O espaço humanizado neolítico foi demarcado com o arado, em jeito de labor e em jeito simbólico.
Este espaço recebe diferentes nomes, e é fonte de muita toponímia. Espaço que é um rombo, não na ideia de forma de paralelepípedo de ângulos não retos, não um romboide, mas rombo na ideia de rhombus grego ῥόμβος no conceito de giro, de volta, do verbo: ῥέμβω "vagar", "vagabundear".
Pôr aqui a palavra trasmontana goma com o significado da parte alta nos sucos dos vinhedos.
Roma antes de ser chamada de Roma foi Romba?
Seria Roma definida desde a sua génese neolítica de primeiro assentamento em rombo?
Roma que tem uma parente na raiz germânica *rūmą, com o significado de (além de room inglês como quarto), o de espaço livre. A palavra *ruma germânica fazem-na derivar de um protoindo-europeu *rewh₁-. ou *rowə-, raízes que tem a ver com o reinado neolítico.
Arrumbar, é compor, liberar espaço, arrumar é acomodar no espaço.
Confronte-se com o jogo palão de roma, e com romar.
Roma no jogo do palão de roma, ou jogo do cravo ou ché, é o espaço de terreno onde é cravado o espeque.
A voz roma também é usada em jogos infantis nos que há espaços territoriais.
Rhombus no latim é o círculo mágico.
Romar é turrar, investir, e aqui entronca-se com a marcação de limites territoriais por lutas de bois ou carneiros.
E desde o sânscrito रोम (roma) é buraco, cavidade, auga.
Também romo é variante de rombo, sem saliências, arredondado, embotado, o que lhe dá a roma uma ideia de redonda que romboide paralelepípedo não tem.
É de interesse observar as terras de nome Roma na freguesia de Santa Maria de Alcáçar de Milmanda (Cela-Nova):
Romelas é uma aldeia na freguesia de Mercurim, no concelho de Boimorto, freguesia que está ligada hoje com a de Brates.
Romelas, faz pensar nas lepas ou laganhas dos olhos, também ditas remelas....
Romelas poderia ter uma origem como diminutivo de Romas:
Romelas fazendo parte de uma estrutura em forma de cousso ou granja neolítica.
São Martinho de Romelhe, no concelho de Samos:
Romelhe de Loronho (Sas):
Este Romelhe tem a estrutura do sistema de chousas, com Romelhe na pare central e dous recintos maiores longitudinais.
Começando polo leste, a sua ponta tem o nome de Porto Caldeiro, sendo porto, a porta o passo e caldeiro talvez por ser um cal.
Pexegueiros, pode parecer que fala da árvore dos pexegos ou pêssegos, mas pexegueira tem o significado de presépio, pesebre, prexego é a parte posterior do pé dos animais, das vacas, e prexigueiro é uma terra de pouca qualidade para as culturas. Neste caso palavras como aprisco ou apresgar, que significa apresar, podem ajudar a esclarecer o topónimo. Pexegueiros poderia ser uma forma de *paxegueios. Confronte-se com paxego variante de pasego ou pasiego; segundo isto pexegueiros seria uma variante de paçagueiros, relacionando o paço com o pascer, assim topónimos do tipo paçairos estariam na anterioridade ao paço fidalgo e mais próximos ao paço, palatium vedatório.
Parrochas, pode ser percebida uma forma circular incompleta na sua parte oeste. Parrochas pode ter varias linhas etimológicas: a linha germânica vai dar em "parque", compartimento de um chouso ou estábulo, a linha latina vai dar a parocha "pousada de caminho onde se oferecem camas, comidas e suprimentos para os viajantes, e os seus animais" sendo o parochus quem governa a "parocha", parocha que não deixa de ser uma mansio. Como foi visto no escrito "Baltar" ou na "Nespra e o bispo", estes complexos de chousas costumam ter na parte central ou na proximidade a posterior Igreja. Assim o recinto menor circular que foi dar em Igreja nos complexos de chousas semelha um lugar de chefia a semelhança de um rát gaélico.
À par de Parrochas está Faval, o mais habitual é relacionar isto com um campo de favas, mas, pode ser percebido algo mais e a relação direta com o *fafe, faff "crego" em címbrico, que corrobora a hipótese de ser o lugar do chefe pastoral e religioso (mais desenvolto este tema em "Fafe").
