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Para uma interpretação da paisagem em volta de Castro de Hermunde

 








Hipótese evolutiva:


Estrutura de caça, cousso do final do paleolítico



Funcionamento do cousso.


Período neolítico, o cousso é-lhe fechada a boca, toponimicamente Lagoa, mudando numa grande tapada, numa granja neolítica, toponimicamente Granja,  onde animais inicialmente selvagens ficam em catividade, começando o processo de domesticação.
Num dos becos ou bicos aparece um curral, toponimicamente Silva e Eiró que serviria para gerir o rebanho de melhor jeito.
Na contorna da grande tapada apareceria um assentamento habitacional permanente, desde onde é gerida, guardada, a unidade territorial, toponimicamente Casa da Cartea.
Nas suas proximidades as mámoas (marcadas com cruz).


A mansedume dos animais semi-domesticados permite gerir a pastagem de jeito mais eficiente, partindo-se a grande tapada em pedaços menores.



Desde um lugar pecuário: Casa de Cartea é desenhado o "lugar urbano" na época do Bronze (com continuidade durante o Ferro.
O perímetro, valos e foxos, do antigo cousso do final do paleolítico servem de crica da briga, encerrando o seu território íntimo.

Domínio de Roma, do castro, da briga, é obrigado que a população saia, e assenta na Cartea, com o nome ainda de Castro de Hermunde, e quedando para o antigo assentamento o nome de 
Castrilhão ou os Castros.






Castro de Hermunde na freguesia de São Pedro de Hermunde (Pol).
Com toponímia esclarecedora, já apresentada neste blogue.
De oeste para leste:

Eirão: grande eira, grande área, curro do final do beco, ou funil de caça e captura, aro, aira.
A etimologia clássica relaciona o grupo de palavras eira, aira, ārea latina e cognados, com o protoindo-europeu: *h₂erh₃- "arar".
Mas neste caso, e em tantos outros galaicos da eira, faz pensar no proto-indo-europeu *h₂er- "juntar, encaixar, fixar".

Silva: silva é percebido como derivado do latim silva, mas esta estrutura de caça ou cousso de captura, ou granja neolítica seria com certeza anterior à entrada do latim.
Poderia ser uma tradução da palavra ancestral x para o latim posterior silva (como as lulas viram em calamares).
Ou poderia ser do grupo aqui analisado Gil- Gilva, de feito no galego medieval xelva foi nome da selva.
Confronte-se com a etimologia da silva latina: *sel-, *swel- "lenha, madeira, trave, tábua, moldura, soleira".
Então a Silva toponímica aqui analisada poderia estar longe da ideia de bosque latino silva, e mais perto da ideia protoindo-europeia de *sel-, *swel- "trave, tábua".
Por exemplo no letão sile é o nome para a vala.
Na construção do foxo de defensa ou captura de animais, há três elementos, o muro ou valo, o foxo ao pé do muro ou vala, e as estacas, ou vegetação sobre o valado (silveira).
Então no  estrato nostrático apresentariam-se os três elementos:
1.A *sel-, *swel- como trave ou barra, dá para ser confrontada com a família germânica *sulī "poste, estaca, barra".
2. Silva como vegetação limitante (Filseira, os limites) como silveira, sebe de silvas de Rubus.
3. Sile (letão) "vala, valeta". Isto relaciona a palavra silva ancestralmente com silo, zulo, buraco.
Também data a palavra no período nostrático, paleolítico superior 10.000 aC, a datação e esta hipótese da génese da palavrada palavra poderia ser que esteja a datar a estrutura de foxo-muro-paliçada.

Vedro Cerrado e Vedrinho, vedro como valado, vedação e como vetulus "antigo".

Lagoa: polo comum associa-se lagoa com água estancada, mas compre lembrar que lago dá nome ao rego de água, a uma levada para regar, lagoa toponimicamente conservaria uma ideia de sulco.

