteio, poste, puntal"
As formas Gwullys  / Gwyllis levariam a pensar num radical proto-céltico *kwill-, com um desenvolvimento celta-q: *g(w)ill- e um celta-p *p(w)ill-
Confronte-se com o exemplo anterior da Pila da Lenha e com o lexicamente frutífero: pilhar, pilhagem pilha ....
Confronte-se também com o galês pill: tronco de árvore, galho, ponla, estaca, poste; forte, castelo, refúgio, santuário; fortaleça física de uma pessoa ...." ou com o gaélico cuaille (?): "estaca, pontal".
Polgreen "foxo verde", tem toda a lógica de que nesse lugar houvesse um foxo
Treguer, entre as diferentes hipóteses tre(v) ker "lugar, aldeia do valado".
Trerevol, anglizado como Trevoll Tre-rev-ol, poderia estar rew "rego, raia". Compare-se com o lugar de Trerew ao seu oeste; o sufixo -ol indicaria adjetivação. O seu antigo nome foi Trerovel
Trendrean, Tre(v)-()endr-an, poderia ser: tre(v) hendra -an, tre-hen-tre-an. "lugar do velho lugar"
Traffal, poderia ser Treffal, Trev-fala, fala hidrónimo do grupo vale-vala.
Neeham, "nascida-veiga".
Eglosnywlin, é "igreja de Niwlin ou Niwlina" uma santa cornualhesa. Como noutros casos o hagiotopónimo está a ocultar uma outra razão, Niwlin também Lulynn, seria Lu-lynn "tropa, hoste-estanque". 
Cargoll talvez kar "forte, castelo" + kola "atenção, cautela, guarda", ou kar-goll "forte-aveleira".
Windsor, poderia ser interpretado com Wynsor, "venteiro". Sento a raiz vent- aparentada com venda, local pastoral de reunião.
Trewolla, é interpretável como "lugar mais baixo".


Guilhim na freguesia de Santa Maria de Trava.
A destacar:
Casal, como frequentemente acontece este topónimo aparece no bico ou beco da estrutura, aparentemente derivado da palavra atual casal com significado atual de grupo de casas ou casa labrega forte, aldeia pequena mas agrupada, mas que poderia estar a indicar a ancestralidade e raiz de casa, caça e capsa.
Agro dos Fornos, na ponta do beco de caça, os foxos de caça feitos em pedra a chapa-cunha, interpretariam-se como "fornos"?, mas indo à raiz de forno este liga com furna "cova", mesmo o latim fornix.
Vila-ermao, no cadastro como Villahermao, "oficializado" como Vilarmao, e que ocultaria talvez um vila-ermão, vilar do ermo, *kwill-h₂er-mn̥- (Ø)-nós, sendo *h₂er "reunir, juntar".
Ansedes, já foi desenvolto neste blogue no escrito Ansa, हंस  como derivado de asno / anso.
Sapeiras e Zapagueiras estariam na mesma raiz de sapar, a segunda produto do zetacismo.
Codesseiras é tido por fitotopónimo, neste casso poderia também estar a dar uma outra razão, indo a uma possível relação entre codesso e codex / caudex "tronco", poderia ser percebido o lugar de Codesseira como paliçada? Outras codesseiras nomeiam este espaço limitante noutros coussos.
Conle, também gragado Gonle, poderia ser uma variação de gole "da gola"?
Cerqueirãs ou Cerqueirás, tem também ideia de fitotopónimo de lugar onde há cerqueiras ou cerqueiros Querqus pyrenaica, aqui topograficamente equivaleria a uma cerca ou cercado.
Boedo, este caso já foi analisado noutros escritos: na etimologia mais divulgada galega Boedo é referenciado como topónimo de lugar alagadiço, branhento, mas não há que esquecer a definição do dicionário da Real Academia Galega do 1913-1928:
Establo, majada donde posan bueyes.
Outro significado que pode esclarecer mais a deriva a lugar alagadiço, é dada por Dom Eligio Rivas Quintas (2001):
Comunal de pastos en terreno húmedo, fresco, en sitios pantanoso.
Então estamos observando como os coussos e posteriores granjas outapadas têm dentro de si o nascimento ou o correr de um rego em uma zona branhenta, inicialmente este lugar de branha seria um engado que causaria a atração de rebanhos de animais que pascem quando o cousso era de caça e posteriormente no neolítico o rego daria de beber aos animais semi-domesticados em catividade. Então na estrutura que estamos a analisar, há uma chousa posterior ao lugar de captura onde podem estar os animais encerrados.
Segufe, erradamente grafado no mapa como *Seufe, *seg-wulfo?