Xesteira: por ser um lugar para sesteio do gando
Forcadeira já no seu extremo que não parece em pico, mas se se observam os mapas topográficos ou cadastrais é possível intuir a forma em bico.
Já depois o topónimo Bouça Roma, na dúvida se a Bouça é romba, arredondada, ou se a bouça é da Roma que hipoteticamente está debaixo de Romelhe, sendo Romelhe um possível *romeculi "da roma menor".
Romariz de Santa Maria de Rendar no Íncio:
O caso de Romariz, que como outros topónimos tidos por germanos, (como foi escrito sobre Alhariz ou Guimarães) estamos diante de um genitivo, que antes de nos falar das terras de um possuidor, estão dando o genitivo de outro conceito.
Romariz, é descomposta em dous genitivos *rômara / romarum + -iz, que significaria "dos *rômara"; e *rômara / romarum: da roma. Sendo pois Romariz "dos da roma".
Assim é percebido que a aldeia fidalga de Romariz seja chamada pola terra em roma, em forma de paralelepípedo, que a tal família possuía.
Meste caso Romariz de Santalha de Romão (-ám) (Vilalva) aqui semelha que tanto o nome da freguesia Romão como o nome de Romariz são derivados de Roma ou Romo que poderia ser o nome inicial do losango que serve de base ao cousso ou á posteriormente granja neolítica.
Ponta da Romela, em Santiago de Figueiras (Castropol, As Astúrias):
A Ponta da Romela é um cabo marítimo, em Terra pode ser percebido um recinto romboide, Agosteiro, e também uns caminhos que desenham uma forma semelhante a um curro afunilado, que não tem a ver com o mapa cadastral.
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Romarigo na freguesia de São Salvador de Coiro (Cangas), com a forma já estudada de grande chousa pecuária do gando semidomesticado. |
Os Romarigos, nome de terreos na freguesia de São Tomé de Monte Agudo (Arteijo), também formando parte de um possível grande chousão do gando semi-doméstico. |
O Romeo / Romeu de São Lourenço de Fião (-om) no Savinhão (-ao). |
O Romano de São Pedro de Figueira (Crecente). com a forma central romboide. Topónimos pecuários relevantes como os Martingos talvez relacionado com cavalos.
Dá para reparar que o par uceira / ucheira mais desenvolto neste outro escrito a Ucha. |
Outra Romana:
A Romana em São Pedro da Ramalhosa, parte central de um sistema de chousas, talvez para cabras, com o topónimo Ramalhosa tratado no no escrito Ramil. Sistema de chousas com o castro da Xunqueira ao lado. No sânscrito रोम (roma) "buraco", e रोमन् (roman) "lã". |
Na fundação de Roma, é pensada que é feita uma urbe, mas a Roma inicial, desde o ponto de vista galo e galaico é outra cousa:
Rume, em Issancourt-et-Rumel, Ardenas (França) |
Freguseia de Liminhão (-om), (Abegondo), cabeceira de um pequeno vale que vai dar ao rio Mero. Pode ser percebido o profundo caminho que envolve a vagoada, talvez primário recinto neolítico. O nome de Vessadio na aba leste, fai pensar em Vissura "corte". |
O Rombo de São Salvador de Liminhão (-om). Sendo um lugar de arcaísmos vivos, o Rombo é o mesmo que os anteriores lugares vistos de raiz de roma.
Outros topónimos a salientar neste sistema de chousas é a Areosa, comunicada com as Croas.
A salientar também o Mero, que dá nome a outra partição, Mero que foi tratado no escrito "Laũa".O Souto que aparentemente nada tem a ver com castinheiros e sim com a palavra "salto" pois a inicial grande chousa fou partida, e nesse lugar onde a continuidade foi interrompida está o salto, o Souto, deixando a sul o que semelha as terras do Paço, topónimo do cabo. Reparar que durante a época de grande pastoralismo que aquí é intuída, o neolítico e posterior Bronze e Ferro, os lugares onde haveria castinheiros seriam poucos, pois o castinheiro é uma árvore pola que os ruminantes debecem, gostam muito, comem as folhas e nas árvores de idade vão pouco a pouco escascando, é por issto que, uma vez que o pastoralismo de animais selvagens mudou a pastoralismo de animais mais mansos, e as grandes chousas perderam a sua função, sendo partidas por "saltos", estas faixas de corte das grandes chousas, foram as idôneas para a plantação de castinheiros pois estavam muradas. |
Dá para pensar que Rômulo e Remo antes do que fundar uma urbe, o que criaram foi um sistema de chousas, daí a grande interdição de não cruzar o vedado, polo perigo de que os animais, por onde alguém entre, tirem a barreira ou deitem a paliçada, saiam, fujam, pois tenhem que estar muito bem guardados, já que ainda a domesticação está nos seus primórdios.