Granda: o mais rápido seria associar o nome com o comum gândara.
Também caberia pensar outro significado de granda como tábua com buracos ou entalhas que no moinho regula a caída de grão na mó, o que nos levaria a pensar ser da família do latim gradus, sobretudo por também haver um instrumento de carpintaria, de nome granda, que serve para traçar circunferências e medir desníveis. Gradus teria a raiz no verbo gradior "avançar".
Outra possibilidade estaria numa nasalação de grada, tipo gado/gando?
Grade, grada assentaria na raiz do protoindo-europeu *kr̥tis da raiz *kert- "tecer, entrelaçar, girar juntos", com o sânscrito कृत् (kṛt) "girar" , talvez com o grego κύρτος (kúrtos) "roda".
Nesta hipótese de *kr̥tis, algumas Grandas toponímicas poderiam ser consideradas sinónimas tantas Revoltas

Este curro final do beco, colado a ele, é tão comum como o modelo de curro circular final do outro lado.
Pode ser percebido que esse lugar é para onde avança o rebanho a capturar e pode funcionar como "classificador, graduador", mas também onde gira, por serem animais selvagens com necessidade de movimento. Uma vez o rebanho dentro, podem ser classificados, apartados uns animais de outros, voltando alguns para a grande tapada, e outros ficando no curro.


A Granda Velha de Santa Maria de Fraialde (Pol), aqui abaixo pormenor, para mostrar a toponímia condizente:

Apontar o caso de Jardim já tratado noutros escritos como cognado ancestral de gardar, xardão ...



Granda de São Tiago de Feimil (Begonte).
Para reparar na Cruz, Rolho e Picota, como três elementos que apresentariam continuidade desde o o vértice de sacrifício do animal caçado, capturado, a picota de ajustiçamento.

Neste caso Grandal:

O Grandal de Santa Maria a Maior do Val (Narão (-om)).


Voltando ao início:




Cova: com significado evidente.

Cajigo: Sobre os topónimos de lexema cajig- e a sua relação com vedações pecuárias:
Já foi falada da raiz céltica do gaulês cagiíum “cercado” do protocéltico *kagyom.
Mas também as duplicidade grega de γαῖα (gaîa) e αἶα (aîa) "terra".
Haveria uma hipotética raiz subjacente a esta primária territorialidade "eido" da família extensa *kaia / *kaja / *kasa.
Assim palavras deste grupo seriam:
cajada "canhada, azinhaga, congostra"
cajado "bengala, bastão"
cajatas "muletas"
cajato "jostra, vara; pau para remexer o caldo"
cajoca "poste, puntal"
cájigas "apeares"
cajigo, cajigueira, carvalho novo, castinheiro novo, azinheira; com o castelhano quejigo.
Há o grupo de palavras pejorativas para a ociosidade como cajoteiro; ou cajota mulher que brinca o mesmo que jota, xota.
Há também um grupo de palavras caj- cajota "presunto", cajoto "cojote", onde estaria a palabra coxa, mas estamos vendo que a coxa latina "quadril" é secundária à coxa extremidade, onde volta o paralelismo do indo-europeu a associar as extremidades humanas e animais com troncos e paus. Perceba-se que a pronúncia latina /ˈkok.sa/ dificilmente explicaria a pronúncia galega /'ko.ʃa/, mas sim a hipotética pronúncia céltica 
/'ko.ʒa/ explicaria estas divergências.
Relevante é cajada como canhada/canada caminho profundo de animais, do mesmo jeito que vala e valo.
Dá para entender que o lexema caj- em nomes vegetais cajigo, cajigueira está na linha do indo-europeu onde a vedação dá nome à planta vedatória, como aparece em outros escritos deste blogue e como é tratado especificamente em "Filseira, os limites".

Mouriz, poderia ter a ver com Mouro, e seguindo a etimologia de possuidores germanista seria o lugar de uma pessoa chamada Maurus. Neste blogue já teem aparecido lugares de base em mouro e similares com ideia de muro.

A Costinha: pode ser uma pequena encosta, ou hipoteticamente um monte de ossos, um ossário como foi desenvolto no escrito Goiriz e algo das costas.

Granja, já foi desenvolto e analisado neste escrito "a Belém e algo das granhas", onde foram mostradas granhas /granjas neolíticas com essa toponímia mesmo na Irlanda:
Relevante é a etimologia da palavra ganja em galês grefan, formada por gre "greia, rebanho" e man "posição, lugar, ponto particular, espaço determinado".
Já no córnico: greunji tem o significado de  "granja e celeiro", onde a palavra gre córnica significa "rebano, grupo de animais".
Na mesma linha estaria o latim grex.
Então as granhas / granjas, comumente associadas com a raiz de grão, teriam a ver, segundo esta outra hipótese, com a greia ou rebanho.
Numa ideia que a granha, granja inicial fundamentalmente foi pecuária e não de grãos.
Uma hipótese então seria que a raiz protoindo-europeia de granja / granha estaria formada por *gre-n(os)-yós, *grenyos; 
Duplamente adjetivado,:
*grenos "o da greia, *greiano"
*grenyos /*grenya "os dos da greia, *greianeiros".
Assim no Du Cange: grenariumgrenchiagrengia.