Gwyllis em Pluw Velyan / freguesia de Mullion. Também no beco de uma estrutura com forma de cousso.
Eglosckury "igreja de Kury" com os nomes de Corentin ou Chori, de nome bretão, Kaourantin, que a etimologia popular associa com korventenn "furacão", mas podemos observar kor-ventenn, onde ventenn está na ideia de venda, reunião pastoral.
Chama a atenção e é relevante para a interpretaç¡ao toponímica-topográfica que o microtopónimo da ponta de Eglosckury tenha o nome de Little Gwills
Tregellest / Tregellas, há formas antigas de outros lugares com o mesmo nome, Tregellas, como tref celest, o lugar de Celeste, que é tido por antropónimo, posuidor, mas que poderia ter uma interpretação de "cela" ou de "zelar, vigiar".
Bochym antigamente Buchent; há estudos que o associam com bugh "vaca, gado" por uma grafia antiga anglizada "beuch", transcrevendo-o como "casa ou corte das vacas". O que dita coa sua posição na estrutura de cousso. compare-se com bucha, pucha, dialetalismos galegos para a vitela.
No caso de Buchent a etimologia explicaria como buch / bugh "vaca" e hent(br) / hynt(cy), hens(kw) "caminho, senda", parelho ao  Bosende / Gosende (proto-céltico *sentus).
Bochym / Buchent são para confrontar com bucheiro, com o francês boucher, com o provençal botchí, com o catalão botxí, com o gaélico búiséir .... palavras todas que andam a dar nome ao açougue ou açougueiro, carniceiro que também faz de algoz: Como lugar da matança no cousso. Confronte-se com Baile Bhúiséir na Irlanda

Trehwila, anglizado como Trewhella, com forma antigas de outro local com o mesmo nome como Trewyla 1243 (Gover, 1948) Trewyla 1327 (Gover, 1948) Trewyla 1365 (Gover, 1948) Trewylla 1342 (Gover, 1948) Trewhyla 1357 (Gover, 1948) Trewhela 1587 (Gover, 1948).
A etimologia pensada polo portal de onde tiro a informação determina como "aldeia do lugar dos escaravelhos" tre-hwil-a.
Poderia estar relacionada com Gwills / Gwyllis? Tre-gwylla?




Guilhareu de São Vicenzo de Cúrtis (Vila Santar) com a forma de cousso, o que nos leva ao pensamento que o primário *willar foi também paliçada de caça, quer dizer palavra paleolítica.





Pode ser observado como Guilhareu é apenas um cousso menor, que teria feito parte de outro maior, observens-se os nomes Granja e Granjeiros, analisados em diferentes escritos como  "Reina?", "a Belém" ....


A antiga estrutura de caça fica "obsoleta" ao ser construída a norte dela uma maior, que inicialmente de caça (becos ponteados) transforma-se serve em sistema para capturar  animais vivos, no curro circular posterior ao beco, neste caso com o nome de Gândara. Observe-se que o cercado supostamente mais antigo é Guilhareu, enquanto o talvez posterior, leva o nome do Vilar.


Este grande cousso de caça, captura, é transformado numa tapada, marcada polo "beiço" proeminente na sua antiga porta de entrada e também polo nome de Casa do Vento, interpretada como casa de uma pessoa de nome Bento, mas que condiz com o analisado Mesão do Vento.






Ribeiro de Guilhe, com terras de nome Güilhe e Grilhe em uma estrutura em cousso de caça de São Pedro de Cervás (Ares).


Guilhamil / Guilhemil em São Tiago de Vilouriz (Toques), forma de cousso. Duas partículas *willa e mil.
Toponímia chamativa: Idreiras (ídrimo, ídrivo ou hedreiras?), regueiro de nome Irago, (Prado de) Venâncio e Venância separados, talvez conservando o ene intervocálico da raiz que deu no latim venator. Os topónimos Revolta e Revoltinha nos lugares onde a caça ou o gado semi-domesticado dava a volta.
Goiães / Goiãs / Goians / Goiás: lugar do goio "do buraco".



Guilherma de Santa Marinha de Rosende no Savinhão. Talvez numa raiz "guilha do ermo, sendo ermo a armada de caça. Confronte-se com o anterior cadastral "Villahermao" oficializado como "Vilarmao".



Guilhurfe de Santa Maria de Cavalar (na Capela). Com toponímia frequente na estrutura de cousso de caça, também coa presença num dos seus becos de um local religioso, igreja e cemitério.
A destacar o nome de Três Cornos.
*will- *ulfo "sebe da besta".




Guilhufe em São Pedro de Muro (Porto de Oção). Outro *will- *ulfo "sebe da besta".