E também a interdição de que outros penetrem no "privado".
A lenda de Rômulo e Remo é pensado ser a lenda da fundação de um lugar concreto, da Roma atual, mas a lenda abrange num relato novelado, o nascimento do pastoralismo, e das suas estruturas culturais, políticas e religiosas do Neolítico.
Rômulo tinha por companheiros no trabalho os Fábios.
Remo andava com os Quintilos.
Qual é a diferença entre ambos irmãos e grupos?
Rômulo veda?, e Remo pastoreia livremente sem vedação?
Talvez Rômulo esteja a personificar o jeito de encerrar um espaço para ter os animais guardados, enquanto Remo vai atrás do rebanho, num caminhar e busca?
É por isso que Remo salta o veto, o valo?
A etimologia dos companheiros de Rômulo, os Fabius, está desenvolta aqui: "Fafe", onde se relaciona com comida e palavra, e com a primeira religiosidade comensal.
No sistema de chousas descrito em diferentes escritos deste blogue (Vessura, Baltar ...) costuma aparecer o microtopónimo faval, ou derivado de fava, no pensamento de que era uma cortinha destinada às favas, e pode ser assim o seu primórdio, por vezes este microtopónimo do grupo fava aparece no lugar religioso que o sistema de chousas costuma ter lateralmente ao chouso central.
Família Fábia que era a "xamânica" no rito da Lupercália, junto com os Quintilos.
A etimologia e base dos quintilos é mais complexa pois vai dar ao cinco.
Os Quintilos junto com os Fábios no rito da Lupercália tinham uma inciação na saída da aldolescência, na que durante um tempo moravam nos bosques de jeito autosuficiente. Este passo ritual no mundo gaélico está nas fianna.
Na tradição espanhola poderia corresponder com rituais que se apresentam as variadas festas dos quintos, onde ficam retalhos do rito de saída da adolescência.
Rômulo e Remo tem os seus pares em Gopala e Govinda?
Gopala é o das vacas e bois dentro da pala, dentro da paliçada, do refúgio, o encarregado do cuidado do rebanho dentro do vedado.
Assim "estar o gando de pala", é ter o gando na corte alimentando-o e engordando-o sem que sai pascer ao monte.
Govinda é o que anda no pastoreio, o que traz o rebanho para a paliçada.
Assim Fabios seriam os da pala? E Quintilus os da vinda, os da captura, logo mais tarde os pastoreadores?
Assim Romulus, foi o rombulus o que usou do rombo, do arado, é o que fica na pala.
Remo é o da vara.
Remo é a linha reta e Rômulo a linha curva?
Diversos tompónimos de raiz pint-, corresponden com quint-, assim a famosa, por ser tesouro arqueológico, Píntia dos vácceos em Peñafiel (Valhadolide) é um curro.
Nos assentamentos pecuários de curro afunilado simples, distinguem-se dous espaços habitados, o da base e o da ponta, sendo a ponta a quinta / pinta e a base o suposto local dos fábios. No mundo hindu, lugares dos govinda e dos gopala.
Píntia fica no lugar de las Quintanas á beira do rio Douro:
A Pinça, freguesia de Santa Maria (Viana do Bolo). Alguns topónimos do tipo peiçás, painçais e similares, são "píntias" antes do que fitotopónimos do painço. |
Foi visto que de pint- há chousas com lexema pinç-, e de quint- também quinç-:
Quinçás de São Paio de Ninhodáguia (São Tisso). |
Se na hipótese celta-p, celta-q damos com *quíntias e *píntias, seria de esperar uma forma wint-, bent-, vent- vint- para curros.