Casas de Cartea: Cartea / Carteia teria a ver com os analisados Carteire, Cartas, com o latim cardo, como primário lugar guardador, chefiador ou ordenador do território, mais alargadamente descrito no escrito "Os cárceres e demais ...Protoindo-europeu *gʷʰargʷʰa?"



A vedação de Casas de Cartea exemplifica um tipo de estrutura pastoral de outeiros isolados cónicos:

O outeiro no seu sopé ou a um certo nível tem um caminho perimetral que faz de foxo e muro, nesse seu perímetro integra-se um sistema de captura como os aqui apresentados, neste caso não é um outeiro mas tem a mesma conformação, esta forma permite agrandar a tapada neolítica para um espaço maior, começando um pastoralismo simples dentro(noite)-fora(dia):




A vedação de Casas de Cartea integra-se com outras:





Fonfria:


De entre os topónimos a destacar:
Zarro do Ferreiro. Comumente é pensado por uma pessoa de ofício ferreiro, mas ferrerio / cerreiro são intercambiavéis, por uma pronúncia do efe que ainda se sente na Galiza.
Seriam entendidos os topónimos do grupo de ferro, ferreiro na ideia de cerrados.
Costa como foi explicado no caso anterior, poderia ter a ver com encosta ou com ossário.
É chamativo como os dous becos, levam o topónimo Porta, o do oeste Prado da Porta e o do norte: cortinha da Porta.
Romão (-ám) tem o seu interesse, pois dá ideia da ancestralidade e funcionalidade da primeira Roma, um cercado para animais cativos, um cousso.
Espaço que é um rombo, não na ideia de forma de paralelepípedo de ângulos não retos, não um romboide, mas rombo na ideia de rhombus grego ῥόμβος no conceito de giro, de volta, do verbo: ῥέμβω "vagar", "vagabundear".




Lourige:




A estrutura de Lourige teria duas etapas, a de acima a mais antiga que seria de caça ou captura, e a de abaixo posterior, já mais na ideia de granja neolítica.

Entre a toponímia a destacar:
Porto de Éguas como lugar de passagem. Pode ser pensado nas éguas equídeas
O Vedro da Zarra da Telha, são todos elementos transparentes, o infrequante é

A Porta do Bárrio, pode ser entendido Bárrio como habitacional, mas também como barra, barreira, lugar cercado.

Avelhaneiras, semelha uma castelhanização de avelaneiras, mas poderia ser Abelhaneiras?

Castro, naquele lugar onde não há restos de uma briga?

Granja, já explicado no outro caso.


Hermunde


A sede da freguesia é o lugar que lhe dá nome, o seu lado leste é o mais modificado.
A destacar outra vez Costa.
Cristo: pode ser um nome "recente" pola divindade cristã. Haveria a possibilidade de um parentesco com o sânscrito कृष्टि (Krsti, Krishti) com o significado de agricultura, arar ... Por outra parte cristo poderia ser forma masculina de crista: parte mais elevada, neste caso o fondal da hipotética estrutura de caça.
Outra ideia ser Cristo variação de cresto, regressivo de crestar, numa ideia de "despojo; saqueio; desfalco".
Pácio como palatio ancestral.
O Conde, já teem sido apresentados neste blogue lugares de nome Conde, alguns nada teriam a ver com um comite, ou com condado, estando mais em relação com topónimos de base gond-.
O topónimo de raiz de  kond-/kont-:
1.Poderia ser do grupo do latim contus e grego κοντός (kontós) "poste, estaca, chuço, aguilhada".
Sânscrito कुन्त (kunta) "lança".
2. Poderia ser do grupo do sânscrito कुण्ड (kunda) :
-Vasilha em forma de tigela, grande cunco, escudela; jerra.
- Buraco na terra, buraco na terra para fazer lume, buraco na terra para um ritual de consagração do lume; buraco para conter água, piscina, açude.
3. Poderia ser da raiz de esconder, latim condo condere "juntar; construir, estabelecer, fundar; esconder; concluir".
4. Poderia ser da raiz de gunda / munda como: rebanho, vedação. No hindi मुण्ड (muṇḍa) "vacas em grupo ou círculo / vacas ou grupo de vacas" / sânscrito मुण्ड (mund).