Poderia ser datada o já não cousso e sim tapada, já no neolítico, pois tem "curro" posterior ao beco, o que o teria feito de captura e não de morte, e mais tem também "beiço", o que faz com que o cousso já teria sido transformado em tapada, onde estariam animais cativos permanentemente num cercado de mais ou menos 80Ha, o que permitiria un número de 80 animais adultos. A grande tapada entre o 6.000 e 4.000 a.C. pola subida do nível do mar deixaria de ser utilizável.
Se o mais divulgado é que os bovinos teriam sido domesticados no 8.500 aC n o"Crescente Fértil", no 7.300 está a possível evidência de Elva e ous auroques do Courel.
Talvez esta construção de Guilhufe levaria sendo tapada e não cousso, durante como mínimo um milênio, para posteriormente ter deixado de ser funcional pola subida do mar.
Também dizer que a toponímia indica uma continuidade populacional, não uma continuidade funcional como pode ser observada na maioria dos coussos que neste blogue são analisados; continuidade populacional que transmitiu os nomes da antiga tapada até a atualidade, nomes que teriam sido traduzidos ou reinterpretados com a hegemonia doutros idiomas, mas que ainda conservam muitos a sua raiz ancestral paleolítica-neolítica.
A destacar os nomes identificativos como:
Armentalinho, raiz armenta "rebanho" com a proximidade de ermo, já tratado neste blogue, protoindo-europeu *h₂er-  "reunir, juntar".
Lagares, erradamente estrito no plano como *Lagres; topónimo do grupo lag- neste caso topónimos do grupo lagares costumam aparecer associados a estruturas de cousso, na ideia de lago "cova, rego", por vezes percebido como lugar onde é feito vinho ou sidra, e por outra com variações com base em lagarto, lagarteira... Neste caso coincide ser chamado Lagares na zona de limite e fondal do cousso, onde seria provável haver um foxo ou rego fundo perimetral, limitante, exterior ou interior ao valado que o encerraria para evitar a saída.
Ratea /Rateia, também escrito ou pronunciado Retea / Reteia, poderia ser do grupo de Rato, do rat gaélico, mais desenvolto no escrito "Rata"; ou de reter "
Estivada, toponimicamente muito vivo pois ainda até o século passado era palavra muito viva polo sistema de cultura do centeio, mas estivada tem outra face que é a de "vedação de uma propriedade com terrões e pau grosso e longo que atranca o passo de entrada a um prédio agrícola"; mais desenvolto no escrito "A estepa".
A destacar a posição do topónimo Paços, frequentemente no beco e como ainda reflexa a estrutura de nassa.


Bustiguilhade em São Fiz de Riba Sieira (Porto de Oção) seria um busto com paliçada.
 *will- *ulfo, sebe da besta

São Pedro de Guilhém (Bezerreá).
Toponímia identificativa: Cousso.
Fornelo como no caso de Guilhim de Traba com Agra dos Fronos
Casoiro também como Casueiro e Casa Velha na ideia da triplicidade casa, caça, capsa. Casa Velha poderia estar a indicar um antigo cousso na parte alta do posterior cousso, com os nomes de Ferreira, na ideia de "cerreira" de zarra, e Cabo de Vila
Basnadas, a ver com o asturiano basna "rastra, corça, carro de arraste sem rodas".
Guilhém e guilhão, imaturos de gaivota, com parentes no córnico goolan, galês gwylan, bretão goulan, ... Talvez algo a ver com vilão e esta raiz de *kwill- aqui analisada?


Guilhém de São Julião de Céltigos (Ortigueira).
Com toponímia salientável:
Barral e Barreirão, antes de dar ideia de barro, dariam ideia de barra ou barreira
A muito presente Casa Velha nestes espaços, na triplicidade capsa, caça, casa,  e indicando uma estrutura anterior ou inicial e outra(s) posterior(es):
Ameijeiras, considerado fitotopónimo, mas aqui abrindo a hipótese que tenha a ver com ameijoar "juntar o gado", como vértice.
Celeiro, na ideia de armazém de grão, mas também aqui com hipóteses abertas a zelar "vigiar" e a cela "lugar habitacional"


Guilhém de Santa Vaia de Boiro (Boiro).
O topónimo Estivadas já foi visto anteriormente.





Guilhade de Santaia de Argemil (Sárria), pode ser intuída uma variação do cousso, um de tamanho menor com chousões redondos nos seus bicos, o que transformaria o cousso de caça em cousso de captura, e um acrescentamento da estrutura sobre tudo no seu lado noroeste.
Com toponímia já vista:
Os nomes identificativos de Coussos, num dos supostos becos e no fundo do saco.
Fornos
Costinha e Custoira, Castinheira
Porta na boca de entrada ao cousso.




Em gaélico o assentamento equiparável à vila medieval leva o nome de baile, de um proto-céltico *balio-s, bhv-alio-.
Para confrontar com Vaio e Valho.
Baile, valo, palus, malus?
















Ou coa palavra sala साला (sālā),  साल (sāla),  शाल (śāla), शाला (śālā) onde o lugar de vedação, talvez primário dá nome a diferentes salas.
(sa) tem muitos significados, entre eles o de cerca, mas também o de união.

Fuente de la Pila (Bigüezal, Navarra).


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