Assim São Pedro de Bença (Traço):
Ou Santa Vaia de Vences (Monte Rei):
Venc-/ Vend- / Vent-:
Vendas de Lenguelhe (gu-e) em São Mamede de Berreo (Traço). |
As Vendeiras em São Mamede de Zamães (-ans) (Vigo). Fazendo parte de um sistem ade chousas no monte Galinheiro, as Vendeiras no seu bico com o nome de as Vindeiras e as Vandeiras (Bandeiras), com Casa ou Casal de Abade (veja-se sobre o abade pecuário no escrito: Baltar). Outros pormenores:
A Pedra da Ucha, sobre a Ucha foi falado anteriormente deste topónimo de entrada ou saída lateral ao sitema de chousas, sobre a pedra, dizer que noutras chousas aparece referenciada, é frequente haver uma pedra referencial lateral ao sistema de Chousas talvez com uma função demarcatória, gromática ... Casas Novas, foi descrito no tema de Vessura, como Casas novas polo comum dá nome ao assentamento que "parte" a chousa. A Ponte de Francelos, na ideia de franzir, partir (leia-se mais em "Francos"). Os sítios chamados de Cochos, como lugar de "refúgio" ou "acovilho". A qualificação de estripeiro, por ser o nome do Crataegus monogina, arbusto espinhoso vedatório. |
As chousas costumam ter dous extremos diferenciados, um deles aguçado e outro arredondado, abombado, esta parte arredondada pode ter diversa toponímia, por exemplo de lexema bomb-:
El Bombero, fundo do curro afunilado em Zorita de los Caminos (Mingorría, Ávila). |
Pombo de Anhá (Frades). Leva a pensar pombo = rombo? |
Na antiguidade, no povo osco, o quintilo do Lázio tinha o nome de pompo.
Pombeiro, |
Esta forma é um gnômon, um instrumento antigo de orientação, de marcar o rumo, do tempo e do espaço, ao ser usado para marcar as horas e observar a variação dos astros, com ele pode ser calculada a latitude
Um intrumento de agrimensor chamado gruma ou groma.
Gnomom que é um gonzo e um romboide: gnomon, rhombus, gomphus.
A etimologia de rumo, vai dar a rhombus.
Com um rombo, com um losango, é marcado o rumo (rhumbus), é ordenado o espaço.
Romu (ast) "ramo", gromu "vergôntea".
Como foi visto já noutros escritos, os nomes dos primários recintos levam em si os lexemas dos paus, palus / palatio, pola / pólis, vila / bilhardo ....
Romão (-am) de S¡ao Tiago da Silva (Pol)
Ramos em Santa Maria de Queição (-ám) (o Corgo). |
Os Ramos de São Paio de Buscás (Ordes). |
Assim o gaélico craobh , estaria na linha etimológica de gromo / romo / ramo, como também o grego γνώμων, (gnṓmōn).
Gromaz de Santa Maria de Carvalhido (a Fonsagrada). |
Gomariz em São Salvador de Lonha do Monte (Esgos). |
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A grande chousa de Gandão, Menduinha e Pinheiro de Aldão (Cangas do Morraço), pode-nos esclarecer algo:
Ameijoeira em Aldão (Cangas do Morraço)
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Menduinha pode ser percebido como um diminutivo de Mendo, topónimo estudado no escrito Mundo e relacionado com curros menores pastorais. Curro pecuário dos que aqui últimamente são estudados: com o seu lugar tumular Tombo, o seu rego demarcatório Lago. E no seu bico o Cumarinho. Cumarinho é relacionado dom cômaro, comarinho, mas a sua proximidade com pomarinho, pumarinho, topónimo frequente em este tipo de curros e chousas abre outra possibilidades, onde o céltico-p e céltico-q estariam dando a clave a tal variação. Assim os cômaros teriam por par os *pômaros. Mas indo à raiz onde -aro, seria o genitivo plural de um lexema tal que *koma / *poma; que alicerça o anteriormente falado, a relação entre kombh- e pombh- e os topónimos frequentes nas grandes chousas de Pombal, onde não sempre é referido a uma pomba e Cômaro, Cômbaro, como nome da parte comba do valado. |
Lido o anterior poderia ser percebida a relação entre o pomerium / pomoerium (*pómbʰos) o que o ligaria com o muro galaico o cômaro, cômbaro (*kómbʰos).