Quanto a Hermunde, estão dous lexemas, her- e mundi, talvez em genitivo. Sobre munda, neste enlaço foi lançada uma hipótese da etimologia dos topónimos galaicos com esta raiz, na ideia de grupo ou rebanho de vacas. O primeiro lexema her-, foi já neste escrito apontado do protoindo-europeu *h₂er- "juntar, encaixar, fixar".
Então Hermunde estaria a dizer algo semelhante a "junta de rebanhos".

Confronte-se com Armonda, de Santa Maria de Moimenta (Campo-Lameiro):










Vão ser apresentadas outras duas estruturas em forma de cousso, a norte de Hermunde, na freguesia de São Martinho de Ferreiros e Santo André de Ferreiros.

São Martinho de Ferreiros


Para fazer ver como a igreja e a mámoa Casa dos Mouros estão em espelho.
Outro topónimo que costuma aparecer nos becos é o de base em custódia, neste caso Custodinho.
Fazer ver a possível relação entre Lourijas e o anterior Lourige.

Santo André de Ferreiros:


Gatim lembra as Pontes de Gatim, talez neste caso gato, na ideia de captura?
Castelo no lugar onde não há castelo, do mesmo jeito que castro.
Casarelhe, talvez caçarelhe, na ideia de caça.
Garçade, garça, e carça, gárcio, garçar "samblar", na ideia de sebe.
Vilagilde, vila de Gildus(?), vila de paga imposto(?), vila de um possuidor chamado de Gildo?
Gomesende: alargadamente explicado em Pastoralismo incial? A godalha e o godalho.
No saami, vuomen ~ vuomeno ~ uomeno "estrutura consistente em valas e curral, antigamente usado como armadilha para as renas bravas".
Do proto-sámi *vuomen por outra forma parelha no sámi do Norte vuopman.
A etimologia germano-cêntrica relaciona esta palavra sámi com o antigo-alto-alemão hamo "rede de caça, rede num açude ou canal".
Outra linha etimológica ligaria estes Vuomen / vuomeno / uomeno com o proto-sámi *vuomē, que significa "bosque denso". Poderia ser percebido que para a melhor caça das renas o campo aberto não é o mais adequado, sendo mais doado a sua caça com armadilhas, tipo laço num bosque.
Assim é: os laços são dispostos no bosque denso, nos carreiros das renas ou quando usam valados, cercas, nas portas de saída.
Confronte-se com o conceito de bouça, numa ideia pastoral mas também numa ideia de mato impenetrável.
Este bosque denso do proto-sámi *vuomē, tem as formas nas diferentes variedades de: vuemievuöbmievuobmevuobmevuopmivyeṃivueʹmm, вӯммь (vūmmʹ), vïmme.
A relação com o vime poderia acontecer, dado que os bosques de coníferas são mais abertos que os de salgueiros, a caça com armadilha pode ser mais eficaz numa cajigueira do que num bosque maduro. Sendo o vime talvez usado como primeiro e primitivo laço.
Seja como for vime / vímbio é feita derivar do protoindo-europeu *wéh₁imn̥ e está muito distante de *gʷṓw-mn̥.

Vuomen / vuomeno / uomeno e vuopman poderiam ser relacionados com o lexema *wo-(*gʷṓws), de uma hipotética forma *gʷṓws-*mn̥.
Este lexema protoindoeuropeu ou mesmo anterior: *-mn̥, daria no grego -μα, no latim -mentum, no galês  -man "lugar", no galego o sufixo átono -mo (édramo, légamo...) e nas línguas fino-permianas (urálicas) da que procede o sámi *-men com ideia de lugar ou localização.
A hipotética forma *gʷṓwmn̥ seria o local das vacas.