Assim no grego antigo ποιμήν (poimḗn) "pastor de ovelhas, pastor em geral, gadeiro; chefe local", e também com a sua raiz no grego micênico 𐀡𐀕 (po-me) "pastor", estariam apoiando esta hipótese.
Hipótese na que o pomoerium / pomerium latino, e os pomarinhos galaicos nada teriam a ver com post-murium, mas sim com o 𐀡𐀕 (po-me) "pastor" micénico, de um hipotético proto-latino *pome-arium "pastoreiro", nome dado ao grande cômaro e foxo circundante da chousa pecuária e dentro do qual estariam os animais guardados e as iniciais cabanas pastorais, que no devir, do Neolítico ao Bronze e Ferro, acabaram gerando a elite diferenciada na pólis ou castro, desligadas do gando (daí que na Roma fosse inferiorizado o povo germano por não ter feito esta modificação "urbana" de separar um local habitacional da elite, já não gandeira, do povoado gandeiro inicial neolítico.
É por isso que é descrito que nas fundações das urbes romanas, antes de andar com o arado marcando os limites, era desde um ponto exterior que se desenhava a urbe. Esse ponto referencial desde onde se marcavam os eixos e era escolhido o assentamento tinha uma construção oracular uma estrutura simples que referenciava as coordenadas, um auguraculum. Nesse ponto havia um buraco cavado na terra ou na pedra, que levava o nome de mundus, nele realizava-se um ritual, onde se faziam oferendas, trazia-se terra doutras partes, aradinhos votivos....
Local inicial que neste blogue é identificado e que hoje tem a igreja ou uma mámoa ou uma pedra significativa ou em topónimo, tipo Seixo, Laje ou similar.
Voltando ao 𐀡𐀕 (po-me) micênico é para assinalar que a etimologia clássica ou mais divulgada faz derivar de *poh₂imn̥, *poh₂imen, formado da raiz *peh₂- (“proteger”) e o sufixo já analisado *-mn̥.
A ideia aqui proposta dista na ideia de que o primeiro morfema tenha a ver com proteger e que tanto *pohmn̥, *kwomn̥, *gʷṓwmn̥, como Roma, rhombus, procederiam de um primeiro curro ou cousso de caça de uros, de vacas, onde a vaca-boi, na altura uro, daria significado à primeira sílaba *gʷṓw */r̥ɔ̂ː/
Por exemplo no grego micênico ao lado de 𐀡𐀕 (po-me) está 𐀦𐀄𐀒𐀫 (qo-u-ko-ro /gʷowkolos/), um é pastor e outro gandeiro de vacas. Quer dizer que na altura do micênico, no segundo milênio antes de cristo, a mistura de duas origens do pecuário já tinha acontecido, la linha indo-europeu p e indo-europeu q (versus celta-p, celta-q) que *gʷṓw tivesse duas formas *kʷṓws e *pʷṓws.
Isto poderia levar a interpretar no Cabeço das Fráguas ... COMAIAM. ICCONA. LOIM/INNA. OILAM. VSSEAM ..., comaiam como "domesticada", uma égua domesticada, não uma besta do monte.
Frequentes também neste mesmo lugar os microtopónimos realcionados de Pambre, Pelámio, Pombar, ou mesmo palomar: Isto poderia ser explicado por interferência de palavras derivadas de palus, tipo palambre, palame, palomar?, ou polo espanhol que levou a pombares serem palomares?
Veiga do Pumar de São Pedro de Momão (-ám) (Cospeito) fazendo muro de uma estrutura em cousso, confronte-se com o outro lado: Zarra.
Mas como ligamos esta forma *kómbʰos / *pómbʰos, com o grupo pintia, quinta, venta?
Talvez por uma hipotética forma *kempho / *pempho?
Protoindo-europeu: *kh₂emp- "encurvado", lombo, combo, cambo e campo....
O Campo, em Santa Maria de Torás (a Laracha), com toponímia pecuária: *Pulgueirales / Pulgueirás, Mosende, Balsa.... |
Cambeiro de arriba e Cambeiro de Abaixo em São Pedro de Outes. |
O arado antigo sem aveacas, sem orelheiras é chamado de cambela, cambão é o temoeiro ou cabeçalha do arado ou da segunda parelha, ou para tirar da grade. Aqui cambo tem a etimologia ligada ao gaulês onde cambo significa curvado, mas o substantivo é vivo na lingua galega.
Na fala dos canteiros: gamuço "dente"....
Mas voltando a Roma, descodificando Roma:
O lugar topográfico onde posteriormente nasceu Roma. |
Plano esquemático da primeira Roma. |
As tantas grandes chousas vistas anteriormente, permitem ver Roma como outro sistema de chousas mais que acabou urbanizado.
Este é um modelo típico do sistema de chousas que na Galiza aparece (podem ser vistos nos escritos: Cortiças, Fernandinho, Vessura, Algária...).
A ambos os lados do espaço propriamente pecuário costuma aparecer duas áreas habitacionais, uma religiosa, com igreja ou cemitério e outra "senhorial" ou defensiva ou de vigilância, com um atual paço ou casa grande, por vezes com toponímia Torre.
Na cidade de Roma o espaço religioso seria facilmente identificável na colina Capitolina, ou no sul dela no Forum Bovarium, com a Ara Máxim. Parte religiosa que poderia ter a sua contraparte militar no Monte Célio (Caelian Mons) ou no monte Ópio (Oppius Mons).
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Isto, ao meu ver, foi uma revolução cultural, o pastoralismo de animais "selvagens ou semi-selvagens" em grandes chousos e vales fechados, comunicados entre si por vieiros, corgas e corredoiras, fazendo uma grande malha territorial, deu passo logo de talvez mais de uns poucos milénios a rebanhos menores de animais mais mansos, com um pastoralismo de proximidade, fora de lugares vedados e apenas guardados para a pernoita.
Nas Ilhas Briânicas estas vedações fôrom identificadas com o nome de causewayed enclosure, por exemplo:
Causewayed camp em Knap Hill (Inglaterra) Tirado de http://kathybragg.co.uk/2011/05/28/knap-hill-causewayed-enclosure/ |
A posterior partição é vista grafada na paisagem onde as grandes vedações de mais de vinte hectares, acabaram partidas, polo comum em três pedaços: a ponta (píntia, quinta, pinça, picão ...), a roma (rombo, campo...) e uma terceira no couce: Mons Aventinus, venda, Horrea, horro / Novás / novais.
Que a génese toponímica se encontre nesta esquina atlântica tem relevância, como lugar onde o proto-indo-europeu fossilizou, ou conservou a sua evolução, e como lugar antigo do pastoralismo inicial de vales vedados e grandes chousas.
Também tem relevância no entendimento da revolução pecuária "neolítica" como um processo continuado de domesticação a partir de animais bravos confinados em grandes espaços vedados, e não como a chegada de ramal de vacas ou bestas já domesticadas de outros lugares do planeta.
Abrindo o estudo da paisage a ideia que a revolução neolítica quanto ao vacum e equídeos não foi um salto, e sim um processo natural gestado no paleolítico, inde a caça por lógica derivou em confinamento e cuidado do uro em vales propícios, como foi explicado no escrito sobre "o bispo".
O lugar topográfico onde posteriormente nasceu Roma. Assim na parte sul do sistema de chousas, o Aventinus, não é mais que o lugar da venda, ou reunião, confronte-se com os topónimos galegos Ventureira e similares da mesma raiz vent- que ocupam o lugar do fundo do saco dos sistemas de chousas, ou por vezes dão nome à chousa inteira. E na sua base a horra, ou o assentamento primário pastoral, o lugar do acúmulo, que pode ser encontrado toponimicamente na Galiza como fron-: Fornelo e similares Múrcia, foi analisado toponimicamente aqui. Palatino, Calaica Nómina, explica o seu porquê, como paliçada pecuária. A Ara Máxima, tem os seus pares nos recintos pecuários de por aqui em nomes como seixo branco, croios brancos, penalva, lage, Pena do Bispo... Quirinal, de cura, "vigilância". Viminalis da vedação. |
A Cuada, talvez Acuada na freguesia da Rigueira lindando coa de Trasanquelos (Oça dos Rios - Cessuras). A toponímia a ressaltar: Acuada de acuar, encurralar, encurralada. A Pena num dos seus laterais, como pedra fundadora, do mesmo modo que a Ara Máxima doFórum Boário. Agra da Pedreira, a salientar Pedreira como foi explicado noutros escritos Pedreira / Pereira / Espereira ... do primeiro lugar de assentamento pastoral em volta da chousa pecuária |
Gaveta de retalhos
A freguesia de Bruma (Mesia) foi chamada de Broma e Gruma:
Então grumare no francês (aparentado com o galego gramar) é amassar, reunir, inflar. Quer dizer a gruma/groma/γνώμη (gnṓmē) territorial poderia ter sido lugar de juntança, do mesmo modo que as ameijoadas, as salas, todos topónimos pecuários de reunião de animais.