Gama / camurça e a família de camox poderia estar aparentada com persa médio TWRAmyš (gāw-mēš) "búfalo, literalmente: vaca-ovelha”; pois no persa گاو‎ (gâv), “vaca” e میش‎ (mêš), “anha, borrega”; antigo armênio e atual գոմէշ (gomēš), sírio clássico ܓܡܘܫܐ‎ (gāmōšā), árabe جاموس‎ (jāmūs), georgiano გამეში (gameši), კამეჩი (ḳameči), კამბეჩი (ḳambeči), checheno гомаш (gomaš), ossétio къамбец (k’ambec) todos como nome do búfalo, ideia de vaca-ovelha que não é alheia a quem trata com esta espécie que antes de aproximá-la a uma vaca fala de que é como uma ovelha grande.
Mas na possibilidade de *gʷṓw-mn̥ estariam os seguintes?
Assim no danês gamme é “ovil, aprisco, um estábulo para ovelhas”. O que condiz com a toponímia galaica, onde gam- / ram- dá nome a recintos pecuários, frequentemente menores o que leva a pensar em ovelhas ou cabras.
A etimologia relaciona o danês gamme com as línguas do seu entorno, com a forma dialectal do sámi gamme “manjadoiro, presépio, comedoiro”, com o norueguês gamme “cabana de turfa”, no antigo norueguês gammi “cabana dos sámi ou dos fineses”, com o alemão falado na Suíça Gämmeli "celeiro e estábulo para guardar ovelhas, cabras e feno", no reto-românico cammona "cabana".
Não é para deixar de indicar a possível relação entre a gamela, camelha "artesa, masseira" e a palavra sámi gamme "manjadoiro".
Então estas palavras poderiam derivar do hipotético proto-indo-europeu *gʷṓwmn̥ junto com o armênio գոմ (gom) "estábulo para cabras ou ovelhas, um ovil ou aprisco".
*gʷṓw-mn̥ poderia ter um par tal que *kʷṓw-mn̥ (confronte-se com a linha germânica, inglês cow) como o mesmo significado. Assim *kʷṓw-mn̥-arum cômaro seria "dos apriscos, dos curros".

O inglês pode ajudar a ordenar esta bagunça com a palavra game, que tem o significado de "animal caçado para comer, a mesma caça", como substantivo material, de peça a caçar ou já caçada", também no galês gêm, gâm, giâm "animal caçado para comer". Também dando uma dica forte na que caça e jogo fôrom conceitos não diferenciados, o que indica uma profunda distância com o conceito atual da caça e em geral da vida.
Então o gamo a gama em conceito raiz poderiam ter sido sinônimos de "caça".
Por exemplo no galego cognado de gama é gâmia. No asturiano gamiar é roubar, rapinar pequenas quantidades para comer, em Trás-os-Montes gâmia é insulto para a mulher ávida que se atira por aquilo que deseja.
Assim segundo isto uma primária vedação para caça, um cousso, ou já um locus do gando bravo, foi uma *gʷṓwmn̥ / *gʷṓwma, o que por derivas chegaria  à Roma e que deixou toponímia na Galiza atual de base gom- e rom- e variantes.

Que implicaria que Vuomen / vuomeno / uomeno fossem cognados da toponímia dos curros galaicos do tipo Gomeám , e da grande chousa que foi Roma, todos eles derivados do hipotético *gʷṓw-mn̥?
As línguas fino-úgricas dizem não estarem aparentadas com o protoindo-europeu, então trataria-se de um empréstimo entre elas?
Mas há a possibilidade, segundo a teoria nostrática, que a palavra seja do noveno milênio antes de cristo, época na que o indo-europeu e as línguas urálicas se diferenciárom de uma língua troncal comum, assim *gʷṓw-mn̥ teria uma antiguidade mínima do nove mil a.C, da época primeira do megalitismo.
A domesticação dos bovídeos é pensada no 8.500 aC.
Estes *gʷṓw-mn̥ primariamente seriam coussos de caça para depois ser coussos pastorais ou já chousas.

Outra palavra deste grupo sámi da caça é vuopman (gen.vuobman) que é um longo cousso valado em forma afunilada, para o qual as renas bravas são acorrentadas e caçadas.
A palavra vuopman não passou para a cultura pecuária das renas; segue viva no léxico da caça das renas.
Há lugares toponímicos como Vuobmanvárri, Devddesvuoppmi, Vuomavágge, Vuomajávri.

Segundo isto, Gomesende poderia ser a "senda" dos "*gome".
Que no caso é o final do funil de caça.






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