Um lugar desenhado com groma gnomon, mas que o nome da ferramenta teria sido secundário de uma grumo, gromo, de uma haste, uma varinha utilizada como medidora simples que depois evolucionou num gnomon e numa gruma?
Groma compilado por Ducange: Species mensuræ.
Grumido, no galego: frondoso viçoso.
Assim a palavra grumete deixaria de estar órfã ao pertencer a esta ideia de rebento, filho vegetal, renovo, como aprendiz ou pinche, um gromo / gomo.
Assim no grego entre um significado rechamante de γνώμων (gnômôn) está o de dentes que marcam a idade do cavalo ou duma ovelha, como dentes nascentes a semelhança de sarmentos.
No gaélico antigo crod, "gando, rebanho, fazenda, bens"; atual gaélico escocês e irlandês crodh "gando, rebanho, vaca, dote".
Palavra usada também como interjeição para animar o gando para que entre na corte.
No gaélico há esta série de palavras:
Cró, chrao, crai, crū, crui, cruu, cruib, crú, craoithe, chraí, craí(the), que dão nome a um fechamento para gado, e entre outras cousas nomeiam também à propriedade hereditária, e o casco das bestas.
Crod do gaélico antigo para dar nome ao gando, referencia-se na propriedade com sebe cró + -d, sendo -d um sufixo modificador adjetival ou referencial, a palavra crod seria algo assim como chamar ao gando de currada, derivada do curro ou curral.
Desde uma etimologia sediada no gaélico *cro + - ma (sendo o sufixo modificador do grupo -mo / -ma / -μᾰ, que no galês é lugar, estado ou ação; no galego é aumentativo ou relacional; no grego é um sufixo substantival ao atuar sobre um verbo) seria algo assim como "o lugar do curro" ou "o grande curro".
Outra hipótese já anteriormente apresentada faria derivar as palavras do grupo de roma de *gʷṓwmn̥ / *gʷṓwma. Assim *gʷṓwma, o local do boi, o local da vaca, daria nome a groma / groma como vergôntea vedatória, e daí à rama, e a instrumentos de medição que usam de uma varinha.
Caixão de retalhos:
Pucha, pucho e bucha e bucho aparentam com o galês buwch, buch "vaca", com o córnico medieval buch "vaca e vitela", bretão buc'h.
Confronte-se com o par toponímico Bustabade e Buchabade.
A etimologia de buwch, buch "vaca" é dada por um britônico *boukkā, derivada de *gʷṓw
A etimologia aqui proposta é que houvo um primário céltico-p *pwos e um céltico-k *kwos, que abriram duas linhas:
A do *pwos: pucha, bucha, *boukkā, vaca, mucca italiana, a do pecus, lituano pēkus "vaca", inglês antigo feoh "vaca". Na língua suana da Geórgia: ფუ̈რ (pür) "cerva, corça", gerogiano ფური (puri) "vaca".
A do *kwos: mais estendida com a rama *gwos, e que deixou cucha.
Assim feoh significa: gado, dinheiro, propriedades
E bucha: vitela, arca, peto, algibeira.
Pode ser percebida a abertura co conceito desde uma raiz neolítica?
O barrio da Romana en San Pedro da Ramallosa non terá a ver co nome que se lle puxo por estar próximo á ponte romana?
ResponderEliminarPoderia ser.
EliminarA ponte haveria-a em tempos da Roma e se calhar muito antes. A ponte atual não é romana, mas românica.
É chamada popularmente "ponte romana"?